CAPÍTULO 29
AFINAL, QUANDO MORREU JESUS CRISTO?
– Quarta ou Sexta-feira?
Páscoa é um termo hebraico “que significa passagem
(o anjo da morte ‘passou’ sobre as casas dos israelitas”).
“Os judeus computavam o tempo pelo sistema inclusivo. O dia inicial
era o ‘primeiro’ dia, mesmo que dele só restassem algumas
horas; o dia imediato era o ‘segundo’; e as primeiras horas do
dia que vinha em seguida já eram consideradas ‘terceiro
dia.’”
GRÁFICO DOS DIAS
Há um grupo religioso que defende com muita determinação
a idéia de que Jesus morreu na quarta-feira e ressuscitou
no Sábado. Para tal, apóia-se num único verso
existente na Escritura. Ei-lo:
Mateus 12: 40
“Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no
ventre da baleia, assim estará o Filho do Homem três
dias e três noites no seio da terra.”
Os membros desta igreja entendem que Jesus teria que passar, morto,
setenta e duas horas, sem um segundo a menos ou a mais, o que
é tarefa difícil de provar. Interessante que, se
por um lado há apenas um único texto que informa
“três dias e três noites”, por outro existem sete
que, tratando do mesmo acontecimento (morte do Senhor), cristalinamente
consignam três dias. Ei-los:
Mateus 26:61 – “...derribar o templo de Deus e reedificá-lo
em três dias”.
Mateus 27:40 – “...e em três dias o reedificas...”
Mateus 27:63 – “...depois de três dias ressuscitarei.”
Marcos 8:31 – “...mas que depois de três dias ressuscitaria.”
Marcos 14:58 – “... e em três dias edificarei.”
Marcos 15:29 – “...derribas o templo, e em três dias o reedifica.”
João 2:19 – “...derribarei este templo, e em três
dias O levantarei.”
Observe que são sete contra um, e o mesmo Mateus relata
outras três vezes apenas três dias. Ora, se uma vez
informa “três dias e três noites” e se três
vezes menciona “três dias”, é evidente que mais peso
deverá ter a referência repetida pelo mesmo evangelista,
não acha? Isso indica que a expressão “três
dias e três noites” foi uma expressão casual, não
absoluta. Já pensou porque os demais evangelistas não
repetiram a mesma expressão? Mormente sendo sinóticos?
As dez passagens seguintes mencionam que Jesus iria ressuscitar
no terceiro dia, contado de Sua morte, sem se importar com os
minutos ou segundos: Luc. 9:22; Mat. 17:23; Luc. 18:33; Mat. 20:19;
Mar. 9:31; Luc. 13:32; Mar. 10:34; Luc. 24:7 e 46; Mat. 16:21).
Conferiu?
IMPORTANTE – A morte de Jesus na sexta-feira
não foi acidental nem casual, mas profética, por
estas duas razões fundamentais e bíblicas:
1ª – Todas as profecias do Antigo Testamento que apontavam
para Jesus e Sua obra de redenção precisavam ter
cumprimento literal, para que ficasse caracterizado ser Ele o
Messias. Uma delas evidencia Sua ressurreição no
primeiro dia da semana. Era a festa das primícias. O sacerdote,
neste ritual, movia o molho perante Deus “ao seguinte dia do Sábado”
(Lev. 23:10 e 11). Assim, Cristo teria que ressuscitar neste dia,
para cumprir mais esta profecia e se fazer “as primícias
dos que dormem” (I Cor. 15:20 e 23).
2ª – Jesus Cristo precisava passar o Sábado da redenção
descansando de Sua obra redentora, como fizera no Sábado
da criação, para confirmá-lo eternamente
como o dia de repouso para todos os cristãos. Daí
por que Jesus não poderia morrer nem segunda, terça,
quarta, quinta ou domingo.
PROVAS ESCRITURÍSTICAS DA MORTE DO SENHOR NA SEXTA-FEIRA,
SEGUNDO O EVANGELISTA MARCOS – (Marcos 15:1-4)
Estes versos narram os últimos acontecimentos na vida de
Jesus. Foi Ele crucificado à hora terceira (9:00h – v.
25) e morreu à hora nona (15:00h – v. 34).
Verso 42 –“E, chegada a tarde, ... o dia da preparação,
isto é, véspera do Sábado.”
Nota-se claramente por esta escritura que Jesus morreu na sexta-feira,
e Lucas, o médico gentio, define cristalinamente, identificando
a sexta-feira (dia da preparação) como o dia que
antecede o Sábado semanal. Diz ele:
Lucas 23: 54 – “E era o dia da preparação, e amanhecia
o Sábado.”
Trocando em miúdos: Sexta-feira é dia da preparação,
véspera do Sábado. A própria palavra “preparação”
quer dizer sexta-feira (paraskeuê).
Pois bem, nesta sexta-feira fatídica, José de Arimatéia,
um dos ricos príncipes de Israel, foi pedir o corpo de
Jesus a Pilatos, para o sepultar. Mar. 15:43.
CONSIDERE:
• Não é estranho que, se Jesus tivesse realmente
morrido na quarta-feira, José só teria ido pedir
o corpo do Mestre dois dias depois?
• Não estaria este corpo decomposto, haja vista suas carnes
repuxadas penderem sob o pesado corpo na cruz?
• Não teria sido uma desumanidade deixar o corpo do Senhor
exposto à intempérie e desalento durante 48 horas?
• Qual a finalidade de deixar Jesus dois dias dependurado no madeiro?
Atente agora para a reação de Pilatos à solicitação
do corpo do Senhor:
Verso 44 – “E Pilatos se maravilhou de que já estivesse
morto...”
Por que Pilatos se surpreendeu de que Jesus já tivesse
morrido naquela sexta-feira? – Lógico, sua admiração
devia-se ao fato de que há algumas horas apenas Jesus fora
crucificado, e os supliciados duravam na cruz às vezes
de 2 a 7 dias – vivos – mas Jesus, coitado, embora forte, depois
de ter passado pela agonia do Getsêmani, padecido açoites,
morreu de dilaceramento do coração, por causa dos
pecados do mundo. Por isso Jesus não durou muito tempo
vivo (apenas de 9 às 15:00 h), razão porque motivou
a admiração do Governador.
Pilatos jamais se teria “maravilhado” da morte de Jesus, caso
ela houvesse ocorrido na quarta-feira e José só
tivesse pedido Seu corpo na sexta-feira; teriam transcorridos
dois dias, o que era perfeitamente normal. Pilatos, entretanto,
para ter absoluta certeza de que Jesus morrera, certificou-se
com o seu chefe da guarda, e depois liberou o corpo (v. 45).
Não há por conseguinte nenhuma razão plausível,
para se negar tenha O Senhor morrido na sexta-feira. A tangente
por onde saem os que não aceitam esta verdade cristalina
é afirmar que este dia da preparação mencionado
pelos evangelistas não antecedeu ao Sábado do sétimo
dia da semana, mas ao sábado cerimonial que foi a “páscoa
que se deu na quinta-feira”, da última semana de vida do
Senhor, antes de Sua morte (Veja-se Doutrinal, págs. 151
e 152 – Igreja Adventista da Promessa). Será que foi assim?
– Não! A Bíblia esclarece.
Marcos 16:1 – “E, passado o Sábado, Maria Madalena, e Maria,
mãe de Tiago e Salomé, compraram aromas para irem
ungí-Lo.”
Se Jesus tivesse morrido na quarta-feira, haveria tremenda contradição
na sequência evangelística, pois diz o verso 2:
Marcos 16: 2 – “E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro,
de manhã cedo, ao nascer do Sol.”
Outra vez está claramente identificado que se trata do
Sábado do sétimo dia da semana, o dia que vem depois
da sexta-feira, pois afirma Marcos: “...passado o Sábado
(v. 1), surgiu o primeiro dia da semana (v. 2).”
Aplicada esta escritura à crença de que a páscoa
se deu na quinta-feira, chegaremos ao seguinte panorama:
• Dia da morte do Senhor.
QUARTA-FEIRA • Dia da preparação
(?!)
QUINTA-FEIRA • Dia da páscoa (sábado
cerimonial?!)
SEXTA-FEIRA • ?!? (Este dia terá que
ser transformado no primeiro dia da semana, pois dizem os evangelistas
que aquela tarde do dia da morte de Jesus era o dia da preparação
– véspera do Sábado (Mar. 15:42; Luc. 23:54; Mat.
27:57; João 19:42). E, passado o Sábado – surgiu
– o primeiro dia da semana – domingo (Mar. 16:1 e 2; Luc. 24:1;
Mat. 28:1; João 20:1).
EVIDENTE: No dizer dos irmãos da Igreja
Adventista da Promessa, se a quinta-feira foi a páscoa
(sábado cerimonial), a quarta teria que ser a preparação,
e a sexta-fei-ra... (??!!) Isto prova que Jesus não morreu
na quarta-feira.
Finalizando esta maratona no evangelho de Marcos, ele finaliza
com esta jóia de verdade:
Marcos 16:9 – “E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do
primeiro dia da sema-na, apareceu primeiramente a Maria Madalena,
da qual tinha expulsado sete demônios.”
Este texto demasiadamente claro na definição do
dia da ressurreição do Senhor, foi alterado pelos
irmãos promessistas que colocam a vírgula depois
da palavra ressuscitado. (“E Jesus tendo ressuscitado, na manhã
do primeiro dia da semana apareceu primeiramente a Maria Madalena...”).
Desfigura-se assim a Escritura para sustentar uma doutrina que
não tem fundamento sólido, nem embasamento bíblico,
porque está firmado apenas sobre um texto isolado.
SEGUNDO O TESTEMUNHO DE LUCAS – (Lucas 23:33-49)
Novamente são narrados os últimos acontecimentos
da vida do Mestre. Depois de morto, Jesus foi retirado da cruz
(v. 53); “E era o dia da preparação (sexta-feira)
e amanhecia o Sábado.” (v. 54). Lucas define cristalinamente
que o dia que antecede o Sábado é a sexta-feira
(dia de preparação), “conforme o mandamento” (v.
56). Veja como é claro! Que mandamento? – Moral, e não
cerimonial!
Jesus morreu e foi retirado da cruz na sexta-feira. Foi colocado
no sepulcro também neste dia (v. 55), depois os discípulos
prepararam os ingredientes para o embalsamamento do corpo e descansaram
no Sábado (v.56). No primeiro dia da semana bem cedo, foram
as discípulas ao sepulcro (Luc. 24:1). Dois anjos apareceram
e lembraram-lhes as palavras de Jesus que ressuscitaria no terceiro
dia (Luc. 24:7).
Dois outros discípulos, neste mesmo PRIMEIRO DIA da semana
(Luc. 24:13), dirigiam-se para Emaús, e, no trajeto, desconsolados,
rememoravam os acontecimentos da sexta-feira passada, quando o
próprio Jesus lhes aparece (Luc. 24:15) e interpela-os
sem que eles O reconheçam (Luc. 24:16-17). Então
os discípulos relatam ao viajor (Jesus) os acontecimentos
do Calvário (Luc. 24:19-20), finalizando com esta esclarecedora
declaração:
Lucas 24: 21 – “E nós esperávamos que fosse Ele
o que remisse a Israel; mas ago- ra, sobre tudo isso, é
já HOJE o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.”
DOMINGO – 3º Dia (“ ... que essas coisas
aconteceram...”)
OBSERVE SÁBADO – 2º Dia
SEXTA-FEIRA – 1º Dia – Morte de Jesus
Jesus, então, identificando-Se confortou-os com palavras
messiânicas e proféticas (Luc. 24:31-49). Para desanuviar
as dúvidas, vamos destacar este verso:
Lucas 24: 46 – “... convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro
dia (domingo- primeiro dia da semana) ressuscitasse dos mortos.”
Veja, terceiro dia, e não “três dias e três
noites”. Tudo claro! Tudo certo! Agora, imagine, tivesse Jesus
morrido na quarta-feira, o quadro seria este:
CERTO ERRADO
DOMINGO 3º Dia ... 4º Dia
SÁBADO 2º Dia 3º Dia
SEXTA-FEIRA ...................... 1º Dia
2º Dia
QUINTA-FEIRA ..................... ? .....................
1º Dia
QUARTA-FEIRA ..................... ? ....................
?
Houvesse Jesus ressuscitado no Sábado, o discípulo
teria errado ao dizer: “É já hoje o terceiro dia...”,
pois em realidade seria então – o domingo – o 4º dia,
e não o 3º, “desde que essas coisas (suplício
do Salvador) aconteceram”, e pior, para ser verídica esta
hipótese, o Senhor teria que ter morrido na quinta-feira
(?!).
SEGUNDO O TESTEMUNHO DE MATEUS – (Mateus 27:
32-56)
Estes versos narram as cenas finais da crucificação.
Morreu Jesus à hora nona (15:00 horas, vv. 45,46,50). Era
sexta-feira. E logo após Sua morte, antes que o Sol se
pusesse, José foi pedir o corpo a Pilatos para sepultá-Lo
em seu túmulo (vv. 57-58). Agora o esclarecimento cristalino:
Verso 62:
“E no dia seguinte, que é o dia depois da preparação,
reuniram-se os príncipes dos sacerdotes e os fariseus em
casa de Pilatos.”
REPARE BEM:
• “Dia seguinte” – (Sábado, pois o óbito se deu
na sexta-feira).
• “Que é o dia depois da preparação” – (Sábado,
é o único dia que vem logo depois da sexta-feira,
que sempre foi e será o dia de preparação
bíblica).
Mateus serve-se de uma circunlocução (rodeio de
palavras) para deixar bem claro e patente que Jesus morreu na
sexta-feira. Depois de morto, os ânimos não se serenaram.
Os sacerdotes reuniram-se no Sábado com o Governador, receosos
da ressurreição de Cristo (v. 63-64) que se daria,
sem dúvidas, conforme a profecia, no terceiro dia (domingo),
o que ocorreu de fato. Mateus 28: 1.
NÃO ESQUEÇA: A sexta-feira, até
hoje, é conhecida bíblicamente como o dia da preparação
para o santo Sábado do sétimo dia da semana.
RESUMO
SEXTA-FEIRA - 1ª DIA • Morre Jesus Cristo
à 15:00 horas.
• Jesus descansa no sepulcro, de Sua obra de redenção.
SÁBADO – 2º DIA • Sacerdotes tramam
boicotar a Sua ressurreição.
DOMINGO – 3º DIA • Ressurreição.
Vitória.
Como você pode comprovar, e com clareza: Três dias
do calendário.
Profecia cumprida. Aleluia!
SEGUNDO O TESTEMUNHO DE JOÃO – (João
19: 17-42)
Este evangelista, de forma clara e incisiva, estabelece o dia
da morte de Jesus na sexta-feira, como também identifica
que a páscoa foi no Sábado, naquela semana derradeira
do ministério de Jesus. Vamos ler:
João 19: 14
“E era a preparação da páscoa, e quase à
hora sexta (*); e disse aos judeus: Eis aqui o vosso Rei.”
Ora, se os acontecimentos que culminaram com a morte de Jesus
foram na sexta-feira, e Seu óbito se deu também
na sexta-feira, e este dia era a preparação da páscoa,
logicamente a páscoa se deu no Sábado do sétimo
dia da semana. Senão, veja o que diz João 19:
Versos 17-27 – narram as cenas da crucifixão;
Verso 30 – focaliza a morte de Jesus;
E o verso 31 diz:
“Os judeus, pois, para que no Sábado não ficassem
os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois
era GRANDE aquele dia de Sábado), rogaram a Pilatos que
se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.”
Clareza maior não pode haver. Por que era “GRANDE” aquele
Sábado, após a morte do Senhor, a ponto de chamar
a atenção do evangelista em seu registro?
– Por que nesta semana, a da morte de Cristo, a páscoa
coincidiu cair no Sábado do sétimo dia da semana,
e não na quinta-feira.
Assim, o Sábado cerimonial ocorreu no Sábado moral.
O cordeiro da páscoa era morto no dia 14 e comido no dia
15 de Nisã (Êxo. 12: 6-10). O cordeiro pascal foi
morto na sexta-feira (dia 14), e comido no Sábado (dia
15), da última semana ministerial de Jesus. Por isso Jesus
jamais poderia morrer em outro dia que não a sexta-feira.
João 19: 42 – “Ali pois (por causa da preparação
dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus.”
– Por causa de quê?! – PREPARAÇÃO!
Ora, aí está mais que claro – SEXTA-FEIRA – é o dia de preparação dos judeus
até o dia de hoje. Este vocábulo – preparação
– identifica SEMPRE o dia seguinte que é o Sábado
moral e nunca cerimonial.
(*) Equivalente a 12:00 h do sistema palestino de contar o tempo.
João foi o único dos evangelistas que empregou o
sistema romano de contar o tempo, pois escreveu seu evangelho,
“na última década do primeiro século, quando
os costumes dos conquistadores (romanos) se impunham nas áreas
conquistadas.”
Recapitulando
Os evangelistas confirmam:
• Jesus teria que morrer! E morreu!
• Teria que ressuscitar ao terceiro dia! E ressuscitou!
Jesus então morreu na sexta-feira. Por que negar?
Por isso, as 72 horas completas, sem um minuto a mais ou a menos,
é uma exigência que não deve prosperar, porque
não tem respaldo nos evangelhos, e é tão
somente, um texto isolado.
Esta expressão “três dias e três noites”, tinha
para os orientais, especialmente dos tempos de Jesus, uma conotação
diferente dos ocidentais. Específicamente os palestinos
usavam a “contagem inclusiva” para contar o tempo, e, este “incluia
o dia (ou ano) inicial, bem como o dia (ou ano) final; sem considerar
como pequena, fosse a fração do dia iniciante ou
findante.” – Atalaia, 4/81, pág. 11.
EXEMPLO: uma criança nascida no dia 15
de dezembro de 1995, ao chegar o dia 31 de dezembro de 1995, para
os judeus teria um ano e não quinze dias; e a partir do
dia 1º de janeiro, já contava dois anos.
“A maneira de contar o tempo empregada na Bíblia é
chamada contagem inclusiva, que considera tanto a primeira como
a última unidade de tempo incluídos no período.
Este sistema era também usado por outras nações,
como se pode ver através de documentos. Uma inscrição
egípcia que registra a morte de uma sacerdotisa no quarto
dia do 12º mês, relata que o sucessor dela chegou no
15º dia, quando se passaram 12 dias. É evidente que,
pela nossa maneira de contar, diríamos que os doze dias,
passados a partir do 4º dia, chegariam à data de 16.”
– The Seventh-Day Adventist Bible Commentary, Vol. II, pág.
136. Grifos meus.
Arnaldo B. Christianini, em seu livro “O Ídolo da Quarta
Feira”, apresenta uma enxurrada de exemplos de contagem inclusiva
na Bíblia. Alinharemos dali, dois apenas, para esclarecer
ao irmão o que é contagem inclusiva. Estão
às páginas 17 e 21.
“O bebê israelita era circuncidado quando tivesse ‘oito
dias’ de idade, segundo lemos em Gênesis 17:12...No entanto,
a circuncisão ocorreria ‘no oitavo dia’ (Lev. 12:3), ou
melhor ‘ao oitavo dia’ (Luc. 1: 59). É evidente, é
indesmentível, que o oitavo dia se incluia na contagem.
O oitavo dia era parte integrante do período de oito dias,
simplesmente porque a contagem bíblica é inclusiva,
e não ocidental, como a usamos hoje.
“Na descrição do episódio da enfermidade,
morte e ressurreição de Lázaro, temos mais
uma prova da contagem inclusiva e para isso basta simples cotejo
de versículos:
“João 10: 40; 11:3 – Jesus estava em Betânia... aldeia
de Marta e Maria...Essas mulheres enviaram um emissário
para avisar a Jesus da enfermidade de Lázaro. O emissário
gastou um dia para ir lá, e nessa ocasião Lázaro
já havia morrido.
“João 11: 6 – Jesus deliberadamente decide demorar-Se ali
mais dois dias.
“João 11: 7 – Decidiu Jesus voltar à Judéia,
e nisso gastou um dia de viagem, perfazendo quatro dias, e lá
chegou no quarto dia.
“Agora o mais importante. Em João 11: 39 lemos a expressão
de Maria: ‘É já de quatro dias.’ No entanto, no
original grego está: “já é do quarto dia”.
“É conclusiva a expressão ‘é já do
quarto dia’. Tão lógica que o próprio Taylor,
assim a traduziu e comentou:
‘É cadáver de quatro dias. Ou ‘do quarto dia’. A
viagem de quem trouxe o recado sobre a doença de Lázaro
levou um dia. A volta de Jesus gastou outro dia. O Mestre demorou-se
dois dias antes de partir.’
“Resumindo: no ‘quarto dia’ Jesus constatou que Lázaro
falecera havia ‘quatro dias’ (v. 17). Era a contagem inclusiva,
em uso no Oriente. Necessariamente o quarto dia estava incluído
no período.” Grifos meus.
Desanuviada pois a dificuldade para entender-se a contagem de
tempo bíblica, resta-nos ver patenteada a harmonia dos
evangelhos, que confirma com clareza absoluta a morte de Jesus
na sexta-feira e Sua ressurreição no domingo, satisfazendo
plenamente o que dizem as Escrituras.
SEXTA-FEIRA – Morte de Jesus – (passou parte
deste dia no sepulcro).
SÁBADO – Descansou – (passou todo este
dia no sepulcro).
DOMINGO – Ressuscitou – (passou parte deste dia
no sepulcro).
Três Dias – (Mar. 8: 31; 14: 58. Mat. 26: 61; 27:40, 63.
João 2: 19. Mar. 15: 29). Claro, claríssimo! Três
dias do calendário.
Vale ressaltar aqui a perpetuidade e santidade do Sábado,
pois neste dia, sim, Jesus passou as suas vinte e quatro horas
com todos seus minutos e segundos descansando de Sua obra redentora.
A “contagem inclusiva”, que foi a contagem de tempo dos dias de
Jesus, como vimos, indicava que dois dias podem ser um dia e meio,
ou um dia e parte de outro, etc. Por isso ninguém deve
exigir que os “três dias e três noites” mencionados
por Mateus devam ser rigorosamente setenta e duas horas exatas.
Meu irmão, minha querida irmã, não faça
do sinal de Jonas, um “cavalo de batalha”, que lhe roube a capacidade
de distinguir as coisas simples de Deus. O sinal de Jonas deve
ser aplicado honestamente, como uma representação
da morte de Jesus, em suas fases maravilhosas (Criação
e Redenção), pois os evangelistas assim criam e
a descreveram, mas não se perderam em minudências
de minutos e segundos. Dizem eles:
Lucas 11: 30 – Jonas foi sinal para os ninivitas.
Mateus 16: 4 – Jonas seria sinal para a geração
de Jesus.
Mateus 12: 39 – Não seria dado outro sinal, senão
o de Jonas.
Meu amado, o sinal de Jonas não são os minutos
e segundos, e sim o acontecimento, porque realmente a experiência
deste profeta foi cercada por ocorrências fantásticas
do poder e da misericórdia de Deus. Assim como Deus ordenou
ao grande peixe lançá-lo à terra, ordenou
à sepultura devolver à vida O doador dela. Jesus
e Jonas desceram ao “inferno”. Ambos dele escaparam vitoriosamente.
“Assim como Jonas escapara da morte para pregar aos ninivitas
a mensagem de arrependimento e salvação, do mesmo
modo Cristo, através de Sua ressurreição,
levaria a todos que O aceitassem à salvação.”
– Atalaia, 4/81, pág. 10.
Nisto aqui deve-se dar a devida atenção como o grande
sinal de Jonas, e não aos minutinhos que ninguém
pode provar foram observados rigorosamente no seio da terra. Outrossim,
pedir sinal era um costume dos judeus. I Cor. 1: 22.
DETALHES
Outro interessante sinal de Jonas, está nos quatros capítulos
do livro que leva seu nome. No primeiro capítulo Jonas
– correu de Deus. No segundo Jonas – correu para Deus. No terceiro
Jonas – correu com Deus. No quarto Jonas correu –adiante de Deus.
Meu querido irmão, preciosa irmã, se você
pegar ao pé da letra este texto isolado dos “três
dias e três noites”, deverá fazê-lo também
para outros textos isolados da Escritura, como por exemplo, Marcos
9:43: “E, se a tua mão te escandalizar, corta-a, melhor
é para ti entrares na vida aleijado, do que, tendo duas
mão ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga.”
• Você crê na literalidade dele?
• Você crê que os pecadores ficarão eternamente
queimando?
• E Baleia, pode engolir um homem?
Por favor, evitem correr adiante de Deus, porque conta-
gem, cálculo ou cômputo inclusivo, indica que:
• Qualquer fração de um dia era contada como um
dia completo.
• Qualquer fração de um ano era contada como um
ano completo.
No Japão, até o fim da segunda guerra mundial,
empregava-se este método. Este é o método
do exemplo da criança nascida em 15 de dezembro, lembra-se?
Que o Todo Poderoso Deus lhe abençoe muitíssimo.
Glória a Deus!