CAPÍTULO
4
OS DOIS CONCERTOS
II Coríntios 3
Meu irmão, este texto de II Coríntios 3, jamais
financia a abolição de 39 livros da Bíblia,
como afirma em seu livro, o Pastor Pentecostal Antenor Santos
de Oliveira (ver pág. 41). Nele, Paulo realmente se refere
à Lei Moral escrita em tábuas de pedra, porque ela
era, e é o único instrumento que Deus tem para revelar
o pecado, e diz claramente que o que foi abolido é o Velho
Concerto e não o Velho Testamento.
Paulo estabelece, no capítulo três de II Coríntios,
um contraste entre os dois Concertos; a saber:
VELHO CONCERTO NOVO CONCERTO
1- (V. 7) “Ministério da Morte” 1- (V. 8) “Ministério
do Espírito”
2- (V. 9) “Ministério da Condenação” 2- (V.
9) “Ministério da Justiça”
3- (V. 6) “Letra que Mata” 3- (V. 6) “Espírito que Vivifica”
4- (V.14) “Foi Abolido” 4- (V.11) “Permanece”
5- (V.10) “Em Glória” 5- (V.10) “Em Excelente Glória”
NOTA: a) – O Velho Concerto, foi com sangue de animais (Heb.
9:19-20). O Novo Concerto foi com o sangue de Jesus.
b) – A base fundamental destes dois Concertos foi uma só:
Os Dez Mandamentos, chamados de Lei Moral.
A função da Lei é revelar o pecado. Romanos
7: 7.
O objetivo da Lei é levar o homem a Cristo. Romanos 7:
8.
II Coríntios 3: 3
“...sois a carta de Cristo...escrita não em tábuas
de pedra, mas em tábuas de carne, no coração.”
Tábuas de “pedra e de carne”: Isto é uma metáfora,
para comparar os dois Concertos. Quer ver? Leia o que diz o profeta,
nas palavras seguintes:
Jeremias 31: 31-33
“Eis que vem dias, diz o Senhor, em que farei um Concerto Novo
com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme
o Concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela
mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles invalidaram
o Meu Concerto, apesar de Eu os haver desposado, diz o Senhor.
Mas este é o Concerto que farei com a casa de Israel depois
daqueles dias, diz o Senhor: Porei a Minha Lei no seu interior,
e a escreverei no seu coração: e Eu serei o seu
Deus e eles serão Meu povo.”
Veja, Deus está falando de um Novo Concerto e Se refere
à mesma Lei que escreveu com Seu dedo no Sinai. Portanto,
nada há indicativo do cancelamento da Lei Moral. Observe:
Ezequiel 11: 19-20
“E lhes darei um mesmo coração e um espírito
novo porei dentro deles; e tirarei de sua carne o coração
de pedra, e lhes darei um coracão de carne. Para que andem
nos Meus estatutos, e guardem os Meus juízos (leis), e
os executem; e eles serão o Meu povo, e Eu serei o seu
Deus.”
Hebreus 8: 10
“Porque este é o concerto que depois daqueles dias farei
com a casa de Israel, diz o Senhor; porei as Minhas leis no seu
entendimento, e em seu coração as escreverei; e
Eu lhes serei por Deus, e eles Me serão por povo.”
No Novo Concerto, a Lei de Deus seria impressa não em pedra,
mas em carne (no coração). Isso prova que jamais
seria abolida. Sem sombra de dúvida, sob o evangelho, só
pode participar do Novo Concerto quem tenha conhecimento da Lei
de Deus, pois ela será colocada no coração
do crente.
QUE É CONCERTO: Diz o Dicionário
ser: Combinação, acordo. Concerto não é
uma Lei, mas um pacto normativo entre pessoas. Neste caso, com
o povo de Deus, os cristãos. E a norma ou base é
a Lei Moral.
Atenção:
• Se Deus acabar com o objeto (norma/base) do Seu acordo, como
saberá se a outra parte (nós) está cumprindo
o acordo?
• Qual legislador executará a sentença se não
possuir uma lei reguladora?
• Quando Deus julgar o mundo (João 12: 47; Atos 17:31),
o fará através desta lei (Tiago 2:12). Como o faria,
estando cancelada?
Por conseguinte, o problema de II Coríntios 3 não
é o cancelamento da Lei de Deus, porque o próprio
Paulo diz que a fé não anula a Lei. Romanos 3: 31.
RESUMO
VELHO CONCERTO – Obras – Guardar a lei para ser
salvo.
NOVO CONCERTO – Fé – Guardar a lei porque
foi salvo.
VELHO CONCERTO: O povo não era capaz por
si mesmo, de cumprir a sua parte no Concerto, e este não
lhe proporcionava o auxílio para o cumprirem. Era um concerto
de obras, e não de Graça, porque Jesus não
estava nele. Este Concerto só valia para revelar que precisavam
reconhecer sua própria pecaminosidade, bem como sua necessidade
do auxilio divino. Por isso Jesus diz: “... Sem Mim, nada podeis
fazer.” (João 15:5). Com Jesus é fácil guardar
a lei.
Em nenhuma hipótese ou circunstância a Lei Moral
pode ser abolida, porque ela é a base, o fundamento do
governo de Deus no presente e o será no futuro, para todos
os Seus súditos fiéis e leais. Razão porque
reverbera o apóstolo Paulo: “...porquanto sem a lei está
morto o pecado.” Romanos 7:8.
“O grande objetivo do Velho Concerto era, pois, ensinar ao povo
suas fraquezas e
incapacidade de guardar a lei sem o auxílio divino.”
“MINISTÉRIO DA MORTE” – II Cor. 3: 7
“MINISTÉRIO DA CONDENAÇÃO” – II Cor. 3: 9
“Sem derramamento de sangue, não há remissão
de pecados”, Hebreus 9: 22. Se alguém transgredisse a Lei
Moral deveria morrer. Todavia, o pecador poderia conseguir um
substituto para assumir o seu lugar.
O Velho Concerto foi estabelecido nesta base. “A alma que pecar,
esta morrerá.” Eze. 18:20.
EXEMPLO: A lei realiza sua função
(ministério da condenação). Ao revelar o
pecado, exige a morte do pecador (ministério da morte).
Quando pecava (transgredindo a Lei de Deus), o que, então,
fazia o pecador? Adquiria um cordeiro sem defeitos físicos
e o levava ao sacerdote para ser morto pelo seu pecado.
Hoje a base (Lei Moral – único instrumento que revela o
pecado) continua a mesma, apenas, o sacrifício é
melhor. O Cordeiro é Jesus, o “Cordeiro que tira o pecado
do mundo” (João 1: 29).
“LETRA QUE MATA” – II Cor. 3: 6
A função (ministério) da lei era definida.
Sua “letra que mata”, resultava evidentemente em morte para os
transgressores. Hoje, porém, a função (ministério)
da lei continua, mas “baseada na justiça de Cristo através
da ação do Espírito Santo no coração
do pecador, resulta em vida.”
Assim, “o primeiro ministério foi letra morta, por inadimplemento
por parte do povo; o último, ‘Espírito que vivifica’,
por ser Cristo que habilita o homem a obedecer.”
Em ambos os Concertos, nada sugere a abolição da
lei de Deus.
“FOI ABOLIDO” – II Cor. 3: 14
Quanto ao que foi “abolido”, é claro, foi o Velho Concerto
e não a Lei de Deus. O Novo Concerto permanece, e a Lei
Moral como sua eterna base, continua em vigor. Enquanto houver
o pecado, a lei terá que existir. Ela é o mais perfeito
instrumento que Deus possui para revelar o pecado. Mas, indagará
alguém: Estaria Deus circunscrito a uma lei para definir
o pecado?
– Que é pecado? Você pode dizer: beber, fumar, falar
palavrão são pecados. Sim! Mas Deus em Sua suprema
sabedoria, enfeixou todo o pecado, sob quaisquer espécie,
nome ou títulos, em Dez Mandamentos. Por isso a melhor
definição para o pecado é bíblica:
“Pecado é a transgressão da Lei de Deus.” I.S.João
3: 4 (edição atualizada). Por isso, a lei só
perderá seu valor quando o pecado acabar.
“EM GLÓRIA” – II Cor. 3: 10
O Sinai foi envolto em glória quando Deus proclamou a lei.
Porém, maior glória viu a Terra quando Cristo desceu
do Céu para “salvar o povo dos seus pecados” (Mateus 1:
21).
A glória de Jesus no Sinai, produziu reflexos no rosto
de Moisés, que precisou cobri-lo com um véu. Mas,
a glória de Jesus em pessoa na Terra, visível e
palpável entre os homens, empalideceu a glória do
Sinai.
E quando exaltou a Sua lei (Isaías 42:21), libertando-a
da grande quantidade de tradições (39 classes de
regulamentos, veja-as na página 171), que levavam as pessoas
a considerá-la fardo pesado; quando esclareceu-a, explicou-a,
honrou-a e obedeceu-a, Jesus tornou-a muito mais gloriosa.
E quando pediu que orássemos para não transgredir
o Sábado (Mateus 24:20), Jesus demonstrou, de fato, ser
uma lei por demais gloriosa.
OBSERVAÇÃO – O texto de II Coríntios
três, menciona duas palavras que muitos cristãos
sinceros aplicam à Lei de Deus, equivocadamente. Ei-las:
ABOLIDO – Está claro que é o Velho
Concerto. Concerto de Obras.
TRANSITÓRIO – Esta palavra não
pode referir-se à Lei Moral, porque:
1º) – Paulo, em nenhum lugar da Bíblia falou contra
ela.
2º) – Paulo, dezenas de vezes realça a santidade,
legitimidade, utilidade e necessidade dela.
3º) – O Senhor Jesus mencionou cinco dos Dez Mandamentos
dela, para o jovem rico, dizendo-lhe da necessidade de observá-la,
para entrar na vida eterna (Mateus 19:16-19).
4º) – Na Nova Terra (Isaías 66:22-23), o Sábado
será eternamente o Dia do Senhor. E ele faz parte da Lei
Moral.
5º) – Deus não Se contradiz.
6º) – Nenhum cristão admite o cancelamento de nove
mandamentos desta lei, mas apenas um. Observe o que disse dois
renomados irmãos Batistas:
CHARLES SPURGEON: “Antes
de vir a fé, éramos mantidos sob a lei, retidos
dentro da fé que depois se revelaria. Por essa causa
a lei era nosso aio para conduzir-nos a Cristo, a fim de sermos
justificados pela fé. Digo-vos que, pondo de parte a
lei, despojastes o evangelho de seu auxiliar mais competente.
Tiraste dele o aio que leva os homens a Cristo. Eles nunca aceitarão
a Graça sem que tremam perante uma lei justa e santa.
Por conseguinte, a lei serve ao mais necessário e bendito
propósito, e não deve ser removida do lugar que
ocupa.” – C.H. Spurgeon, The Perpetuity of the Law of God, pág.
11. Grifos meus.
WILLIAN CAREY TAYLOR: “Seria uma bênção
se cada púlpito do mundo trovejasse ao povo a voz divina
do Decálogo, pois a lei é o aio para guiar a Cristo.”
– W. C. Taylor, Os Dez Mandamentos, pág. 5. Grifos meus.
7º) – Deus não daria uma lei nas circunstâncias
que fez, para depois dizer que foi cancelada ou que só
valeria para um povo, uma época ou ocasião.
8º) – Na lei, específicamente no quarto mandamento,
está o selo de Deus, isto é: Seu Nome: “Senhor
teu Deus”. Seu cargo ou posição: “Criador do Universo“.
Território sobre que domina: “Os Céus e a Terra”.
Abolida, pois, a Lei de Deus, a idolatria se generalizaria na
proliferação de deuses a granel.
9º) – Se Deus diz que na Nova Aliança colocará
Sua lei no coração do crente, então ela
jamais seria transitória.
Meu amado, o texto de II Coríntios três, apresenta
apenas a função, – o propósito da lei.
Paulo jamais poderia concluir pela ab-rogação
dela neste texto isolado, senão contraditaria dezenas
de outros textos seus, que exaltam a Lei de Deus.
Portanto, transitório e fadado a extinção
foi o Velho Concerto que abrigava o Sistema Sacrifical – a lei
de Moisés, escrita num livro. Deut. 31:24.
PERCEBA ESTE DETALHE
II Coríntios 3: 13
“E não somos como Moisés, que punha um véu
sobre sua face, para que os filhos de Israel não olhassem
firmemente para o fim daquilo que era transitório.”
• Por que o véu era posto sobre o rosto de Moisés
e não sobre as tábuas de pedra?
• A Lei de Deus é fato consumado em toda a Bíblia,
e confirmado por todos os escritores bíblicos, inclusive
o próprio São Paulo.
“A glória do rosto de Moisés era muitíssimo
penosa para os filhos de Israel, por motivo de sua transgressão
da santa Lei de Deus. Isto é uma ilustração
dos sentimentos dos que violam a lei divina. Desejam remover
dela sua luz penetrante, que é um terror para o que a
transgride, ao passo que para os leais ela se afigura santa,
justa e boa. Apenas os que têm justa consideração
para com a Lei de Deus podem estimar devidamente a expiação
de Cristo, tornada necessária pela violação
da Lei do Pai.” – Mensagens Escolhidas, vol. 1 – pág.
232. E.G. White.
NB – Lembre-se de II Pedro 3:16. Leia o capítulo: “MÁXIMAS
PAULINAS”. Paulo deixa claríssimo que a Lei de Deus jamais
será abolida. Concluindo, ouça:
II Coríntios 3: 14-15
“.... Porque até hoje o mesmo véu está
por levantar na lição do Velho Concerto (nunca
Velho Testamento), o qual foi por Cristo abolido; e até
hoje, quando é lido Moisés, o véu está
posto sobre o coração deles.”
“Deles” quem? Paulo está se referindo aos “judaizantes.”
Paulo escreveu esta epístola em 52-54 d.C., nesta ocasião
os judeus teimavam em praticar o ritual abolido (Lei Cerimonial)
por Jesus ao morrer no Calvário. Somente no ano 70 com
a destruição do Templo pelos romanos é
que cessou definitivamente o que fora transitório.
A Lei Moral, tanto ao tempo de Moisés quanto em nossos
dias “nunca teve o poder para libertar uma pessoa do pecado”.
Esta atribuição pertence apenas a Cristo por meio
da Graça de Deus, facultado a todos “antes da fundação
do mundo”
A Lei Moral é o padrão do caráter e não
uma “avenida de salvação”. Portanto, o “véu
da incompreensão”só poderia ser removido daqueles
juidaizantes quando se convertessem a Cristo (II Cor. 3:16).
“SEMELHANÇAS ENTRE OS DOIS CONCERTOS”
1. Ambos são chamados concertos.
2. Ambos foram ratificados com sangue.
3. Ambos foram feitos com base na Lei de Deus.
4. Ambos foram feitos com o povo de Deus.
5. Ambos foram estabelecidos sobre promessas.
DESSEMELHANÇAS ENTRE OS DOIS CONCERTOS
Velho Concerto |
Novo Concerto |
Chamado velho concerto |
Chamado novo concerto. |
Chamado primeiro concerto |
Chamado segundo concerto. |
Um pacto temporário |
Um concerto eterno. |
Ratificado com sangue de animais |
Ratificado com o sangue de Cristo |
Era repreensível |
É uma melhor promessa. |
Estabelecido sobre as promessas do povo |
Estabelecido sobre as promessas de Deus. |
Não tinha mediador |
Tem um Mediador. |
Não continha providência para
perdão dos pecados |
Provê o perdão dos pecados. |
A lei foi escrita em pedras |
A lei é escrita no coração |
Era de obras |
É de graça. |
Obedece e vive |
Desobedece e morre. |
Arrepende-te e serás perdoado |
Crê e será salvo. |
O Velho |
O Novo |
Se. Se vós. Se vós fizerdes. |
Eu, Eu farei. |
Se vós fizerdes tudo. |
Eu farei tudo. |
Se vós fizerdes tudo, então – sereis |
Eu farei tudo e serei o vosso Deus, e vós o Meu
povo, e Eu serei o vosso Deus. sereis o Meu povo.” |
Est. Bíb. pág. 367. |
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