CAPÍTULO 12
HOMEM! MORTAL OU IMORTAL?
• Que é o Homem?
• Depois da Morte, que Sobra?
• Corpo, Alma e Espírito?!
• Imortalidade? Quando?
Nosso século é conhecido por seu extraordinário
avanço tecnológico, e na ciência tem-se buscado
a resposta para a inquietante pergunta: “Que é o homem?”
A despeito dos esforços despendidos no afã de respondê-la,
a incógnita persiste.
Alexis Carrel, famoso cientista e Prêmio Nobel de Filosofia,
declarou que o homem é “um grande desconhecido e estranho.”
Da ciência escorregou-se para a filosofia, numa tentativa
super-humana de satisfazer a tremenda curiosidade: “Que é
o homem?”
“Por séculos a idéia sobre o homem tem sido influenciada
pelo filósofo grego Platão. Ele sugeriu que o homem
consiste em duas partes: a alma imortal e o corpo corrupto, mortal.
Esses dois elementos ele via como totalmente diferentes: um eterno
e bom, outro mau, fraco e temporário. Durante a vida na
Terra, ensina Platão, a alma tem de residir no corpo, como
numa prisão de que se vê livre na morte. Ele fala
do corpo como ‘fonte de intermináveis problemas’, e cria
que o puro conhecimento de tudo poderia ser alcançado quando
a alma se libertasse do corpo.” – Lição da Escola
Sabatina, 1975, pág. 29.
Esta idéia platônica choca-se de frente com o ensino
bíblico de que o “corpo é o templo do Espírito
Santo” (I Cor. 6:19). Daí, nota-se o grande contraste “entre
a idéia do corpo como uma prisão da alma e o conceito
bíblico de que ele é o templo do Espírito
Santo”. Por outro lado, a Bíblia é clara ao afirmar
que o homem foi criado por Deus como “alma vivente” (Gên.
2:7). Ele não “abriga uma alma” dentro de si, ele próprio
é uma “alma vivente”.
O entendimento a respeito do corpo e da alma levará o
homem a determinar o seu conceito sobre a morte e o espiritismo.
Portanto, é necessário discernir pelo estudo do
santo Livro o que é um e o que é o outro.
QUE É O HOMEM?
O homem, esse ser maravilhoso, feito um pouco menor que
os anjos, tem sido objeto de muitas especulações
quanto à sua estrutura. E perguntas como – O que é
o homem? Tem ele uma alma? Sai dele, quando morre, uma entidade
abstrata que vai se incorporar em outro ser, racional ou irracional?
Estas são indagações cotidianas.
Para essas perguntas, a Bíblia somente tem a resposta,
e nós a estudaremos para descobrir a verdade a respeito.
O primeiro passo é sabermos o que é o homem. A Bíblia
diz:
Gênesis 2: 7 – “E formou o Senhor Deus o homem do pó
da terra, e soprou em
seus narizes o fôlego da vida, e o homem foi feito alma
vivente.”
(Isa. 29:16; 45:9; I Cor. 15:45).
Veja como é simples: Deus uniu dois elementos: Boneco de
barro e fôlego de vida, o que resultou em uma alma vivente,ou
seja: um ser vivente, e este ser vivente só existirá
através da junção destes dois elementos que
o trouxeram à existência, isto é: corpo (boneco
de barro) e fôlego de vida.
Para você entender claramente, observe o seguinte:
• A luz elétrica é a resultante da união
de dois elementos: energia ou corrente elétrica, mais a
lâmpada. Desta união, temos a brilhante luz.
• A cadeira não tem cadeira, ela é uma cadeira,
que é a união de pregos e madeira.
• A mistura de tinta azul com tinta amarela resulta na cor verde.
O verde não tem verde, ele é verde.
Claro que a corrente elétrica só, não ilumina.
A luz é o resultado da união normal da energia ou
corrente elétrica com a lâmpada. Se você cortar
o fio que leva a eletricidade até a lâmpada, esta
não produzirá luz. Da mesma maneira, a lâmpada
só, sem energia, também não ilumina.
O verde também só existirá quando continuarem
misturados o azul e o amarelo. Estas cores, azul e amarelo, são
cores básicas e têm existência própria;
o verde, porém, é uma cor derivada e só existirá
quando estiverem perfeitamente misturados o azul e o amarelo.
Desta forma, a “alma” é o resultado da união destes
dois elementos utilizados por Deus ao criar o homem: o pó
da terra e o fôlego de vida. Ambos se juntaram e produziu-se
uma alma vivente – o homem.
O corpo por si só não pode pensar, agir, arrazoar.
Porém, Deus, ao introduzir nele o fôlego de vida,
tornou-o mais que uma simples matéria. Entrementes, assim
como a corrente elétrica, só, não ilumina,
da mesma maneira o fôlego de vida só não pode
pensar, arrazoar, sentir, chorar, sofrer, nem realizar alguma
função de vida inteligente.
Mas, a união do fôlego de vida (que é a própria
vida dada por Deus) com o pó (barro) produziu imediatamente
um homem inteligente, com capacidade de raciocinar, sonhar, sentir,
pensar, agir, decidir. Portanto, a idéia de que o homem
tem uma alma dentro de si é contrária à Bíblia.
O homem, tornou-se sim, uma alma vivente. Ele não tem uma
alma, ele é uma alma.
Assim, fica fácil entender as expressões bíblicas:
“Minha alma tem sede de justiça...”
“ Minha alma clama ao Senhor... ”
“Louco! esta noite pedirão a tua alma...”
“Alma, tens em depósito muitos bens, etc...”
São expressões de linguagem que denotam todo o desejo
do homem em direção ao seu Criador. É o mesmo
que dizer: “Eu tenho sede... eu clamo... você morrerá
esta noite... ela, ele, eu, você, temos muitos bens, etc.
De toda a criação, foi o homem o único ser
que não surgiu por uma ordem de Deus, mas foi feito pelas
Suas próprias mãos, moldado com todo carinho e depois
soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o “boneco” de
barro transformou-se numa criatura, uma alma vivente, um ser racional
e inteligente.
O apóstolo Paulo confirma esta verdade afirmando: “...o
primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente...” (I
Cor. 15:45). E João abona a palavra paulina: “E o segundo
anjo derramou a sua salva no mar, que se tornou em sangue como
de um morto, e morreu no mar toda alma vivente.” Apoc. 16:3.
Portanto, não somente o homem, mas também todos
os animais têm o mesmo fôlego provindo de Deus para
tornarem-se almas viventes, criaturas viventes (Lev. 11:10, 46).
O livro da Gênesi do mundo, fornece, entre outros, o seguinte
texto esclarecedor:
Gênesis 7: 21-22
“E expirou toda a carne que se movia sobre a terra, tanto de ave
como de gado e de fera, e de todo réptil que se roja sobre
a terra, e todo homem, tudo o que tinha fôlego de espírito
de vida em seus narizes, tudo o que havia no seco morreu.”
Note, irmão, a clareza do texto: animais, aves, peixes
e homens... todos têm o mesmo fôlego de vida, que,
ao lhes ser retirado, morrem. Salomão esclarece da seguinte
maneira:
Eclesiastes 3: 19-20
“Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso também
sucede aos animais; a mesma coisa lhes sucede; como morre um,
assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego; e a
vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma,
porque todos são vaidade. Todos vão para o mesmo
lugar, todos são pó, e ao pó tornarão.”
Fica claro então que, no tocante ao fôlego (Sal.
150:6), não há diferença entre o homem e
o animal. Ambos respiram, vivem e morrem quando lhes é
retirado o fôlego de vida. Por isso não tem vantagem
nenhuma o homem sobre o animal. A grande diferença, porém,
é que, aos olhos de Deus, o homem está em uma posição
muito elevada. O animal morre, desaparece e fica por isso mesmo.
Com o homem, porém, é diferente. Se ele quiser,
está ao seu alcance uma vida eterna que lhe é concedida
pelo Filho de Deus, morto em uma cruz. Só aqui, portanto,
reside a grande diferença entre a alma vivente (animal
racional) e a alma vivente (animal irracional).
A expressão fôlego de vida é algumas vezes
empregada de forma diferente pelos escritores inspirados, como
por exemplo:
Jó chama de alento e sopro — Jó 27:3
De espírito — Jó 14:10-12
Davi chama de respiração — Sal. 104:29
De espírito — Sal. 146:4
Salomão chama de fôlego — Ecl. 3:19
De espírito — Ecl. 12:7
Tiago já chama de vapor — Tiago 4:14
Moisés chama de sopro — Êxo. 15:8
De espírito — Gên. 7:22.
“O conceito de vida imediatamente após a morte jamais
foi apresentado na parte hebraica ou grega da Bíblia. Originou-se
com a filosofia grega e penetrou no judaísmo no período
helenista (entre o quarto e o primeiro séculos antes de
Cristo). Os fariseus assimilaram de fontes gregas a doutrina da
imortalidade da alma. Essa doutrina veio para dentro da Igreja
Cristã principalmente por influência do autor judeu
Filo e os teólogos cristãos de Alexandria: Clemente
(cerca de 150 a 215 d.C.) e Orígenes (cerca de 185 a 254
d.C.). A doutrina da imortalidade da alma é a base do espiritismo
e também da filosofia da Nova Era.” – Lição
da Escola Sabatina, nº 12, pág. 2, – l5/9/1996.
DEPOIS DA MORTE, O QUE SOBRA?
MORTALIDADE da alma tem sido um assunto divergente entre a cristandade,
embora seja claro na Bíblia. Antes da mistura do paganismo
com o cristianismo, não se cria que os santos ao morrerem
iam para o Céu.
A origem da natalidade aconteceu com a ordem de Deus: “...multiplicai-vos
e enchei a Terra...” (Gên. 1:28). A mortalidade, porém,
lamentavelmente se deu, quando o homem desobedeceu a ordem expressa
do Criador, dando ouvidos à serpente, representante de
Satanás.
Quando criados Adão e Eva, foi-lhes oferecido para habitação
um lindo jardim. De todas as árvores frutíferas
poderiam utilizar; inclusive do fruto da árvore da vida,
para que este lhes prolongasse a existência. O Senhor, porém,
submeteu-os a um teste, proibindo-lhes tocar no fruto de uma determinada
árvore que estava no centro do jardim. Representava a Lei
de Deus, a vontade divina. Tocar ou não naquela árvore,
revelaria a linha de conduta do casal. E então a voz de
Deus ecoou:
Gênesis 2:17
“Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não
comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente
morrerás.”
Satanás, porém, referindo-se a este fruto, afirmou
categoricamente:
Gênesis 3:4 – “CERTAMENTE NÃO MORRERÁS.”
Como pai da mentira que é, Satanás utilizou as mesmas
palavras divinas, colocando acintosamente a mentira no meio. Eva,
tristemente, esqueceu-se da palavra de Deus para atender ao malígno
e, por isso, muitos a condenam. Mas, grande parte da cristandade
hoje dá ouvidos a esta mesma voz, crendo na mesma mentira:
“certamente – não – morrerás.”
Para mostrar que o homem não era imortal, mas possuía
imortalidade condicional à sua obediência, a primeira
e imediata providência de Deus após o pecado foi
vedar-lhe o caminho da árvore da vida. Por quê? Para
que o homem não se tornasse um pecador imortal. Aqui a
prova:
Gênesis 3:22-24
“... Ora, pois, para que não estenda a sua mão,
e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente...
o lançou fora do Jardim do Éden... pôs querubins
ao oriente do Jardim do Éden, e uma espada inflamada que
andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.”
Ora, que maior prova existe que não essa? O homem não
poderia mais comer do fruto da árvore da vida, para não
viver eternamente, isto é: tornar-se imortal. Evidentemente,
provado está que ele não possuía imortalidade
própria, mas que esta lhe era emprestada por Deus, sob
esta condição: obediência.
Assim, o primeiro plano de Satanás (e o realizou) foi levar
Adão e Eva a transgredirem a vontade divina. O segundo
plano diabólico era levá-los a comerem do fruto
da árvore da vida, perpetuando assim o pecado (mas foi
frustrado, graças a Deus). A verdade prevaleceu, o homem
tornou-se mortal. Os escritores bíblicos são, nisto,
concordes. Eis o testemunho de alguns:
Davi: – “Que é o homem mortal para que te lembres dele?”
(Sal. 8:4).
Paulo: – “... Cristo também vivificará os vossos
corpos mortais” (Rom. 8:11).
“... isto que é mortal se revestir da imortalidade” (I
Cor. 15:54).
“Jesus Se manifeste também em nossa carne mortal” (II Cor.
4:11).
“... revestidos para que, o mortal, seja absorvido pela vida”
(II Cor. 5:4).
A mortalidade inerente da alma é uma doutrina clara da
Bíblia, e o apóstolo Paulo, de uma forma abrangente,
eficaz e cristalina, a endossa. Veja:
I Timóteo 1:17; 6:16
“Ora, ao Rei dos séculos, imortal... Aquele que tem, Ele
só, a imortalidade...”
Se só Deus é imortal, Suas criaturas, evidentemente,
são mortais.
A imortalidade que o homem possuia antes de pecar era derivada
de Deus. Tinha-a ao comer do fruto da árvore da vida, enquanto
obedecesse ao Senhor. Mas, quando deu ouvidos à serpente,
transgrediu, tornando-se, portanto, mortal. É o que ensina
a Bíblia. E, ao morrer a pessoa, a Bíblia responde:
Eclesiastes 12:7
“E o pó volte à terra, como era, e o espírito
volte à Deus, que o deu.”
Isto é: o corpo (matéria), que é barro, volta
ao pó, mas o fôlego de vida (aqui traduzido por espírito),
volta a introduzir-se em Deus, que é o grande autor da
vida. E, o que acontece? Simples: o homem deixa de existir.
É a mesma coisa que separar o azul do amarelo: o verde
desaparece. Ao desligar-se a corrente elétrica da lâmpada,
a luz se acaba. Da mesma sorte, a cadeira: lançada no fogo
sua madeira e enterrados os pregos, ela deixa de existir.
Infelizmente, muitos não aceitam esta simples verdade,
mas os escritores sacros crêem assim, afirmando que, no
desenlace, não sai uma entidade abstrata, para que seja
galardoada, recompensada ou não, indo ao Céu ou
ao inferno. Dizem, sim, que vão para a sepultura. Por exemplo:
Jó 14:14, 21; 19:25 e 26; Sal. 115:17; 6:5; e muitas outras
passagens.
A significativa expressão: “tu és pó e ao
pó tornarás” (Gên. 3:19), estabelece a natureza
mortal, clara e evidente do homem. Poderá, no entanto,
alguém questionar, naturalmente, os que advogam a tese
da imortalidade, e dizer: “Perece o corpo, a alma não.”
Então perguntarei: Onde está a sede do amor, da
inveja, do ódio; no “corpo” ou na “alma”? Provavelmente
você dirá que é na alma, ou espírito,
memória, pensamento, consciência, etc. Então,
a Bíblia dissipa as dúvidas:
Salmo 146:4, Eclesiastes 9:6
“Sai-lhes o espírito (fôlego de vida) e eles tornam-se
em sua terra (sepultura – pó); naquele mesmo dia (o de
sua morte) perecem os seus pensamentos... até o seu amor,
o seu ódio, a sua inveja já pereceram, e já
não têm parte alguma neste século, em coisa
alguma do que se faz debaixo do Sol.”
Pois bem, perece tudo na dissolução do corpo. (
Isaías 38:18 e 19). Portanto, irmão, ensina a Bíblia
que o homem é mortal. Não tem uma alma fluídica
dentro de si; ele é uma alma vivente, nada mais. Quando
morre, vai para a sepultura e o fôlego de vida volta para
Deus, e tudo jaz em completo esquecimento.
Se naquele mesmo dia (o da morte), perecem todos os pensamentos,
claro está que não há consciência após
a morte. Não fica o espírito pensando, agindo com
raciocínio, seja no Céu, no purgatório, no
além, no inferno ou nalgum paraíso.
Se alguém ainda contestar o claro ensino das Escrituras,
outra vez arrazoarei: Que dizer de Jesus quando afirmou que Lázaro,
o irmão de Maria e Marta, que havia morrido há 4
dias, estava dormindo? (João 11:11). E depois, categoricamente,
afirma: “Lázaro está morto” (João 11:14).
Queria o Senhor ensinar que a morte é um sono e este é
passado na sepultura, em completo esquecimento. Note ainda: Jesus
não disse para Lázaro descer do Céu; certamente
sendo Lázaro um bom cristão, ao morrer, deveria
estar lá, consubstanciado na crença imortalista
de hoje, mas Jesus, fitando a sepultura, disse: “Lázaro,vem
para fora”. João 11:43.
Pense bem: Se Lázaro estivesse gozando as delícias
celestiais após morrer, ele gostaria que Jesus o trouxesse
de volta a esta terra de pecado, ódio, guerra, maldade,
tristeza, enfermidade e morte? E Jesus, o traria?
É, meu amado, o ensino claro da Bíblia é
que a morte é um sono. “O pó volte ao pó,
e o espírito (fôlego de vida) volte à Deus.”
Ah, mas isso é muito simples! É simples demais para
se crer, dirão os teólogos. Então, ouça:
Quando Jesus deu graças ao Pai por ter ocultado “estas
coisas aos sábios e entendidos, e as revelado aos pequeninos”
(Mateus 11: 25-26), Ele está dizendo, certamente, que algumas
coisas são, de fato, escondidas dos pesquisadores sofisticados
(PHD’s, MHD’s e Doutores em Divindade). Tornar-se como crianças
é a atitude que Jesus disse ser mais adequada para se estudar
a Bíblia.
ESPIRITISMO ENCOBERTO
A doutrina fundamental espírita, e ramos congêneres,
é que o homem tem uma alma dentro de si, que lhe sai ao
morrer e vai reencarnar-se neste ou naquele ser vivo.
Ora, o cristão que crê tenha o homem uma alma, que
lhe sai por ocasião da morte, indo ao Céu ou ao
inferno, antes de mais nada, já está pensando igual
ao espiritismo, apenas com a diferença dos fins propostos.
Torna-se, sem o perceber, em um espírita em potencial,
compreende?
PENSE NISSO: Terá a alma braços, pernas, cabeça
com raciocínio, sentimento, emoções? Se a
alma que sai do morto tem estes elementos e sentidos, jamais poderá
ser uma alma, e sim uma pessoa. Uma pessoa reluzente, translúcida,
diáfana ou transparente, mas, uma pessoa semelhante às
que vivem neste Planeta. E, se assim é, temos de admitir
que, uma pessoa sai de dentro de outra pessoa quando morre, e
aí complica ainda mais. Certamente favorecerão os
“fantasmas.”
A verdade é que, no Céu ou no inferno, as “almas”
terão que ter sentimentos que as levem a gozar as delícias
do paraíso ou sofrer os horrores do fogo do inferno, senão
a recompensa e o castigo não seriam fisicamente efetivados.
O que sai do homem quando morre, vai para Deus e retorna-lhe na
ressurreição, é apenas o fôlego de
vida emprestado por Deus a todos os seres viventes.
CORPO, ALMA E ESPÍRITO
Admitem muitos irmãos da atualidade que o homem tem dupla
natureza, ou seja: Corpo e Alma. Outros acrescentam o Espírito.
(São as teorias dicotomista e tricotomista). No entanto,
estes conceitos são terminantemente contrários à
Bíblia, pois esta ensina que o homem é o resultado
direto de dois elementos: pó da terra (corpo, matéria)
e fôlego de vida ou “espírito”, de cuja junção
resultou uma alma vivente – um ser vivente, racional, pensante,
com capacidade intelectiva e moral, etc. Gên. 2: 7.
Três textos, pelo menos (I Tess. 5: 23; Mat. 10: 28; Zac.
12:1), são sempre utilizados apressadamente, a fim de sancionar
a crença de que o homem possui uma “entidade” que lhe sai,
ao morrer, tomando rumos do Céu ou inferno; respectivamente,
o bom e o mau, tratando-se de cristão ou ateu. Sendo espírita,
o destino pode ser um animal, doente físico, etc.
Antes de nos atermos a tais doutrinas, cujos textos estudaremos
à frente, descubramos o que são “espírito”
e “alma”, segundo os escritores sagrados.
As Santas Escrituras são pródigas em oferecer salutares
conselhos e sábios ensinamentos que edificam e desanuviam
as dúvidas humanas. Há, contidas nelas, 390 referências
à “alma” que, após compulsadas, o leitor atento
notará os diversos sentidos em que aparece, mas NUNCA financiando
a doutrina da imortalidade natural ou inerente. Basta um conjunto
de versículos para comprovação; deles me
valerei, embora que suscintamente, pois o espaço assim
o exige.
O vocábulo “alma”, do hebraico nephesh, e grego, psyché,
pode ser traduzido de várias maneiras, como, por exemplo:
“ ALMA” – COM CONOTAÇÃO DE “VIDA”
Levíticos 17: 11
“Porque a alma (vida) da carne está no sangue; pelo que
vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação
pelas vossas almas (vidas); porquanto é o sangue que fará
expiação pela alma (vida, pessoa).”
Levíticos 17:14
“Porquanto (o sangue, v. 13) é a alma (vida) de toda carne;
o seu sangue é pela sua alma (vida); ... tenho dito aos
filhos de Israel: não comereis o sangue de nenhuma carne,
porque a alma (vida) de toda carne é seu sangue...”
Atos 20:10
“Paulo porém, descendo, inclinou-se sobre ele e, abraçando-o
disse: Não vos perturbeis, que a sua alma (vida) está
nele.”
E mais estes textos: Gên. 9:4 e 5; I Reis 19:14; Jó
6:11; Mar. 3:4; II Cor. 12:15; Heb. 10:39; Mat. 16:26; Luc. 12:20;
Mat. 11:29; Mar. 8:37, etc.
“ALMA” – COM CONOTAÇÃO DE “PESSOA”
Gênesis 46:27
“E os filhos de José, que lhe nasceram no Egito, eram duas
almas (pessoas). Todas as almas (pessoas) da casa de Jacó,
que vieram do Egito, foram setenta.”
Levíticos 17:12 –“... Nenhuma alma (pessoa) de entre vós
comerá sangue...”
Atos 7:14 – “... sua parentela, que era de setenta e cinco almas
(pessoas).”
Atos 2:41 – “Naquele dia agregaram-se quase três mil almas
(pessoas).”
Atos 27:37 – “E éramos... duzentos e setenta e seis almas
(pessoas).”
E mais estes textos: Gên. 36:6; 46:15, 18, 22, 25 e 26;
Lev. 17:10, 15; Jer. 52: 29 e 30; Eze. 13:18-20; 22:25; Sal. 109:20;
Prov. 11:30; Atos 3:23, etc.
“ALMA” – COM CONOTAÇÃO DE “CORAÇÃO”
Gênesis 34:3
“E apegou-se a sua alma (coração) com Diná,
filha de Jacó, e amou a moça...”
I Samuel 20:17
“E Jônatas fez jurar a Davi de novo, porquanto o amava...
com todo o amor da sua alma (coração).”
I Reis 11:37
“E te tomarei, e reinarás sobre tudo o que desejar a tua
alma (coração), e serás rei sobre Israel.”
Atos 2:43 – “Em toda a alma (coração) havia temor...”
E mais estes textos: Sal. 42:5; Ecl. 6:2; Cant. 3:4: Miq. 7:3;
Mar. 14:34, etc.
PENSE – O indivíduo pode diversificar sua dialética,
direcionar seu raciocínio, perder-se em questiúnculas,
nestas conotações; mas nunca poderá negar
que a “alma” é o homem, o ser vivo, a pessoa humana.
O vocábulo “espírito”, que em hebraico é
neshamah ou ruach; e em grego, pneuma, é empregado, na
Bíblia, também em diversos sentidos, a saber:
“ESPÍRITO” – COM CONOTAÇÃO DE FACULDADES
MORAIS –
ÍNDOLE – CARÁTER – PENSAMENTO – SENTIMENTO
Salmo 51:10
“Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e
renova em mim um espírito (caráter, índole)
reto.”
Lucas 1:17 – “E irá adiante dele no espírito (caráter)
de Elias...”
I Coríntios 4:21
“Que quereis? Irei ter convosco com vara ou com amor e espírito
(sentimento) de mansidão.”
Filipenses 1:27
“...quer vá e vos veja... e ouça acerca de vós
que estais num mesmo espírito (pensamento), combatendo
juntamente... pela fé do evangelho.”
E mais estes textos: II Tes. 2:2; Rom. 1:9; 7:6, etc.
“ESPÍRITO” – COM CONOTAÇÃO DE SABEDORIA
– DISCERNIMENTO –
RACIOCÍNIO – CONHECIMENTO.
Lucas 1:80
“E o menino crescia, e se robustecia em espírito (conhecimento)...”
Mateus 5:3
“Bem-aventurados os pobres de espírito (raciocínio),
porque deles é o reino dos Céus.”
E mais nestes textos: Êxo. 31:3; Núm. 14:24, etc.
“ESPÍRITO” – COM CONOTAÇÃO DE – ÂNIMO
– ENERGIA
Gênesis 45:27
“Porém, havendo-lhe eles contado todas as palavras de José...
reviveu o espírito (ânimo) de Jacó.”
Jó 17:1 – “O meu espírito (energia, ânimo)
se vai consumindo...”
Salmo 143:7
“Ouve-me depressa, ó Senhor; o meu espírito (ânimo)
desfalece; não escondas de mim Tua face...”
Juízes 15:19
“Então o Senhor fendeu a caverna que estava em Leí,
e saiu dela água; e bebeu, e o seu espírito (ânimo)
tornou, e reviveu...”
Mais estes textos: I Sam. 30:12; Prov. 15:13; 17:22; Eze. 18:31;
Dan. 7:15; Ageu 1:14, etc.
“ESPÍRITO” – COM CONOTAÇÃO DE FÔLEGO
– RESPIRAÇÃO – SOPRO
Gênesis 7:15
“E de toda a carne, em que havia espírito (fôlego)
de vida, entraram de dois em dois para Noé na Arca.”
Jó 14:10
“Mas, morto o homem é consumido; sim, rendendo o homem
o espírito (fôlego), então onde está?”
Eclesiastes 12:7
“E o pó volte à terra como era, e o espírito
(fôlego) volte a Deus, que o deu.”
Lucas 8:55
“E o seu espírito (fôlego, respiração)
voltou, e ela logo se levantou; e Jesus mandou que lhe dessem
de comer.”
Mais estes textos: Jó 27:3; Apoc. 11:11, etc.
“ESPÍRITO” – COM CONOTAÇÃO DE – VIDA
Jó 12:10
“Que está na sua mão a alma (vida) de tudo quanto
vive; e o espírito (vida) de toda carne humana.”
Apocalipse 13:15
“E foi-lhe concedido que desse espírito (vida) à
imagem da besta...”
“ESPÍRITO” – COM CONOTAÇÃO DE – ANJO
Atos 8:26, comparar com o verso 29; Heb. 1:13-14, etc.
“ESPÍRITO” – PODER DIVINO – ESPÍRITO DE
DEUS
Gên. 1:2; Isa. 44:3; 61:1; I Cor. 6:19, e mais 301 textos.
OBSERVAÇÃO – Das 283 passagens bíblicas sobre
“espírito” (excetuando-se as 305 que mencionam espírito
– Poder Divino), e nas conotações apresentadas,
nada há indicativo de que sai de dentro do homem algo que
tenha forma e se identifique como um ser – vaporoso, translúcido,
silhuético ou fantasmagórico.
IMPORTANTE – Conquanto haja nas Escrituras estas variadas formas
em que alma e espírito são empregados, não
há em nenhuma delas qualquer indício que signifiquem
uma “entidade abstrata que sobrevive à matéria”.
Não há na Bíblia nenhum texto que autorize
a doutrina de uma alma ou um espírito imortais. Só
Deus é imortal. I Tim. 1:17; 6:16.
ELUCIDANDO O ASSUNTO
Isaías 11:2
“E repousará sobre Ele o Espírito do Senhor; o espírito
de sabedoria, e de inteligência, o espírito de conselho
e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do
Senhor.”
Como se vê, há tantos e tão variados significados
esclarecedores de espírito, que é irrecusável
sua aceitação de que em muitos lugares são
expressões metafóricas, figuras de linguagem ou
mesmo sinédoque (comparações simultâneas).
Jamais poderemos confundir o espírito como uma personalidade,
um ser (não me refiro à Terceira Pessoa da Trindade),
para que não venhamos a admitir que só de uma vez
“repousou” no Senhor Jesus quatro espíritos.
O testemunho fiel das Escrituras é que “Deus é Espírito,
os anjos são seres espirituais, mas nunca o homem.”
Assim sendo, ficará fácil entender os textos que
têm confundido muitos sinceros estudantes da Bíblia,
como sejam:
I Reis 17:22
“E o Senhor ouviu a voz de Elias, e a alma (vida-fôlego)
do menino tornou a entrar nele.” (A alma que saiu do menino é
a centelha de vida = fôlego).
Gênesis 35:17 e 18
“E aconteceu que, tendo ela (Raquel) trabalho em seu parto...
saindo-se-lhe a alma (vida, sangue) (porque morreu)...”
Observação – Raquel teve uma hemorragia e perdeu
todo o sangue (alma), morrendo em seguida (Ler: Lev. 17:11, 14).
I Coríntios 5:5
“Seja entregue a Satanás para destruição
da carne, para que o espírito (caráter) seja salvo
no dia do Senhor Jesus.”
O apóstolo está corrigindo a “complicada” Igreja
de Corinto. Nos versos 3 e 4 menciona dois outros “espíritos”
que, com mais este do verso 5, precisam ser entendidos corretamente,
pois Paulo não está dizendo que o homem tem duas
“coisas” que podem ser divididas, uma para Satanás, outra
para Deus.
Evidentemente, Paulo está realçando aqui a lúcida
doutrina da ressurreição. O “dia do Senhor Jesus”
é a Sua segunda vinda, quando então serão
ressuscitados todos os salvos, com a restituição
do fôlego de vida, já que este lhes foi retirado
ao morrerem. Efetivamente, na morte ocorre o que é simples
e fácil de se entender. A “carne” (pó, corpo, barro)
volta ao pó, e o espírito (fôlego de vida)
volta a Deus. O caráter do homem é que será
salvo, e isto é comprovado no fato de que, ao ressuscitar,
virá à sua memória, de imediato, os últimos
pensamentos, com os quais morrera. Na ressurreição,
Deus volta a recompor o homem, agora com um corpo glorificado;
devolve-lhe a mesma vida (fôlego) que o faz recuperar sua
capacidade intelectiva e moral.
Lucas 1:17
“E irá adiante dele no espírito... de Elias, para
converter os corações dos pais aos filhos, e os
rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar
ao Senhor um povo bem disposto.”
Alegar que este texto financia a existência de um espírito
que pode sair da pessoa é o máximo na falta de compreensão
bíblica. Sim, pergunto, que “espírito” seria, já
que Elias não morreu! (foi sepultado vivo? II Reis 2).
A vinda de Elias foi uma profecia (Mal. 4:5) que se cumpriu fielmente
com o primo de Jesus. João iria efetuar a mesma obra que
Elias realizou, isto é: uma reforma espiritual, preparando
o caminho do Senhor (Mat. 17:10-13). Somente isto!
I Tessalonicenses 5:23
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso
espírito e alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis
para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”
OBSERVAÇÃO – Esta expressão tricotômica
“é uma forma redundante e enfática de definir a
personalidade integral do homem”. Em outras palavras: Paulo, desejando
preparar um povo especial, como é o povo que aguarda a
volta de Jesus, usa uma expressão global para designar
o homem no sentido lato da palavra, na santificação
de todo o seu ser para ter a aprovação do Céu.
Paulo desejava que todas as faculdades morais e espirituais, bem
como o próprio templo (corpo, I Cor. 3:16) do crente, estivessem
preparados para o grande dia de Deus (a volta de Jesus).
Hebreus 4:12
“Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante
do que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão
da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é
apta para discernir os pensamentos e intenções do
coração.”
OBSERVAÇÃO – Esta é outra expressão
“redundante e enfática”. Aqui, Paulo suprime o termo corpo,
mas subentende-se que ele (nas entrelinhas) está nas “juntas
e medulas”. Entretanto, este texto quer dizer, nada mais, nada
menos, que a Bíblia, quando examinada por um “coração”
sincero, penetra até os recônditos de seu ser. Seu
poder transformador é inegável.
Mateus 10:28
“E não temais os que matam o corpo (matéria, barro),
e não podem matar a alma (vida); temei antes Aquele que
pode fazer perecer no inferno a alma (vida) e o corpo (matéria).”
OBSERVAÇÃO – Atente primeiro para a palavra perecer.
Jesus não deixa dúvida de que tudo vai acabar (acabar
e não continuar queimando). Portanto, tudo que se force
aqui para provar a imortalidade ou imperecibilidade da alma cairá
no vácuo. O que está claro neste texto e se com
ele alguém deseja provar alguma coisa, é que a alma
perece. Por conseguinte, ela não é imortal.
Jesus ensina aqui que o homem pode matar, isto é, fazer
alguém cessar de viver, mas jamais poderá impedir
a ressurreição de um justo, o que não se
dá com Deus, que pode matar o corpo e fazer a vida desaparecer
por completo, entretanto, tal só se dará com os
ímpios, e com o fogo que os destruirá Ele purificará
a Terra para se tornar a morada dos salvos. Na ressurreição,
Deus dará novo corpo e a mesma vida (fôlego), pois
que Ele é a própria vida, a fonte, “usina geradora”
de vida.
Específicamente neste texto, alma tem o sentido de “vida”,
a “natureza espiritual do homem”. E não é difícil
admitir esta verdade quando aceitamos o que diz a Bíblia,
que o homem não tem uma alma, mas ele é uma alma.
Uma alma vivente, que foi o resultado da inoculação
do fôlego de vida por Deus no boneco de barro, que imediatamente
lhe deu raciocínio, a capacidade de amar, sonhar, sentir,
viver, enfim. A “matriz” divina é perfeita, inquestionável,
insubstituível.
Para ilustrar e facilitar sua compreensão, voltemos ao
passado. Os mártires, aqueles cristãos perseguidos
e mortos impiedosamente de várias maneiras, morreram na
fé. Os ímpios mataram seus corpos – tiraram-lhe
a vida; mas não lhe mataram a esperança da ressurreição
nem a promessa de uma vida eterna. Em suma, irmão amado,
nenhuma parte das Escrituras, e muito menos este texto, ensinam
que há uma “entidade abstrata e imortal, que sobrevive
à matéria.”
SINTETIZANDO – Os passos dados pelo Criador, com clareza, em Sua
palavra, com a simplicidade de uma criança, é que:
Ele fez um boneco de barro (estátua), soprou em suas narinas
o fôlego de vida e o boneco tornou-se uma alma vivente,
com raciocínio, emoções e sentimento. Gên.
2:7. Exemplo:
BONECO DE BARRO + FÔLEGO DE VIDA = ALMA VIVENTE
Não foram colocados dentro do boneco, uma alma nem um espírito.
Ele tornou-se uma alma vivente.
OBSERVAÇÃO – Enquanto a alma vivente
respirar, estará viva. Continuará sendo alma vivente.
Mas, tão logo pare de respirar, tornar-se-á alma
morta.
PROVAS: – Sal. 104:29 – “...se lhes tiras a respiração
(fôlego), morrem.”
Ecl. 12:7 – “E o pó (boneco) volte à terra, como
era, e o espírito (fôlego) volte a Deus, que o deu.”
Tiago 2:26 – “...o corpo (boneco) sem o espírito (fôlego)
está morto...”
RESULTADO: ALMA VIVENTE – FÔLEGO DE VIDA = ALMA
MORTA
Completo esquecimento – Sal. 146:4; Ecl. 9:6. Evidente, o que
faz viver o corpo é o fôlego.
Inquestionavelmente, o “espírito” é a mais clara
tradução de “fôlego”, e deve assim ser aceito
pelos cristãos, pois que, um “espírito” (ser fluídico,
etéreo, reluzente, translúcido, personalizado, fantasmagórico
ou coisa parecida) que “desencarna”, “se purifica” através
de “gradação”, “reencarna”, “que sobrevive à
matéria”, etc... é doutrina exclusiva do espiritismo
e deve ser abandonada, retirada dos arraiais do Senhor, por aqueles
que se preparam para o Céu.
Além da lógica, há uma enorme coerência
em aceitar seja o homem uma alma. Não há dentro
dele mais dois seres. Acompanhe as conjecturas seguintes e veja
se não é melhor aceitar a simplicidade eloquente
de Gênesis 2:7.
Diz o profeta que, “a alma que pecar, essa morrerá...”
(Eze. 18:20). Pergunto, então, aos que aceitam tenha o
homem uma alma e um espírito, que lhe saem por ocasião
da morte:
– Se a alma pecar, o que ocorre com o corpo e o espírito?
Ou, neste caso, quem pecará de fato: A alma, o corpo, ou
o espírito? – Se só a alma pecar, o corpo e o espírito
devem ou não morrer?
A doutrina evangélica crida hoje é que, ao morrer
o homem, sendo bom, vai para o Céu; sendo mau, para o inferno,
imediatamente. Então, consideremos:
JUSTO – Quem vai receber o galardão? O corpo, a alma, ou
o espírito?
ÍMPIO – Quem será castigado? O corpo, a alma, ou
o espírito?
O ensino doutrinário das Igrejas Neo-Pentecostalistas,
conforme o Prof. A. Gilberto, do Instituto Bíblico Pentecostal,
é que, quem peca é a alma (ser vivo que vive dentro
do homem, segundo seu ensino). Sendo assim, permita-me levantar-me
como advogado do corpo e do espírito; sim, porque estes
não podem ser responsabilizados pelo pecado da alma e,
dessa forma não podem se perder. E aí o veredicto
insofismável será:
• A alma vai para o inferno.
• O corpo e o espírito para o Céu.
Vê o despenhadeiro que nos apresenta quando se intenta colocar
alguma coisa dentro do homem? Ficará complicado tirá-la
dali depois. Este é um argumento que nos é inteiramente
favorável para a aceitação correta de que
a alma é o homem in-totum.
Querido irmão, não compliquemos o que é simples
e fácil. Alma, proferida pelos diversos escritores bíblicos
– “Minha alma clama, suspira e desfalece”. “Bendize, ó
minha alma, ao Senhor...” “A minha alma anseia pelo Senhor...”
etc., – quer dizer o homem completo, o ser vivo, alma vivente,
eu, você, e nunca alguma coisa fluídica, etérea
ou nebulosa que resida dentro do homem. EU CLAMO...!
CONSIDERE ISSO, IRMÃO
Se o galardão (Céu para o justo, inferno para o
ímpio) ocorrer na hora exata da morte, três doutrinas
bíblicas ficam sem sentido, e canceladas, a saber: o juízo
(Atos 17:31); a ressurreição (I Cor. 15); e a volta
de Jesus (João 14:1-3). A recompensa está, pois,
precedendo a todas.
O ensino do citado professor, Antonio Gilberto, é que o
espírito e a alma do homem voltam para Deus; então
novamente pergunto:
QUAIS ESPÍRITOS E ALMAS VOLTAM PARA DEUS?
Do justo ou do ímpio?
Se você disser que somente a alma e o espírito do
justo voltam para Deus, os do ímpio têm que ir para
o inferno, é óbvio. A não ser que eles vão
ficar perambulando por aí, “desincorporados”, ou no “purgatório”,
“encarnados” em algum ser vivo, ou “penitentes” em algum lugar.
Realmente, a Bíblia diz que o espírito volta para
Deus. Veja:
Eclesiastes 12:7
“O pó volte à terra, como era, e o espírito
volte a Deus, que o deu.”
Aqui há que se considerar, honestamente, que a alma é
uma intrusa. O que volta, meu irmão, é o “espírito”.
Não queiramos colocar uma alma dentro do homem, para que
ambos voltem para Deus, pois assim será forçar demais
o texto para adaptá-lo a uma crença anti-bíblica.
O espírito também é mencionado de forma genérica
(o texto é contundente: “...e o espírito volte a
Deus que o deu”), e ninguém pode negar. Sendo assim, ambos
os espíritos (do justo e do ímpio) vão para
Deus, e isto é a clara e simples verdade da Bíblia.
Assim, pois, se é aceito que algum ser real, corpóreo
ou não, que “sobrevive à matéria”, isto é:
continua a viver liberto do corpo, se não for sofrer um
processo evolutivo de “gradação”, então terá
que tomar rumo do Céu fatalmente, porque de lá veio.
Ora, se vai para o Céu, já está – pela ótica
da lógica – com a salvação garantida, tanto
o espírito do justo quanto o do ímpio
Porém, as doutrinas do juízo, ressurreição
e a volta de Jesus que são esposadas pelas Igrejas Evangélicas,
precisam ser conciliadas, já que são bíblicas.
O que fazer então? Só há uma saída,
e esta seria:
• O espírito do justo desce do Céu, entra no corpo
(anteriormente morto), permanece na sepultura enquanto é
julgado. Após o julgamento, Jesus volta, o espírito
ressuscita e volta para o Céu. Ora! Mas para quê
isso? Já não estava ele lá gozando a bem-aventurança?
Evidente, só se vai para o Céu para este fim. Por
outro lado, imagine você se este “espírito” tivesse
algum pecado escondido, e no juízo fosse descoberto, e...
ao invés de ir para o Céu, fosse agora para o inferno?
• O espírito do ímpio desce do Céu, entra
no corpo (anteriormente morto), permanece na sepultura, é
julgado, Jesus volta, ele ressuscita e vai para o inferno.
Que diferença! Estava ele no Céu, experimentou a
cálida harmonia celestial e, agora, vai para sempre arder,
arder e arder.
OBSERVAÇÃO – Há ainda algo
a harmonizar, ou seja: Os justos, segundo a Bíblia, ressuscitam
na primeira ressurreição (Apoc. 20:6), e os ímpios,
na segunda. Assim sendo, o espírito do ímpio vai
ainda permanecer 1000 anos sepultado (Apoc. 20) e, segundo ensina
o referido professor, o espírito é um “ser vivo,
imortal e inteligente”, portanto não morre, evidentemente
estará sepultado vivo, o que lhe aumentará sobremaneira
a surpresa, porque algum tempo antes estava no Céu.
Se estas conjecturas não forem reais, teremos de admitir
que o espírito do justo é diferente do espírito
do ímpio. E, se assim é, somos forçados a
“admitir a pré-existência da alma consciente”, ou
seja, todos os homens e mulheres já existiam antes de nascerem
aqui na Terra, o que é, antes de tudo, contrário
à própria razão.
Não acha você coerente admitir que o espírito
é o fôlego de vida?
PARA SUA MEDITAÇÃO
Você nunca estranhou por que quase nunca se ouve pregação
sobre a ressurreição nas Igrejas Evangélicas?
Naturalmente que esta pregação traria tremenda contradição,
não é? Evidente, se o galardão e a condenação
ocorrem por ocasião da morte, volto a afirmar, tais eventos
precedem o julgamento, cancelada fica a ressurreição,
e a volta de Cristo desnecessária se torna.
Amado irmão, é perigoso pensar igual ao espiritismo,
porque fatalmente se cairá nesta esparrela. O espiritismo
não crê na ressurreição. Ele aceita
a reencarnação. Os nomes são parecidos, porém
há um abismo entre eles. E é preciso tomar cuidado
para não cair nele.
É uma inglória tarefa a de defender a imortalidade
da alma, como o fazem hoje os evangélicos, pois que, se
as almas e espíritos saem de dentro do homem ao morrer,
quais “seres vaporosos e invisíveis”, iremos ter, queiramos
ou não, um Céu vaporoso, “uma habitação
aérea de espíritos rarefeitos que, evidentemente,
são pintados esvoaçando incessantemente ao acompanhamento
de harpas, porque seria ilógico pensar em eles fazerem
qualquer coisa mais substancial.” – Objeções Refutadas,
F.D. Nichol, pág. 83.
A doutrina da imortalidade da alma é puramente espírita,
surgiu de uma “sessão espírita” (Gên. 3:1-6)
e é escorada em uma milenar mentira, e pior, proferida
para subestimar e pôr em dúvida a Palavra Divina,
pois:
Disse Deus: “CERTAMENTE MORRERÁS” (Gên. 2:17).
Satanás retrucou: “CERTAMENTE – NÃO – MORRERÁS”
(Gên. 3:4)
Evidente, se Deus diz que morre, morre mesmo; nada poderá
sair vivo de dentro do homem, senão Satanás teria
razão em sua afirmativa. No entanto, este ser logrou tremendo
êxito em sua artimanha, pois que, assustadoramente, o espiritismo
está rodeando a Terra, enlaçando a todos em suas
malhas sutis e fantasiosas. Até os alicerces dos evangélicos
estão ruindo, ao esposarem a doutrina da imortalidade inerente
da alma. Quer ver? – Leia esta declaração:
“Essa doutrina da imortalidade da alma faz com que o espiritismo
pareça razoável. A visão popular, que pinta
nossos queridos mortos como estando perto de nós e profundamente
interessados em nossas atividades, está apenas um passo
distante do espiritismo, que simplesmente acrescenta o aspecto
da comunicação. Assim, em vez de erguer uma parede
contra esse culto, que virtualmente todos os ministros consideram
como mau, para ele se abre uma porta.” – Idem, 84 – grifos meus.
E isso é tão verdadeiro que, no afã inglório
de confirmar a doutrina da imortalidade, há grande semelhança
nos termos usados pelos evangélicos com o pensamento espírita.
Por exemplo:
O espiritismo diz que o corpo é o “invólucro ou
cadeia” da alma. Que há “evolução do espírito”
e “espíritos desencarnados”. – Evangelho Segundo o Espiritismo,
Allan Kardec.
O Professor A. Gilberto, do Instituto Bíblico Pentecostal,
ensina que: O corpo é a “bainha” da alma. Que há
“gradação” (“progressão por graus sucessivos”
– Delta Larousse) da alma, e que a alma “sobrevive à matéria.”
– Estudos Elaborados, do Professor A. Gilberto, pág. 2.
Ora, não é exatamente o que ensina o espiritismo?
Claro que sim! Só que com nomes diferentes! Abra os olhos,
amado irmão, isso é o terreno encantado do malígno.Veja
também que, longe de se estabelecer uma diferença,
uma barreira entre as doutrinas espíritas e evangélicas,
pelo contrário, elas se identificam e só diferem
no fato de que os evangélicos aceitam que a alma e o espírito
vão para o Céu, e os espíritas, que irão
“encarnar” em algum ser vivo, a fim de proceder à “gradação”
até a purificação ansiada, a perfeição
absoluta, como ensinam.
Uma coisa porém, os espíritas estão à
frente dos evangélicos imortalistas, é que eles
não aceitam que Deus permitirá que os pecadores
ficarão para sempre ardendo no fogo do inferno. Isso, afirmam
eles, não afina com o caráter de Deus, o que leva
nosso pleno endosso.
Nós não caímos nestas malhas, pois que, ao
aceitarmos a mortalidade natural da alma, não temos nenhuma
dificuldade em ensinar que, ao morrer o homem, a “matéria,
pó, corpo”, vai ao pó (Ecl. 12:7), e o fôlego
de vida vai à Deus. O mais fica na memória do Grande
Jeová, e está muito bem, pois Ele é o Onisciente
Criador. Quanto aos atos bons e maus, omissões, etc., do
morto, estão exarados nos livros (Dan. 7:10) que se tornarão
nos autos do seu julgamento. Atos 17:31.
Também, “não temos de ensinar a incrível
doutrina de que existe dentro do ‘homem’ algo que é o homem
real, mas que não é discernível a qualquer
dos sentidos, e não está em conformidade com qualquer
das leis provadas da ciência. Vemos a palavra homem como
significando algo muito real e concreto. Não vagueamos
no labirinto das discussões metafísicas na tentativa
de compreender ou explicar como Deus pôde insuflar nas narinas
do homem o fôlego de vida, e o homem se tornou uma alma
vivente. Simplesmente afirmamos, na força do relato bíblico,
que corpo, alma e espírito são todos necessários
para dar existência e significação àquilo
a que a Bíblia se refere quando fala do homem no sentido
lato da palavra.” – Ibidem, pág. 85 – grifos meus.
Nós nos ombreamos aos postulados bíblicos, junto
à Deus, que afirmou ao homem, “certamente morrerás”
e que, depois de morto, não há consciência,
nem sabe ele nada do que se passa debaixo do Sol (Ecl. 9:6), sua
memória jaz em completo e perfeito esquecimento (Ecl. 9:5),
dormindo até a ressurreição (Apoc. 20:6).
O fôlego de vida reintegra-se a Deus, que é a própria
fonte de vida.
Assim, “nossa visão da natureza do homem não interfere
de modo algum na doutrina do final fogo do inferno. De fato, se
o homem é um ser literal, então o lugar da pena
deve ser certamente um lugar literal, e o castigo deve ser algo
muito literal. Mas o que nossa visão do homem como mortal
nos livra, é do ensino de que os fogos do inferno nunca
findarão... e que há um ente imortal a resistir
eternamente às chamas.
“Finalmente, temos um forte argumento contra o espiritismo, com
suas materializações; o catolicismo com suas súplicas
a santos há muito mortos e suas orações aos
mortos; e a qualquer sistema que se baseia na doutrina da imortalidade
inerente da alma. De fato, os que aceitam o ponto-de-vista bíblico
de que o homem jaz silencioso na tumba até a ressurreição,
são os únicos que firmemente se podem opor ao espiritismo
ou dar resposta à embaraçosa inquirição
dos espíritas (como esta feita por um médium):
“Porque se opõem os ministros cristãos às
investigações do espiritismo, quando nosso êxito
simplesmente serviria para estabelecer uma das grandes doutrinas
da Igreja Cristã – a imortalidade?” – Ibidem, pág.
86 – grifos meus.
Sim, irmão amado, fugir da simplicidade de Gênesis
2:7, é se colocar no terreno encantado de Lúcifer,
o que, efetivamente, Deus não deseja para você. Reestude
o assunto, considere estes fatos.
Zacarias 12: 1
“Peso da Palavra do Senhor sobre Israel: Fala o Senhor, o que
estende o Céu, e que funda a Terra, e que forma o espírito
do homem dentro dele.”
Depois de estudarmos tudo que a Bíblia apresenta sobre
espírito, este texto isolado de Zacarias não será
problema para nós, não é? O profeta está
aqui, tratando da criação. Deus criou o Céu
a Terra e também o homem e, ao criá-lo, como o fêz?
Releia Gênesis 2: 7. Compreendeu? Deus colocou a vida dentro
do homem. Espírito aqui, é uma conotação
claríssima de vida, e é o oposto do espiritismo!
CURIOSIDADES
Em sua apostila “Estudo Elaborado”, pág. 2, o prof. A.
Gilberto, do Inst. Bíblico Pentecostal, a respeito do assunto,
afirmou que a “alma” é que peca. Depois, com espaço
de seis linhas, disse que a “alma” é imortal. Lamentavelmente,
além de se contradizer, está contra o ensino divino,
pois diz a Bíblia que Deus expulsou Adão e Eva do
Jardim do Éden, para evitar que comessem do fruto da árvore
da vida e assim se tornasem pecadores imortais. Ora, se Deus diz
que o homem possuía imortalidade condicional, tanto que
lhe vedou a fonte da longevidade, após a transgressão,
como pode alguém achar-se no direito de dar imortalidade
à alma? Por favor, amado, não entre neste caminho.
O citado professor Gilberto, consultor doutrinário e teológico
da CPAD em seu “Estudo Elaborado”, deu as seguintes definições
para espírito:
“Um ser vivo inteligente, invisível, sem carne e ossos.
Vida divina imortal. Fôlego de vida. Energia divina que
Deus soprou no homem. Sede de razão. Sede do intelecto.
Sede da vontade. Sede da consciência. Sede da adoração.”
OBSERVAÇÃO – Amado professor, é preciso definir
claramente o que é espírito, para que se tenha um
ponto de partida na descoberta do que seja o homem. Aí,
desculpe, está confuso, senão contraditório,
e nos leva a dúvidas cruéis. Nós, ovelhas,
precisamos de capim verde, suculento e água cristalina.
Veja se a história ajuda:
INCRÉDULO: Não creio na Bíblia porque ela
diz que cavalo fala. (Referência ao caso de Balaão
e sua mula).
CRISTÃO: Faça um cavalo que eu o farei falar.
INCRÉDULO: É, tem razão, quem criou o cavalo,
pode bem fazê-lo falar.
Ora, por que inventar? Se Deus diz que, com o fôlego de
vida, apenas, deu capacidade de raciocínio ao homem, por
que colocar dentro dele dois outros seres (uma alma e um espírito)?
Por que duvidar que Deus tem o poder de apenas com o fôlego
e o barro produzir um ser com capacidade intelectiva e moral?
Ainda que este ensino não fosse bíblico (graças
à Deus que o é), é melhor aceitá-lo,
porque é o oposto do espiritismo.
CURIOSIDADES:
• Alma pode morrer — Eze. 18:4
• Alma pode ser morta — Jos. 11:11
• Alma tem sede — Isa. 29:8
Porque ALMA é a pessoa humana.
IMORTALIDADE! QUANDO?
Imortalidade X Ressurreição
(Quem sustentar uma doutrina, terá que rejeitar a outra)
Finalizarei agora esta série de estudos onde foi focalizado
o homem, a obra-prima da criação de Deus, comprovando,
pela Bíblia, que ele é uma alma vivente com raciocínio;
não tendo dentro de si uma alma, e que quando vai para
a sepultura perecem todos os seus pensamentos e desejos (Ecl.
9:6). A vida (espírito, vapor, alento, sopro ou respiração)
que são traduções aplicadas ao fôlego
de vida que Deus injetou nas narinas do homem (Gên. 2:7),
volta para Deus. Mas todos os seus atos, bons e maus, negligências,
oportunidades perdidas e atitudes falsas, estão registrados
nos livros de Deus e se tornarão nos autos do seu julgamento,
no dia do juízo. Não importa onde esteja sepultado
o homem. No mar, na terra, em cavernas ou sepulcros rochosos;
comido por animais ou peixes, trucidado ou esquartejado. Aí
permanecerá dormindo até o grande dia da volta de
Jesus.
A Bíblia apresenta duas ressurreições:
Apocalipse 20:6
“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição;
sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão
sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele mil
anos.”
João 5:28 e 29
“...Todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua
voz, e os que fizeram o bem sairão para a ressurreição
da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição
da condenação.”
I Tessalonicenses 4:16
“Porque o mesmo Senhor descerá do Céu com alarido,
e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram
em Cristo ressuscitarão primeiro.”
O numeral ordinal, primeiro, empregado por Paulo, revela que haverá
segunda ressurreição, que é a dos ímpios.
Diante dessa doutrina bíblica – a ressurreição
– esposada por todas as Igrejas Evangélicas, faço
esta conjectura: A maioria dos cristãos hoje, crê
que os mortos recebem o galardão após a morte, isto
é: sendo bom e fiel, morreu vai para o Céu; sendo
mau, vai para o inferno. Como coadunar, então, a doutrina
da ressurreição e a doutrina do galardão
post-mortem? Só há uma solução empírica.
Admitir que, à época da ressurreição,
os justos descem do paraíso celestial, devolvem a coroa,
despem-se das vestes brancas, voltam à sepultura, ressuscitam,
são julgados e depois retornam para a bem-aventurança,
recebem de volta a coroa e as vestes brancas. Sim, só pode
ser isto, ou então negar a ressurreição de
que fala a Bíblia.
O mesmo então se dará com o ímpio: voltará
do inferno, irá à sepultura, será julgado
e retornará ao seu martírio. É preciso coragem
para crer nisso. Nesse troca-troca infindável, direi a
você que poderá haver uma confusão generalizada,
pois note, no país das estatísticas (EUA) morre
uma pessoa a cada 21 segundos, ou seja: 3 por minuto, 180 por
hora, 4.320 por dia e 1.554.200 por ano. Pois bem, isso em um
país altamente desenvolvido, onde as condições
de vida são excelentes. Imagine o mundo todo.
Pense! Vai morrendo a pessoa e recebendo a recompensa, uma aqui,
outra lá. Já imaginou se porventura houvesse algum
equívoco, após a morte? Algum ímpio era justo,
ou algum justo, ímpio; sim, porque a recompensa está
precedendo o julgamento; e se depois do juízo ficasse comprovado
o engano? Então o justo desce do Céu e vai para
o inferno, ele que já havia experimentado as delícias
dali, e o ímpio sai do inferno e vai para o Céu;
que surpresa! Ainda mais que terão esperado milênios
antes dessa mudança.
(Senhor, meu Deus, Tu sabes que não duvido de Teu poder,
sabedoria, onisciência e capacidade. Assim falo, para despertar
nos meus irmãos o interesse profundo para este importantíssimo
tema. Abençoa agora este querido irmão, esta preciosa
irmã, que está lendo estas páginas, neste
momento. Tu os ama, e eu também. Em Nome de Jesus, amém).
Não há dúvida, irmão, o galardão,
recompensa, imortalidade, só após o juízo
final, que a Bíblia estabelece para o julgamento de todos.
Atos 17:30 e 31.
Querido irmão, reforço este assunto com as palavras
do sábio Salomão:
Eclesiastes 9:10
“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme
as tuas forças, porque na sepultura, para onde vais, não
há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria
alguma.”
É claro o ensino do sábio Salomão, que, depois
de morto o homem, suas faculdades mentais são totalmente
apagadas, e irá aguardar em um sono que, mesmo sendo de
séculos, para o que dormiu no Senhor, é como o passar
de uma noite apenas, até o grande dia de Deus, a volta
de Jesus, quando, só então, a recompensa será
dada, fato comprovado pelas Escrituras. Veja:
Lucas 14:14
“E serás bem-aventurado; porque eles não têm
com que te recompensar; mas recompensado te será na ressurreição
dos justos.”
Salmo 17:15
“Quanto a mim, contemplarei a Tua face na justiça; satisfar-me-ei
da Tua semelhança quando acordar.”
II Timóteo 4:8
“Desde agora a coroa da justiça me está guardada,
a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não
somente a mim, mas também a todos os que amarem a Sua vinda.”
Mateus 16:27
“Porque o Filho do Homem virá na glória de Seu Pai,
com os Seus anjos; e então dará a cada um segundo
as suas obras.”
I Tessalonicenses 4:13 e 14
“Não quero, porém, que sejais ignorantes acerca
dos que já dormem, para que não vos entristeçais,
como os demais, que não têm esperança. Porque,
se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também
aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com Ele.”
Sim, esse sono será interrompido, quando a clarinada de
Sião reboar pelos Céus; quando as altissonantes
trombetas fizerem soar o clarim da vitória na volta gloriosa
do Senhor Jesus. Aleluia! Glória a Deus!
Assim, irmão, fica decidido o caso de todos e a imortalidade
tão desejada só será concedida aos que, vivos,
permanecerem fiéis, e a todos os justos ressuscitados na
primeira ressurreição, imediatamente, num abrir
e fechar de olhos. I Cor. 15:52. Com indizível alegria
e felicidade, leiamos esta jóia na Bíblia:
Lucas 20: 36
“Porque já não podem mais morrer; pois são
iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da
ressurreição.”
Isto nos anima, como cristãos, a avançar confiantes
na Palavra de Deus. Finalmente, amado, convido-o a reflexionar-mos:
Vire a página!
REFLEXÃO
• Se a doutrina da ressurreição é plano de
Deus, é evidente que a vida só será devolvida
ao morto nesta ocasião, e não na hora de sua morte.
Isaías 26:19.
• Se o homem permanecesse consciente após a morte, ou se
lhe saísse
algo (alma/espírito) que vivesse em algum lugar, o que
seria ressuscitado?
• “Quando isto que é mortal se revestir da imortalidade”
(I Cor.15:54). Se a alma fosse imortal, qual a necessidade de
se revestir de imortalidade?
Agora ouça o que disse o grande reformador:
“Confesso abertamente que não estou persuadido de que
eles (os cristãos mortos) já estejam na plena glória
em que Cristo Se acha, ou em que estão os anjos eleitos
de Deus. Tampouco é isto artigo de minha fé; pois,
se assim fosse, não vejo nisto senão que o pregar
a ressurreição da carne seria coisa vã.”–
Guilherme Tyndale, citado em O Grande Conflito, pág. 547.
Após esta reflexão, considere isto com carinho:
Uma senhora batista, irmã muito querida nossa faleceu.
Com minha esposa fomos ao sepultamento. No cemitério foi
feito o culto de despedida junto aos fiéis e parentes.
O pastor leu as passagens bíblicas referentes à
ressurreição (I. Cor. 15: 50-55; I Tess. 4: 15-17)
e depois, em meio ao sermão, disse dirigindo-se aos parentes:
“Não se preocupem com a... (mencionou o nome da irmã),
ela já está no Céu, guardadinha junto a Cristo.
Na ressurreição, após o soar da última
trombeta, o seu corpo ressuscitará da sepultura.”
Amado, pergunte-se:
Para quê o corpo será ressuscitado? Por quê
o corpo será ressuscitado?
A “alma” vai deixar o Céu, onde tudo é tão
maravilhoso e voltar à Terra para apossar-se do corpo e
retornar ao Céu?
Não é muito mais fácil aceitar que o fôlego
de vida vai a Deus e deixar que Ele cumpra o que prometeu?
Ao Céu irá, sim, apenas quem ressuscitar ou for
trasladado, mas..., depois da glorificação!
A glorificação tem data marcada – a volta de Jesus!