CAPÍTULO 22
OBEDECER ÀS POTESTADES? — SIM!
MAS A DEUS, EM PRIMEIRO LUGAR.
“Cada pessoa neste mundo vive dentro de alguma espécie
de ordem política, seja sob uma constituição,
sob lei tribal, sob monarquia ou regime militar. Nações
e comunidades têm governo, e pessoa alguma pode por muito
tempo isolar-se desta realidade. Enquanto alguns governos têm
filosofia cristã ao ponto de estabelecer no governo a fé
cristã, outros são baseados em outras tradições
ou são francamente ateístas.
“Sejam quais forem as circunstâncias, a pessoa cristã
mantém uma relação básica com Deus
e para com Cristo, a qual nenhum poder na Terra pode anular ou
dizer ao cristão o que deve ele fazer. Do ponto de vista
bíblico o Estado não possui soberania absoluta,
sendo seus direitos limitados pelos reclamos de Deus. Jamais foi
propósito de Deus, que fez o homem um ser moral livre,
vivesse ele sob uma ordem baseada apenas na coersão, e
o próprio Deus reservou na mente e na vontade do homem
o direito de escolher a Deus antes de qualquer coisa.
“Obediência a Deus em primeiro lugar pode resultar no pagamento
de um elevado preço sob um governo opressivo, e milhões
de cristãos ao longo da História têm pago
esse preço. O verdadeiro cristão sempre teme a Deus
antes que aos homens, e entre a obediência a Deus ou aos
homens, ele escolhe a primeira.” – Lição nº
9, Esc. Sab. Fev./78.
“Portanto dai a cada um o que deveis: A quem tributo, tributo;
a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.”
Rom. 13:7
Deus não negocia com princípios nem abre mão
de santidade.
À esta altura de nossas considerações, creio
que os sinceros crentes já admitem que a santa Lei de Deus
não foi abolida e jamais o será, pois ela é
o transcrito do caráter de Deus e o fundamento do Seu governo,
e segundo Tiago 2:12, é também a norma para o julgamento
de todos os homens. Pode, entretanto, surgir um aparente conflito
diante destas palavras:
Tito 3: 1
“Admoesta-os a que se sujeitem aos principados e potestades, que
lhes obedeçam, e estejam preparados para toda boa obra;
toda alma esteja sujeita às potestades superiores...”
Para os que aceitam o cancelamento da Lei Moral e não compreendem
a santidade do Sábado, essas palavras são muito
apreciadas. Entretanto, você verá que não
é assim como imaginam e que é fácil conciliar
uma coisa com outra. Ao comparar os textos, descobriremos a verdade.
Alguém poderá dizer: Guardamos o domingo, porque
este é o dia aceito como santificado em todo o país,
por todas as igrejas cristãs, por ordem das autoridades
eclesiásticas. Outros poderão admitir: Eu não
posso guardar o Sábado, embora o reconheça como
o Dia do Senhor e em vigor na dispensação cristã,
porque a firma onde trabalho funciona aos Sábados, e eu
tenho que estar sujeito aos meus superiores, portanto não
posso observá-lo. E assim este texto aí, como ajuda!
Mas, meu irmão isso é prova de que esse cristão
não é um forte, mas de uma débil fé.
Pois que, agir assim é limitar o poder de Deus. Diz a Bíblia
que Deus é o dono de tudo: Prata, ouro, emprego, dinheiro,
etc (Ageu 2:8). E o Seu poder não é menor hoje do
que o foi nos dias de Paulo. O que ocorre é que muitos
cristãos da atualidade não crêem nas promessas
da Bíblia nem no grande poder do Céu. Relembre estas
duas promessas:
Filipenses 4: 13
“Posso todas as coisas naquEle que me fortalece.”
Isaías 49: 15-16
“Pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que
se não compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas
ainda que esta se esquecesse, Eu, todavia, não Me esquecerei
de ti. Eis que nas palmas das Minhas mãos te tenho gravado;
os teus muros estão continuamente perante Mim.”
Jesus foi categórico ao empenhar Sua palavra, ouça:
Mateus 6: 33
“Buscai primeiro o reino de Deus e a Sua justiça, e todas
as coisas (casa, comida, emprego, etc) vos serão acrescentadas.”
E Pedro arremata dramaticamente quando diante de problema idêntico:
“...mais importa obedecer a Deus do que aos homens.” Atos 5:29.
As grandes decisões envolvem muita coragem, e essa é
movida pela fé, e sem fé é impossível
agradar a Deus (Heb. 11:6). É muito simples, e próprio
do ser humano, acomodar-se às circunstâncias. Há
uma conhecida experiência de um homem que trabalhava em
determinada firma e ninguém soube que ele era um crente;
por isso nunca teve problemas com nada, pois sacrificava os princípios
cristãos, para estar bem com tudo e todos. Até que
um outro crente foi trabalhar na mesma firma, e surgiram enormes
dificuldades com este, simplesmente porque exaltou o Nome de Cristo,
testemunhando como verdadeiro filho da luz.
É mais fácil contemporizar com o pecado que rechaçá-lo,
principalmente quando está em jogo um expressivo salário,
um bom emprego. Longe, porém, de ser a melhor atitude,
demonstra ser a maior falta de fé naquEle que disse ao
ressuscitar: “É Me dado todo o poder no Céu e na
Terra” (Mat. 28:18). E este poder é facultado a todos,
nas expressivas palavras: “Pedi, buscai, batei” (Mat. 7:7). E
isso ensinou Jesus que fosse feito com insistência, exemplificando
no caso da viúva e o juiz iníquo (Luc. 18:1-8).
Se ela perseverasse, seria vitoriosa, como de fato ocorreu.
Por conseguinte, não há desculpas para o fracasso,
impossibilidades, pseudo-limitações, porque a fonte
de todo o poder está a jorrar, o importante é crer.
Caro irmão, é muito comum escudar-se nas palavras
citadas por Paulo de que o cristão têm que sujeitar-se
às potestades, e por isso fica livre de guardar os mandamentos
de Deus. Os que assim crêem e pregam, esquecem de um detalhe
que deve ser a norma para se estudar a Bíblia: Saber porque,
quando, onde e para que foi escrito tal verso. Isso facilitará
descobrir a verdade que ele encerra. Preste atenção:
“Paulo estava escrevendo a cristãos romanos, num dos turbulentos
tempos da história judaica. Incidentes de rebelião
contra a autoridade romana eram frequentes entre os judeus. Não
deviam os cristãos envolver-se nessas rebeliões,
por mau e despótico que fosse o poder do momento.”
Veja, agora já podemos vislumbrar a exortação
paulina sobre a sujeição obrigatória às
potestades, sob um ângulo mais límpido. Um comentário
abalizado fornece estas informações:
“Essa instrução foi especialmente necessária
nos dias de Paulo, pois por aquela época os judeus viviam
em turbulência política e haviam já suscitado
rebelião em várias partes do Império Romano.
Caso os cristãos revelassem idêntico espírito
de insubmissão, incorreriam no mesmo ódio que começava
a ser manifestado contra os judeus. Também resultaria na
perda da proteção do Estado Romano, o que muitas
vezes havia sido uma bênção aos primitivos
cristãos, como Paulo testificou de sua própria experiência.”
(Ver Atos 22:24-30) – The Seventh-day Adventist Bible Commentary.
(Pare aqui e leia as páginas 104-105, lá atrás).
Sim, meu irmão, não devemos isolar um versículo
e fazer dele lei ou doutrina. Antes é nossa obrigação
cristã compará-lo com outros, para que não
sacrifiquemos o que é sagrado no cristianismo, a nossa
fé e obediência àquEle que morreu por nós.
Antes de prosseguir, quero deixar claro a você que, creio
piamente na Palavra de Deus e no que ela ensina. Nós, Adventistas
do Sétimo Dia, respeitamos a todas as autoridades constituídas
bem como oramos por elas. Cremos no que diz a Bíblia que
todas as autoridades são instituídas por Deus (João
19:11), porém, certo é, nem todas seguem os ditames
do Céu. Cremos sinceramente que o cristão deve apoiar
tanto quanto possa a autoridade em vigor, não deve presumir
dela, nem resistir-lhe, muito menos indispor-se contra a mesma,
desde que não sejamos forçados a transgredir a autoridade
do Céu, que a todas estabeleceu; pois no conflito entre
as leis de nosso País Terrestre com as do nosso País
Celestial, a primazia penderá em favor da cidadania do
Céu. Não é? Evidente que sim!
A partir de agora, peço-lhe aguçar a mente e verá
como os fatos mudam de figura, muito embora permaneçamos
bons cidadãos e quem sabe, melhores cristãos.
Por que houveram tantos mortos nas arenas dos Césares?
Por que morreram tantos cristãos transformados em tochas
vivas, para iluminar o caminho dos imperadores tiranos e cruéis?
Por que milhares de cristãos, moços, velhos, mulheres
e crianças morreram comidos por feras no Coliseu Romano?
Por que milhares de servos de Deus se refugiaram nas montanhas
e cavernas, tornando-se essas em sua última habitação
nesse mundo? Por que milhares depuseram suas vidas como mártires,
morrendo das mais desumanas formas, sim... por quê? Simplesmente
porque não obedeceram aos “principados e potestades”.
Mais de 50 milhões de cristãos foram esquartejados,
trucidados, queimados e sepultados vivos, no massacre de São
Bartolomeu, na perseguição aos huguenotes, albigenses
e outros fiéis da Europa, segundo o negro relato da História,
na chamada “santa inquisição” da Idade Média.
Esses irmãos preferiram obedecer a Deus em primeiro lugar.
Parabéns para eles. Isso é cristianismo vivo e genuíno.
Tiremos-lhe o chapéu. Nunca se indispuseram contra as autoridades
constituídas, nunca se rebelaram nem criaram conflitos,
simplesmente não concordavam em negar o Mestre, e por isso
morreram, preservando seus pendores cristãos (João
16:1-3).
Tenho certeza que aqueles cristãos, enquanto não
foram tripudiados em sua fé, foram verdadeiros cidadãos.
Corretos e cumpridores de seus deveres pátrios. Contribuindo
com seu suor para o engrandecimento de sua terra – não
duvido. Mas, quando colocados injustamente sob a pressão
da espada para negar a fé, sacrificando os princípios
divinos, e coercivamente obedecer aos dogmas estabelecidos pelos
governantes de então, eles optaram em obedecer primeiro
Aquele por quem, com prazer, dariam, em qualquer ocasião,
sua própria vida, sem temor. Esta foi a decisão
tomada pelos filhos do Rei Jesus, crentes de fibra, verazes, que
sabiam em Quem haviam crido, em Quem depositavam sua esperança.
Obedeceram a Deus em primeiro lugar e por isso morreram, mas deixaram
um belo exemplo, digno de ser honrado e imitado. Esses exemplos
nos apelam a que coloquemos sempre o Senhor em primeiro lugar.
Pensa você irmão, que muitos não desistiram
diante do carrasco, vendo seus irmãos morrendo daquela
forma hedionda? Pensa você que muitos não retrocederam
covardemente, obedecendo a “potestade” dominante que exigia recalcitrar
contra o Filho de Deus e O negar? – Felizmente o mundo só
tomou conhecimento daqueles que preferiram morrer a aceitar aquela
injunção cruenta. Ficaram ao lado da verdade, da
Autoridade Celestial, e não ao lado da autoridade má,
da mentira e de leis desumanas, de homens que detinham o poder,
civil e eclesiástico, e o impunham pela força e
violência. A nossa fé, pela fé destes mártires,
se robustece. Aleluia!
Os três hebreus – Ananias, Azarias e Mizael – não
se curvaram diante da estátua de ouro no campo de Dura
(Dan. 3:1 e 12). Por quê? Simplesmente não o fizeram,
porque se tivessem concordado com aquela lei injusta, estariam
frontalmente transgredindo a Lei de Deus. Estariam quebrando o
segundo mandamento dela. Preferiram, pois, com o risco da própria
vida, ficar do lado de Deus e de Sua lei.
Embora tivessem sido condenados a morrer na fogueira, os três
hebreus não foram desamparados; Deus que vê tudo
e todos, enviou o próprio Jesus para com eles passarem
incólumes pelas chamas ardentes que mataram aqueles que
a acenderam, tal sua intensidade. Que belo exemplo. Que testemunho
e que livramento espetacular! Mas...
Ao ajuntamento ordenado pelo rei, eles foram (Dan. 3:2 e 3).
Obedeceram a potestade dominante. Cumpriram a lei do Estado, com
respeito e amor.
• Recusando-se adorar a imagem; obedeceram a Deus. Atos 5:29.
Essa decisão ao lado de Deus foi benéfica, pois
dela resultou a adoração ao Deus verdadeiro, levando
os pagãos a amarem o Criador de todas as coisas.
Agora, digo-lhe: Se aqueles três jovens, para escapar da
morte, ou para satisfazer suas conveniências, se dobrassem
diante da estátua, uma coisa era certa: Não teriam
sido lançados na fornalha; por outro lado, não teriam
levado o conhecimento do Deus verdadeiro àquela massa humana
que, pervertidamente, adorava deuses pagãos, e o mundo
não conheceria o poder de Deus revelado em seu favor, livrando-os
das crepitantes chamas.
Daniel, o mui amado de Deus, orava três vezes ao dia (Dan.
6:10). Houve porém uma lei em Babilônia que proibia
a adoração a qualquer deus, durante determinado
espaço de tempo. Dessa forma estava Daniel proibido por
lei (uma lei injusta, não é?) de adorar a Deus.
E agora, que fazer? Se concordasse com ela, interromperia sua
comunhão tão benéfica com o Céu e
demonstraria sua infidelidade para com o Pai Celestial.
A atitude de Daniel foi a de sempre: Continuar adorando o Criador,
muito embora sua decisão o levasse à cova dos leões.
Agora observe: Se Daniel, por comodidade ou conveniência,
desse ouvidos aos inimigos de Deus, aquela geração,
bem como sua posteridade, não teria conhecido o poderoso
Jeová. Foi Daniel salvo das famintas feras e esse cuidado
de Deus por Seu obediente filho levou a autoridade governante
a estabelecer, por decreto real, a adoração de Deus
(Dan. 6:26 e 27). Mas isso só foi possível, dada
a posição assumida por alguém obediente e
veraz. Assim acontece com aqueles que colocam em primeiro lugar
servir a Deus. O libertamento, o respeito, a posição,
o destaque, foram atos contínuos na vida de Daniel, fato
que nunca será estranho na vida de todo aquele que, pela
fé, determinar servir a Deus em primeiro lugar, custe o
que custar.
Ora, pode você dizer que isso ocorreu no passado e, no presente,
as coisas são diferentes. Pois bem, tome um avião
e vá até um país comunista e procure ali,
com cuidado, e encontrará homens e mulheres, cidadãos
respeitáveis, cumpridores de seus deveres pátrios,
crentes fiéis e sinceros que determinaram seguir a Cristo
mesmo em perigo de vida. São os cristãos que vivem
pelos “subterrâneos”, que não afrouxaram seus princípios
nem transigiram com a imposição das autoridades
e potestades da cortina de ferro em negar o Senhor, e por isso
vivem sob intenso perigo, camuflados pelas circunstâncias,
mas testemunhando do puro e genuíno evangelho. E com risco
de perder a vida, marginalizados, perseguidos, em desalento e
agonia, decidiram obedecer a Deus em primeiro lugar. (Leia a pág.
388).
Por que vivem assim escondidos esses cristãos? Por quê?
Se aceitarem a determinação das autoridades e potestades
estarão livres, à vontade; porém, assim agindo,
demonstrarão a mais alta traição ao Filho
de Deus, que sofreu e morreu, garantindo-lhe com Sua ressurreição
o descanso em breve de suas lutas e perseguições,
“nas alvacentas areias do mar de vidro da eternidade.”
Vivem aqueles cristãos à margem da vida, sem liberdade
religiosa e sob intensa amargura, sequer podendo educar os filhos
na doutrina do Senhor, porque se isso acontece e é descoberto,
ficarão sem eles para todo o sempre. Experimente, irmão,
ficar sem seus filhos durante uma semana apenas!
Por que viver assim, se é tão fácil renunciar,
aceitar os dogmas estatais daquelas autoridades? Não vivem
bem esses cristãos, não têm tranquilidade,
nem paz, segurança ou calma, simplesmente porque determinaram
obedecer a Deus em primeiro lugar, mesmo que isso lhes custe a
cabeça. Parabéns! Parabéns cristãos!
Sabe, irmão, para escapar desta terrível perseguição
que padecem esses irmãos, essa guerra fria que produz uma
morbidez insuportável, essa ansiedade infinda, bastava
apenas negarem seus princípios, sua fé e obediência
a Deus e, tudo estaria bem. A paz viria. Mas, por que não
o fazem? Somente os covardes e traidores se rendem. Só
os que se enganam a si próprios, rotulados com a capa do
cristianismo, mas sem a pureza do mesmo, tendo apenas aparência
de cristão, negaceiam.
Evidente que num país cristão a possibilidade de
tirania é infima, pois a liberdade religiosa é franqueada
ao ser humano, daí o grande privilégio de demonstrar
verdadeira obediência. Por isso esses belos exemplos deveriam
se constituir em fervente apelo à nossa decisão
de servir a Deus nestes dias de paz, com mais decisão,
dispostos a tudo fazer para obedecer ao Deus do Céu, mesmo
que nos custe a perda do emprego, a amizade antiga, bons salários
e a posição tão almejada, e creia, nada disso
nos levará a correr risco de vida, pois vivemos em um país
livre, onde os direitos humanos são uma realidade.
Muitas vezes Deus espera a decisão de determinados cristãos
em Seu favor, para poder mostrar-lhes e ao mundo o Seu poder,
amor e cuidados, mas infelizmente, os cristãos têm-se
conformado com a estagnação espiritual. Não
se esforçam em guardar os mandamentos de Deus; depõem
as armas sem lutar, transgridem, sem pôr à prova
a Palavra do Senhor (I João 5:3, João 14:15). Imagine
quando vier a “enchente do Jordão!” Quando o carrasco pedir
as razões de nossa fé; exigir nossa abdicação
do evangelho, e termos que decidir: Ao lado de Deus ou contra
Ele?
Muitos hoje não vêem uma manifestação
do poder celestial em suas vidas, porque têm baixado as
normas divinas ao nível do mundo, pois tal não lhes
exige sacrifício ou determinação. Ajustam-se
assim em um conformismo perigoso. Desanimam em lutar pela fé
que têm, de que o Sábado, como um mandamento da santa
Lei de Deus, está em vigor, e por isso, deve ser observado,
porque pensam: São tantos os que não o aceitam e
como será se todos o observarem? Digo-lhe, irmão
amado, você praticando sua fé, neste caso, observando
o Sábado, será um obediente a mais e menos um transgressor
na Terra. Portanto, seja Deus louvado. Como nem todos serão
salvos, lute por estar entre os que não se perderão,
e deixe o mundo continuar sua marcha de desobediência.
Ouça estas experiências em que são demonstrada
a lealdade para com Deus, sem contudo, ser anarquista, rebelde
ou fomentador de discórdia. Um militar, irmão nosso
(Nicanor Mariano de Lima) foi escalado por seu novo Comandante
para ficar de serviço no Sábado, em sua corporação.
Então compareceu diante desta autoridade e na firmeza que
o Espírito Santo confere aos que desejam antes de tudo
servir a Deus em primeiro lugar, disse:
“Comandante, sei que o senhor precisa de um bom soldado, mas Cristo
precisa de um fiel cristão.”
Palavras puras, sinceras, simples, objetivas. Depois de alguns
minutos de estudos bíblicos, tornou-se ele amigo íntimo
de seu Comandante e este certamente um cristão em potencial.
Não poderia ser diferente; diante da lealdade, verdade
e sinceridade, todos os sinceros e leais terão que se dobrar.
Preconceitos desaparecem e as portas se abrem, sob a atuação
do Espírito Santo.
E aquele irmão não teve mais plantão aos
Sábados. Sua posição firme ao lado da verdade
possibilitou a Deus operar no coração daquela autoridade
que, talvez, de outra forma, não tivesse tido o conhecimento
do evangelho. Parabéns para esse cristão que se
posicionou ao lado de Pedro, quando bradou: “Mais importa obedecer
a Deus do que aos homens” (Atos 5:29). E, por extensão,
pôs-se ao lado de todos os mártires que depuseram
suas vidas para não transgredir a vontade divina.
O Zelinho, dinâmico jovem de nosso Distrito (São
Gonçalo/RJ), foi servir o Exército. Um Sábado
estava escalado para ficar de plantão. Seu superior não
aceitou o clamor de um jovem fiel. Nenhum remanejamento entre
colegas foi permitido. Zelinho ficou preso 23 dias.
A juventude da amada Igreja do Barreto da qual era membro, o visitava
sempre. O seu Pastor, Evanir Rocha Pires, o apoiou. Eu o visitei
e dei-lhe, na prisão, o livro Colunas do Caráter
dizendo-lhe: Você é um privilegiado, sofrendo por
Jesus. Eu o invejo!
No final de 1995, o Zelinho deixou a Faculdade de Teologia Adventista
( IAE “Campus” Central) com seu diploma. É, agora, o Pastor
Euzélio Vaz Filho, e no dia 8/5/97 casou-se com uma jovem
preciosa – Priscila, minha filha, e estão realizando um
profícuo ministério.
Prezado irmão, de hoje em diante, quando lhe disserem que
pode transgredir o Sábado, o quarto mandamento da Lei Moral,
porque tem que obedecer aos superiores, não esqueça:
O Superior dos superiores, Criador do Universo, O Rei dos Reis
precisa de “um fiel cristão”. Ele é poderoso para
ajudá-lo a solucionar quaisquer que sejam seus problemas
quando demonstrar decisão de obedecê-Lo. Sobretudo,
lembre-se que Paulo nunca autorizou ninguém a transgredir
os mandamentos de Deus, por uma pseudo-ordem de obedecer cegamente
as potestades, porque ele mesmo assegurou que nada deve separar
o homem da comunhão com Deus em obediência. Nem mesmo
as potestades, nem os principados, ou superiores. Leia Romanos
8: 38-39, e veja se não é assim! Efetivamente, a
decisão envolve grande coragem, e esta é movida
pela fé na Palavra de Deus. Destaco com prazer uma dessas
decisões com o desejo de que ela o motive na prática
de sua fé.
Melik Afif Aziz Yacoub é um empresário do Rio de
Janeiro, com um acervo de 8 lojas no “Saara” e uma fábrica
de roupas com 174 empregados. Este homem entendeu que a Lei de
Deus está em vigor, e que o Sábado, como um dos
seus mandamentos, tem que ser observado. Assim creu e pôs
em prática. Determinou a todos os seus gerentes fechar
as lojas no pôr-do-Sol de sexta-feira e não mais
abrir aos Sábados, recusando uma “gorda féria” de
duas horas na sexta e oito horas no Sábado.
Uma outra loja (Rua Senhor dos Passos, 195 – sobrado, RJ) esse
irmão a transformou em igreja, recusando alta importância
em “luvas” e excelente aluguel. Edificou um “oásis” no
Saara, como é conhecida a igreja. Um dia estive ali orando,
foi confortador.
O irmão Melik é um fiel adventista em nossa Igreja
Central do Rio de Janeiro, situada à Travessa Dr. Araújo,
115 – Praça da Bandeira.
REFLITA:
• A lição importante que temos de aprender na planície
de Dura (Daniel 3) é que a Verdade não estava com
a maioria. Você precisa conhecer a Verdade por você
mesmo para não ser desencaminhado pela multidão,
pois quem acompanha a multidão permite que outros ditem
suas ações.
• Os crentes vivos, por ocasião da volta gloriosa de Jesus,
irão resgatar uma dívida eterna aos milhares de
mortos, mártires que, para não transgredirem os
Mandamentos de Deus, depuseram suas vidas. Todos, pela Graça
de Jesus, irão obedecer os Mandamentos de Deus, incluindo
o Sábado, porque:
“O Sábado é o sinal peculiar que identifica Deus
como nosso Criador e Pai. É ainda o sinal de que Seu povo
entrou no descanso celestial, pela fé; descansando não
do trabalho, mas da rebelião, do pecado e da justiça
própria.”
PONHA ESTES PENSAMENTOS NA MOLDURA DE SEU CORAÇÃO
“Deus não permita que me excluais. Estou resolvido a fazer
o que é reto sem me perturbar acerca da minha coroa. Desejo
confessar o Senhor. Meu chapéu de eleitor e meus arminhos
não são para mim tão preciosos como a cruz
de Jesus Cristo... Se a honra de meu Senhor Jesus Cristo o exige,
estou pronto... para deixar meus bens e vida. Renuncio de preferência
a meus súditos e a meus domínios, deixaria de preferência
o país de meus pais, com o bordão na mão
a receber qualquer outra doutrina que não a que se contém
nesta Confissão.” – João, Eleitor da Saxônia
(Confissão de Augsburgo).
“Nós somos a execração e a escória
do mundo; Mas Cristo olhará para o Seu povo e o preservará.”
– Melâncton (Reformador).
“Há efetivamente espírito extraordinário
nestes homens; mas que Espírito?... De um lado acautelamo-nos
de entristecer o Espírito de Deus, e de outro, de sermos
desgarrados pelo espírito de Satanás.” – Melâncton.
“Consinto em renunciar ao salvo-conduto. Coloco minha pessoa e
minha vida nas mãos do imperador, mas a Palavra de Deus
– nunca!” – Lutero.
“Temos o direito de falar; não temos o direito de agir.
Preguemos; o resto pertence a Deus.” – Lutero.
“No tocante à palavra de Deus e a fé, todo cristão
é juiz tão bom como pode ser o próprio Papa,
embora apoiado por um milhão de concílios.” – Lutero.
“O evangelho de Cristo não pode ser pregado sem dano...
Por que, pois, deveria o temor ou apreensão do perigo separar-me
do Senhor, e da divina Palavra que, unicamente, é a verdade?
Não! Entregaria antes meu corpo, meu sangue e minha vida.”
– Lutero.
“Mesmo que houvesse tantos demônios em Worms como telhas
nos telhados, eu ali entraria.” – Lutero.
“Ainda que acendessem por todo o caminho de Worms a Vitemberg
uma fogueira cujas chamas atingissem o Céu, em Nome do
Senhor eu caminharia pelo meio delas; compareceria perante eles;
entraria pelas mandíbulas desse hipopótamo e lhe
quebraria os dentes, confessando o Senhor Jesus Cristo.” – Lutero.
“Tão somente evitemos que o evangelho seja exposto ao escárnio
dos ímpios; e por ele derramemos nosso sangue, de preferência
a deixar que eles triunfem. Não me compete decidir se minha
vida ou morte contribuirá para a salvação
de todos... Podeis esperar tudo de mim... exceto fuga e abjuração.
Fugir não posso, e menos ainda me retratar.” – Lutero.
“Aquele que deseja proclamar a verdade de Cristo ao mundo, deve
esperar a morte a cada momento.” – Lutero.
“Deus não me guia. Ele me impele avante. Arrebata-me. Não
sou senhor de mim mesmo. Desejo viver em repouso; mas sou arrojado
ao meio do tumulto e revoluções.” – Lutero.
“Não havia púlpito como a fogueira do mártir.
A serena alegria que iluminava o rosto daqueles homens, ao se
encaminharem... para o lugar da execução; seu heroísmo,
estando eles entre as chamas atrozes; seu meigo perdão
às injúrias, em não poucos casos transformavam
a cólera em piedade e o ódio em amor, pleiteando
com irresistível eloquência em prol do evangelho.”
– Wilie.
“Ó Pai, Teu sacrifício apaziguou Tua ira; Teu sangue
lavou minhas impurezas; Tua cruz arrostou minha maldição;
Tua morte fez expiação por mim. Imaginamos para
nós muitas tolices inúteis, mas Tu colocaste Tua
Palavra diante de mim como uma tocha, e tocaste-me o coração,
a fim de que eu abominasse todos os outros méritos, com
excessão dos de Jesus.” – Calvino.
“Não podeis defender a nossa fé; cada um deve crer
com seu próprio risco e perigo.” – Lutero.
“Eu sei que Tu és nosso Pai e nosso Deus, e que dispersarás
os perseguidores de Teus filhos; pois Tu mesmo corres perigo conosco.
Toda esta causa é Tua, e é unicamente constrangidos
por Ti que lançamos mãos à mesma. Defende-nos,
pois, ó Pai!”. – Lutero.