CAPÍTULO 8
PAULO E O SÁBADO NO LIVRO DE ATOS
Em sua primeira viagem missionária, Paulo fundou as IGREJAS
de Antioquia da Psídia, Icônio, Listra e Derbe, e
muitas outras nas segunda e terceira viagens; no entanto, a nenhuma
delas disse que o Sábado cedeu seu lugar ao domingo.
“É possível que alguém imagine que a transgressão
desse quarto mandamento é menos grave do que a transgressão
dos outros nove. A verdade, porém, é que quem se
dispõe a transgredir o quarto mandamento já tem
no coração a inclinação de transgredir
um ou mais dos outros mandamentos...
“Por que deve o homem guardar o Sábado do Senhor? Porque
é justo! Segue-se aqui o mesmo princípio de não
furtar porque não é justo.” – Pr. Harold J. Brokle
(teólogo Assembleano), Prosperidade Pela Obediência,
págs. 58,59. Grifo meu.
GRÁFICO 8 – A PRIMEIRA VIAGEM DE PAULO
Muitos advogam a tese de que, pelos escritos paulinos, o domingo
é o dia de guarda. Porém, acontece exatamente o
contrário, segundo o próprio São Paulo. Se
tivesse havido alteração no dia de repouso do Sábado
para o domingo, certamente ele o teria dito a nós, os gentios,
pois, afinal, ele é o nosso apóstolo.
Acompanhemos Paulo em uma sinuosíssima maratona sabática,
entre gentios, judeus, prosélitos, em todos os lugares,
ratificando incontestavelmente a santidade do Sábado.
PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA: CHIPRE – ANTIOQUIA DA PSÍDIA
Paulo fez muitas viagens, estabeleceu diversas igrejas (Atos 16:5;
18:22; Gál. 1:22; I Cor. 16:19; II Cor. 8:1; Atos 14:21-27,
etc), mas nunca disse nada a respeito do domingo substituindo
o Sábado. Tome sua Bíblia. Como ponto de partida,
examinaremos a respeito o livro de Atos, e, no capítulo
13, verso 2, por ordem do Espírito Santo, foram Paulo e
Barnabé separados para a obra do Ministério. Empreenderam
imediatamente a primeira viagem missionária, que abrangeu
inúmeras cidades:
Atos 13:14
“E eles, saindo de Perge, chegando a Antioquia, da Psídia,
e, entrando na Sinagoga, num dia de Sábado, assentaram-se.”
Paulo e seu companheiro foram à Sinagoga no dia do Senhor,
o Sábado, e foi convidado a pregar o evangelho. Muitos
admitem que Paulo só pregava nas Sinagogas dos judeus.
Por isso pregava aos Sábados.
Bem, continue a leitura e aguarde a resposta. Por enquanto não
esqueça: Paulo está no Sábado diante de judeus
e gentios, e vai pregar. Que excelente oportunidade para anunciar
a mudança do dia de repouso! Será que vai mencionar
esta alteração? Diz a Bíblia:
Atos 13:16
“E, levantando-se Paulo, e pedindo silêncio com a mão,
disse: Varões israelitas, e os que temeis a Deus, ouvi.”
Note suas palavras: “Israelitas, e os que temeis a Deus”. Isto
disse porque estavam congregados judeus e gentios. Paulo discursa
poderosamente até o verso 41 deste capítulo e o
tema central é a ressurreição de Jesus. Portanto,
estava à frente da Sinagoga pregando, e nada disse da mudança
do dia de Sábado para o domingo, em virtude da ressurreição
do Senhor, como querem muitos cristãos. Ouça:
Atos 13:27
“Por não terem conhecido a Este, os que habitavam em Jerusalém,
e os seus príncipes, condenaram-nO, cumprindo assim as
vozes dos profetas que lêem todos os Sábados.”
Paulo está confirmando que todos os Sábados era
lida a Bíblia conhecida, isto é, o Antigo Testamento.
Paulo relembrou a uma Sinagoga repleta de judeus e gentios o belo
hábito da leitura da Bíblia aos Sábados.
Ouça mais:
Atos 13:42
“E, saídos os judeus da Sinagoga, os gentios rogaram que
no Sábado seguinte lhes fossem ditas as mesmas coisas.”
Meu caro irmão, é contundente a expressão
bíblica: os GENTIOS rogaram que Paulo novamente lhes pregasse
no Sábado seguinte. Por isso concluo: seria desumano e
cruel se aqueles gentios que amavam Jesus e desejavam servi-Lo
fossem ensinados erradamente. Paulo atendeu a solicitação
dos gentios. Passou uma semana inteira trabalhando e se preparando
para no próximo Sábado voltar a pregar-lhes o evangelho.
Veja:
Atos 13:44 – “... no Sábado seguinte ajuntou-se quase toda
a cidade para ouvir a Palavra de Deus.”
Que oportunidade magna para Paulo! Estava diante de quase toda
a cidade (de Antioquia da Síria). Que grande responsabilidade!
Eu pergunto: Porque Paulo não disse abertamente: Irmãos,
vocês terão agora que guardar o domingo no lugar
do Sábado, por causa da ressurreição de Jesus...
Afinal, não pregava Paulo a respeito da ressurreição
do Senhor? Caro irmão, Paulo sequer insinuou ou deixou
transparecer algo a esse respeito. Partiu dali, deixando os irmãos
exatamente como encontrou: guardando o Sábado, e com um
presente, veja:
“Muitos creram e, foi organizada a primeira congregação
gentia fora da Sinagoga.” – Conciso Dicionário Bíblico,
editado pela Convenção Batista Brasileira, em 1983,
12ª edição, pág. 138. Ouça o
que disse o referido Dicionário, à pág. 137:
“Depois do martírio de Estêvão, na época
da dispersão, alguns judeus de Chipre e de Cirene, que
se criaram em terras gregas chegaram a Antioquia (da Síria)
e na Sinagoga pregaram aos judeus e prosélitos gregos.
As pregações foram coroadas de êxito. Um misto
de judeus e prosélitos gregos formou a congregação
primitiva que, pouco a pouco, cresceu até que chamou a
atenção da IGREJA EM JERUSALÉM...” (Viu?
Igreja, e não Sinagoga).
A igreja em Jerusalém enviou Barnabé a Antioquia
para ver o milagre que estava ocorrendo. Milhares de gentios estavam
aceitando a Jesus pela pregação dos discípulos
que foram dispersos pela perseguição desencadeada
no apedrejamento de Estêvão – Atos 11:19-22.
Barnabé foi e ficou maravilhado. Encontrou uma igreja florescente
e vibrante. Isso o motivou a tal ponto que decidiu ir a Tarso
buscar aquele que fora o perseguidor da igreja – Saulo. Conduziu-o
a Antioquia. Durante um ano Barnabé e Paulo permaneceram
ali, fortalecendo a IGREJA.Ouça novamente:
“Daí em diante Antioquia tornou-se o local de grande desenvolvimento
evangelístico e de interesse histórico para a igreja.”
Idem, pág. 137. E é verdade mesmo, a ponto do Dr.Lucas,
registrar o seguinte:
Atos 13: 1
“E na IGREJA que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores,
a saber: Barnabé e Simeão, chamado Niger, e Lucio
cirineu, e Manaem, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo.”
(Paulo-verso 9).
Certamente Paulo fortaleceu a fé e esperança dos
irmãos, porém quanto ao dia de guarda, não
houve, de fato, nenhuma mudança. Foi exatamente em Antioquia,
onde, pela primeira vez, os discípulos foram chamados cristãos
(Atos 11: 26). Ora, sendo uma cidade onde surgiram os primeiros
cristãos, e a primeira igreja sedimentada e fortalecida
por Paulo, como não lhes ordenou claramente ter o domingo
tomado o lugar do Sábado? Considere isto irmão!
Percebeu? Paulo prega na Sinagoga e o cristianismo se beneficia.
Lembre-se: Paulo NUNCA falou que o Sábado foi trocado pelo
domingo. Não o disse na Sinagoga, tampouco na Igreja.
ICÔNIO – LISTRA – DERBE
Nas cidades de Icônio e Listra, Paulo não prosperou
na pregação do evangelho, NA IDA. Mas, em Derbe,
“o evangelho foi pregado com muito êxito”. (Ibidem, pág.
139). Paulo e Barnabé “deixaram de pregar, QUANDO REGRESSARAM,
a fim de se dedicarem à tarefa de organizar novas igrejas,
elegendo anciãos (Atos 14: 21,23) ou pastores em cada uma.”
– Ibidem.
Atos 14: 1
“E aconteceu que em Icônio entraram juntos na Sinagoga dos
judeus, e falaram de tal modo que creu uma grande multidão,
não só de JUDEUS mas de GENTIOS.”
Paulo sempre começava seu trabalho missionário pela
Sinagoga. Aqui pregou de “tal modo” que houve imensa conversão,
inclusive de gentios. Acha você que após essa decisão
ao lado de Cristo, Paulo não tenha orientado os irmãos
em toda a doutrina do Senhor, no estabelecimento da Igreja Cristã?
Certamente que sim. Eles continuaram guardando o Sábado,
porque o próprio Paulo considerava-o o Dia do Senhor, não
há dúvidas! Ouça mais:
Atos 14:21, 23
“E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos
discípulos, voltaram para Listra, e Icônio e Antioquia...
E havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos
em cada IGREJA, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em
Quem haviam crido.”
Pois bem irmão, Paulo fez muitos discípulos em Derbe,
e assim a primeira providência seria a aquisição
de uma casa onde pudessem acomodar-se. Se foram organizadas igrejas,
como diz o texto, forçoso seria delinear as normas, regulamentos,
doutrinas e tudo o que tange à liturgia cristã.
Se isso é verdade, seria grave erro de Paulo não
determinar também o dia que deviam santificar e reservar
para o encontro especial dos irmãos com Deus. Se Paulo
explícitamente não o fez é porque o Sábado
já era conhecido de todos. Nada mais lógico. Da
mesma sorte, se estabeleceu anciãos (auxiliares de pastor
– presbíteros) em cada igreja, certamente deu todas as
instruções necessárias na condução
do rebanho de Deus, e o Sábado permaneceu intocável
e inalterado. Nada se falou a respeito, sequer houve vestígios
a favor do domingo.
Atos 14:28 – “E ficaram ali não pouco tempo com os discípulos.”
É um grande desamor deixar alguém enganado com relação
a alguma doutrina bíblica. Se Paulo ficou tanto tempo com
esses discípulos e nada lhes falou da mudança do
Sábado para o domingo, duas razões teremos de admitir.
Primeira: Concordava ele que o Sábado era o dia de repouso,
aceito por todos, judeus e gentios, por isso sequer o mencionava,
pois era caso encerrado.
Segunda: Foi muita falta de consideração deixar
os irmãozinhos enganados, sem lhes comunicar que agora
o domingo era o dia santificado. Que acha?
SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA: TRÔADE – MACEDÔNIA
– FILIPOS
É maravilhososo! Deus “perdeu” Estêvão, mas
Paulo o substituiu, e o cristianismo ganhou o maior de todos os
baluartes. E vai ele:
Atos 16: 13
“E no dia de Sábado saímos fora das portas, para
a beira do rio, onde julgávamos ter lugar para a oração;
e, assentando-nos, falamos às mulheres que ali se juntaram.”
Esse costume benfazejo de Paulo, nós todos poderemos ter.
O mais importante do relato é que Paulo não está
na igreja, nem na Sinagoga e sim pregando em praça pública
(ar livre) no Dia do Senhor. Portanto, Paulo ia à igreja
pela manhã, no dia de Sábado, e à tarde saía
para o Trabalho Missionário. Exatamente como fazemos nós,
os Adventistas do Sétimo Dia.
Ainda há que ressaltar o brilhante fato de que Paulo viajou
de Trôade (Ásia) para Macedônia (Europa), por
ordem divina (Atos 16:9). Foi diretamente para a cidade de Filipos,
uma colônia romana (Atos 16: 12, 21). Ali, em um dia de
Sábado, pregou para um grupo de mulheres, e entre elas
está Lídia, uma comerciante de púrpura imigrante
da Ásia, mulher pagã, que aceitou os ensinos de
Paulo, e se converteu com toda sua casa (Atos 16: 14-15). Tornou-se,
assim, a primeira cristã na Europa, fruto do trabalho missionário
de Paulo. Ela o ajudou a estabelecer a igreja de Filipos, e o
Sábado permaneceu sendo guardado como antes (Atos 16: 13).
Começou portanto o cristianismo no Continente Europeu,
no Sábado.
ATENÇÃO – Ouça com carinho o contexto comprobatório:
Filipenses 1:1 - “Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo,
a todos os santos em Cristo Jesus, que estão em Filipos,
com os bispos e diáconos.”
Percebeu? Paulo está aqui se referindo a uma Igreja Cristã
(seus membros) e não a Sinagoga. Esta é a IGREJA
que Paulo fundou em sua segunda viagem missionária no Sábado.
E Lídia e seus parentes foram seus primeiros membros. E
o Sábado ficou como sempre: O Dia do Senhor. Por que Paulo
não falou: Domingo!
TESSALÔNICA – BERÉIA
Atos 17: 2
“E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles e por três
Sábados disputou com eles sobre as Escrituras.”
Veja como é claríssimo e insofismável. O
costume de Paulo era ir à igreja aos Sábados. Quem
duvida!? Valho-me da expressão de Lucas – “disputou” –
, para dizer-lhe que: se Paulo disputou sobre as Escrituras, como
é que nunca disputou a respeito do Sábado? Lógico
que não faria, pois o Sábado é o Dia do Senhor,
confirmado por todos, judeus, prosélitos e gentios. Por
isso nunca disputaram sobre este santo dia.
Atos 17: 17
“De sorte que disputava na Sinagoga com os judeus e religiosos,
e todos os dias na praça com os que se apresentavam.”
O texto é esclarecedor. Todos os dias! Paulo pregou o evangelho
durante anos e anos, e nada disse da mudança do dia de
repouso do Sábado para o domingo. Por que não fêz?
Ouça o que Paulo disse:
I Tessalonicenses 1: 1-9
“Paulo, Silvano e Timóteo à IGREJA dos tessalonicenses...
como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o
Deus vivo e verdadeiro.”
Vê! Uma igreja só de gentios convertidos do paganismo.
Paulo nada lhes falou sobre o domingo no lugar do Sábado.
OLHA ESTE DETALHE
Paulo confirmava as igrejas (Atos 15: 41).
Paulo ensinava nas igrejas (I Cor. 4: 17; 7: 17).
Paulo pregava em todas as igrejas (II Cor. 8: 18-19).
Percebe? Paulo não pregava só na Sinagoga.
CORINTO
Nesta cidade foi que Paulo deferenciou e exaltou o Dia do Senhor,
o santo Sábado. O apóstolo partiu de Atenas para
Corinto, e ali encontrou um casal missionário – Áquila
e Priscila, que eram construtores de tendas, e Paulo a eles se
associou, veja:
Atos 18: 3-4
“E, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava;
pois tinham por ofício fazer tendas. E todos os dias disputava
na Sinagoga, e convencia JUDEUS e GREGOS.”
Percebeu? Judeus e gregos (gentios), todos ouviam maravilhados
as grandezas de Deus e se convertiam ao Senhor Jesus. Anote agora:
Atos 18: 11 “E ficou (Paulo) alí um ano e seis meses, estudando
entre eles a Palavra de Deus.”
Por favor, irmão, preste atenção: Já
me disseram que Paulo trabalhava dia e noite para não ser
pesado a ninguém. Já ouviu isso? Pois bem, não
questiono que ele, como qualquer ser humano, trabalhava, mas...
somente de domingo a sexta-feira, pois acabamos de ler que aos
Sábados, ele, Áquila e Priscila fechavam a oficina
e iam para a igreja, pois Paulo era o pastor, e isso de manhã,
porque à tarde saíam para o trabalho missionário,
com a oficina fechada (Atos 16: 13). Tal ensino durou, naquela
cidade, um ano e seis meses.
Sabe você quantos Sábados há em um ano e seis
meses? Isto mesmo: 78 Sábados, nos quais Paulo foi a igreja,
trabalhando nos dias precedentes. Não foi tempo suficiente
para que doutrinasse os coríntios quanto a observância
do domingo em lugar do Sábado? Por que não o fez?
Medite nisto: Por visão celestial, Paulo pregou nesta cidade
(Atos 18: 9-10). Por visão celestial, converteu-se, no
caminho de Damasco (Atos 9). Não poderia o Senhor lhe dar
uma visão celestial a respeito do domingo? Mas, não
deu!
ATENÇÃO – Anote estes textos:
I Coríntios 1: 2 – “A Igreja de Deus, que está em
Corinto...”
II Coríntios 1: 1
“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo... à igreja de
Deus que está em Corinto...”
Não há dúvidas, para um sincero leitor, compreender
que estes 78 Sábados, Paulo os guardou não na Sinagoga,
mas na igreja junto aos irmãos. Em realidade tanto na Sinagoga
(judeus) quanto na igreja (gentios, prosélitos gregos e
judeus convertidos), todos guardavam o Sábado. Mas ressalte-se
a grande verdade: Paulo nunca falou nada a respeito do domingo
tomando o lugar do Sábado.
TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA – ÉFESO
Paulo embarcou para Éfeso e deixou os coríntios
guardando o Sábado, que tanto amavam, exatamente como diz
a Bíblia. Nesta cidade Paulo também positivou a
prerrogativa de ser o Sábado o Dia do Senhor, tanto na
Sinagoga, quanto na Igreja Cristã. Veja:
Atos 19: 8,10
“E, entrando na Sinagoga, falou ousadamente por espaço
de três meses, disputando e persuadindo-os acerca do Reino
de Deus... E durou isto por espaço de dois anos, de tal
maneira que todos os que habitavam na ÁSIA ouviram a Palavra
do Senhor Jesus, assim JUDEUS como GREGOS.”
Sabe, 2 anos e 3 meses são 116 Sábados guardados
por Paulo. É tempo suficiente para doutrinar, de maneira
que ficasse patente, sem sombra de dúvidas. Porém,
que silêncio tumular! Nada de domingo. Toda a Ásia
ouvira do apóstolo que trabalhava durante a semana fazendo
tendas e, aos Sábados, ia à igreja pregar o evangelho
e estar com os irmãos. Era o dia mais festivo e feliz,
pois se reuniam, vindo de todas as partes, ao encontro de Deus,
em Sua casa.
Convenhamos, o Sábado circundava a vida de Paulo. Seu viver
foi uma demonstração inequívoca de que o
Dia do Senhor para ele era o Sábado. Como ele gostava de
ir à igreja neste dia!
ATENÇÃO – Analise com ternura este
detalhe:
Apocalipse 2: 1-3
“Escreve ao anjo da IGREJA que está em Éfeso (Ásia)...
Trabalhaste pelo Meu Nome...”
Jesus está dizendo igreja e não Sinagoga. E o detalhe
é o seguinte: É na Igreja Cristã ou na Sinagoga
que se “trabalha” pelo Nome de Cristo?
Portanto, os 116 Sábados guardados por Paulo na Ásia
resultou num grande avanço para o cristianismo. Confirme:
I Coríntios 16:19
“As igrejas da Ásia saúdam-vos afetuosamente no
Senhor...” Efésios 1:1
“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo... aos santos que estão
em Éfeso...” Efésios 2:11
“... lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios
na carne...” Efésios 4:17
“E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis
mais como andam os outros gentios...”
PERCEBEU? – Uma igreja só de gentios? – Sim! Asiáticos,
europeus, cidadãos livres do Império Romano e escravos,
todos guardavam o Sábado!
GRAVE ESTE DETALHE – Éfeso era uma cidade no coração
da Ásia.
RATIFICANDO
Está claro que o apóstolo Paulo não mencionou
ser o domingo o dia de guarda, nas igrejas de Chipre, Antioquia,
Salamina, Perge, Derbe, Icônio, Listra, Macedônia,
Trôade, Filipos, Tessalônica, Corinto, Éfeso
e Galácia, por ocasião de suas viagens missionárias.
Ao contrário, porém, focalizou o Sábado como
dia sagrado de reunião semanal dos cristãos, da
qual ele mesmo participava, deixando isso bem claro e específico,
durante 1 ano e 6 meses (78 Sábados) em Corinto. E em Éfeso,
durante 2 anos e 3 meses, guardou 116 Sábados. Nesta cidade,
Paulo também testemunhou para o mundo cristão seu
costume de observar o Sábado.
Se Paulo, nestas duas cidades, guardou 194 Sábados seguidos,
e, em nenhum deles ensinou que fora abolido, é porque não
foi mesmo. Consequentemente, devemos admitir que Paulo era a favor
e observava o Sábado, nunca foi contra ele, como muitos
sinceros cristãos hoje pensam, e a igreja Romana determina.
Agora finalizaremos, acompanhando o apóstolo pelas cidades
de Tiro, Cesaréia e finalmente Roma, e o irmão irá
ver que nada dirá com respeito a santidade do domingo,
o primeiro dia da semana.
Antes, analise comigo um episódio de real significado para
aqueles que de fato desejam examinar as Escrituras e viver segundo
seus ensinamentos. Foi após o regresso dos apóstolos
Paulo e Barnabé da primeira viagem missionária a
Antioquia da Síria, no ano 49 d.C. Criou-se um grande problema
em consequência de os novos conversos ao cristianismo serem
obrigados a circuncidar-se, satisfazendo assim os caprichos dos
judaizantes, que diziam ser este ritual (já abolido por
Cristo) essencial a salvação. O conflito foi tão
grande, que se determinou enviar tais apóstolos a Jerusalém
a fim de consultar a Igreja Mãe, a respeito. Confirme lendo
Atos 15: 1-2. Agora, ouça:
Atos 15: 6
“Congregaram-se pois os apóstolos e os anciãos para
considerar este assunto.”
QUAL ASSUNTO? – Aquele pertinente a Lei Cerimonial que estava
incomodando os crentes de Antioquia. Observe: O Sábado
era ponto em comum entre eles. Não havia nenhuma divergência
a respeito dele como dia de guarda.
Portanto, reuniu-se em assembléia geral a Comissão
da igreja, encabeçada pelos apóstolos que Cristo
estabeleceu. E a decisão foi:
Atos 15: 28-29
“Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós,
não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas
necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas
aos ídolos e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação;
das quais coisas fazeis bem em vos guardardes. Bem vos vá.”
Observe que depois de uma demorada reunião a respeito de
assunto tão sério e necessário a igreja,
a decisão não enfocou nada que falasse a respeito
do domingo como o dia que tomou o lugar do Sábado. Pela
lógica do raciocínio correto e do bom senso, conclui-se
que, se este ponto não foi focado, é porque não
merecia ao menos consideração. Entrementes, uma
coisa é certa: O Sábado era o dia de guarda, para
todos, apóstolos, judeus e conversos gentios. Isso é
incontestável, ouça o que diz o contexto:
Atos 15: 21
“Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade
quem o pregue, e cada Sábado é lido nas Sinagogas.”
Portanto, não apenas em Jerusalém, a sede do cristianismo,
mas em todas as cidades da Ásia por onde Paulo passou pregando
o evangelho, todos observavam o Sábado, conforme o relato
da Bíblia. O mais contundente é que foi o próprio
apóstolo Paulo o portador destas novas para aqueles dissidentes.
Tudo voltou à calma, o cristianismo venceu e o Sábado
continuou santo e separado como sempre. Glória a Deus!
GRAVE ISTO:
Há duas impressionantes controvérsias no Novo Testamento,
entre a Igreja Cristã e o judaismo. Qual seja, Cristo no
cristianismo e a circuncisão no judaismo. Entrementes,
não há e nunca houve nenhuma polêmica entre
estes dois grupos religiosos no Novo Testamento, no tocante ao
Sábado.
– Por quê?
Imagine, se a Igreja Cristã guardasse o domingo e o judaismo
o Sábado, não seria tremenda incoerência?!
Mas nada há a este respeito no Novo Testamento, porque,
como estamos vendo comprovado pela Bíblia, o dia de repouso
bíblico, tanto de judeus quanto de cristãos, é
o mesmo: o Sábado.
Caminhemos com Paulo, meu irmão!
Atos 20: 20-21
“Como nada que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar
públicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus,
como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso
Senhor Jesus Cristo.”
Paulo aqui usa de uma clarividência meridiana, e da sinceridade
de um santo. Foi explícito: “Nada deixei de vos anunciar.”
Portanto, se disse TUDO que era útil e necessário
e nada mencionou sobre o domingo, e se no Novo Testamento nada
há que o abone; se Paulo o omitiu em todas as suas viagens,
pregações, epístolas, igrejas, Sinagogas,
trabalhos missionários pessoais e públicos, é
porque para ele era caso encerrado. Do mesmo modo nas igrejas
que estabeleceu, o Sábado permaneceu como o Dia do Senhor.
Não há como negar! Ouça mais:
Atos 20: 27
“Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus.”
Novamente usa Paulo a expressão global e abrangente: “TODO”.
Ora, se ensinou tudo mais uma vez, e nada mencionou a respeito
do domingo como sendo o dia de guarda, temos de admitir que o
domingo não é bíblico e deve ser considerado
então de origem puramente humana – uma tradição
de homens! Por outro lado, tudo que Paulo ensinou, conforme temos
estudado juntos, o fez sempre aos Sábados, porque este
era o dia consagrado ao culto dos fiéis. Era também,
em seu tempo, o Dia do Senhor. Continua o apóstolo Paulo:
Atos 20: 31
“Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos
não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas
a cada um de vós.”
Meus amados, se Paulo teve tanto tempo entre os irmãos,
doutrinando-os até as lágrimas, seria cruel deixá-los
enganados quanto ao dia santificado por Deus. Por que ele nunca
disse que o domingo substituiu o Sábado? Não podia
fazê-lo, pois ele mesmo observava o Sábado e, dessa
forma, não poderia contradizer-se. Ele afirmou:
II Coríntios 11: 28
“Além das coisas exteriores, me oprimem cada dia o cuidado
de todas as igrejas.”
TIRO
Atos 21: 4
“E, achando discípulos, ficamos ali sete dias; os quais
pelo Espírito diziam a Paulo que não subisse a Jerusalém.”
Bem, Paulo partiu da cidade de Tiro, porém, os discípulos
permaneceram guardando o Sábado a cada final de semana,
reunindo-se neste santo dia em suas igrejas.
CESARÉIA
Atos 21: 8, 10
“E no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós que com
ele estávamos, chegamos a Cesaréia e, entrando em
casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com
ele... e, demorando-nos ali por muitos dias...”
Novamente teve Paulo amplas oportunidades e tempo bastante para
pronunciar a mudança do dia de repouso, mas não
o fez. Inda mais em se tratando que seu hospedeiro era evangelista
e um dos sete diáconos estabelecidos pelo Espírito
Santo para a Igreja Cristã. Era portanto indispensável
que este servo de Deus recebesse as instruções,
caso tivesse ocorrido a mudança do dia de repouso. Mas,
o que houve? Silêncio total sobre o primeiro dia da semana.
Continuou sendo um dia comum de trabalho e negócios seculares.
Um dia que nem ao menos recebeu nome por parte do Criador, apenas
é mencionado na Bíblia como primeiro dia. Fato que
não ocorre com o Sábado; além do Senhor designá-lo
como o sétimo dia, realça-o e define-o como o santo
Sábado, para que ninguém se engane. Êxodo
20:8-11.
ROMA
Atos 28: 30
“E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação
que alugara, e recebia todos que vinham vê-lo.”
Roma é o ponto final da grande jornada do apóstolo
Paulo. Até aqui nada falou que sancionasse ou abonasse
o domingo como sendo o dia de guarda em lugar do Sábado.
Quem aceitar o domingo como dia santificado o faz por imposição
humana, não tem a chancela nem a aprovação
do apóstolo dos gentios. E na Carta aos Romanos, destacamos
estas gemas preciosas para patentear sua aprovação
ipsis litteris à santa Lei de Deus que tem como um dos
mandamentos o Sábado, que Paulo reverenciou em toda sua
vida cristã.
Romanos 7: 12
“E assim a lei é santa, e o mandamento é santo,
justo e bom.”
Romanos 7: 22
“Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus.”
Eis aqui o segredo do amor de Paulo pelo Sábado. Ele tinha
prazer em guardá-lo. Belo prazer do apóstolo, observar
a lei da qual o quarto mandamento é o Sábado.
Por fim, prezado irmão, como você crê em Paulo
e sabe ser ele o maior missionário depois de Jesus, bem
como um servo fiel, ouça o seu conselho, como que enfeixando
sua maratona sabática. Leiamos juntos:
I Cor. 4:16; Fil. 3:17
“Admoesto-vos portanto, a que sejais meus imitadores; ... sede
também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado,
segundo o exemplo que tende em nós...”
Pois bem, Paulo foi claro. Pede para você e eu imitá-lo.
Você sabe o que é imitar? Isso mesmo, seguir o exemplo
de alguém em seu costume. Costume? – Sim! Costume. Ora,
e qual era o costume de Paulo? – Ir à igreja aos Sábados,
eis a confirmação:
Atos 17:2
“E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três
Sábados arrazoou com eles sobre as Escrituras.”
Aliás, este era o mesmo costume de Jesus (Luc. 4:16). Costume
que nós adventistas seguimos no Século XXI. E é
o costume da Igreja Batista de Jerusalém, em Israel – a
Terra Santa (leia na página 137 esta preciosa verdade).
Prezado irmão, para tornar-se cidadão do Céu,
o primeiro passo você já deu: Ir à Cristo.
Os demais são seguir Suas pisadas, em obediência
irrestrita à Sua Palavra. Eu oro para que você faça
isso.
Creio que, deveras, você é um cristão sincero
e obediente, assim que, se não há mandamento certo,
específico, claro, insofismável, quanto à
transferência do Sábado para o domingo, mas apenas
suposição humana, é melhor ficar então
com o que é claro e abonado por Paulo e o próprio
Lucas que, sendo GENTIO de nascença, não se omitiu
de escrever que os Atos dos Apostolos foram, dentro do contexto
cristão e do puro evangelho de Jesus, ensinar que o Sábado
era, é e será eternamente o Dia do Senhor, e isso
provou Paulo, observando-o em todas as suas viagens, nas Sinagogas
dos judeus e em todas as IGREJAS que estabeleceu entre os gentios.
ATENÇÃO – O Sábado foi guardado por todos
os cristãos, desde Paulo até meados do século
IV. A partir daí os judeus continuaram a guardá-lo
nas Sinagogas, mas... a Igreja Cristã, que pena, adentrou
um caminho estranho e triste. (Leia o capítulo DOMINGO
BÍBLICO OU PAGÃO neste livro). Porém, a Igreja
Batista Tradicional em Jerusalém, também guarda
o Sábado. Conferiu à pág. 137?
Deixo-lhe a última mensagem paulina:
Romanos 15:18
“Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão
daquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir
os GENTIOS à obediência, por palavras e por obras.”
SINAGOGA
“Antes do cativeiro, as práticas religiosas eram celebradas
no Templo em Jerusalém. Enquanto durou o cativeiro em Babilônia,
era impossível assistir ao culto no Templo em Jerusalém,
e por isso foram-se erguendo Sinagogas em diversas partes, dentro
e fora da Judéia. Na Sinagoga não se ofereciam sacrifícios;
liam-se as Escrituras e fazia-se oração. No Velho
Testamento não se encontram referências a estes lugares
de adoração. Desde o primeiro século da Era
Cristã que há notícias da existência
da Sinagoga nos lugares onde havia judeus. A Sinagoga era o lugar
de reunião para orações e leitura dos primeiros
cinco livros da Bíblia, chamados a Lei. Nesse lugar o povo
adorava durante o ano. O único Templo grande estava em
Jerusalém, mas Sinagogas eram encontradas em toda a Palestina.
Onde dez ou mais famílias moravam, frequentemente, havia
uma Sinagoga. Ficava no ponto mais alto da cidade ou vila. O edifício
era mais comprido do que largo. Do lado de fora havia uma escadaria
que levava ao eirado. Dentro da Sinagoga quase sempre havia um
armário; ficava encostado à parede que se voltava
em direção de Jerusalém. Este armário
ou cômodo era a Arca onde os Rolos Sagrados eram guardados.
Estes eram a Lei, os Profetas e os Escritos. Uma fina cortina
era pendurada ante a Arca.
“No meio da Sinagoga erguia-se uma plataforma onde eram colocados
os púlpitos de leitura. Rente da plataforma e em frente
da sala havia bancos chamados assentos dos anciãos. Ali,
as pessoas importantes sentavam-se durante o culto. Ao redor da
sala havia uma galeria gradeada para as mulheres e crianças.
A Sinagoga durante a semana, era Escola, bem como lugar de reunião
aos Sábados. Quando um menino completava seis anos de idade
entrava para a Escola da Sinagoga e assistia até aos treze
anos. Ali aprendia a ler a Lei e a recitar longos trechos dela
de memória. Também aprendia a escrever partes dos
primeiros cinco livros da Bíblia em hebraico, a língua
na qual estes eram escritos. O aramaico e não o hebraico,
era a língua falada diariamente pelo povo. As meninas aprendiam
em casa com suas mães.
“Os materiais escritos eram raros e preciosos. Alguns alunos escreviam
em pedaços de barro endurecidos, outros anotavam suas lições
com certo objeto ponteagudo sobre cacos de jarro quebrado que
eles encontravam na rua ou traziam de casa. Poucos alunos possuiam
tabuinhas cobertas de fina camada de cêra e um estilete
ou vareta de aço, com o qual escreviam nelas. A tabuinha
servia para muitas vezes, porque após o término
da lição escrita podia ser apagada. Zacarias escreveu
numa tabuinha o nome de seu filho: João (Lucas: 1: 63).”
– Pr. Braulino J.Vieira, teólogo Batista.
Bem, a Sinagoga nada mais era que uma igreja, não acha?
lembrando:
Há escritores evangélicos que, para tentar provar
a santidade do domingo, dizem que os “pais da igreja” (patrística)
observaram-no nos primeiros séculos.
Perdão, quero contestar! Só se foram os “padrastos”,
porque os pais da igreja (apóstolos), bem como Seu fundador
(Jesus Cristo), observaram o Sábado..