CAPÍTULO 25
ROMANOS 14 — PRIMEIRA PARTE
A epístola aos Romanos além de ser um hino de exaltação
à Lei Moral é também, por excelência,
um doutrinal de justificação pela fé. E aqui,
da mesma forma que se nota nas outras cartas paulinas, os “judaizantes”
não lhe davam tréguas. Pelo “filtro” do capítulo
14 desta epístola, vemos como solertemente eles tentam
injetar a heresia da justificação pelas obras da
Lei Cerimonial, entre os discípulos.
Por isso, vamos abrir bem os olhos para alcançar de forma
clara, o que Paulo diz neste capítulo para desanuviar a
confusão gerada nos leitores atuais desta epístola
que, com a maior sinceridade, pensam ter sido cancelado o Sábado,
ao lerem:
Romanos 14:5
“Um faz diferença, entre DIA e dia, mas outro julga iguais
todos os dias...”
A pessoa sincera, que ainda não entendeu a santidade do
quarto mandamento da Lei de Deus, pensa que neste texto Paulo
o desdenha. Não, não é assim!
Especificamente neste contexto, veja o que se encontra na Didachê
(palavra grega = arte de ensinar):
“Vossos jejuns não devem ser feitos nos mesmos dias com
os hipócritas, pois eles jejuam na segunda-feira e na quinta-feira,
mas deveis jejuar na quarta-feira e na sexta-feira.” – Edgar Goodspeed,
The Apostolic Fathers, An American Tranlation (New York: Harper
and Brothers, 1950), pág. 14. Citado na RA, 08/98, pág.
9.
Foi esta tresloucada disputa cerimonial que levou Paulo a escrever
Romanos 14:5. Isso é claro pelo testemunho documental da
Didachê. Mas, Paulo fala de outro dia que muitos, não
compreendendo, aceitam como se tratando do Sábado semanal
– o dia do Senhor.
Bem, esquecendo a Didachê, o primeiro passo a dar para se
desvendar o assunto, é descobrirmos de que DIA trata. Convém
lembrar que este problema também ocorreu com os Gálatas,
e Paulo assim os repreendeu. Observe:
Gálatas 4: 10 – “Guardais DIAS, e MESES, e TEMPOS, e ANOS.”
Não esqueça: os “professores judaizantes” trabalhavam
assiduamente para subverter o cristianismo. Também tentaram
infiltrar-se entre os crentes de Colossos, e Paulo novamente os
repele, veja:
Colossenses 2: 16
“Portanto, ninguém vos julgue... por causa dos DIAS de
festa, ou da LUA NOVA, ou dos SÁBADOS.”
Específicamente, neste texto, Paulo extravasa o assunto
de maneira muito clara e abrangente, assegurando que a exigência
dos “judaizantes” em todos os lugares onde se infiltrassem era
a mesma:
Guardar DIAS, MESES, TEMPOS, ANOS, LUAS NOVAS e “SÁBADOS”
Isto daí, meu irmão, eram os festivais sabáticos
dos judeus religiosos. Você os encontrará nestes
livros: Isaías 1: 13. Oséias 2: 11. Amós
5: 21-22. Jeremias 6: 20; 7: 21-24; 14: 12. Miquéias 6:
6-7. I Crônicas 23: 31. Esdras 3: 4-5, etc.
Portanto o – DIA e DIAS – de Romanos 14: 5, é o próprio
de Gálatas, também o mesmo dos Colossenses, e não
é outra coisa senão as festas judaicas que compunham
a Lei Cerimonial, a saber:
ATENÇÃO – GRÁFICO 1
Estes festivais obedeciam a um calendário anual e quando
chegavam, o DIA era considerado sábado e revestido de toda
a santidade conferida ao Sábado do sétimo dia da
semana. Para você compreender bem o assunto, leia o capítulo
GÁLATAS À LUZ DA BÍBLIA e SÁBADO
– DO HOMEM E DE DEUS.
Estas cerimônias foram exigidas antes da cruz porque eram
sombras de Cristo (Col. 2:17). Vindo Ele, acabou. A insistência
dos “judaizantes” ao reviver tais festas era a declarada recusa
às doutrinas cristocêntricas apresentadas por Paulo.
Antes de Cristo morrer na Cruz do Calvário, aqueles rituais
envolventes e impressionantes, se consituíam no evangelho
para os judeus, mas com a morte de Cristo, desnecessário
se tornou.
Assim, digo-lhe: em tudo isso nada há contra o Sábado
do sétimo dia da semana, que, como um mandamento da santa
Lei de Deus, permanece como sinal entre Jeová e Seus leais
filhos. (Ezequiel 20: 20). Ainda que o Sábado tenha emprestado
seu nome aos festivais cerimoniais nada tem a ver com eles. Lamentavelmente,
o Sábado semanal permanece hoje como o grande mandamento
esquecido. Reflita nisto irmão: Por ocasião destes
incidentes, TODOS guardavam o Sábado (Atos 15: 21).
O próprio Paulo o guardou em todas as suas viagens e estabelecimento
de igrejas. Por favor, queira ler o capítulo PAULO E O
SÁBADO NO LIVRO DE ATOS. Os discípulos de Jesus
guardavam o Sábado. Provas: Mateus 28: 1. Marcos 15: 42;
16: 1. Lucas 23: 54-56. Atos 13: 14, 27, 42, 44; 17: 2; 18: 1-4.
Finalmente, anote:
Paulo escreveu a epístola aos Romanos no ano 58 d.C. Jesus
antes de morrer (ano 31 d.C.) advertiu aos discípulos que
não transgredissem o Sábado (Mat. 24:20) quando
da destruição de Jerusalém, que se daria
no ano 70 d.C.
Portanto, doze anos depois que Paulo escreveu aos romanos (ano
70 – ano 58 = 12 anos), o Sábado era guardado pelos discípulos
por orientação de Jesus. Daí, a conclusão
coerente é de que Paulo está se referindo aos DIAS
(sábados cerimoniais) e nunca ao Sábado semanal,
no capítulo 14 de Romanos.
GENEALOGIAS – LEI – FÁBULAS
Tito 3: 9
“Mas não entres em questões loucas, genealogias
e contendas, e nos debates sobre a lei, porque são coisas
inúteis e vãs.”
I Timóteo 1: 4
“Nem se dêem a fábulas, ou a genealogias, que mais
produzem questões do que a edificação de
Deus, que consiste na fé; assim o faço agora.”
Paulo sempre encontrou acérrimos “judaizantes” em seu caminho,
preocupados em promover debates acerca do ritualismo e fábulas
judaicos. Estes dois textos dizem da preocupação
do apóstolo em preservar seu rebanho da escravidão
enfadonha da Lei Cerimonial que tais contendores desejavam acirradamente
colocar em uso, em todos os lugares.
Quanto à palavra Lei aí focada, você não
deve confundir com a Lei de Deus cujos mandamentos são
de cunho moral. Efetivamente: não roubar – não matar
– não adulterar – não ter outros deuses, não
são “coisas inúteis”, muito menos “coisas vãs”,
certo?
Paulo incontestavelmente, está focalizando aos seus filhos
na fé – Tito e Timóteo, exatamente o que sempre
foi o problema mais próximo de seu ministério: O
Ritualismo Cerimonial Judaico – Lei Cerimonial.
ROMANOS 14 — SEGUNDA PARTE
Este capítulo cristaliza a ampla liberdade de Paulo e do
evangelho, bem como realça a fragilidade da fé de
certos irmãos. Assim, Paulo nos anima, como cristãos
fortes, a exercer tolerância para com os fracos na fé,
evitando todo e qualquer julgamento a respeito da experiência
cristã de alguém. I. Coríntios 8: 12.
Romanos 14: 2
“Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é
fraco, come legumes.”
A Bíblia garante, estribados na apresentação
pessoal do apóstolo Paulo (Fil. 3: 5-6), que ele não
comia alimentos imundos (apelou com veemência para que os
crentes preservassem seus corpos santos e aceitáveis a
Deus como sacrifício vivo. Rom. 12:1. I Cor. 3:16-17. Porém,
não se opunha a comer carnes sacrificadas a ídolos,
porque eram carnes limpas. I Cor. 8:4; 10:19).
Pois bem, Paulo começa sua carta usando uma expressão
que confunde os menos estudiosos – TUDO. E depois, confunde ainda
mais, dizendo ser – FRACO – quem come legumes. Evidentemente,
há necessidade de cavar fundo e “pescar” o que o apóstolo
quer ensinar porque a alimentação vegetal tem-se
demonstrado mais saudável para o ser humano, e foi o regime
alimentar estabelecido por Deus antes do pecado (Gên.1:29).
Daniel e seus companheiros na côrte babilônica provaram
esta verdade. Daniel 1.
Quando Paulo menciona o TUDO, sua referência é direcionada
às carnes sacrifi-cadas aos deuses pagãos (Atos
14:12-13. Levíticos 11: 3), e estas eram limpas (Veja pág.
351). E o FRACO é tão somente quem ainda não
amadureceu espiritualmente e, como tem uma consciência débil
(I Cor. 8: 11), não admitia o consumo desta carne.
Por conseguinte, comer ou deixar de comer carnes sacrificadas
aos ídolos é um assunto pessoal. Ninguém
deve se tornar consciência alheia para o fato, porque no
verso 3, Paulo coloca os “pratos” na mesa, dizendo:
“QUEM COME NÃO DEVE DESPREZAR QUEM NÃO COME”
– Por quê? Paulo mesmo responde em Romanos 14:
Primeiro: porque todos comparecerão diante do tribunal
de Deus (verso 10).
Segundo: Cada um dará contas de si mesmo a Deus (verso
12).
Terceiro: Ninguém deve se constituir em tropeço
ao irmão (verso 13).
Romanos 14: 14
“Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nenhuma coisa, é
de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por
imunda; para esse é imunda.”
Reafirmo-lhe, amado irmão, com toda a força do amor,
que esta “nenhuma coisa” são as carnes sacrificadas aos
ídolos, fato que se confirma cristalinamente nos versos
15 a 20. Efetivamente Paulo está capitulando o mesmo assunto,
tratando do mesmo problema, discorrendo sobre alimentos; portanto,
lógico, racional e evidente que são as carnes sacrificadas
aos deuses pagãos, e nunca os seres proibidos na Lei Dietética
de Levíticos 11, pois não há contradição
na Bíblia. Como sabemos, o Espírito que inspirou
Moisés a determinar esta necessária lei, foi O mesmo
que inspirou Paulo em suas epístolas e cartas. Veja a posição
de Paulo:
II Coríntios 6: 17: – “Pelo que saí do meio deles,
e apartai-vos diz o Senhor: e não toqueis nada imundo e
Eu vos receberei”.
A liberdade que Paulo dá a entender não é
sobre as carnes imundas que Deus proibiu, mas as carnes limpas
que alguns de seus compatriotas consideravam imundas ao serem
sacrificadas aos ídolos.
Para consolidar o assunto vamos recorrer aos coríntios,
que, identicamente, tiveram a mesma dificuldade, que foi equacionada
de maneira correta. Porém, anote este detalhe:
– A Epístola aos Coríntios foi escrita menos de
um ano antes da de Romanos, por isso é bastante razoável
e lógico concluir que em Romanos 14 e I Coríntios
8 e 10 Paulo trate, em essência, do mesmo assunto, qual
seja: Carnes sacrificadas aos ídolos.
I Coríntios 10: 27-28
“E, se algum dos infiéis vos convidar, e quiserdes ir,
comei de tudo o que se puser diante de vós, sem perguntar
nada, por causa da consciência. Mas, se alguém vos
disser: Isto foi sacrificado aos ídolos, não comais,
por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência...”
Observe esta ilustração:
Imaginemos você estar nesta época em Corinto, e um
amigo idólatra o convida para um banquete. Você vai!
Então, lá na casa deste seu amigo pagão,
ao colocar ele um pedaço de carne em seu prato, não
pergunte se ela foi sacrificada aos ídolos. Ao comer a
carne, sem perguntar nada, a sua consciência não
lhe acusará, pois nada sabes a respeito dela.
Porém, se algum dos irmãos coríntios passar
por ali, ou estiver presente, informar que foi sacrificada aos
ídolos – não coma – (I. Cor. 10: 28), ainda que
seja deselegante para com o amigo. Evite-a por causa da consciência
de quem lhe advertiu. A consciência dele o impede de comer
e você por amor a ele, deve deixar de comer também
(I Cor. 8: 13).
– Por que Paulo não disse assim:
“Se alguém vos disser: Isto é carne de porco ou
imunda, não comais.”
– Ele tão somente afirmou:
“Se alguém vos disser: Isto FOI SACRIFICADO AOS ÍDOLOS,
não comais.”
Como se vê, trata-se de questões de consciência
e não de qualidade de comida, pois notória era a
posição de todos quanto às carnes imundas.
Agora, a minha pergunta: Será a consciência um guia
seguro? Se for uma consciência cativa aos princípios
e vontade de Deus, sim! A diretriz do cristão é
a Palavra de Deus quem estabelece.
Sabe, é possível que alguém esteja ferindo
sua consciência por falta de domínio próprio,
talvez cauterizando-a e arrazando a saúde por uma má
interpretação dos textos paulinos. A consciência
precisa de reflexos santos para se tornar um guia seguro. Sobretudo,
a pessoa deve usar o bom senso, que, na maioria das vezes, é
mais útil que a atuação da consciência.
EXEMPLO: Século vinte, em uma lanchonete vende-se pastéis
de carne bovina, de galinha e de camarão. Alguém
pode pedir um pastel de galinha ou de carne de boi para comer.
E vai fazê-lo sem perguntar nada por causa da consciência?
Vai fechar os “olhos” da consciência, por causa da consciência?
É a guerra: Razão x apetite.
– Bem, os “quadros” são diferentes, ou não?!
Naquele tempo, Século um, a industrialização
era zero. O consumo moderado, em função da quantidade
de pessoas. Ademais, a dúvida levantada quanto a ter sido
ou não a carne oferecida aos ídolos demonstra que
eram limpas; e mesmo limpas, nem toda a carne era sacrificada
aos deuses pagãos, pois caso contrário todos os
crentes dela se absteriam sem nada perguntar.
Hoje, porém, houve uma tremenda inversão de valores;
além do consumo cárneo adquirir proporções
alarmantes, as carnes consideradas imundas por Deus (porco, rã,
lagosta, etc. Lev. 11. Deut. 14) são largamente comercializadas,
e o seu preço excede, em muito, ao das carnes limpas; uma
penalidade ao contra-senso.
Por outro lado, nada havia de mal em comprar carne sacrificada
aos ídolos no açougue ou comê-la na casa de
algum gentio, porque sendo o ídolo uma estátua inanimada,
não podia influir de forma nenhuma em tal carne. O que
se há de condenar, e com veemência, era o fato de
certos cristãos (de consciência “forte” ou plenamente
cauterizada?) frequentarem os templos pagãos para se banquetearem
com as oferendas feitas em honra aos ídolos (I Cor. 8:10;
9,7,11-12).
Por isso, no “quadro” atual, usando o bom senso, em nada a consciência
precisa ser acionada. Basta imaginar: os pastéis de camarão,
são fritos na mesma panela em que se fritam os pastéis
de carne e de galinha?
Em que são fritos: óleo vegetal ou banha de porco?
E a faca ou a máquina elétrica que cortam o queijo,
em um botequim: são as mesmas que cortam o presunto ou
mortadela para se fazer um sanduiche?
– Lamento dizer, amado, está tudo contaminado. Isso sem
falar que a gordura ou óleo nestes estabelecimentos não
se renovam por meses. Está super saturada e é altamente
cancerígena.
Use o bom senso, substitua estas coisas por aveia, soja, legumes,
hortaliças, cereais, frutas bem lavadas e pão integral.
Adicione exercício físico, água pura e um
bom sono.
Bem, creio que posso lhe dizer: o bom senso ajudou a consciência
a ser forte e assim constituir-se em um guia seguro, não
é?
“TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS”
I Coríntios 10: 31
“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer
coisa, fazei tudo para a glória de Deus.”
Um irmão nosso foi convidado por seus parentes que são
de fé batista para um almoço especial pela passagem
de um natalício. Quando a mesa foi arranjada, alguém
teve, de propósito, o cuidado de colocar bem no centro,
uma leitoa assada, recitou o verso acima e solicitou ao irmão
Noel para pedir a bênção sobre os alimentos.
Este, com a calma peculiar dos santos, orou:
– “Senhor, o que puderes abençoar nesta mesa, abençoe,
por amor de Jesus, amém.” (*)
– Não posso entender que um irmão coma um animal
imundo proibido pelo próprio Deus (Levíticos 11:
7-8) e creia que assim fazendo seja para a glória de Deus!
Diga-me qual a diferença de colocar também naquela
mesa, um litro de cachaça, uma garrafa de cerveja ou de
whisky?
Positivamente, dentro desse raciocínio (“tudo é
para a glória de Deus”), não podemos aceitar (nem
aquele irmão da leitoa aceitaria) que algum crente vá
tomar cachaça, vinho ou uisque e o faça para a glória
de Deus, mesmo o texto dizendo com a maior clareza: “...quer bebais.”
Percebe como o problema é mais profundo do que muitos pensam?
Sim, porque o que acontece é que o “quer comais” está
sendo usado como autorizando se comer de tudo. E, o “quer bebais”
não autoriza beber tais bebidas alcoólicas. Seria
isso uma atitude coerente? Ainda diz mais o texto: “façais
outra qualquer coisa”.
Será que o crente pode fazer o que o ímpio faz e
isso ser para a glória de Deus? – Certamente que não!
Mas se alguém aplica o “quer comais” como que o autorizando
a comer tudo o que Deus proibiu não poderá contestar
quem ache que “outra qualquer coisa” abone a prática de
um pecado aberto e acintoso, ou velado e acariciado com o respaldo
deste texto paulino!
Amado irmão, o “façais outra qualquer coisa” são
unicamente as coisas lícitas aos cristãos, e o “bebais”
e o “comais” referem-se somente ao que Deus permitiu o homem usar.
Por conseguinte, o que Paulo quer dizer é que os coríntios
e os romanos deveriam abster-se de carnes sacrificadas aos deuses
pagãos por amor aos cristãos de consciência
sensível. E isto sim, pode ser atribuído à
glória de Deus.
(*) Treze anos depois, encontrei-me com o irmão Noel e
perguntei-lhe: E o homem da leitoa, como vai? Respondeu-me: “Já
é Adventista com quase toda a família.” Aleluia!
“TODA A CRIATURA É BOA?”
I Timóteo 4: 4
“Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há
nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças.”
Também aqui há que se usar o bom senso para se
entender claramente o que Paulo quer dizer. Certamente o apóstolo
diz ser boa toda a criatura para a finalidade para a qual foi
criada. Exemplo: O boi para se comer, urubu para limpar a terra.
Veja a suprema necessidade de comparar os textos bíblicos
para se extrair a verdade que eles encerram. Paulo não
está querendo dizer aqui que se pode comer toda a criatura
indistintamente, senão teremos que desculpar o canibal
que come carne humana. Além do que haveria tremendo choque
com Isaías, veja:
Isaías 66: 17: 65; 4
“Os que se santificam, e se purificam nos jardins uns após
outros, os que comem carne de porco, e a abominação,
e o rato, juntamente serão consumidos, diz o Senhor...
Comendo carne de porco... abomináveis.”
Percebeu a clareza do texto? Isaías, inspirado pelo Espírito
Santo diz: O crente que come estas duas criaturas – porco e rato
– não será salvo. Não pensemos que haja contradição
na Bíblia. O Espírito Santo jamais Se contradiz.
Tenho certeza que você mesmo não aceita que tudo
se torna santificado após a oração, como
parece sugerir o texto. É impossível que uma pessoa
esclarecida, crente em Cristo, possa cozinhar uma cobra ou um
sapo e depois pedir a bênção para eles, e
comer. Não creio que serão santificados pela “ação
de graças”, ainda que sejam criaturas de Deus!
– E, por que não? – Porque tais animais não foram
criados para serem consumidos. Aliás... nenhum foi!
Assim pois, temos que comparar os textos e as ocorrências
dos vários lugares que Paulo foi chamado a atuar sobre
o assunto e veremos que tudo girava em torno de carnes limpas,
porém, sacrificadas aos deuses pagãos.
Como afirmei, há necessidade de se usar o bom senso no
melhor apuramento da vida espiritual, porque Paulo também
mandou Timóteo tomar vinho (I Tim. 5:23); permitiu também
ao diácono (I Tim. 3:8). E agora, vai o crente encher sua
geladeira de cerveja? Ora, é tão razoável
uma coisa quanto outra!
Com relação ao vinho que Paulo recomendou tomar
– como remédio – , não tenhamos a menor dúvida
que se trata do melhor suco de uva. Só pode ser o puro
suco da vide (Deut. 32:14; Isa. 25:6); porém, Paulo não
explicitou isso, não é?
E por que sei que é o puríssimo suco da uva? É
porque não se concebe um crente tomar bebidas alcoólicas,
pois ele é o templo do Espírito Santo (I Cor. 3:16),
e os bêbados não entram no Céu (I Cor. 6:10).
O Governo Brasileiro provou que meio copo de cerveja já
altera o comando sensor do motorista. Se dirigir, será
preso; porque pode ocasionar um desastre. Está bêbado!
O bafômetro garante.
– Aliás, quem foi que disse que os bêbados não
entram no Céu? Não foi Paulo? (I Cor. 6: 10). Disse
também para não se embriagar (Efé. 5:18).
Viu? Estamos indo além do véu, usando o bom senso,
não é? Já está provado que de cada
sete bebedores ocasionais um se torna alcoólatra inveterado.
Pois é, o social–mente.
“DEUS CRIOU TUDO PARA OS FIÉIS?”
I Timóteo 4: 3
“Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos manjares
que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a
verdade, a fim de usarem deles com ações de graças.”
Na Bíblia, irmão, só há autorização
para se comer carnes limpas (Lev. 11: Deut. 14). Por conseguinte,
é destes manjares que Paulo está falando. São
as carnes limpas, que, usadas com “acões de graças”
se constituem os “manjares dos fiéis”.
Este texto especificamente, é uma profecia que, como luva,
se encaixa na Igreja Romana. Ela mantém a tradição
de proibir o casamento de padres e freiras, e também proibe
comer carne na sexta-feira, chamada santa, lembra-se?
Ora, irmão, não há nada demais comer carne
limpa (galinha, boi, vaca, touro, carneiro, ovelha, cabrito, etc)
na sexta-feira santa. Pode pedir a bênção
sobre ela, Deus a abençoará e poderás comer
livremente, porque são estas as criaturas que, separadas
para os fiéis, “pela Palavra de Deus e pela oração
é santificada” (I Tim. 4: 5), na sexta-feira ou em qualquer
outro dia da semana; porém, se optares pelo vegetarianismo,
farás melhor. Sim, muito melhor!
Quanto ao casamento, ora, é um direito inalienável
do moço e da moça amar e ser amado, e constituir
sua família. Deus estabeleceu este sacramento no Éden
ao oficiar o casamento de nossos primeiros pais, Adão e
Eva. Portanto...!
“TODAS AS COISAS SÃO PURAS?”
Tito 1: 15
“Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é
puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento
e consciência estão contaminados.”
Este é mais um texto isolado, e você não o
pode aceitar literalmente, fundamentado na expressão abrangente
da palavra: “todas as coisas são puras”, porque nem tudo
é puro para o puro. Quer ver?
Revistas pornográficas,
filmes obscenos, violentos, fantasiosos,
novelas,
bailes, cinema, etc.
Estas coisas são puras para os puros? – Claro que não,
você dirá! Então qual é o problema
desta epístola?
O verso 15 de Tito cap. 1, faz parte de uma sequência onde
Paulo ordena ao discípulo a organização da
Igreja de Creta, dando-lhe orientações diversas
conclamando-o a precaver-se contra certa classe de ensinadores
– os da circuncisão – v. 10.
No dizer do apóstolo, a tais “professores” conviria tapar
a boca pois dali só gotejava heresia (v.11), que eram fábulas
judaicas e mandamentos de homens (v. 14).
Sabe, se era ensino judaico, estes nunca jamais autorizariam o
consumo de carnes imundas. E... se eram – os da circuncisão
– aí é que o “tempo fechava”. Estes fanáticos
eram extremados em tudo, inclusive no regime alimentar e até
mesmo da sombra de um animal imundo fugiam.
Daí, o mais lógico é raciocinar na direção
de que estas “todas as coisas”que são puras, para os puros,
certamente são os pensamentos, desejos, sentimentos e anseios
do crente. Isto é: o crente só pensa o que é
bom, puro e santo, não é? O que não se dá
com os infiéis que têm suas mentes poluídas,
contaminadas por toda sorte de impurezas.
Efetivamente, uma pessoa pura, manterá seu coração
puro, uma mente pura, praticando a temperança ao evitar
o consumo de carnes imundas. Paulo conclue falando ao nosso coração:
Filipenses 4: 8
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro...
honesto... justo... puro... amável... de boa fama... nisso
pensai.”
JESUS MANDOU COMER TUDO!
Lucas 10:8
“E, em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei
do que vos puserem diante”.
Jesus não está aqui destruindo a Sua Lei Dietética,
muito menos acabando com a distinção e separação
dos animais e peixes limpos e imundos. Quer ver? O Senhor Jesus
ensinou:
“Igualmente o Reino dos Céus é semelhante a uma
rede lançada ao mar, e que apanha toda qualidade de peixes.
E estando cheia, puxam para a praia; e, assentando-se, apanham
para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam
fora.” Mateus 13:47-48.
Evidentemente, quando Jesus disse para os discipulos comerem o
que lhes dessem ao fazer o trabalho missionário, não
seria preciso acrescentar o que era óbvio, praticado e
vivido. Seus discípulos conheciam profundamente a boa e
prudente Lei Dietética. Obedeciam sem questionar e sabiam
bem distinguir o limpo do imundo, como Jesus os ensinou.
Ouça o que Jesus disse em Sua Lei Dietética:
“De todos os animais que há nas águas, comereis
os seguintes: todo o que tem barbatanas e escamas, nas águas,
nos mares e nos rios, esses comereis. Mas todo o que não
tem barbatanas e escamas, nas águas, nos mares e nos rios,
todo o réptil das águas, e todo o ser vivente que
há nas águas (rã, mexilhão, camarão,
lagosta etc), estes serão para vós abominação.”
Lev. 11:9-12.
Pergunto! Estaria Jesus Se contradizendo? Proibe ao homem do Velho
Testamento comer coisas imundas e as libera ao homem do Novo Testamento?
Jesus fez acepção de pessoas? Não! Mil vezes
não! Meu amado, Jesus é o Criador, não O
contestemos jamais.