Estimado leitor, o livro : "O Selo de Deus na Lei" foi escrito para ser compreendido mediante uma leitura seqüencial e ordenada. Não é recomendável ler um capítulo sem haver entendido plenamente todos os anteriores, pois isto poderá ocasionar confusão e preconceitos desnecessários. |
Capítulo
02 -Diferença
entre a Lei Moral e Cerimonial |
Se nos deparamos com aparentes contradições, devemos estudar cuidadosamente o assunto, e com humildade, buscar o auxílio do Senhor para compreendê-las, e o Espírito Santo nos esclarecerá a mente. Dentre todas as leis mencionadas na Bíblia, duas têm destaque preeminente: A Lei Cerimonial e a Lei Moral, fatos que muitos cristãos não aceitam ou não compreendem, mas que é claro em toda a Bíblia. "A Lei Moral ou Lei de Deus (Dez Mandamentos) vem da eternidade. Os princípios desta Lei são base do governo de Deus. São imutáveis como o Seu Legislador. A Lei é por natureza indestrutível, nem um mandamento pode ser tirado do Decálogo. Permanece todo ele irrevogável e assim permanecerá para sempre... Lucas 16:17." Entretanto, o mesmo não se estabelece com a Lei Cerimonial, freqüentemente chamada de Lei de Moisés, que veio a existir depois da queda do homem. Esta lei consiste em manjares e bebidas, várias abluções, justificações da carne e sacrifícios, destinada a chamar a atenção para a primeira vinda de Jesus; e com Sua vinda, todas estas coisas foram encerradas. Aí encontram-se o tipo e o antítipo; a sombra encontrou o corpo (Colossenses 2:16 e 17). Quando Cristo, o Cordeiro de Deus, morreu na cruz, o véu do templo se rasgou em dois de alto a baixo (Mateus 27:51). Os serviços do templo a partir daquele momento deixaram de ter lugar. O sistema sacrifical cessou, e a lei que a ele pertencia deixou de existir. Foi cravada e riscada na cruz (Colossenses 2:13 a 15).
Concluindo, na Nova Aliança a Lei Cerimonial (os estatutos cerimoniais) da Antiga Aliança não tem mais razão para continuar, não há mais razão para existir. A Lei Moral ou a Lei de Deus, no entanto, acompanhará os justos através dos séculos." Lourenço Silva Gonzalez, Assim Diz o Senhor, 3.ª ed., 1986.
Deus concedeu Sua Lei a fim de prover abundantes bênçãos a Seu povo, e para conduzi-los a um relacionamento salvador com Ele. Observe os seguintes propósitos específicos: Ela Revela a Vontade de Deus para a Humanidade Na qualidade de expressão do caráter e do amor de Deus, os Dez Mandamentos revelam Sua vontade e propósito para a humanidade. Demandam obediência perfeita, "pois qualquer que guarda toda lei, mas tropeça em só ponto, se torna culpado de todos" (Tiago 2:10). Obediência à lei, sendo esta a regra de vida, é vital para a nossa salvação. O próprio Cristo explicou por quê: "Se queres, porém entrar na vida, guarda os mandamentos" (Mateus 19:17). Essa obediência somente é possível por intermédio do poder que o Espírito Santo, habitando no íntimo do ser, torna disponível. Ela Funciona como Padrão de Julgamento Tal como Deus, Seus "mandamentos são justiça" (Salmo 119:172). Portanto, a lei estabelece o padrão de justiça. Cada um de nós será julgado por esses retos princípios, e não por nossa consciência. Dizem as Escrituras: "Temei a Deus e guarda os Seus mandamentos... porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más" (Eclesiastes 12:13 e 14; Tiago 2:12). A consciência humana é instável. A consciência de alguns é "fraca", enquanto a de outros é "corrompida", "má" ou "cauterizada" (I Coríntios 8:7 e 12; Tito 1:15; Hebreus 10:22; I Timóteo 4:2). Tal como um relógio, não importa quão bem ele trabalhe, deve a consciência ser "aferida" de acordo com algum padrão, para que ela possa ser de algum valor. Nossa consciência nos diz que devemos proceder de modo correto, mas não diz o que é correto. Somente a consciência aferida de acordo com o grande padrão divino - Sua lei - pode evitar que mergulhemos no pecado. Ela aponta o pecado Sem os Dez Mandamentos as pessoas não podem ver claramente a santidade de Deus, nem sua própria culpa ou necessidade de experimentar o arrependimento. Quando as pessoas não sabem que estão violando a Lei de Deus, não se arrependem de sua condição de perdidas ou a necessidade do sangue expiatório de Cristo. Tendo em vista ajudar as pessoas a verem a sua verdadeira condição, a Lei funciona como uma espécie de espelho (Tiago 1:23 a 25). Aqueles que "olham" a seu próprio caráter defeituoso em contraste com a justiça do caráter de Deus, compreendem que a lei revela que todas as pessoas são culpadas diante de Deus (Romanos 3:19), e que são plenamente responsáveis perante Ele. "Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" (Romanos 3:20), já que "pecado é a transgressão da lei" (I João 3:4). Efetivamente, diz Paulo, "eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei" (Romanos 7:7). Ao convencer os pecadores de suas culpas, ela os ajuda a compreender que estão condenados sob juramento da ira de Deus e que estão diante da penalidade de morte eterna. A lei provoca neles, portanto, um senso de completo desamparo. Ela é um Agente de Conversão
Ela Provê Genuína Liberdade Cristo disse que "todo aquele que comete pecado é escravo do pecado" (João 8:34). Quando transgredimos a Lei de Deus, não nos achamos em liberdade; a obediência aos Dez Mandamentos, esta sim, nos assegura verdadeira liberdade. Viver dentro dos limites estabelecidos pela Lei de Deus significa liberdade do pecado. Significa também liberdade diante daquilo que acompanha o pecado - contínuo aborrecimento, consciência ferida, crescente culpa e remorso, que minam as forças vitais de nossa vida. Disse o salmista: "Andarei em liberdade, pois busquei os Teus preceitos" (Salmo 119:45, New International Version). Tiago referiu-se ao Decálogo como a "lei perfeita, lei da liberdade" (Tiago 2:8; 1:25). Para que pudéssemos receber essa liberdade, Jesus nos convidou a que viéssemos até Ele com todos os nossos fardos de pecado. Ele nos oferece o Seu jugo, que é suave (Mateus 11:29 e 30). Se a lei é apresentada sem o poder salvador de Cristo, não há qualquer libertação do pecado. Mas a graça salvadora de Deus, que de nenhuma forma invalida a Lei, traz o poder que nos liberta do pecado, pois "onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade" (II Coríntios 3:17). Ela Restringe o Mal e Traz Bênçãos O aumento de crimes, violência, imoralidade e maldade que inunda a Terra, resultou do desprezo que os homens votaram ao Decálogo. Sempre que a lei é aceita, restringe o pecado, promove ações corretas e tornar-se o meio para estabelecer a justiça. Nações que incorporaram os princípios dessas lei a suas leis nacionais, experimentaram grandes bênçãos. Por outro lado, o abandono desses princípios sempre trouxe consigo decidido declínio. Nos tempos do Antigo Testamento, Deus muitas vezes abençoou nações e indivíduos em proporção à obediência destes a Sua lei. Dizem as Escrituras: "A justiça exalta as nações" e "com justiça se estabelece o trono" (Provérbio 14:34; 16:12). Aqueles que se recusavam a obedecer os mandamentos de Deus, encontravam calamidades (Salmo 89:31 e 32). "A maldição do Senhor habita na casa do perverso, porém a morada dos justos Ele abençoa" (Provérbio 3:33; Levítico 26; Deuteronômio 28). O mesmo princípio geral continua válido nos dias de hoje. Nisto Cremos, CPB, 4.ª ed., 1997, págs. 315-318. 1. Alguns têm interpretado a afirmação de Paulo, "porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê", como significando que o fim ou propósito da lei é conduzir-nos ao ponto em que podemos perceber nossa pecaminosidade e assim dirigirmos a Cristo para obter perdão e, pela fé, recebermos a Sua justiça. (Este uso da palavra "fim" [do grego telos] também é encontrado em I Tessalonicenses 1:5; Tiago 5:11 e I Pedro 1:9). Veja também The SDA Bible Commentary, edição revista, vol. 6, págs. 541 e 542. - Leia também em Guiados Para Vencer I: A Lei de Deus aos Romanos. 2. Cf. SDA Bible Commentary, edição revista, vol. 6, pág. 961; E. G. White, Mensagens Escolhidas, vol.1, pág. 233. A Lei Cerimonial representava também um aio que conduzia o indivíduo a Cristo através de diferentes meios. Os serviços do santuário, com suas ofertas sacrificais, apontavam aos pecadores o perdão de pecados que o sangue do vindouro Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, haveria de prover, levando-os, portanto, à compreensão da graça do evangelho. Era seu desígnio desenvolver amor pela Lei de Deus, enquanto as ofertas sacrificais deveriam constituir dramática ilustração do amor de Deus em Cristo. 3. Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 213. |
:: Abaixo os próximos capítulos deste livro-online |