Estimado leitor, o livro : "O Selo de Deus na Lei" foi escrito para ser compreendido mediante uma leitura seqüencial e ordenada. Não é recomendável ler um capítulo sem haver entendido plenamente todos os anteriores, pois isto poderá ocasionar confusão e preconceitos desnecessários. |
Capítulo
15 - Lei e
Graça no Mundo Religioso |
Precisamos considerar o legítimo conceito da graça. Não vamos entrar em terreno especulativo. Não consideraremos, por exemplo, a graça "universal" como a entendia Wesley; nem o conceito restrito de Armínio ou a singular graça "da criação", defendida por Pelágio. Para maior luz do assunto, temos que nos distanciar desses backgrounds teológicos discordes e até rebarbativos. Vamos analisar a deturpação do conceito de graça, como se observa nos dias atuais, para "justificarem" a não-observância dos mandamentos de Deus.
É uma atitude de liberdade divina, generosidade inefável, concedendo-nos a salvação como um dom, já que estávamos irremediavelmente condenados. É uma oportunidade conferida aos pecadores e que tem o sentido de uma dívida perdoada, de um perdão concedido, de uma libertação sem paga, de um jugo desatado, de uma carga retirada dos ombros. Graça é a mais alta expressão do amor de Deus, que se tornou objetiva no sacrifício oblativo de Jesus em favor dos pecadores, ou seja, da transgressão da lei divina.
E a Lei mencionada por Tiago 2:10 a 12 é insofismavelmente o Decálogo. De fato, como foi dito, se a lei tivesse sido abolida, não haveria transgressão e, necessariamente, não haveria condenação. E não havendo condenação, não há necessidade de graça. Sem lei não há graça. Uma pressupõe a outra. A graça, além de nos salvar da condenação da lei, habilita-nos a viver em harmonia com os preceitos celestiais, com o padrão divino. Não há contradição mas uma interdependência entre lei e graça. Elas se harmonizam e completam-se em suas funções:
É errôneo crer que, depois de Cristo, a graça suplantou a lei, substituiu-a, anulo-a, destruiu-a. É errôneo afirmar que, com a morte de Cristo, findou-se a jurisdição da lei, iniciando-se a da graça. Infelizmente é assim que muitos entendem o "estar debaixo da lei" e o "estar debaixo da graça", realçando que a graça existe da morte de Cristo para cá. Se isso fosse verdade, gostaríamos de perguntar como se arrumaram os pecadores dos tempos do Velho Testamento? Como se teriam salvo? Este ponto não pode ser passado por alto, porquanto as Escrituras ensinam clarissimamente que a salvação é obtida unicamente pela graça.
A graça esta estendida a todos os homens. (Tito 2:11 a 15; Romanos 5:18) Estava planejada antes mesmo da queda e começou a vigorar desde Gênesis 3:15, mas um dia será retirada (Apocalipse 7:2 e 3; Apocalipse 15:8). Cessará então de vigorar. Em matéria de salvação todos os homens, em todos os tempos estiveram debaixo da graça. Em Hebreus 11 se alinham os vultos exponenciais do Velho Testamento que agiram, viveram e se salvaram pela fé. Os sacrifícios de cordeiros e oferendas que o Israel fazia na antigüidade, simbolizavam a sua fé no futuro Messias - verdadeiro "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo". Eram a maneira de expressar a fé em Cristo. Não expressavam obras mas fé. No Céu só haverá uma classe de pessoas: a dos salvos pelo Cordeiro. Eis a descrição dos remidos, na bela antevisão joanina: "E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos; porque foste morto e com o Teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação." (Apocalipse 5:9). Portanto a graça abrange TODOS os períodos da História. A. B. Christianini, Subtilezas do Erro, 2.ª ed., 1981, pág. 93. 1. O Que Vale Mais do que o Dinheiro, série V.A., pág. 1. 2. A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 779. 3. Citada em Paul and The Law, Charles D. Utt. 4. A. H. Strong, op. cit., pág. 548. 5. Idem, pág. 549. |
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