Estimado leitor, o livro : "O Selo de Deus na Lei" foi escrito para ser compreendido mediante uma leitura seqüencial e ordenada. Não é recomendável ler um capítulo sem haver entendido plenamente todos os anteriores, pois isto poderá ocasionar confusão e preconceitos desnecessários. |
Capítulo
13 - O Sábado
na Era Cristã |
Alinhamos alguns depoimentos escritos em épocas variadas, ao longo dos séculos depois de Cristo.
Justino Mártir (100-165): "Devemos unir-nos a eles [observadores do sábado], associando-nos com eles em tudo, como parentes e irmãos." - Dialogue With Trypho, em The Ante-Nicene Fathers, vol. I, pág. 218.
Tertuliano (155-222): "Na questão de ajoelhar-se, também a oração pode ser feita de várias maneiras, embora haja alguns que se abstenham de se ajoelharem no sábado. Uma vez que esta divergência está sendo considerada pelas igrejas, o Senhor dará Sua graça para que os que não concordam com isto cedam ou sigam o exemplo dos outros, sem haver ofensa contra ninguém." - On Prayer, cap. 23. Em The Ante-Nicene Fathers, vol. III, pág. 689.
Hermas Sozomeno (399-443): "O povo de Constantinopla, e de quase todas as partes, reúne-se no sábado, bem como no primeiro dia da semana, costume que nunca se observa em Roma, nem em Alexandria." - Ecclesiastical History, livro 7, cap. 19, em Nicene and Post-Nicene Fathers, 2.ª série, vol. II, pág. 390. Johannes Cassianus, monge egípcio, (360-435), descrevendo a vida monástica: "Portanto, exceto os cultos vespertinos e noturnos, só há culto de dia no sábado e no primeiro dia da semana, quando os monges se reúnem à terceira hora [nove horas] para a santa comunhão." - De Institutione Coenobiorum, livro III, cap. 2, em Nicene and Post-Nicene Fathers, 2.ª série, vol. XI, pág. 213. Constituições dos Santos Apóstolos (produto de escritores da Igreja Oriental). Embora também ordene a guarda do domingo, assim indica a guarda do sábado: "Observarás o sábado por causa dAquele que repousou da obra da criação, mas não cessou Sua obra de providência. É repouso para meditação sobre a lei, e não para ficar com as mãos ociosas." - Constitutions of the Holy Apostles, livro II, sec. 5, cap. 36. The Ante-Nicene Fathers, vol. VII, pág. 413. Atanásio (298-373): "Reunimo-nos no dia de sábado não porque estejamos infectados de judaísmo... Achegamo-nos ao sábado para adorar a Cristo, o Senhor do sábado." - Pseudoathan, de semente, tomo I, pág. 885. Agostinho (354-430): "Neste dia, que é sábado, costumam reunir-se, na maior parte, os desejosos da Palavra de Deus... Em alguns lugares, a comunhão ocorre diariamente; em outros, somente no sábado; e em outros, somente no domingo." - Sermão 128, tomo VII, pág. 629, Epistola ad Janerius, cap. 2. Edward Brerewood, historiador (1565-1615), depois de exaustiva pesquisa do assunto: "O sábado foi religiosamente observado na Igreja do Oriente, durante mais de trezentos anos depois da paixão do Salvador." - A Learned Treatise of the Sabbath, pág. 77. Concílio de Laodicéia (cerca de 365 d.C.): "No sábado, os Evangelhos e outras porções da Escritura devem ser lidos em voz alta." - Charles Joseph Hefele, A History of the Concils of the Church, vol. II, pág. 31. (Edinburg. 1876). Bruce M. Metzger, orientalista contemporâneo, que estudou profundamente o Lecionário Grego do Evangelho: "Na Igreja Oriental o sábado, com exceção do grande sábado que fica entre a Sexta-Feira Santa e o dia da Páscoa, era observado como dia de festa." - The Saturday and Sanday Lessons From Luke in the Gospel Lectionary. John C. L. Gieseler (historiador eclesiástico alemão do século do séc. XIX): "O domingo e o sábado eram observados como dias de festa na igreja cristã; o último, porém, sem a superstição judaica." - Compendium of Ecclesiastical History, período I, divisão 2, cap. 3, parágrafo 53.
Sócrates, o Eclesiástico (historiador - 379-440): "Conquanto quase todas as igrejas do mundo celebrassem os sacramentos aos sábados, cada semana, os cristãos de Alexandria e de Roma, por causa de alguma tradição, deixaram de fazer isto." - Ecclesiastical History, livro V, cap. 22 (escrito em 439 d.C.), em Nicene and Post-Nicene Fathers, 2.ª série, vol. II, pág. 132. Agostinho (Aurelius Augustinus, 354-430): "Se dissermos que é errado jejuar no sétimo dia, condenaremos são somente a igreja de Roma, mas também muitas outras igrejas, tanto da atualidade como dos tempos mais remotos, nas quais o mesmo costume continua sendo praticado. Se, por outro lado, dissermos que não é errado jejuar no sétimo dia, quão grande será nossa presunção em censurar tantas igrejas do Oriente, e até a maior parte do mundo cristão!" - Carta 82, de Agostinho a Jerônimo, parágrafo 14 - Nicene and Post-Nicene Fathers, 1.ª série, vol. I, págs. 353 e 354. Lyman Coleman (1796-1882), após minuciosa pesquisa: "Retrocedendo mesmo até ao quinto século, foi contínua a observância do sábado judaico na igreja cristã, mas com rigor e solenidade gradualmente decrescentes, até ser de todo abolida." - Ancient Christianity Exemplified (1852), cap. 26, seção 2.
Alexander Clarence Flick (doutor em Filosofia e Letras, catedrático de História Européia na Universidade Siracusa, 1869-1942): "Os celtas permitiam o casamento de seus sacerdotes, e a igreja romana proibia... Os celtas tinham seus próprios concílios e editavam suas próprias leis, independentes de Roma. Os celtas usavam uma Bíblia latina diferente da Vulgata, e guardavam o sábado como dia de repouso. Também realizavam cultos especiais no domingo." - The Rise of Medieval Church, pág. 237 (ed. 1909, New York). Alphonso Bellesheim (1839-1912) falando da igreja celta da Irlanda, no sexto século: "No sábado seguinte, o santo, apoiado em seu fiel assistente Diormit, foi abençoar o celeiro. 'Este dia" - disse Columba - 'nas Escrituras Sagradas é chamado o sábado, que significa descanso'... A Igreja Celta, como já observamos, embora guardasse o domingo, parece ter seguido os judeus, por isso abstinha-se de todo trabalho no sábado." - History of the Catholic Church in Scotland, vol. I, pág. 86. Gregório I (540-604) trovejou uma objurgatória contra os existentes observadores do sábado: "Gregório I, bispo pela graça de Deus, a seus amados filhos, os cidadãos de Roma: Chegou ao meu conhecimento que certos homens de índole perversa têm disseminado entre vós coisas depravadas e contrárias à santa fé, pois proíbem que se faça qualquer trabalho no sábado. Como os chamarei senão de pregadores do Anticristo?" - Epitles, b. 13:1, em Labbes and Cossart, Sacrosancta Concilia, vol. V., col. 1511.
Andrew Lang (1844-1912), erudito grego-escocês, historiador, referindo-se à igreja do norte da Escócia no décimo primeiro século, igreja fundada por Columba: "Eles trabalhavam no domingo, observavam o sábado." - History of Scotland, vol. I, pág. 96.
Thomas Ratcliffe Barnett (1868-1941) erudito anglicano: "Neste assunto, os escoceses talvez mantivessem o costume tradicional da antiga Igreja da Irlanda que observava o sábado, em vez do domingo, como dia de repouso." - Margaret of Scotland, Queen and Saint (Londres, 1926), pág. 97.
J. J. Ign. Dollinger (1799-1890), professor de História Eclesiástica e Direito Canônico na Universidade de Munich: "Os Picardos, ou Irmãos Valdenses, não celebravam festividades à Virgem e aos Apóstolos. Alguns guardavam o domingo. Outros, entretanto, só observavam o sábado, como os judeus." - Beiträge zur Sektengeschichte des Mittelalters (Munich, Beck 1890), vol. II, pág. 662.
Andreas Rudolf Karlstadt (1480-1541), reformador protestante alemão, que se juntou a Lutero em Witenberg, em 1517. Escreveu um tratado sobre o dia de guarda. "Quando os servos tenham trabalhado seis dias, devem ter o sétimo livre. Deus disse com toda a clareza: 'Lembrai-vos de observares o sétimo dia'... Com relação ao domingo, sabe-se que os homens o inventaram." - Von dem Sabbath und Gebotten Feyertagen (1524), cap. IV, pág. 23. Martinho Lutero (1483-1546) o pai da reforma protestante: "Em verdade, se Karlstadt escrevesse mais acerca do sábado, o domingo teria que lhe ceder lugar, e o sábado ser santificado." - Wider die himmlischen Propheten, em Sämmtliche Schriften (ed. por John Georg Walch - St. Louis: Concordia, 1890), vol. XX, col. 148.
No século XVII, fundou-se em Newport, (Rhode Island, USA), precisamente em 1671, a Igreja Batista do Sétimo Dia. No século XVIII fundou-se a Comunidade Efrata, por John Conrad Beissel, em Lancaster, precisamente em 1732. Convenceu-se depois do dever de observar o sétimo dia como dia de repouso e publicou Das Büchlein vom Sabbath (Philadelphia, 1728). E no século XIX, em 1844 surgiu nos Estados Unidos o movimento que, anos depois, teria a denominação de Adventistas do Sétimo Dia, de âmbito mundial. A. B. Christianini, Subtilezas do Erro, 2.ª ed., 1981, pág. 162. |
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