Estimado leitor, o livro : "O Selo de Deus na Lei" foi escrito para ser compreendido mediante uma leitura seqüencial e ordenada. Não é recomendável ler um capítulo sem haver entendido plenamente todos os anteriores, pois isto poderá ocasionar confusão e preconceitos desnecessários. |
Capítulo
19 - Desprezo
Ostensivo Pelo Quarto Mandamento |
1.ª - O sábado foi instituído e oferecido ao homem como algo muito precioso, como um bem, um favor divino. Figueiredo traduz: "O sábado foi feito em contemplação ao homem." O sentido evidente é que o sábado foi instituído para o bem-estar físico, moral e espiritual das criaturas humanas. O sábado é assim uma instituição a favor do homem, em seu benefício, uma benção grandiosa. Só uma perversa distorção do texto poderia levar à conclusão de que o sábado deva ser considerado contrário ao homem. Portanto, a dedução dos que são contra o sábado é infeliz, errônea e contrária ao sentido bíblico. 2.ª - A segunda proposição contida no texto diz: "e não o homem por causa do sábado". Simples demais para ser entendida. Deus não criou o homem porque Ele tivesse um sábado a ser guardado por alguém. Ao contrário, criara primeiro o homem, e depois o sábado para atender-lhe às necessidades de repouso e recreação espiritual. Assim o sábado lhe seria uma benção e não uma carga. O farisaísmo dos dia de Cristo obscurecera o verdadeiro caráter do sábado. Os rabinos o acumularam de exigências extravagantes que o tornaram um fardo quase insuportável. A atitude de Cristo para com o sábado foi a de purificá-lo, limpá-lo desses acréscimos, devolvendo-o à real pureza. A atitude de Cristo para com o Seu santo dia foi de reverência e não de desprezo. E de passagem cabe aqui uma observação: o sábado foi feito por causa do homem, e isto não pode ser verdade em relação ao domingo, porque no primeiro dia da semana o homem ainda não fora criado! Citam em seguida Mateus 12:8: "O Filho do homem até do sábado é Senhor". E concluem desastradamente que Cristo é Senhor do sábado para mudá-lo, alterá-lo, suprimi-lo, enfim. Incrível! Diríamos de início que, sendo o sábado um mandamento da Lei de Deus, se Cristo o transgredisse de qualquer maneira Se tornaria um pecador, e nessa condição não poderia ser o nosso Salvador! No entanto, Cristo permaneceu em completa adoração e obediência ao Deus Pai. Teve uma vida humana impecável, um caráter irrepreensível. (Filipenses 2:5 a 11). E Ele mesmo declara:
Broadus, renomado comentarista, tratando deste texto, assim conclui: "Mas o sábado permanece ainda, pois que existia antes de Israel, e era desde a criação um dia designado por Deus para ser santificado (Gênesis 2:3)..." 1
A. H. Strong, grande teólogo, diz: "Nem nosso Senhor ou os apóstolos ab-rogaram o sábado do decálogo. A nossa dispensação abole as prescrições mosaicas quanto à forma de guarda o sábado mas ao mesmo tempo declara sua observância de origem divina e como sendo uma necessidade da natureza humana... Cristo não cravou na cruz qualquer mandamento do decálogo... Jesus não se defende da acusação de quebrar o sábado, declarando que este foi abolido, mas estabelece o verdadeiro caráter do sábado em atender uma necessidade humana fundamental..." 2 Ryle, erutido comentarista evangélico, tratando do texto diz: "Não devemos deixar-nos arrastar pela opinião comum de que o sábado é mera instituição judaica, que foi abolido ao anulado por Cristo. Não há uma só passagem das Escrituras que isso prove. Todos os casos em que o Senhor Se refere ao sábado, fala contra as opiniões errôneas que os fariseus propagaram a respeito de sua observância. Cristo depurou o quarto mandamento da superfluidade profana dos judeus... O Salvador que despojou o sábado das tradições judaicas e que tantas vezes esclareceu o seu sentido, não pode ser inimigo do quarto mandamento. Pelo contrário Ele engrandeceu e o exaltou." 3
Surge sempre a cediça afirmação de que o sábado não é "perpétuo", porque em Êxodo. 12:14; 30:21 e Levítico 23:21 o adjetivo "perpétuo" também é aplicado à "páscoa", "lavagem de mãos", e "festas judaicas", e estas coisas cessaram de existir. Aqueles que declaram tal absurdo, precisam saber que o adjetivo hebraico olam, traduzido por "perpétuo" nos textos em tela e por "para sempre" em outros lugares, tem o seu sentido condicionado à natureza daquilo que se aplica. Sendo assim, as festas cerimoniais teriam duração até ao tempo em que seriam necessárias.
No entanto, quando o mesmo adjetivo está junto de palavras que, pela natureza, têm duração ilimitada, significa realmente "duração sem fim". Junto de "Deus", "vida", "amor", etc., indica perpetuidade. O "argumento" nada prova contra a permanência sabática, pois, segundo a Bíblia, o sábado será observado na Nova Terra pelos remidos:
Blasfêmia O cúmulo do contra-senso é afirmar que o sábado não santifica o homem, e os que observam decaem na vida espiritual. Mas a Palavra de Deus desmente frontalmente tal afirmação, declarando que o sábado é um sinal de santificação. Notemos:
Estranham alguns que afirmamos que os "santos do Altíssimo" são os milhares que pereceram na Idade Média, porquanto guardaram eles o domingo. Respondemos: Sim, eram santos do Altíssimo. Foram sinceros dentro da luz que tinham. A verdade do sábado foi restaurada séculos depois que eles viveram... E hoje que esta luz está sendo irradiada a todo o mundo, quem deliberadamente se insurge contra ela estará debaixo do juízo de Deus!!! "A Igreja mudou a observância do Sábado para o domingo pelo direito divino e a autoridade infalível concedida a ela pelo seu fundador, Jesus Cristo. O protestante, propondo a Bíblia como seu único guia de fé, não tem razão para observar o domingo. Nesta questão, os Adventistas do Sétimo Dia são os únicos protestantes coerentes." - Boletim Católico Universal, pág. 4, de 14 de agosto de 1942. A. B. Christianini, Subtilezas do Erro, 2.ª ed., 1981, pág. 184. Para saber mais sobre: A lei e o livramento do Povo de Deus. Para saber mais sobre: Os santos do Altíssimo. 1. John A. Broadus, Comentário de Mateus, vol. 1, pág. 345. 2. A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 409. 3. J. C. Ryle, Comentário Expositivo do Evangelho Segundo Lucas, pág. 79. |
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