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Estimado leitor, o livro : "O Selo de Deus na Lei" foi escrito para ser compreendido mediante uma leitura seqüencial e ordenada. Não é recomendável ler um capítulo sem haver entendido plenamente todos os anteriores, pois isto poderá ocasionar confusão e preconceitos desnecessários. |
Capítulo
22 - O Ministério de Cristo no Santuário Celestial - Parte II |
a. A remoção dos pecados do santuário relaciona-se com a primeira fase - investigativa, ou fase pré-Advento - do julgamento. Ela "focaliza os nomes anotados no Livro da Vida, assim como Dia da Expiação focalizava a remoção dos pecados confessados do penitente, do santuário, falsos crentes serão eliminados; a fé dos genuínos crentes e sua união com Cristo serão reafirmados perante o Universo leal, e os registros de seus pecados serão apagados".3 b. O banimento do bode emissário para o deserto simbolizava a prisão de Satanás durante o milênio, na desolada Terra; este milênio começa por ocasião do Segunda Advento e coincide com a segunda fase do julgamento final, a qual ocorre no Céu (Apocalipse 20:4; I Coríntios 6:1 a 3). Este julgamento milenial envolve a revisão do julgamento dos maus e será empreendido em benefício dos remidos, ao conceder-lhes o vislumbre do trato de Deus com o pecado e com aqueles pecadores que não se salvarão. Será respondida assim qualquer pergunta que os salvos possam ter a respeito da justiça e da misericórdia de Deus. c. O acampamento purificado simboliza os resultados da terceira fase do julgamento, a fase executiva, quando o fogo destruirá os maus e purificará a Terra (Apocalipse 20:11 a 15; Mateus 25:31 a 46; II Pedro 3:7 a 13).
Na discussão anterior (O Ministério de Cristo no Santuário Celestial - Parte I), focalizamos o santuário a partir da perspectiva de tipo e antítipo. Queremos agora examiná-lo a partir da perspectiva profética.
A profecia das 70 semanas de Daniel 9 apontava para a inauguração do ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial. Um dos últimos eventos, que deveria ocorrer durante os 490 anos, era a unção do "santo dos Santos" (Daniel 9:24). A expressão hebraica godesh godeshim, que foi traduzida como "santíssimo", significa literalmente "Santos dos Santos". A frase seria melhor traduzida, portanto, como "ungir o Santo dos Santos" (como, convém observar, ela realmente aparece na Versão Almeida Revista e Atualizada).
Falando do santuário celestial, o livro de Hebreus afirma: "Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue: e sem derramamento de sangue não há remissão. Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos Céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios a eles superiores" - o precioso sangue de Cristo (Hebreus 9:22 e 23). Vários comentaristas bíblicos têm observado este ensinamento bíblico:
De modo como durante o Dia da Expiação típico a purificação do santuário removia os pecados que já se haviam acumulado, assim o santuário celestial é purificado pela remoção final de todos os pecados registrados nos livros celestiais. Mas antes que os registros sejam finalmente limpos, serão eles examinados a fim de ser determinar quem, através de arrependimento e fé em Cristo, está apto a entrar em Seu reino eterno. Portanto, a purificação do santuário celestial envolve uma obra de juízo investigativo7 que reflete plenamente a natureza do Dia da Expiação como dia de julgamento.8 Este julgamento, ratifica as decisões quanto a quem deverá estar entre os salvos e quem estará entre os perdidos. Deve ocorrer antes da Segunda Vinda, pois por ocasião do Segundo Advento, Cristo deverá retribuir "a cada um segundo as suas obras" (Apocalipse 22:12). Naquela oportunidade também serão respondidas as acusações de Satanás (Apocalipse 12:10).
O profeta Daniel revela a natureza desse julgamento investigativo. Enquanto o poder apóstata simbolizado pelo chifre pequeno leva avante suas blasfêmias e sua obra de perseguição contra Deus e Seu povo na Terra (Daniel 7:8, 20, 21 e 25), tronos são colocados no Céu e Deus preside a sessão do tribunal nesse julgamento final. Ele ocorre na sala do trono do santuário celestial e é assistido por milhões de testemunhas celestiais. Quando o tribunal entra em funcionamento, os livros são abertos, assinalando o início do processo de investigação (Daniel 7:9 e 10). Somente depois desse julgamento é que o poder apóstata é destruído (Daniel 7:11).9
Tanto o Pai quanto Cristo acham-Se envolvidos no juízo investigativo. Antes de Seu retorno à Terra nas "nuvens do Céu", Cristo, na qualidade de "Filho do homem" vem "com as nuvens do Céu" até o "Ancião de Dias", Deus Pai, e posta-Se diante dEle (Daniel 7:13). Desde o momento de Sua ascensão, tem Jesus Cristo trabalhado como Sumo Sacerdote, nosso intercessor diante de Deus (Hebreus 7:25). Mas nessa oportunidade, Ele vem para receber o reino (Daniel 7:14).
Daniel 8 fala-nos a respeito da controvérsia entre o bem e o mal e do triunfo final de Deus. Esse capítulo revela que no espaço decorrido entre a inauguração do ministério sumo-sacerdotal de Cristo e a purificação do santuário celestial, um poder terrestre haveria de obscurecer o ministério de Cristo. O carneiro da visão representava o império Medo-Persa (Daniel 8:2) - sendo que dois chifres, o mais alto apareceu por último, retratando claramente as duas fases do império, em que os persas dominantes entraram em cena por último. Conforme Daniel predissera, esse reino oriental exaltava o seu poder "para o ocidente, e para o norte, e para o sul", e assim se engrandeceria (Daniel 8:4). O bode macho que vinha do ocidente simbolizava a Grécia, com o seu grande chifre, o "rei primeiro" representando Alexandre, o Grande (Daniel 8:21). Provindo "do ocidente", Alexandre rapidamente derrotou os persas. Depois, dentro de poucos anos após a sua morte, o império foi dividido em "quatro reinos" (Daniel 8:8 e 22) - os reinos de Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu.
Nisto Cremos, CPB, 4.ª ed.,1997, pág.408 |
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