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Ficou
exuberantemente provado que a Bíblia menciona os sábados
festivais, anuais, portanto cerimoniais.
Os sinceros aceitam esta evidência e os estudiosos proclamam
esta verdade. Portanto não é invenção dos adventistas, como
dizem os inimigos da verdade. Agora, o ponto mais importante.
Precisamos
analisar, com isenção de ânimo, sem idéias preconcebidas,
a passagem em lide, Colossenses 2:16, e interpretá-la dentro
do seu contexto e no sentido claro e evidente que contém.
Notemos os seguintes fatos:
a) Estes sábados aí estão associados a dias de festas e Lua
Nova, que eram solenes festividades nacionais judaicas,
ou feriados fixos. Ora o sábado do Decálogo não tem esta
natureza. Não era festivo nem típico.
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b) Os sábados cerimoniais estavam incluídos entre instituições que eram
"sombras das coisas futuras" - prefigurações de fatos
que ainda estavam por vir. O sábado do Decálogo é comemorativo de um
fato passado: a Criação. Não era sombra de coisas futuras. Sem dúvida, o texto se refere aos sábados
cerimoniais. Vejamos o que os eruditos dizem a esse respeito:
Jamieson, Fausset, and Brown, estudiosos fundamentalistas, assim comentam Colossenses
2:16: "Sábados... referem-se ao dia da Expiação e festa dos Tabernáculos
que chegaram ao fim com os cultos judaicos a que pertenciam (Levítico
23:32, 37 e 39). O sábado semanal repousa em base mais permanente, tendo
sido instituído no Paraíso para comemorar o remate da Criação em seis
dias. Levítico 23:38 expressamente distingue o 'sábado do Senhor' dos
outros sábados."
Adam Clark, em seu autorizado
comentário, assim interpreta Colossenses 2:16: "Não há aqui indicação
de que o sábado fosse abolido, ou que sua obrigação moral fosse superada
pelo estabelecimento do cristianismo. Demonstrei em outra parte que
'Lembra-te do dia do sábado para o santificar' - é um mandamento de
obrigação perpétua, e nunca pode ser superado senão pela finalização
do tempo."
Albert Barnes, em sua obra
Notes on The New Testament, comenta Colossenses 2:16, textualmente:
"Não há nenhuma evidência nessa passagem de que Paulo ensinasse que
não havia mais obrigação de observar qualquer tempo sagrado, pois não
há a mais leve razão para crer que ele quisesse ensinar que um dos Dez
Mandamentos havia cessado de ser obrigatório à humanidade. Se ele tivesse
escrito 'O sábado', no singular, então, certamente
estaria claro que ele quisesse ensinar que aquele mandamento (o quarto)
cessou de ser obrigatório, e que o sábado não mais devia ser observado.
Mas o uso do termo no plural, e a sua conexão, mostram que o apóstolo
tinha em vista o grande número de dias que eram observados pelos hebreus
como festivais, como uma parte de sua lei Cerimonial e típica, e não
a lei Moral, ou os Dez Mandamentos. Nenhuma parte da
lei Moral - nenhum dos Dez Mandamentos - poderia ser referido como 'sombra
das coisas futuras.' Estes mandamentos são, pela natureza da lei Moral,
de obrigação perpétua e universal."
Até parece
um adventista que está falando... é forte a força da evidência. É esmagadora
a força da verdade. Sim, estes sábados mencionados
em Colossenses 2:16, e que foram cravados na cruz,
não se confundem com o sábado do sétimo dia, porque este é de obrigação
perpétua. São os adventistas que o afirmam? Muitos compreensivos estudiosos
dos oráculos divinos ratificam essa afirmação.
E a importante declaração de Strong,
que muito nos tem ajudado neste mister. Diz textualmente: "Percebemos...
a importância e o valor do sábado, como comemorativo do ato
divino da Criação e, necessariamente da personalidade, soberania
e transcendência de Deus. O sábado é de obrigação perpétua como o memorial estabelecido de Sua atividade criadora. A instituição
do sábado antedata o decálogo e forma uma parte da lei moral.
Feito na criação, ele se aplica ao homem em toda a parte e em época,
em seu atual estado de criatura." 1
E continua A. H. Strong:
"Nem nosso Senhor nem Seus apóstolos ab-rogaram o sábado do
Decálogo. A nova dispensação anulou as prescrições mosaicas
relativas à maneira de guardar o sábado, mas continua
reafirmando sua observância como de origem divina necessária à natureza
humana. Nem tudo na lei mosaica foi abolido por Cristo... Cristo não
cravou na cruz mandamentos do Decálogo." 2
Esse testemunho fala por si: Os "sábados"
de Colossenses 2:16 eram cerimoniais. Há estudiosos que alinham os sábados
em sete, durante o ano judaico, e que no ano 30 de nossa eram assim
se teriam seguido: 15 de Nisã (sexta-feira), 21 de Nisã (quinta-feira),
6 de Sivã (sábado), 1.º de Tishri (domingo), 10 de Tishri (terça-feira),
15 de Tishri e 22 de Tishri (domingo). De qualquer maneira, recaíam
em dias diversos da semana. Deus descansou no sábado do sétimo dia,
porém não fez o mesmo nos sábados anuais. Ao primeiro Deus chama "os
Meus sábados" (Ezequiel 20:20); aos últimos, chama-os de "seus sábados"
(Oséias 2:11; Isaías 1:13), etc. A própria Bíblia estabelece a distinção,
como vimos.
E os já citados Jamieson, Fausset, and Brown, no seu comentário, dizem:
"Levítico 23:38 expressamente distingue 'o sábado do Senhor', de outro
sábados. Um preceito positivo é ordenado por ser necessário e cessa
de ser obrigatório quando ab-rogado; porém o preceito moral é ordenado
eternamente, porque é eternamente necessário."
E para concluir deve-se dizer que a posição daqueles que tentam
livrar-se do mandamento do sábado do sétimo dia,
insistindo que Colossenses 2:16 se refere a ele e que foi cancelado
na cruz, é assaz comprometedora para eles mesmos. Afirmando a
ab-rogação do quarto mandamento estão efetivamente cancelando
a base do domingo, porquanto fora da lei moral não há mandamento
para santificar um dia em sete - como entendem e procuram justificar. |
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A.
B. Christianini, Subtilezas do Erro, 2.ª ed., 1981,
pág. 124.
1.
A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 408.
2.
Idem, pág. 409.