Tragédias!
Elas são indescritíveis. Não têm hora para chegar, não
pedem licença e interrompem os sonhos, no início ou
na melhor parte deles. Elas não têm a cortesia de esperar
os sonhos terminarem.
A tragédia, em geral,
parece acontecer só com as outras pessoas. Mas quando
ocorre conosco, uma insistente pergunta paira no ar:
Por quê?
Onde está Deus quando
a tragédia ataca? Ele sabe onde estamos e o que está
acontecendo conosco? Ele vê quando estamos sofrendo?
Ele realmente Se importa? Se sim, por que não vem nos
socorrer?
Jamais entenderemos os
problemas; jamais compreenderemos os incêndios, as inundações,
os terremotos e todas as desgraças, enquanto não buscarmos
desvendar o que se passa por trás de tudo isso. Não
há meio de entendermos o sofrimento, enquanto não entendermos
a Deus.
Precisamos entender o
dilema divino. Deus não queria brinquedos para manipular
e controlar. Ele não criou robôs. O Criador não tencionou
formar pessoas movidas a bateria. Ele queria gente de
verdade a quem Ele pudesse amar e de quem pudesse ser
amado. Queria que fossem livres para escolher. Vamos
ler o que se encontra em
Josué 24:15. "Porém, se
vos parece mal aos vossos olhos servir ao senhor, escolhei
hoje a quem sirvais; se os deuses a quem serviram vossos
pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus,
em cuja terra habitais. Porém eu e a minha casa serviremos
ao Senhor."
Essa foi a liberdade de
escolha que Deus deu aos anjos e a todos os seres criados.
E quando Deus fez isso, Ele correu um tremendo risco:
alguém, em algum lugar, poderia escolher se rebelar.
E foi exatamente o que aconteceu.
O profeta Isaías escreveu
a esse respeito: "Como caíste do céu,
ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado
por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias
no teu coração: eu subirei ao céu, acima das estrelas
de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação
me assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei
acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo."
Isaías (VT) 14:12 a 14.
Lúcifer era o filho da alva! Era o anjo mais elevado
do céu, que ficava junto ao trono! Mas, ele ficou orgulhoso
e quis ocupar o lugar de Deus!
Aprendemos mais sobre
esse assunto no livro do profeta Ezequiel. "Tu
eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci;
no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas
andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia
em que foste criado, até que se achou iniqüidade em
ti... Elevou-se o teu coração por causa da sua formosura,
corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor;
por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que
olhem para ti." Ezequiel
(VT) 28:14,15 e 17.
Que lindo anjo deve ter
sido! Mas o coração dele se exaltou por causa da sua
beleza. Ele corrompeu sua sabedoria por causa de seu
resplendor. Há pessoas que dizem que Deus é o responsável
pelo mal por ter criado Lúcifer. Afirmam que Deus criou
o diabo. Mas isso é realmente verdade? Não! O que a
bíblia nos revela é que ele era perfeito nos seus caminhos
desde o dia em que foi criado. Portanto Deus o criou
perfeito, mas deu-lhe o poder e a liberdade de escolha,
da mesma maneira como faz conosco.
Ao exercer a sua liberdade
de escolha, Lúcifer transformou-se num diabo. Diante
disso, o que Deus faria? Observe o dilema divino: Deus
poderia ter impedido a rebelião, deixando de criar pessoas.
Ele poderia ter preenchido o universo com sóis, galáxias
e planetas, deixando- os desabitados. Deus, no entanto,
preferiu criar as pessoas porque só elas podem amar.
Depois da rebelião de
Lúcifer que pôs fim à harmonia perfeita do Universo,
ainda restaram várias opções. Deus poderia ter optado
por forçar Seus súditos ou poderia descartá-los, jogando-os
fora - como se faz com brinquedos quebrados. Caso Deus
tivesse agido dessa maneira, não teria sido compreendido.
Se Ele realmente tivesse procedido assim, provaria apenas
que, de fato, queria robôs e não pessoas que pudessem
exercer a liberdade de escolha. Deus poderia explicar
as razões pelas quais expulsou os anjos rebeldes do
céu; mas explicar a natureza do pecado estaria além
da compreensão de seres que nunca tinham presenciado
o pecado.
Talvez Deus pudesse simplesmente
ignorar a rebelião; mas se tivesse agido assim, o resultado
seria o caos. A rebelião poderia se alastrar e o Universo
inteiro cairia. Só havia um jeito, apenas uma maneira
segura de lidar com a rebelião. Teria que ser permitido
ao pecado demonstrar seu caráter. E isso levaria tempo,
muito tempo. Implicaria em milhares de anos de sofrimento,
guerras, catástrofes, ódio e violência. Tudo isso causado
pelo anjo rebelde. Seria necessário tempo suficiente
para que seres humanos, anjos e habitantes de outros
mundos vissem a verdadeira face do pecado. Deus então
poderia finalmente destruir o pecado sem nenhuma voz
de reprovação.
O pecado será destruído
um dia. A segurança do Universo exige isso. Mas Deus
não tomará essa decisão extrema se não tiver a aprovação
de todos os seres inteligentes.
Entretanto, a rebelião
demandou uma ação imediata da parte de Deus. E o resultado
foi uma guerra no céu.
"E houve
batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra
o dragão, e batalhava o dragão e os seus anjos; Mas
não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos
céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente,
chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo;
ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram
lançados com ele." Apocalipse
(NT) 12:7-9.
Guerra no céu! Miguel
(outro nome para Jesus) e Seus anjos lutaram contra
o dragão (antes Lúcifer, agora Satanás) e seus anjos.
E Satanás e seus adeptos foram expulsos do céu. A rebelião
de Lúcifer havia trazido uma assustadora nota de discórdia
à harmonia perfeita do céu. A ameaça de ela se espalhar
pelo Universo era real. Uma decisão devia ser tomada.
A despeito de saber do
risco que envolveria o nosso planeta, o plano da criação
seria mantido? Os seres humanos, como todas as demais
criaturas, seriam criados com poder e liberdade de escolha.
E quando o plano da criação deste mundo foi executado,
como Deus se sentiu? Deus estava tranqüilo, porque sabia
exatamente o que fazer caso Adão e Eva aceitassem a
rebelião proposta por Satanás. Deus enfrentaria não
com força nem com armas, mas com uma cruz. A Trindade
havia concordado que, se os seres humanos se juntassem
à conspiração, Deus o Filho, (a segunda pessoa da Trindade)
viria à Terra para morrer em lugar do homem. Mesmo tendo
descansado naquele primeiro sábado, Ele já possuía o
Calvário em Seu coração.
"E adoraram-na
todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes
não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que
foi morto desde a fundação do mundo."
Apocalipse 13:8.
Que declaração! Ela nos
conta uma tremenda história. O Cordeiro (Jesus) estava
pronto para morrer desde a fundação do mundo. Esta seria
a arma com a qual Deus combateria o pecado: O Cordeiro
morto numa cruz. E com essa arma, Ele seria vencedor!
E agora, o que faria Satanás? Abandonaria sua guerra
contra Deus? Não, claro que não.
Ainda assim é impossível
entender as tragédias, se não atentarmos para esse conflito
cósmico que está em andamento. O sofrimento será sempre
um mistério, até que compreendamos o que está acontecendo
nos bastidores. Somos afligidos pela triste tendência
humana de creditarmos a nós mesmos todos os sucessos
e as coisas boas da vida, e de culparmos a Deus por
todas as desgraças e tragédias.
A bíblia nos relata a
interessante experiência de Jó. Ao lê-la, nós nos tornamos
participantes dos acontecimentos que estão por trás
das cenas. Somos informados que ocorreu uma conversa
entre Deus e Satanás. Deus expressou plena confiança
na lealdade de Seu servo Jó. Satanás, por sua vez, declarou
que Jó servia a Deus somente por ser favorecido. Com
isso, Deus deu permissão para que Satanás fizesse o
que bem entendesse, desde que não tocasse em Jó pessoalmente.
Apesar de tudo o que sobreveio
a Jó, ele manteve a sua total confiança em Deus. Então
Satanás disse que não seria assim, se tivesse permissão
para atingir a pessoa de Jó. Deus permitiu a Satanás
prosseguir, desde que poupasse a vida de Jó. Aí vieram
as chagas... e como doíam! E os que se diziam amigos,
sentaram- se e olharam para ele durante sete dias sem
dizer uma só palavra. Que tortura! E quando abriram
a boca, disseram a Jó que ele deveria ser um terrível
pecador para merecer tamanho castigo. Eles pensaram
que Deus estava provocando tudo isso. E afinal de contas,
era Deus o responsável ou não? Muitas pessoas ficam
confusas nesse ponto. Jó
(VT) 1:11 e 12 afirma: "Mas
estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e
verás se não blasfema de Ti na Tua face! E disse o Senhor
a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua mão;
somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás
saiu da presença do Senhor."
Deus deu a Satanás permissão
para destruir os bens de Jó, mas ele não devia estender
a mão em sua pessoa. Jó ainda confiava em Deus, e assim
Satanás voltou à presença do Senhor e falou: "Estende,
porém, a Tua mão, e toca-lhe nos ossos, e na carne,
e verás se não blasfema de Ti na Tua face! E disse o
Senhor a Satanás: Eis que ele está na tua mão; poupa,
porém, a sua vida. Então saiu Satanás da presença do
Senhor, e feriu a Jó duma chaga maligna, desde a planta
do pé até o alto da cabeça." Jó
2:5 a 7.
é Satanás quem se delicia
em sair e levar sofrimento e desgraça aos seres humanos.
Não é Deus. mas sim o Impiedoso e cruel inimigo de Deus!
A exemplo do que fez no passado, Jesus gostaria de andar
pelos caminhos e vilas, pelos hospitais e clínicas e
não deixar nenhum doente. Ele gostaria de mandar cada
paciente para casa perfeitamente curado.
Ele gostaria de impedir
que os carros colidissem, gostaria de impedir que os
aviões caíssem e que os acidentes ocorressem. Ele gostaria
de impedir os terremotos, as inundações e os incêndios.
Mas se deus realmente gostaria de impedir que todas
essas coisas acontecessem, por que não o faz? Por que
ele não se apresenta e acaba com o sofrimento? Estaria
lhe faltando poder?
Deus não pode fazer alguma
coisa pelos nossos problemas, além de expressar Sua
simpatia? Seria justo mencionar falta de poder para
Aquele que falou e tudo se fez? Não, não há falta de
poder. Seria então ausência de amor? Mas se fosse falta
de amor, Deus entregaria Seu filho para morrer em nosso
lugar? Dificilmente! Mas então qual é o problema? Se
Ele é poderoso, o suficiente e ama o bastante, por que
deixa todas as tragédias acontecerem? Deus age assim
porque é sábio. Se Deus fosse enfrentar a rebelião dessa
maneira, isso faria somente com que ela se alastrasse
ainda mais.
Se Deus fosse fazer o
que gostaria, se curasse toda a doença e impedisse todas
as armas de dispararem e todos os acidentes de acontecerem,
se fizesse o possível para tornar a vida suave para
nós, jamais entenderíamos o quanto o pecado é cruel,
impiedoso e mortífero. No entanto, o maior de todos
os mistérios é a razão pelo qual o inocente deve sofrer
com o culpado.
Mas a discussão entre
Deus e Satanás não terminou. E até que termine, muitas
coisas ruins acontecerão a todos. E se Deus protegesse
e curasse Seus filhos, e respondesse a todas as orações
como gostaria de fazer, deixando a tragédia cair somente
sobre aqueles que rejeitam a Sua graça, Satanás O acusaria
de ser injusto. E mais, ele afirmaria que servimos a
Deus por causa de Seus favores especiais.
é impossível compreender
as lágrimas e o sofrimento a não ser que entendamos
o conflito que está caminhando rumo à solução final.
é um conflito a ser decidido entre Deus e Satanás, entre
o bem e o mal. Você e eu estamos envolvidos nesta questão.
Anjos do bem e do mal estão batalhando por nossa lealdade.
Se nossos olhos se abrissem para o mundo invisível,
veríamos como essas batalhas são ferozes!
Um dia muito em breve,
Deus explicará os estranhos mistérios da vida. E nós
entenderemos e aprovaremos o modo como Ele conduziu
as coisas.