Estes dois assuntos, aparentemente diferentes
e desconexos, são na realidade frutos
da mesma razão e lógica. O princípio
básico, logo que compreendido, não
deixa dúvidas sobre a importância
da devolução da décima
parte do que recebemos, e sobre a observância
do sétimo dia como especial e santo.
Para podermos entender melhor cada um desses
princípios, vamos começar falando
sobre o dízimo, pois este tem gerado
menos controvérsias e é geralmente
aceito por todos os cristão, embora,
muitas vezes, de maneira automática.
O
dízimo, às vezes, é encarado
como uma obrigação, o que nos
faz lembrar antigos rituais pagãos,
onde se ofereciam de tudo para apaziquar a
ira seus deuses.
Muito cristãos tem oferecido o dízimo
com o objetivo de satisfazer a Deus ou garantir
para si e sua família conforto e prosperidade.
O principio bíblico para o dízimo
muitas vezes é mal interpretado e leva
muitos a crer na necessidade de “pagar” ao
Senhor.
Por
que devolvemos os dízimos?
A própria Bíblia nos responde
nos seguintes versos:
“
Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela
se contêm, o mundo e os que nele habitam.
Fundou-a Ele sobre os mares e sobre suas correntes
os estabeleceu.”
Salmos 24:1,2
“...porque
do Senhor é a terra e a sua plenitude.”
I Corintos 10.26
“Não
se vendem dois pardais por um asse? E nenhum
deles cairá em terra sem o consentimento
de vosso Pai. E, quanto a vós outros,
até os cabelos todos da cabeça
estão contados. Não temais,
pois! Bem mais vaLeis vós do que muitos
pardais.”
Mateus 10.29-31
Nesses
versos, podemos ver que Deus é o criador
e o mantenedor de todas as coisas e seres
viventes. Se cremos na Bíblia e na
criação, sabemos que todo ouro,
toda prata, todas as riquezas da terra, enfim,
tudo foi criado segundo a vontade do Pai.
Por
esses versos também chegamos à
conclusão de que vêm do Criador
a saúde, o trabalho, e todas as oportunidades
que temos para enriquecer. Consequentemente,
não só nosso corpo, mas também
nossas vidas e tudo o que temos devemos a
Ele. Teoricamente, como mordomos fiéis
e súditos leais de Deus, deveríamos
devolver tudo ao legítimo proprietário.
Mas não é isto que Ele nos pede.
“Trazei todos os dízimos à
casa do Tesouro, para que haja mantimento
na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor
dos Exércitos, se Eu não vos
abrir as janelas do céu e não
derramar sobre vós bênção
sem medida.” Mal. 3.10
“Assim
ordenou também o Senhor aos que pregam
o evangelho que vivam do evangelho.” 1 Coríntos
9.14
Interessante!
Deus não pede tudo. Ele pede de volta
somente a décima parte do que recebemos
a fim de que as pessoas, que vivem totalmente
da pregação do evangelho, tenham
sustento.
Nada
mais justo!
Mas será que Deus não poderia,
de alguma outra forma, sustentar Seus servos
que pregam o evangelho? A resposta é
“sim”. Mas acontece que esta não é
a única razão do dízimo.
Como
em tudo o que Deus ordena, o principal objetivo
deste mandamento é o beneficio do próprio
homem. Como? Veja este verso:
“Minha
é a prata, meu é o ouro, diz
o Senhor dos Exércitos.” Ageu 2.8
Através
da devolução voluntária
da décima parte dos nosso lucros, nos
nunca nos esqueceremos de nossa total dependência
do Criador. Nunca nos esqueceremos de que
quem é toda prata e todo ouro. Nunca
nos esqueceremos de que nossa vida e nossa
saúde dependem de Deus.
Enfim,
nunca seremos ingratos. Em tudo daremos graças
a Deus. Este é o principal objetivo.
Outro
beneficio do dízimo é na luta
contra nosso próprio egoísmo.
A tendência do ser humano, desde a mais
tenra idade, é a de manter tudo o que
puder para si.
Para comprovar este fato, basta observar a
atitude de qualquer criancinha brincando com
outra. O Eu, pelo próprio instinto
de sobrevivência, está sempre
em primeiro lugar.
A devolução do dízimo
nos ajuda a colocar o Eu em seu devido lugar.
Assim, estaremos sempre mais dispostos a ajudar
o semelhante, não importa a situação
em que nos encontremos.
O
dar é a melhor maneira de aprender
a amar.
Então
você me pergunta:
O que o Dízimo e o Sábado têm
em comum?
E
eu respondo:
O Sábado e o dízimo têm
o mesmo principio.
Apesar
de o Sábado representar 1/7 (um sétimo)
das horas semanais, ele também foi
criado para que os homens possam se lembrar
de quem foi o Criador de todas as coisas.
Vamos
reler o quarto mandamento:
“Lembra-te
do dia do Sábado, para o santificar.
Seis dias trabalharás e farás
toda a tua obra. Mas o sétimo dia é
o Sábado do Senhor, teu Deus; não
farás nenhum trabalho, nem tu, nem
o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo,
nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro
das tuas portas para dentro; porque, em seis
dias, fez o Senhor os céus e a terra,
o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo
dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou
o dia de Sábado e o santificou”. Êxodo
20. 8-11
Deus
relembra aqui qual é a origem do sábado.
Em seis dias, Ele criou tudo o que temos em
redor, mas, no sétimo dia, Ele nada
fez; e o separou para o descanso do homem
e para que este medite nas obras e no poder
de Deus. Foi Ele que nos criou. Por isso,
separando um dia para a sua adoração,
e abdicando de fazer a nossa própria
vontade, nesse dia em especial, o Sábado,
estamos dizendo a Deus que reconhecemos Sua
soberania e a necessidade de sua presença
protetora em nossas vidas.
Não
é um fardo, é uma bênção
especialmente se amamos a Deus. É mais
uma vez a luta contra o Eu e contra o egoísmo,
que pretendem utilizar todo o tempo que nos
resta para nosso próprio proveito e
alegria.
E
o nosso semelhante?
E
aquele que necessita de uma visita especial?
Que
tempo dedicaremos aos desafortunados, se estamos
somente interessados no trabalho e no acúmulo
de dinheiro? O sábado não é
para nós e, sim, para os outros.
Jesus disse:
“Ora,
quanto mais vale um homem que uma ovelha?
Logo, é licito, nos sábados,
fazer o bem.” Mateus 12.12
Devemos nos lembrar de que, da mesma forma
que o dízimo, o sábado também
foi criado para o nosso próprio bem.
Não duvide. Creia nisso.
Reveja a promessa de Deus:
“Se desviares o pé de profanar
o sábado e de cuidar dos teus próprios
interesses no meu santo dia; se chamares ao
Sábado deleitoso e santo dia do Senhor,
digno de honra, e o honrares não seguindo
os teus caminhos, não pretendendo fazer
a tua própria vontade, nem falando
palavras vãs, então, te deleitarás
no Senhor. Eu te farei cavalgar sobre os altos
da terra e te sustentarei com a herança
de Jacó, teu pai, porque a boca do
Senhor o disse.” Isaías 58.13-14
Deus
nos dá uma promessa.
Ele nos diz que, se guardarmos o seu dia,
nos dará alegria sem par. Mas será
que faz mesmo diferença guardar ou
não o Sábado, e deixar de fazer
nele as nossas próprias coisas? Então
olhe ao seu redor e veja quantos estão
hoje enfermos ou morrendo por excesso de trabalho
ou preocupação; quantos não
sofrem de doenças cardíacas
originadas no stress e na fadiga;
Quantas
famílias não estão sendo
destruídas pela falta de dialogo ou
pela falta de tempo juntos sem ser na frente
da televisão; Quantos filhos não
estão crescendo sem um contato real
com seus pais, a não ser na hora de
acordar ou dormir.
Preste
atenção!
Mais um vez, Deus promove um mandamento que
tem como objetivo beneficiar o próprio
homem.
Jesus disse:
“O
Sábado foi estabelecido por causa do
homem, e não o homem por causa do Sábado.”
Marcos 2.27
É
evidente que o sábado foi feito para
beneficiar o homem. Se, durante 24 horas,
o ser humano deixar de lado todas as suas
atividades normais, todas as suas preocupações
diárias, toda sua correria atrás
de compromissos e dedicar o seu pensamento
para a sua família, para o seu semelhante
e para louvor de seu Deus, é evidente
que sua saúde será recompensada.
Nosso
Deus é um Deus de razão, e tudo
o que faz tem um objetivo claro e prático.
Quando
deixamos de separar o seu Santo Dia, privamo-nos
a nós mesmos da saúde,
do companheirismo e do amor que Ele planejou
para nós.
E
qual de nós é tolo o suficiente,
para deixar de lado algo que nos faz bem,
e vai nos produzir uma vida mais feliz?
Experimente
separar o próximo Sábado para
meditação sobre as obras de
Deus,
para o convívio com a sua família
e para ajudar aos que precisam de você.
Tenho
certeza de que sua vida será outra,
desse dia em diante.