Da forte cepa nasce e cresce rapidamente um renovo que chega a dois
metros da altura, com as conhecidas folhas largas em forma de coração, os talos
ocos e as coroas de flores em forma de cachos.
O emprego do ruibarbo para uma depuração é a formula mais cômoda e
simples para a população urbana, sumamente dependente do seu trabalho
profissional. Até mesmo entre os habitantes das cidades mais afastadas na
Natureza o ruibarbo ainda hoje continua a ser, um meio apropriado para tal
efeito, como já o foi desde as mais remotas eras no seu lugar de origem, a China
e o Tibete. O atual ruibarbo comestível é uma mistura de diferentes
variedades. O seu fácil cultivo e as suas numerosas aplicações têm contribuído
para a difusão da sua cultura.
Composição e Propriedades -- Sabemos hoje que o efeito excitante
do ruibarbo sobre o sistema hepático-biliar e as glândulas das vias intestinais
não e causado apenas por um composto químico perfeitamente conhecido, a
«antraquinona», à qual corresponde um efeito especial no' intestino grosso, mas
também por substâncias denominadas glicósidos, isto é, elementos semelhantes aos
açúcares que, por uma prolongada armazenagem, ou também por causa dos fermentos
atuando a quente, se desdobram em antraquinona e em açúcar. O efeito das outras
partes componentes, como substâncias tanínicas, pectina, glicose, frutose,
amido, fitosterina, fermentos e, sobretudo, ácidos málico, cítrico e oxálico,
produz-se em presença dos citados elementos. Os doentes com cálculos renais ou
propensos a isso, devem mostrar-se muito prudentes no consumo de alimentos na
base de ruibarbo. Em todos os outros casos, são bastante estimulantes a compota,
em alimentos panificados e doces, os pudins e o doce de ruibarbo, supondo para
os doentes uma mudança bastante agradável. Partidos aos pedaços e conservados em
frascos ou vidro esterelizados e cobertos de água, os ruibarbos conservam-se frescos por muito tempo.
Emprego e Contra-Indicações -- Durante a guerra tornou-se crítico
por algum tempo o aproveitamento do ruibarbo. Sentimo-nos na obrigação de
desaconselhar o emprego do ruibarbo como legume, sobretudo dispondo na mesma
época de outros legumes e verduras silvestres não prejudiciais e abundantes, por
causa do seu elevado teor de ácido oxálico. Outra coisa multo diferente é o
aproveitamento dos pecíolos das folhas para compota, que goza atualmente, como
sempre, de grande popularidade, e que praticamente nunca produziu efeitos
prejudiciais, não obstante a presença daqueles ácidos. Note-se, em vez disso, o
suave efeito laxante do ruibarbo cru ou cozido como excitante suave e depurador.
Temos, portanto, de contá-lo entre os alimentos de natureza nutritiva e
curativa.