A indústria farmacêutica, baseada nestes fatos, já
produz específicos de plantas frescas com alho silvestre.
No outono podem colher-se os bulbos e consumir-se.
O principal elemento que contém é o óleo de alho de urso, no qual até
agora se comprovou a presença de hidrocarbonetos de enxofre, vinyl-sulfureto e
de vinyl-polisulfureto, pequenas doses de mercaptanos e aldeído (Semler).
Efeitos Medicinais -- O alho de urso influi nas glândulas do trato
gastrintestinal como excitante, aumentando a secreção de toda a classe de sucos
digestivos e especialmente da vesicula. Impede-se o desenvolvimento de todas as
bactérias prejudiciais no intestino e descontrai-se toda a musculatura do
aparelho digestivo. Elimina os espasmos e cólicas da prisão de ventre nos
indivíduos de profissão pobre em atividade física. Como o óleo de alho de urso é
expulso em grande quantidade de novo pelos pulmões, atua solucionando as congestões, fomentando a expectoração e
acalmando as vias respiratórias. Os efeitos citados constituem, ainda, a base
para compreender a eficácia geral sobre a renovação do sangue. Mediante a
normalização das condições de digestão e a eliminação da autointoxicação
intestinal, produz-se um efeito de descida da pressão sanguínea nos casos de
hipertensão. Ao mesmo tempo, e por este mesmo efeito, melhora a circulação das
coronárias e aumenta o rendimento do coração, o que não deve menosprezar-se
porquanto afeta a capacidade de produção, o estado geral e o comportamento
psíquico dos enfermos. Pôde-se mesmo comprovar experimentalmente em animais um
efeito de igual força contra a esclerose. Mesmo os transtornos gastrintestinais
nas tuberculoses resultaram beneficamente afetados (Zaffron), e este
mesmo autor comprova uma melhoria quanto às condições de acidez do estômago.
Os efeitos vêm a coincidir com os do alho, de modo que se justifica
perfeitamente a aplicação do alho de urso como substituto do alho; mas aquele
tem de consumir-se fresco por ser mais difícil de conservar.
Utilização Como Remédio e Alimento -- 1. Em transtornos
digestivos, diarréias e prisão de ventre, até de natureza infecciosa, catarro
pulmonar e bronquial, dilatação pulmonar, hipertensão e esclerose, transtornos
hepáticos e biliares, lombrigas intestinais e oxiúros, especialmente nas
infecções, depuração de sangue e desintoxicação do organismo, sobretudo nas
curas de primavera e enfermidades da pele por metabolismo defeituoso.
2. Como salada: as folhas tenras colhidas na primavera preparam-se
simplesmente como salada para consumo. Nesta forma, o efeito depurativo no
sangue será sumamente forte. Dispomos assim de uma típica salada silvestre para
a cura de depuração de sangue na primavera.
3. Como condimento: cortadas em pedaços finos, as folhas tenras têm fácil
emprego como condimento em saladas, sopas, molhos e guisados de legumes e
alimentos crus. Em todas as ocasiões o alho de urso pode substituir o alho.