No
capítulo anterior inicamos uma
investigação através da história
e das Escrituras a fim de identificar
a besta do Apocalipse 13. Analisando
as profecias pudemos comprovar
que antes de sua aparição,
o registro bíblico assegura
que outras bestas haviam governado,
das quais, três foram plenamente
identificadas:
1.
Leão
Babilônia
(605
a.C.-539 a.C.)
2.
Urso Medo
Pérsia
(539 a.C.-331 a.C.)
3.
Leopardo
Grécia (331
a.C.-168 a.C.)
Apesar
do significativo avanço que
conseguimos, ainda nos falta
muita história por ler para
chegar até nossos dias. Esta
seção se encarregará de revelar
a identidade do mais terrível
e perigoso reino da antiguidade:
o animal de dez chifres.
Animal
terrível de dez chifres
"Depois disto, eu continuava olhando
nas visões da noite, e eis aqui
o quarto animal, terrível
e espantoso, e muito forte,
o qual tinha dentes grandes
de ferro; ele devorava, e fazia
em pedaços, e pisava aos pés
o que sobejava; era diferente
de todos os animais que apareceram
antes dele, e tinha dez pontas...
O quarto animal será o quarto
reino na terra, o qual será
diferente de todos os reinos;
e devorará toda a terra, e a
pisará aos pés, e a fará em
pedaços" (Daniel 7:7,23).
Qual
será este reino? Os historiadores
afirmam que quem conquistou
e subordinou aos generais que
herdaram o império de Alexandre
Magno, foi Roma:
"Na
morte de Alexandre, seus generais
repartiram o império e pouco
depois a Grécia foi convertida
em província romana".[a] 
"Roma
declarou guerra ao imperador
Seleucida [Seleuco, o
mais forte dos generais que
sucederam Alexandre Magno],
que desde a Ásia Menor havia
se dirigido à Grécia. Os romanos
obrigaram-lhe abandonar a Grécia
e a Ásia Menor [território de
Lísimaco], o fizeram
pagar uma grande quantidade
de títulos de indenização...
Pouco depois, em 168 a.C. um
ultimato romano impediu aos
Seleucidas invadir o Egito[território
de Tolomeu], país que
se converteu em protetorado
romano... Com províncias
em três continentes, Europa,
África e Ásia, a república Romana,
antes obscura, alcançou então
a supremacia do mundo antigo".[b] 
Daniel
descreve Roma como "espantosa,
terrível e muito forte".
A crueldade deste império se
mostra na maneira em que tratou
Jesus Cristo, que sem haver
cometido delito algum, foi ferido,
golpeado e condenado à mais
degradante das mortes.
"E
logo os soldados do governador,
conduzindo Jesus à audiência,
reuniram junto dele toda a corte.
E, despindo-o, o cobriram
com uma capa de escarlate. E,
tecendo uma coroa de espinhos,
puseram-lhe na cabeça e,
em sua mão direita, uma cana;
e, ajoelhando diante dele, o
escarneciam, dizendo: Salve,
Rei dos judeus! E, cuspindo
nele, tiraram-lhe a cana e batiam-lhe
com ela na cabeça. E, depois
de o haverem escarnecido, tiraram-lhe
a capa, vestiram-lhe as suas
vestes e o levaram para ser
crucificado"(Mateus 27:27-31).
A atitude desumana de Roma perante Jesus e o povo da promessa, durou
enquanto o império existiu.
A história nos diz que os romanos
foram os autores do terrível
massacre de Jerusalém (70 d.C.),
o qual deixou um saldo de 1.100.000
de homens mortos.[c] Por outra parte, entre os anos de 64 e 313 d.C., Nero, Domiciano,
Trajano, Aurélio, Severo, Máximo,
Décio, Valeriano, Aureliano
e Dioclesiano, se encarregaram
de decretar as mais ferozes
perseguições das que se tem
conhecimento contra os cristãos.[d] Milhares deles morreram despedaçados pelos leões no circo romano
e outros milhares mais desfaleceram
entre terríveis sofrimentos
nas máquinas de tortura. Tudo
isto porque se negavam a reconhecer
o imperador como deus e recusavam
render culto ao sol e aos deuses
egípcios.[e] Era um tempo em que a vida tinha
pouco valor e a intolerância
religiosa crescia em cada recanto
do vasto império.
No
capítulo 2 vimos que a Escritura
afirma que o quarto animal de
Daniel 7 e o dragão do Apocalipse
são símbolos de um mesmo reino.
Portanto o dragão deve representar
também ao Império Romano. A
prova disto, encontramos no
capítulo 12 de Apocalipse:
"...
E o dragão parou diante da
mulher que havia de dar à luz,
para que, dando ela à luz, lhe
tragasse o filho. E deu
à luz um filho homem que há
de reger todas as nações com
vara de ferro; e o seu filho
foi arrebatado para Deus e para
o seu trono" (Apocalipse 12:4-5).
O "filho homem" do qual está falando esta profecia é o Senhor Jesus
Cristo, que ao nascer foi mandado
ser morto pelo rei Herodes;[f] e posteriormente "arrebatado para Deus e
para o seu trono."[g] O fato de que Herodes, o rei da Judéia,
fora governante e representante
do Império Romano, confirma
que o dragão também é
símbolo deste temível império.[h] Roma governou do ano 168 a.C. até 476 a.C. (La
fotografía muestra el Colosseum
de Roma).
Os
dez chifres
A
profecia mostra que o quarto
animal tinha dez chifres (vers.
7). O que isto significa? Deixemos
que a Bíblia nos explique:
"E,
quanto aos dez chifres, daquele
mesmo reino se levantarão dez
reis..." (Daniel 7:24).
Já
sabemos que a palavra
reis se usa na profecia da mesma
maneira que nós usamos a palavra
reinos.[i] Portanto, isto indica que Roma haveria de
dividir da mesma maneira
que a Grécia se dividiu. A história
registra que desde 378
a.C. várias tribos - muitas
quais não prosperaram, desapareceram
ou se uniram a outras - invadiram
o Império Romano. Destas, as
que mais se destacaram foram
estas:
Visigodos,
Vândalos, Ostrogodos,
Lombardos, Francos, Burgúndios,
Suevos, Anlosaxões, Germanos
e Hérulos.
Estas
dez tribos bárbaras (como o
próprio nome diz) são o fundamento
das nações Européias da atualidade
e são os dez chifres que
surgiram da quarta besta.
Os historiadores afirmam que
a divisão do Império Romano
foi uma realidade no ano 476
d.C.:
"Desde o ano 476, a história das
terras que uma vez foram
governados por Roma se transformou
na história dos povos bárbaros,
ainda que várias gerações de
romanos e súditos romanizados
conservaram seus costumes e
forma de vida".[j] 
É
importante ressaltar que estas
tribos bárbaras na realidade
não foram reinos independentes
de Roma, mas que fizeram
parte dela. Isto demonstra
de fato que os chifres estavam
na cabeça do quarto animal e
não separados dela. A história
confirma:
"A
extinção do poder romano e o
colapso de suas estruturas políticas
não significaram o fim de sua
cultura nem o desaparecimento
de suas formas de vida... Quando
os laços políticos com Roma
se romperam por causa das invasões
bárbaras, aqueles territórios
retomaram sua existência independente,
mas as antigas influências culturais
permaneciam nos costumes e crenças,
nas leis e nas instituições".[k] 
Roma
segue viva, mas de uma forma
diferente! As crenças
religiosas, as leis e os costumes
romanos, foram aceitos e
assimilados. A mudança consistiu
somente na divisão de território
e no aumento do número de seus
governantes.
A
divisão do Império Romano foi
concretizada no ano 476 d.C.
O que haveria de acontecer depois?
Chifre
pequeno
"Estando eu a considerar as pontas,
eis que entre elas subiu outra
ponta pequena,
diante da qual três das pontas
primeiras foram arrancadas;
e eis que nesta ponta havia
olhos, como olhos de homem,
e uma boca que falava grandiosamente.
E, quanto às dez pontas, daquele
mesmo reino se levantarão dez
reis; e depois deles se levantará
outro, o qual será diferente
dos primeiros e abaterá a três
reis" (Daniel 7:8,24).
A
identidade do chifre pequeno
é na realidade a mais fácil
de deduzir, pois a Bíblia proporciona
mais informações acerca dele
do que todas as bestas anteriores
juntas. Ainda que já as tenhamos
mencionado no capítulo 2 deste
livro, se faz necessário expô-las
de maneira mais clara afim
de que você tire as suas próprias
conclusões e o identifique
com plena segurança:
A
soma do valor numérico das letras
de seu nome é 666: "Aqui
está o saber. Quem tem, pois,
inteligência, calcule o número
da besta, porque seu número
é o que forma as letras do
nome de um homem, e o número
da besta é seiscentos e sessenta
e seis".[l] 
É
um reino: Igualmente
aos dez chifres anteriores,
o chifre pequeno não representa
apenas uma pessoa (um rei)
mas, a uma sucessão de reis:
um reino.[m] 
Surge em um local muito povoado: A besta sobe do mar. Isto
mostra que este reino deve levantar-se
no meio de um território densamente
povoado, pois o mar é símbolo
de multidões, nações e línguas.[n] 
Surge
na antiga Europa Ocidental:
Levando em conta que os dez
chifres na besta representam
as dez nações em que se dividiu
o Império Romano e que estas
são o fundamento dos países
europeus da atualidade, podemos
concluir que o chifre pequeno,
que saiu "dentre eles",[o] deve surgir na antiga Europa Ocidental.
Tira
e coloca reis: O chifre
pequeno pensa que pode "mudar
os tempos",[p] fato que segundo Daniel, é obra exclusiva
de Deus, pois somente ele pode
tirar e pôr reis segundo a sua
vontade.[q] 
O
reino aqui representado, em
seu intento de exercer o direito
divino de dirigir o curso da
história humana, haveria de
se distinguir por ter o poder
suficiente para tirar ou nomear
reis.
Derrubou
três dos dez reinos europeus:
"E diante dele foram arrancados
três chifres dos primeiros".[r] Quando este chifre surgiu como potência mundial,
derrubou a três dos dez reinos
bárbaros que formavam a Europa
daqueles dias.
Pequeno
no começo e com o tempo torna-se
maior que os outros: O surgimento
deste poder foi gradual e
não espontâneo. Quando surgiu
entre os países da Europa a
profecia o descreve como "pequeno".
Contudo, mais adiante Daniel
chegou a vê-lo "maior que seus
companheiros".[s] Cresceu de tal forma que o Apocalipse o apresenta
não como um chifre, mas como
um grande reino, uma besta
colossal que finalmente
chegaria a governar o mundo
inteiro.
Surgiu
por volta do ano 476 d.C. :
A divisão do Império Romano
em dez reinos se completou no
ano 476 d.C. Tendo em conta
que o chifre pequeno se levantou
"dentre eles",[t] podemos concluir que este reino deveria surgir
por volta desta data.
Governou
durante 1260 anos: Este
poder governa por 42 meses.[u] Se levamos em conta que o antigo mês judeu contava
30 dias; e multiplicamos este
número de meses (42), obteremos
um total de 1260 dias(42x30
= 1260).
Como
a profecia está em linguagem
simbólica, os 1260 dias também
são simbólicos. Na Bíblia, um
dia profético equivale a
um ano literal,[v] portanto, 1260 dias proféticos são na realidade
1260 anos literais.
Caiu
e se recuperou: Depois de
terminados os 1260 anos, a besta
é levada em cativeiro onde recebe
uma ferida mortal. Algum tempo
depois volta a viver: "a besta
que foi ferida de espada e
reviveu".[w] Podemos concluir então que este reino tem duas
fases de grande poder através
da história, separados por um
período de inatividade.
Governa
em nossos dias: Depois de
descrever a queda e ressurreição
da besta, a profecia revela
que finalmente convocará a seus
aliados e seus exércitos para
lutar contra o Cordeiro e seus
exércitos. Como resultado desta
guerra, a besta será jogada
no lago que arde com fogo e
enxofre onde será destruída
para sempre.[x] A Bíblia declara que esse fogo será literal
e cairá em ocasião do fim
do mundo, quando Jesus regressar
para dar a cada um conforme
as suas obras.[y] Podemos concluir então que este poder governa desde
a Idade Média e se estende até
o fim do mundo. O mundo ainda
não foi destruído por fogo,
portanto, este poder deve estar
governando em nossos dias.
É
diferente das outras nações
Européias: O chifre pequeno
é "diferente dos primeiros",[z] portanto, não pode representar somente a um poder
político.
É um poder religioso: A diferença dos outros chifres, o chifre
pequeno mistura a política com
a religião.[aa] 
É um poder perseguidor: Este poder haveria de perseguir e
destruir a todos aqueles que
não se conformaram com seus
dogmas; atacando especialmente
aqueles que se mantiveram firmes
na doutrina pura de Cristo e
seus apóstolos.[bb] 
Trata
de mudar a Lei de Deus:
Fazendo uso de sua influência
religiosa, este poder intentaria
adulterar a Santa Lei de Deus.[cc] Esta Lei, como veremos mais adiante, inclui
a proibição do uso de imagens
para o culto e revela que o
domingo não é o verdadeiro dia
de repouso.[dd] 
Professa
ter o poder de perdoar pecados
e ser igual a Deus: Este
poder político - religioso fala
blasfêmias contra Deus.[ee] A Bíblia ensina que um homem blasfema,
quando se faz igual a Deus ou
quando pretende perdoar os pecados
cometidos contra ele.[ff] Portanto, este poder deve ter dito ter a autoridade
de perdoar pecados e professar
ser como Deus aqui na Terra.
Tem
presença mundial: "Toda
a terra se maravilhou após a
besta... E se lhe deu autoridade
sobre tribo, povo, língua e
nação".[gg] 
É
um poder romano: A quarta
representa Roma e o chifre pequeno
está em sua cabeça, fazendo
parte dela.[hh] Portanto, igualmente aos chifres anteriores,
este chifre deve representar
um poder romano.
Para
identificar este reino é necessário
fazer uma breve revisão das
características anteriormente
citadas: As letras do nome do
homem que governa este reino
somam seiscentos e sessenta
e seis. Surgiu por volta do
ano 476 d.C. em um local muito
povoado, especificamente, na
antiga Europa Ocidental. Seu
crescimento foi aumentando até
que chegou a derrubar três das
dez tribos bárbaras e dominar
totalmente as demais a tal ponto
que pôde pôr e depor reis à
sua escolha. Depois de alcançar
o auge de seu poder, este reino
caiu perdendo a liderança política
que havia ostentado durante
mil duzentos e sessenta anos.
Ao passar do tempo, sua ferida
mortal foi sarada, e está atualmente
tratando de alcançar a autoridade
suprema sobre o mundo. Não é
apenas um poder político, é
também um poder religioso.
Durante sua primeira fase intentou
usurpar o lugar de Deus, adulterando
sua Lei e professando ter a
autoridade para perdoar pecados.
Todos os que se revelaram contra
foram perseguidos e assassinados.
Este império político - religioso
é romano.

Há
somente uma entidade no mundo
que se encaixa em todas as características:
é, sem sombra de dúvidas,
o papado.[ii] Os próximos capítulos se encarregarão de descrever
em detalhe o cumprimento exato
de cada um dos pontos anteriormente
enunciados.
Clique
"Voltar" ou "Back"
na sua barra de navegação ou
pressione a letra respectiva,
para voltar ao parágrafo que
o enviou aqui.
[a]
Pequeno Dicionário Ilustrado
Larousse , art. "Grecia",
pág. 1327.
[b]
História Universal e
da Civilização, t. 1, págs.
160-161, E. Hispano Europea.
[c]
Atlas Ilustrado da História
Universal, pág. 11, Editora
Libsa.
[d]
Ibid.
[e]
História Universal,
tomo 8, págs. 148-149, Nauta.
[f] Mateus 2:13,14.
[g] 1 Pedro 3:22.
[h]
Ellen G. White, El Conflicto
de los Siglos, pág. 491.
[i]
Daniel 8:21,22.
[j]
História Universal,
tomo 8, pág.163, Nauta. El mapa
fue tomado de la pág. 166 y
muestra la ubicación geográfica
de los bárbaros, una vez cayó
Roma.
[k]
História Universal,
tomo 9, pág.12, Nauta.
[l] Apocalipse 13:18, versão Félix Torres Amat.
[m] Daniel 7:24; Daniel 8:21,22.
[n] Apocalipse 17:15; Isaías 17:12.
[o] Daniel 7:8.
[p] Daniel 7:25.
[q] Daniel 2:20,21.
[r] Daniel 7:8,24.
[s] Daniel 7:8,20.
[t] Daniel 7:8,24.
[u]
Daniel 7:25; Apocalipse
13:5; ver nota de rodapé g
do capítulo 2.
[v] Ezequiel 4:6; Números 14:34.
[w] Apocalipse 13:10,14.
[x] Apocalipse 19:19-20; 17:14; Daniel 7:11-14. O Cordeiro e
o Filho do homem descritos nestas
passagens, representam ao Senhor
Jesus (João 1:29; Lucas
22:47,48).
[y] Mateus 13:40; Lucas 17:29,30; 2 Pedro 3:7-10; 2 Tessalonicenses
2:8.
[z] Daniel 7:24.
[aa] Daniel 7:25; 8:11,12; Apocalipse 13:5-8.
[bb] Daniel 7:21; Daniel 8:24; Apocalipse 13:7; 14:12.
[cc] Daniel 7:25.
[dd] Exôdo 20:3-17.
[ee] Daniel 7:20; Apocalipse 13:5,6.
[ff] João 10:30-33; Marcos 2:3-7.
[gg] Apocalipse 13:3,7.
[hh] Daniel 7:23, 24.
[ii]
Ellen G. White, El Conflicto
de los siglos, pág. 492.
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