Tendo
claro que as sete cabeças de Apocalipses
17 têm dupla interpretação
(montes e reis) e que estes assinalam
a Roma e os papas que governam ali, podemos
continuar nossa investigação
tratando de achar o momento na história
desde o qual devem começar a contar-se,
e desta maneira conseguir conhecer finalmente
sua identidade. Para iniciar, faremos
uma análise do capítulo 17 de
Apocalipse à luz das duas fases do
Papado que estudamos no oitavo
capítulo deste livro.
Como
pudemos comprovar pela história,
o papado se consolidou como governante
supremo da Europa no ano 538 d.C. por
decreto do imperador Justiniano, e perdeu
seu poder político 1260 anos depois
em 1798 d.C., em tempos da Revolução
Francesa. A partir desse ano os papas
perderam não só sua autoridade
como também os territórios desde
os quais governavam. Na concordata de
Latrão, celebrado em 1929, Benito
Mussolini devolveu parte dos territórios
ao papa PIO XI. Desde então vimos
como o poder e influência do papado
no mundo inteiro foi crescendo e podemos
prever que tal como sucedeu durante a
primeira fase, logo atingirá o controle
do mundo inteiro. Quando isto suceder,
o Senhor Jesus Cristo virá e lhe
tirará este poder. O seguinte diagrama
resume o que ali estudamos:
Veja
o que diz o comentário Bíblico
Adventista sobre a "Ferida Mortal"
cuja ferida
mortal foi curada... Apoc. 13:12
Nos anos que decorreram
depois da Revolução Francesa
se produziu um reavivamiento gradual
do sistema papal. O papa sofreu um novo
golpe em 1870, quando lhe foram tirados
os Estados papais. Um acontecimento
importante aconteceu em 1929 quando,
pelo tratado de Latrão, o poder
temporário lhe foi restaurado
ao papa. Recebeu então o governo
da Cidade do Vaticano, uma seção
da cidade de Roma, que ocupa uma extensão
de uns 44 hectares.
No entanto, o profeta contempla que
há uma restauração
muito maior. Viu a ferida completamente
curada, como o insinua o texto grego.
João viu, ademais, que depois
da cura "todos os moradores da
terra" -exceto uns poucos fiéis-
adoraram à besta (vers. 8; cf.
CS 636). Esta adoração
ainda se acha no futuro. Ainda que o
papado recebe a homenagem de certos
setores, enormes conjuntos humanos não
lhe rendem preitesia. Mas isto mudará.
A besta do vers. 11 "faz que a
terra e os moradores dela adorem à
primeira besta, cuja ferida mortal foi
curada" (vers. 12).
Concluimos
que a ferida seria "curada"
em 1929 e "completamente curada"
com a acenssão da besta.
Menciona
Apocalipse 17 estas mesmas duas fases
de poder papal? Claro que sim! Leiamos
a descrição que nos apresenta
o capítulo:
"A
besta que viste era e não é,
e está para subir do abismo e
ir a perdição. Os habitantes
da terra, aqueles cujos nomes não
estão escritos no livro da vida desde
a fundação do mundo, se assombrarão
vendo a besta que era e não é,
e será" (Apocalipse 17:8).
Analisemos,
pois, em detalhe estas fases segundo estão
descritas no contexto, iniciando com a
descrição do período intermédio.
A
ferida mortal. "Não é"
"O
anjo me disse: «Por que te assombras?
Eu te direi o mistério da mulher
e da besta que a leva, a qual tem sete
cabeças e dez chifres. A besta que
viste era e não é
, e está para subir do abismo e ir
a perdição. Os habitantes da
terra, aqueles cujos nomes não estão
escritos no livro da vida desde a fundação
do mundo, se assombrarão vendo a
besta que era e não
é , e será" (Apocalipse
17:7-8).
Observe
que a palavra "era" está
em tempo passado, "será"
está em tempo futuro e "não
é" está em tempo presente.
Com clareza podemos ver que o anjo levou
a João em visão ao tempo em
que o papado já tinha perdido seu
poder (1798 d.C. - 1929 d.C.) e desde
ali começa a explicar-lhe a visão.
Primeira
fase. "Era"
O
anjo lhe disse ao apóstolo João:
"A besta que viste, era..."
(Apocalipse 17:8). E daí foi o que
o apóstolo viu? Leiamos:
"Me
levou no Espírito ao deserto, e vi
a uma mulher sentada sobre uma besta escarlata
cheia de nomes de blasfemia, que tinha
sete cabeças e dez chifres. A mulher
estava vestida de púrpura e escarlata,
enfeitada de ouro, pedras preciosas e
pérolas, e tinha na mão um cálice
de ouro cheio de abominações
e da imundicie de sua prostituição.
Em sua fronte tinha um nome escrito, mistério:
«Babilonia a grande, a mãe das
prostitutas e das abominações
da terra». Vi à mulher embriagada
com o sangue dos santos e do sangue dos
mártires de Jesús" (Apocalipses
17:3-6).
É
evidente que aqui se está falando
da primeira fase do papado, pois o versículo
3 apresenta à mulher sentada sobre
a besta, o qual é indício da
união da Igreja e o Estado. Também,
apresenta as blasfemias que resultaram
desta união, tais como a crença
de que o Papa era a interseção
entre o céu e a terra, que tinha
o poder de perdoar pecados e que podia
mudar a Lei de Deus segundo sua vontade.[a] O versículo 4 assinala o luxo e a ostentação
que caracterizaram à igreja romana
durante seus primeiros anos e apresenta,
também, o tempo no qual ela deu
a beber ao mundo de seu cálice de
abominações que, como já
vimos, são suas falsas doutrinas.
O versículo 5 mostra o surgimento
de outras igrejas (filhas) que seguiriam
algumas de seus falsos ensinos e o versículo
6 fala do sangue dos filhos fiéis
de Deus que foi derramada durante esses
escuros anos(santa inquisição).
Uma
confirmação adicional encontramos
no versículo 3 onde se afirma que
o que João viu, o vió no deserto
o qual é símbolo inequívoco
dos primeiros 1260 anos de supremacia
papal:
"A
mulher fugiu ao deserto,
onde tinha um lugar preparado por Deus
para ser sustentada ali por mil duzentos
sessenta dias" (Apocalipses 12:6).
Segunda
fase. "Será"
"Isto,
para a mente que tem sabedoria: As sete
cabeças são sete montes sobre
os quais se assenta a mulher, e são
sete reis. Cinco deles caíram; um
é e o outro ainda não veio,
e quando vir deverá durar pouco tempo.
A besta que era e não é, é
também o oitavo, e é um dos
sete e vai à perdição.
Os dez chifres que viste são dez
reis que ainda não receberam reino;
mas receberão autoridade como reis
por uma hora, juntamente com a besta.
Estes têm um mesmo propósito:
entregarão seu poder e autoridade
à besta. Brigarão contra o Cordeiro,
e o Cordeiro os vencerá, porque é
Senhor de senhores e Rei de reis; e os
que estão com ele são chamados,
eleitos e fiéis" (Apocalipses 17:9-14).
Façamos
um pequeno resumo do que a passagem apresenta,
em sua devida ordem:
A mulher se senta sobre os sete montes.
Menciona-se a
existência de sete reis (papas) governando
em seqüência. Os cinco primeiros
caídos, um governando e o outro a
ponto de vir.
Anuncia-se que
o sétimo rei governará só
pouco tempo.
Revela-se que
a besta inteira receberá o poder
absoluto do mundo depois da queda da sétima
cabeça, como se se tratasse de uma
oitava. Durante este período a besta
voltará a ser plenamente o que "era".
Dez reis serão
os encarregados de entregar-lhe o poder
e a autoridade à besta.
Quando estes reis
mediante sua união tenham conseguido
impor a supremacia da besta, o Cordeiro
virá e os vencerá.
Notemos
que a passagem inicia com a descrição
do momento em que a mulher (a Igreja)
senta-se na cidade dos sete montes (Roma),
e termina com a vinda de Cristo (o Cordeiro).
No capítulo
oitavo estudamos que a segunda fase
inicia e termina justamente com estes
dois eventos. Por tanto, o que esta
passagem apresenta, incluindo a seqüência
dos sete reis e o governo mundial da besta,
deve fazer parte da segunda fase do papado.
Isto significa que os sete papas apresentados
nesta profecia, devem começar a governar
a partir do ano 1929 . E como
sei que começam a contar-se a partir
desse mesmo ano e não depois? É
simples: Desde os começos do papado,
o bispo de Roma foi chamado "rei da terra"
e "chefe dos reis",[b] mas perdeu esse titulo em 1798 devido a que os
franceses o levaram cativo, desapropriaram
seus territórios e usurparam sua
soberania. Nenhum dos papas que estiveram
cativos a partir desse ano (Pío
VI, Pío VII, Gregorio XVI, Pío
IX, León XIII, Pío X e Benedicto
XV), voltaram a ser chamados "reis". Só
até 1929 o papa voltou a ser considerado
como tal, ao isentar parte dos territórios
pontifícios perdidos:
"Pío XI achou a solução
para a`Questão romana' assinando
com o ditador Mussolini o pacto de Latrão,
em 11 de fevereiro de 1929, mediante o
qual o Papa se tornou soberano
independente da cidade do Vaticano,
o menor Estado com apenas 44 hectares".[c] (A fotografia, foi
retirada desta mesma publicação,
mostra o papa Pío XI escutando o
discurso do embaixador do Brasil justamente
depois de adquirir sua autoridade política
em 1929).
Como
podemos ver, a história confirma
que durante a segunda fase do Papado,
Pío XI foi o primeiro em ser reconhecido
como soberano independente, ou o que é
o mesmo, rei de sua própria nação.[d] A partir de então, todos seus sucessores receberam
o mesmo legado, aumentando de ano em ano
sua influência sobre as demais nações
do mundo. O seguinte gráfico apresenta
sua localização dentro do contexto
profético do tempo do fim:
Os
papas que receberam o título de "reis"
desde o início da segunda fase do
papado são os seguintes:
1 - Pío XI (1922-1939) 2
- Pío XII (1939-1958) 3
- João XXIII (1958-1963)
4 - Paulo VI (1963-1978) 5
- João Paulo I (1978) 6
- JOÃO PAULO II (1978 - 2005)
7 - Bento XVI (2005 - ?)
É
evidente que estamos vivendo sob o domínio
do sétimo rei desta profecia.[e] Agora bem, se temos em conta que o sétimo
rei
(atual papa: Bento XVI)
durará "pouco tempo" (Apocalipse
17:10) e que o "oitavo" governará
também por pouco tempo e virá o fim; ,[f] não cabe dúvida de que estamos
vivendo no Limiar da batalha final entre
os poderes do bem e do mau (vers. 14).[g] Agora compreende você, estimado leitor, por
que titulei este livro "No Limiar do fim
do tempo"?
Tendo
claro em que lugar do tempo profético
nos encontramos atualmente, analisaremos
em detalhe os símbolos e acontecimentos
que aparecem relacionados com a "oitava"
cabeça e que ainda ficam por definir.
Os
dez chifres entregam seu poder à
besta
"Os
dez chifres que viste são dez reis
que ainda não receberam reino;
mas receberão autoridade como reis
por uma hora, juntamente com a besta.
Estes têm um mesmo propósito:
entregarão seu poder e autoridade
à besta. Brigarão contra
o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá..."
(Apocalipse 17:12-14).
É
interessante que a diferença dos
dez chifres da quarta besta de Daniel
7, estes não constituem divisões
do mesmo reino senão que são
reis independentes com poder e autoridade
próprias. Se não fosse assim
não poderiam entregar-lhe o reino
à besta (vers. 13). Agora bem,
quem são estes reis? São tão
só dez? Comparemos a passagem que
estamos analisando com o seguinte:
"Vi
sair da boca do dragão, da boca da
besta e da boca do falso profeta, três
espíritos imundos semelhantes a rãs.
São espíritos de demônios,
que fazem sinais e vão aos reis
da terra em todo mundo para
reuní-los para a batalha daquele
grande dia do Deus Todo-poderoso" (Apocalipse
16:13-14).
Observe
que as duas passagens falam da batalha
final entre Cristo e os poderes da terra
e mencionam a sua vez os reis que intervirão
nela. Baseados nesta comparação
resulta evidente que quando a profecia
de Apocalipse 17 diz "dez reis" se refere
a todos os reis da terra e não só
a dez.[k] O número dez alude freqüentemente
a uma quantidade alta e indeterminada
de coisas, capacidades ou eventos. Um
exemplo disto o encontramos no livro de
Daniel onde diz: "...o rei os conferiu,
achou-os dez vezes melhores que
todos os magos e astrólogos que tinha
em todo seu reino" (Daniel 1:20).[l]
A atuação dos reis desta profecia virá como resultado
do poder que os Estados Unidos tem sobre
eles para fazer que lhe entreguem ao papado
a autoridade de governar um reino mundial.[m]
Uma
confirmação cronológica:
A
profecia explica o momento exato no que
esta parte da profecia teria de ser plenamente
entendida. Se você lê com atenção
se dará conta que o anjo aparece
explicando o significado das cabeças
quando cinco delas já caíram
e está reinando a sexta. É interessante
ressaltar o fato de que esta interpretação
saiu à luz justamente durante o pontificado
de JOÃO PAULO II.
Conclusões:
Existem dois argumentos que me motivaram a apoiar o ponto de vista que
identifica às sete cabeças com
sete papas. O primeiro deles se baseia
no fato de que no palco profético
os sete montes mencionados em Apocalipses
17:9 não são outro símbolo,
senão pelo contrário, são
parte da explicação dada pelo
anjo a respeito das sete cabeças
da besta, as quais identificam com certeza
à cidade de Roma, a qual está
assentada sobre sete montes. O segundo
argumento se baseia na interpretação
de Daniel 7 e 8, onde explica que as cabeças
não podem ser reinos diferentes da
besta que a leva, senão que devem
ser reis ou reinos que surgem de uma
mesma nação.
Apocalipse 17
apresenta as mesmas duas fases de supremacia
papal e proporciona informação
adicional referente à seqüência
dos acontecimentos que sucederão
durante a segunda fase.
Os sete reis que
reinam em seqüência aparecem
incluídos dentro da segunda fase
de supremacia papal, por tanto, estes
devem fazer sua aparição a partir
do ano 1929
. durante os anos
da "ferida de morte" (1798 -1929) nenhum
papa pôde exercer seu poder político
devido a que lhes foram tirados seus territórios
e poderes temporários. Só depois
de 11 de fevereiro de 1929 o papa voltou
a ostentar o título de rei ou soberano.
Pío XI é, portanto, o primeiro
dos sete reis de Apocalipses 17:10
BENTO XVI é o Sétimo destes reis, e deverá durar pouco
tempo e depois o papado receberá
a autoridade suprema do mundo, dando início
a atuação da besta.
Quando o papado
estiver no auge de seu poder, se iniciará
a batalha final a qual concluirá
com a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo.
Existem mais de dez pontos
de vista diferentes sobre as sete cabeças
da besta, e ainda que eu apoio o que identifica
às sete cabeças com sete papas,
não considero que este seja infalível
ou esteja cem por cento livre de erros.
Apresento o que creio que vai suceder,
mas se por alguma circunstância não
chegar a cumprir-se desta maneira,
não desvirtuaria o certo cumprimento
das demais profecias apresentadas neste
livro pois estou seguro que todas se cumprirão
a seu devido tempo.
Clique
"Voltar" ou "Back" na sua
barra de navegação ou pressione
a letra respectiva, para voltar ao parágrafo
que ou enviou aqui.
[a] Ver detalhes no Capítulo 7: "O mais grave
atentado".
[b] Lucius Ferraris, Prompta Bibliotheca,
tomo VI, págs. 25-29
. [c] História da Igreja Católica,
pág. 61-63, Atlântida.
[d] O Dicionário Enciclopédico
Terranova, pág. 1243, define
a palavra "rei" como "Soberano
de um reino".
[e] Este capítulo foi concluído em 19 de Abril de
2005.
. [f] Apocalipse 17:12. Alguns expositores
aplicaram o princípio "dia por ano"
à "hora" aqui mencionada , o qual
equivaleria a uns 15 dias literais (365
dias por ano ÷ 24 horas por dia =
15 dias). Ainda que é possível
que isto possa chegar a ser verdadeiro,
é perigoso chegar a dogmatizar ao
respecto, pois a palavra hora (wran)
é usada freqüentemente para
designar um período de tempo curto
mas indeterminado. Esta
palavra é traduzida como "um pouco
de tempo" em 1 Tesalonicenses 2:17
. [g] Isto que você está lendo
é, provavelmente, o cumprimento das
palavras registradas em Mensagens
Seletas, tomo 3, pág. 441,
párr. 3. (pág 387 em Inglês).
. [k] Elena G. White apóia esta idéia
em Eventos Finais, pág. 140
.
[l] Existem outras passagens onde se utiliza o numero dez para
expressar uma quantidade alta e indeterminada.
Os seguintes são alguns bons exemplos:
Génese 31:7; Nehemías 4:12;
Números 14:22; Job 19:3 e 2 Samuel
19:43. O pé de página da passagem
de Génese 31:7 na Rainha-Valera 1995
explica que a expressão "dez vezes"
se usava como sinônimo de "muitíssimas
vezes".
[m] Ver o caítulo 9 "Os Estados Unidos
na profecia I".
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