Outros especialistas de obstetrícia verificaram que as mulheres
nervosas têm tido partos muito mais tranqüilos
depois de uma alimentação pobre de sal.
Toda a mulher grávida devia saber aproveitar esta realidade para
conseguir um parto rápido e pouco doloroso.
Tais observações são simultaneamente uma prova
experimental da teoria de que a adição diária do sal na comida é
antifisiológica e prejudicial. Em lugar de deitar sal na comida, devemos,
sim, esforçar-nos por aproveitar o teor natural de minerais dos
alimentos.
Ação das Vitaminas -- As enormes exigências
orgânicas durante a gravidez e, sobretudo, durante o parto, impõem um
grande consumo de vitaminas do grupo B, especialmente de
vitamina B1, fator imprescindível para os processos químicos na
transmissão de impulsos pelo sistema nervoso e no metabolismo muscular.
O curso normal da gravidez e do parto está relacionado com a abundância de
vitaminas, especialmente do grupo B e vitamina C.
Na prática, está perfeitamente demonstrada a insuficiência da vitamina B
e C nos casos de transtornos no parto ou de esgotamento durante o mesmo.
Se, pelo contrário, se subministram, grandes quantidades de vitamina,
desaparece o esgotamento e as contrações são vigorosas e rítmicas, com o que o
desenvolvimento do parto se acelera e abrevia notavelmente e de modo natural.
Está demonstrado que os partos com vitamina B1 complementar se efetuaram na
metade do tempo que levam os outros partos sem vitaminas. Isto não quer dizer
que a vitamina 111 seja considerada como remédio para o parto, no sentido
próprio do termo. Apenas prepara a musculatura da matriz, de modo que as
contrações produzidas tenham a sua maior eficácia e diminuam as dores. A
administração simultânea da vitamina C dificulta as hemorragias depois do parto.
Mediante o abundante consumo de alimentos ricos em vitaminas B e C,
durante a gravidez, conseguem-se as melhores condições para um desenvolvimento
normal e fácil do parto.
Pelo que se disse atrás, sabemos que a fruta é a melhor fonte de vitamina
C, salientando-se sobre tudo as laranjas, os limões e as uvas. Proporcionam grandes quantidades
de vitaminas B, os germes de trigo, os cereais frescos e as leveduras
alimentares. Estes produtos satisfazem ao mesmo tempo a função de dissolução do
sal. Constituem, portanto, os alimentos preferíveis e mais naturais do parto.
O Leite na Alimentação das Grávidas -- Naturalmente, o leite
exerce uma considerável função na nutrição das grávidas. Nesse estado, o
organismo está em piores condições para produzir proteínas e gorduras. Por isso,
torna-se conveniente uma mistura natural de gorduras e proteínas como é o leite.
O conteúdo do leite em sal, relativamente elevado, é neutralizado pelo seu
conteúdo em cálcio também considerável. O cálcio, além disso, toma-se
conveniente pelos seus efeitos antiespasmódicos sedantes e anti inflamatórios. O
leite de boa qualidade, isto é, selecionado, contém também em quantidade
suficiente a vitamina D2, reguladora do metabolismo do cálcio e fósforo, tão
importante para a mãe como para o filho.
Regime Rico em Ferro -- Mas a melhor qualidade de leite apresenta
para a gravidez uma grave insuficiência de ferro. A necessidade de ferro no dito
estado é muito elevada. A ministração insuficiente, como sucede com a
alimentação ordinária, conduz à anemia por falta de ferro.
Assim, durante a gravidez, a alimentação deve ter não só um regime mais
rico em alimentos (albumina, gorduras, hidrocarbonatos) que sejam leves para a
digestão, ricos em qualidade e matérias complementares (vitaminas, minerais,
fermentos e oligoelementos), mas dar também a maior importância ao consumo
abundante de cálcio e potássio, vitamina Bi, vitamina D2 e ferro. É preciso,
portanto, preferir nos alimentos, além do leite e dos seus derivados, uma
alimentação rica em ferro, isto é, maçãs, morangos, uvas, ameixas, urtigas,
alfaces, espinafres, aspargos, cevada, aveia, centeio, milho, lentilhas,
rabanetes e cenouras.
Deficiências Alimentares Como Origem de Abortos e Deformações --
As avitaminoses são uma das causas primordiais no aparecimento de abortos. Unida
a outras deficiências, uma insuficiente alimentação qualitativa afeta muito mais
o filho do que a mãe, especialmente nos primeiros meses, nos quais se estão
formando o coração, o cérebro, os olhos e os ouvidos do novo ser. A alimentação
deficiente, juntamente com outras circunstâncias patológicas, pode ocasionar
deformações ao filho no próprio seio da mãe. Toda a avitaminose existente na
fase crítica do crescimento do feto pode ocasionar um atraso, uma paragem ou uma
alteração no desenvolvimento normal geral ou no de um órgão determinado, assim
como situações anômalas, que depois nunca mais se corrigem. Todas estas são alterações que não se
podem atribuir a nenhum processo patológico hereditário. O remédio em todos
estes casos está numa forma devida de alimentação sã e natural, como indicação
obrigatória a ter em conta durante todo o tempo da gravidez.
Necessidades Alimentares da Mãe e do Filho -- Durante a gravidez é
necessário não só tomar uma alimentação completa em elementos nutritivos,
proteínas, gorduras e hidratos de carbono, mas também que cumpra a condição
indispensável de ser moderada. Podemos obter estas substâncias nutritivas a
partir dos seguintes elementos: as proteínas do leite e seus derivados, a
levedura seca, soja completa e ovos; as gorduras, a partir de óleos vegetais
extraídos a frio (óleos de girassol, linho, nozes, germes de trigo), margarinas
vegetais e manteiga; os hidratos de carbono, dos produtos derivados dos cereais (pão,
grãos triturados, farinhas integrais, flocos), batatas, verduras de raiz, mel e
frutas. Os restantes componentes da alimentação, assim como as substâncias
vitais, encontram-se nos frutos, verduras, saladas, ervas e frutos silvestres,
assim como nos condimentos.
Nenhum médico, por muito que tenha chegado a penetrar nos últimos
fundamentos da vida, pode dar a uma mãe a garantia absoluta de uma descendência
sã. Os planos da criação são inescrutáveis e o homem ainda não conseguiu um
conhecimento absoluto nem sobre a influência que tem a hereditariedade sobre os
novos seres nem, mesmo, sobre os fatores ambientais. Contudo, pondo em
execução os meios de que dispomos, evitando os fatores que sabemos poderem ser
perniciosos, como a alimentação inadequada, ou nocivos, como o álcool, a
nicotina e as emanações radioativas, podemos com todo o direito esperar com
tranqüilidade de espírito um feliz nascimento.
Fim do Capítulo 14