Guia completo sobre saúde com descrição e importância dos principais alimentos naturais(frutas, verduras, etc.).

Prevenção e tratamento natural das principais doenças.

Também você terá centenas de receitas vegetarianas.


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Cap. 11 - Doenças da Pele
A Pele Reflete o Estado do Organismo -- Todos os estímulos procedentes do interior e do exterior devem permanecer dentro dos limites da sua capacidade de adaptação para não se produzirem perturbações funcionais e até mesmo lesões orgânicas duradouras. Sabemos por experiência diária que entre as doenças da pele a imensa maioria tem sido causada por uma doença interna, perturbações do metabolismo, alterações nas glândulas hormonais, efeitos tóxicos provocados por uma prisão de ventre crônica, focos de infecção nos dentes, amígdalas, seios nasais ou aparelho genital.

Se a isto se acrescentar uma importante insuficiência de elementos curativos e nutritivos devido a uma alimentação insuficiente, mal combinada ou incompleta, pode produzir-se rapidamente o estado de hipersensibilidade da pele, a alergia. Qualquer estímulo exterior, aliás perfeitamente inócuo (por exemplo, usar roupa interior nova, elaborada com produtos químicos ou tecidos de lã) produz «reações alérgicas».

As inumeráveis relações entre as doenças interiores e as da pele, conhecidas já na era naturalista da Medicina, mas que no critério rigorosamente científico não têm sido exatamente compreendidas, obscureceram-se por completo, porque foram relegadas para o último plano que os modernos conhecimentos alcançaram mediante os novos meios técnicos, especialmente o microscópio. Depressa surgiu o conceito de que as doenças cutâneas, quer fossem infecciosas ou não, procediam exclusivamente do exterior, e eram de natureza local, podendo aplicar-se-lhes remédios exteriores e locais. Uma impressionante série de novas observações e experiências tiveram influência para que se modificasse a doutrina sobre doenças da pele e que voltassem a ser consideradas, na sua maioria, como sintomas e efeitos de males internos.

A estrutura anatômica da pele, com as suas numerosas capas celulares, glândulas sebáceas e sudoríparas, gânglios nervosos, pigmentos e outras forças químicas, é algo tão maravilhoso que dela podemos deduzir a existência de múltiplas e importantes funções.

A Experiência dos Puericultores -- Os médicos de crianças têm observado desde há muito tempo que mediante a limitação do consumo de sal na alimentação se pode influir na hidratação dos tecidos orgânicos. Consegu-se assim com uma alimentação pobre em sal drenar e curar as inflamações purulentas da pele e da mucosa e, sobretudo, dos eczemas úmidos.

Correlações Entre a Alimentação e as Doenças da Pele -- Também nos adultos há estreitas relações entre a pele sã e a alimentação. Os numerosos efeitos sobre a pele, como o calor, frio, tóxicos, bactérias, fungos, parasitas e até mesmo lesões a que diária ou ocasionalmente nos encontramos expostos, dificilmente podem provocar doenças cutâneas se a pele enquanto órgão estiver em normais e sãs condições de defesa. Há uma propensão interna para as enfermidades da pele que, sem dúvida, depende do estado da alimentação. E, pois, importante que os doentes da pele de qualquer espécie ordenem a sua alimentação e, conforme a experiência, isso significa que deve ser: simples, parca, integral e pobre em sal. Toda a debilitação da nossa potência vital implica para a pele uma redução na capacidade defensiva. Os tecidos orgânicos debilitados mais cedo ou mais tarde vêm a ser objeto de ataque e campo nutritivo de numerosos germes que não podemos afastar do nosso mundo imediato, por muito que desinfetemos a pele, em última análise, são essenciais para o equilíbrio biológico. No homem não constituem um estímulo permanente para a conservação da sua capacidade defensiva. Num tecido normal, os germes purulentos não encontram condições favoráveis de vida.

Numerosas questões sobre as relações entre as doenças da pele e o metabolismo, as funções da circulação, a atividade intestinal e hepática, a adição de vitaminas, minerais e fermentos, as funções das glândulas internas, assim como a vida nervosa e espiritual, ficam esclarecidas. O tratamento interno e externo, a higiene e o modo de vida, também devem dar a sua contribuição essencial no processo de cura.

Funções Excretoras da Pele -- De fundamental importância é a capacidade de eliminação, pela pele, de água assim como de tóxicos do metabolismo, toxinas bacterianas, sais, ácidos e outros elementos introduzidos em excesso que o organismo deve expulsar. O corpo utiliza esta autêntica função de escoamento da pele quando não pode desfazer-se das matérias residuais. Estas se depositam e desintoxicam na pele, como primeiro passo. O cheiro que muitas pessoas deitam dá-nos uma boa prova disto. Também nos indica que o corpo se encontra numa difícil luta e que precisa de ajuda imediata para evitar as enfermidades, e especialmente as da pele.

Essa ajuda só pode consistir em que apoiemos a pele na sua função, escovando-a a seco, lavando-a, aplicando-lhe fomentações quentes e tomando banhos. Só assim se consegue que uma grande parte dos materiais de refugo sejam expulsos. Se além disso interrompermos a sua contínua afluência até aos tecidos cutâneos, mediante dias de sucos ou frutas, alimentação menos abundante ou alguns dias de jejum rigoroso, a pele eliminará depressa todas as matérias de refugo e recuperará o seu funcionamento normal e a sua cura saudável.

Afecções Freqüentes da Pele e a sua Origem -- De há muitotempo que se vêm conhecendo numerosos defeitos nutritivos como causa inicial destes males, como, por exemplo, a cor amarela das crianças de peito, no caso de excesso alimentar de suco de cenouras ou de, papas. Mas é mais grave a presença excessiva de sal nos alimentos, pois aumenta a predisposição da pele para a inflamação e aumenta a sua facilidade de secreção de líquidos, ao mesmo tempo que diminui a sua capacidade de defesa.

Investigaram-se os sintomas cutâneos da insuficiência da vitamina A. Basta recordar a queratinização das glândulas capilares, o aparecimento de parasitas, as inflamações cutâneas purulentas, a queda dos pêlos, a formação de pequenas manchas, a incapacidade de transpiração da pele e tantas outras manifestações.

Enfermidades cutâneas típicas (como a pelagra) são conseqüência da insuficiência em diversos fatores do grupo vitamínico B. Também se manifesta no estado cutâneo a falta de vitamina F. Da mesma sorte, os alimentos e medicamentos tóxicos se relacionam estreitamente com a pele. A maioria das pessoas têm sofrido essa conseqüência depois de terem comido mariscos, peixe, carne de porco, caça, queijo velho, cogumelos. E até mesmo frutas, bagas ou sementes germinadas podem produzir em pouco tempo alterações cutâneas.

Entre as matérias que por consumo excessivo exercem efeitos tóxicos na pele não se deve passar por alto o ácido úrico. Antes de mais, são formadores de ácido úrico a carne, os caldos de carne, o peixe, o café, o chá, o cacau, o chocolate e os legumes secos. O ácido úrico provoca a gota e eczemas. Se, ao mesmo tempo, se consumirem alimentos ricos em sal, torna-se impossível a eliminação de ácido úrico, ao passo que um regime de alimentos pobres em sal, depois de um aumento temporário do sofrimento, favorece a eliminação e serve, portanto, para a cura.

É só de há pouco tempo a esta parte que se conhece melhor a função da colesterina, um elemento procedente da alimentação. Tal qual ocorre com o sal, o excesso da colesterina prejudica a pele e os vasos sanguíneos; na maior parte dos casos de doenças da pele comprova-se um notável aumento de teor de colesterina no plasma sanguíneo. Para os doentes da pele por causa da nutrição, deve prescindir-se em absoluto dos alimentos ricos em colesterina acima citados, até que a presença deste elemento no plasma sanguíneo tenha descido para o nível normal (de 140 a 200%).

É também importante para a pele o consumo diário de uma quantidade mínima de cálcio: de 0,5 a 1 g para os adultos. Quem tiver sofrido de irritações cutâneas, comichão e urticária deve ter experimentado o benéfico efeito de algumas injeções intravenosas de cálcio que rapidamente reduzem o calor, a tumefação e forte comichão das irritações cutâneas.

Fatores Hereditários

Há doenças da pele, sobretudo eczemas, de que são responsáveis os pais ou outros antepassados mais afastados. O antigo adágio de que os pecados dos pais recaem nos descendentes até à terceira ou quarta geração é unia verdade que encontramos nas doenças cutâneas. Quem sofrer de tais doenças ou de tais debilidades constitucionais na sua vida não deve voltar-se contra os seus ascendentes, só porque aparentemente tem de suportar uma carga injusta. Cada geração vive no meio ambiente do seu tempo e é filha deste e das suas imperfeições.

Influência das Doenças Internas -- Não é só a insuficiência ou o excesso na nutrição, nem a constituição fisica congênita ou obtida no decurso da vida, que provocam enfermidades da pele, mas também numerosas enfermidades internas. Conhecemos 'muitas relações entre as doenças cutâneas e as dos órgãos, isto é, estômago, figado, pâncreas, intestino delgado e, mais ainda, intestino grosso. Sobretudo a prisão de ventre crônica deve salientar-se como fonte de auto-intoxicação e de numerosas reações patogênicas da pele. Com freqüência não se pode curar uma molesta enfermidade cutânea sem se recuperar o funcionamento normal dos intestinos. Influem igual e consideravelmente na origem e desenvolvimento das doenças cutâneas o sistema nervoso e os estados anímicos, de modo que o seu papel deve ser tomado muito a sério quando se decide qualquer processo de cura.

Regime de Cura Para as Doenças Cutâneas -- O anteriormente exposto demonstrou que a base para o tratamento das doenças da pele é um regime alimentar apropriado, caracterizado por:

1. Pobreza em sal.

2. Pobreza em proteínas animais.

3. Falta de gordura animal.

4. Riqueza em vitaminas e fermentos.

5. Riqueza em minerais básicos, sobretudo cálcio.

Não importa apenas ter em conta um fator isolado da alimentação, por exemplo o sal, como acontece com tanta freqüência. O regime deve conter sempre alimentos crus nas suas diversas formas: por exemplo, dietas rigorosas de sucos de frutas e hortaliças, alimento; exclusivamente vegetarianos e a combinação destes com leite e produtos lácteos.

Um regime curativo estrito, traçado segundo as últimas experiências, inclusive para as doenças crônicas da pele, é analisado minuciosamente no capítulo sobre as afecções nervosas, quando se trata do regime de Evens, em que desempenham um papel de destaque os grãos de cereal germinados. Nesta forma de dieta provou-se a normalização de funções vitais perturbadas, como a renovação do crescimento do pêlo depois da sua queda durante muito tempo, o escurecimento do cabelo em pessoas anteriormente encanecidas, o incremento do vigor sexual e a regulação dos transtornos na menstruação. Outras experiências na dietética de doenças cutâneas hão de produzir decerto magníficos resultados.

Para o tratamento de doenças da pele podemos empregar a infusão mista de espécies lenhosas: 50 g de guaiaco (Lignum Guaiaci), 30 g de gatunha (Radix ononidis), 10 g de alcaçuz (Radix liquirtiae), e 10 g de pau de açafrão (Lignum sassafras). Calculam-se duas colheres grandes desta mistura para três xícaras de água, deixando-se ferver até se reduzir para duas xícaras. De manhã, para desjejuar, bebem-se de uma a duas xícaras de infusão quente.

Como já se disse no princípio deste livro, por uma grande série de costumes e de mudanças introduzidas pela nossa civilização, abandonou-se, muito mais que qualquer outro órgão, o da pele, maltratando-a e afastando-a de todos os estímulos normais, naturais e higiênicos, como a luz, o ar, o sol e as alterações climatológicas. Por isso, para as pertinazes doenças da pele muitas vezes torna-se absolutamente necessário, além dos regimes curativos e das combinações de plantas medicinais, uma mudança de clima. Geralmente são preferíveis os climas marítimos e de altitude.

Com muita freqüência se consegue curar uma molesta doença cutânea sofrida durante anos só com o fazer atuar de modo regular e acertado todos os fatores de ordem natural.

As chamadas alterações por hipersensibilidade da pele, as alergias, têm a sua causa básica definitiva no sistema nervoso. São muitas vezes os alimentos que provocam a reação. Fala-se então de alergias da alimentação, como vermelhidão ou urticária depois de se haver comido peixe, mariscos, carne de porco, morangos ou outros alimentos.

Idênticas ou parecidas reações podem produzir-se em contato com muitos outros elementos do nosso meio ambiente, como, por exemplo, a asma provocada pelo pó do colchão de penas, a febre-do-feno pelo pólen da erva, a prisão de ventre depois de se consumirem determinados alimentos, os eczemas por inumeráveis produtos do mundo exterior ou do metabolismo. Uma autêntica cura das doenças alérgicas só é possível com um prolongado e estrito regime de alimentos crus.


Fim do Capítulo 11

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