Guia completo sobre saúde com descrição e importância dos principais alimentos naturais(frutas, verduras, etc.).

Prevenção e tratamento natural das principais doenças.

Também você terá centenas de receitas vegetarianas.


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Cap. 10 - Doenças do Metabolismo
Diabetes
Natureza da Doença -- Em termos gerais, o diabetes é uma doença do metabolismo, na qual o organismo não está em condições de assimilar o açúcar da alimentação. No intestino transformam-se em glicose todas as espécies de féculas ingeridas com os alimentos. A glicose procedente do intestino já não se transforma no figado nem nos músculos dos diabéticos em forma de glicogênio, mas é simplesmente eliminada pela urina. A presença de glicose na urina é sintoma característico da dita doença.

Normalmente, o fígado acumula a glicose ingerida transformando-a em glicogênio, que, por sua vez, segundo as necessidades do organismo, e por estímulo da adrenalina, é decomposto de novo em glicose, sendo então queimada pelos tecidos. Também os músculos contêm uma boa reserva de glicogênio, sempre à disposição de qualquer esforço. A capacidade de transformação do fígado e dos músculos perde-se em grande parte no momento em que o pâncreas é perturbado pela redução ou até mesmo pela supressão total da secreção de insulina. Sabe-se hoje que a perturbação também pode ser devida à produção excessiva do «contra-hormônio» eucagina que, tal como a insulina, se origina também nos ilhéus de Langerhans (denominação dos grupos de células de formação de hormônios no pâncreas).

Apresenta-se então uma relativa insuficiência de insulina.

Em ambos os casos, o organismo empobrece-se quanto ao glicogênio, isto é, quanto ao açúcar de reserva. Mas o que é certo é que nenhuma célula pode subsistir sem açúcar, pois é o combustível vital. E se o organismo não receber açúcares, forma-os das proteínas e das gorduras.

As irregularidades de assimilação e os esforços excessivos de compensação pelo organismo levam a um aumento da quantidade de glicose no sangue. A falta de açúcar influi também no metatabolismo da gordura, pois esta é «queimada» no fogo dos hidrocarbonatos. Mas se não pode ser desintegrada na sua totalidade, então os produtos intermediários acumulam-se no sangue e aparecem finalmente na urina, como os denominados compostos acetônicos. Estes são ácidos que, para a sua fixação e neutralização, esgotam as reservas alcalinas, do sangue e acidulam, por conseguinte, o sangue (acidose). O hálito cheira a acetona. Além disso, a acetona atua como narcótico e é causa do estado comatoso ou perda de conhecimento. O desaparecimento absoluto do açúcar no sangue e nos tecidos constitui um perigo mortal.

Correlações Hormonais -- Apresenta-se assim a reação em cadeia do funcionamento insuficiente do pâncreas e da conseqüente falta absoluta ou relativa de insulina. Há também, infelizmente, outras causas do diabetes. Só o fato da deficiência funcional do pâncreas permite supor que nisso tomam parte outras glândulas de secreção interna que, quanto às suas funções, dependem umas das outras, ou seja: cada qual influi na atividade das outras.

Sabemos hoje que a pituitária (hipófise) como hormônio que produz, ultimamente descoberto, ACTH (hormônio adrenocorticotropo) estimula consideravelmente as supra-renais. Estas, por sua vez, segregam hormônios que denominados glicocorticóides e que influem no metabolismo do açúcar. Mas também a tireóide e as glândulas sexuais influem na regulação desse metabolismo.

Na realidade, o diabetes é uma doença de origem complexa, em que quase não deixa de intervir uma só glândula e na qual intervém um grande número de processos conhecidos e desconhecidos do sistema nervoso central.

Temos, pois, de ver a origem principal numa combinação defeituosa das funções glandulares. Em todo o caso, podem predominar os sintomas de alteração funcional de uma glândula determinada. Distingue-se, portanto, entre o diabetes causado fundamentalmente por transtornos pancreáticos e o diabete originado por alterações da hipófise ou por influência exclusiva do sistema nervoso central, o denominado diabetes neuroendócrimo. Estes diferentes tipos de diabetes são aqueles que o médico procura analisar cuidadosamente, pois importa muito distingui-los para o tratamento correspondente.

Causas Primárias do Diabetes -- 0 transtorno hormonal indica a existência de um lesão constitucional fisiológica, que pode ser tanto hereditária como congênita ou adquirida no decurso da vida; por exemplo, devido a erros dietéticos ao longo de muitos anos ou ao abuso de excitantes ou drogas. A este respeito devo recordar que o diabetes é, sobretudo, uma doença de ricos. Na quarta parte dos casos de diabetes pode comprovar-se a herança ou o freqüente aparecimento da enfermidade na família. A obesidade, a gota e a arteriosclerose desempenham um papel importante no conjunto de causas. Os filhos de diabéticos podem, portanto, ter em si mesmos o germe da enfermidade. Cabe ao médico de família impedir, mediante um acertado modo de viver, que a doença se declare, como também devem os pais confiar prontamente os filhos aos cuidados do médico e seguir escrupulosamente os conselhos deste a respeito da maneira de viver.

Papel da Insulina no Diabetes -- 0 que ficou dito sobre a natureza desta doença deve bastar para fazer ver claramente que a presença de glicose na urina não é o fundamental. As cifras de glicose eliminada são de pouca importância, desde que não se conheça a quantidade global de glicose eliminada em vinte e quatro horas. Não é possível cessar a eliminação mesmo mediante a privação de todos os alimentos com teor de glicose. Assim só se tem feito desaparecer temporariamente um dos sintomas, mas não se produziu qualquer melhoria na própria doença. Segundo von Noorden, a limitação de hidrocarbonatos na nutrição equivale a jogar às escondidas com a eliminação da glicose». A glicose desaparece da urina, do sangue e dos tecidos, acrescentando assim à deficiência de insulina um segundo transtorno metabólico, a cetose.

Por isso, houve quem pensasse que se podia suprir a insuficiente atividade do pâncreas mediante o consumo artificial da insulina. Far-se-iam assim descansar os órgãos produtores de insulina, de modo que poderiam refazer-se Mas isso não é sempre, nem sequer as mais das vezes, o acertado. Por outro lado, um grande repouso das células produtoras de insulina no pâncreas não traz forçosamente consigo uma recuperação, mas antes o ficarem prejudicadas pela inatividade, acontecendo-lhes o mesmo que se dá com os músculos quando não se empregam. A época em que se julgava ter-se encontrado a cura do diabetes na insulina já passou à história. Para todo o caso de diabetes grave deve conseguir-se não só a dose de insulina que convém ao paciente, mas também este deve, antes de mais nada, observar estritamente o regime. Este continua ainda a ser hoje o fator principal de todo o tratamento. Objetivo único do regime deve ser que o diabético assimile a maior quantidade possível de hidratos de carbono, porque o açúcar lhe é tão necessário como ao homem são. Para isso é preciso o suficiente consumo. Todo o diabético é capaz de absorver até uma certa quantidade. O médico deve procurar fazer com que o equilíbrio do açúcar resulte positivo, isto é, o consumo dos alimentos deve ser maior que a eliminação pela urina. Como este fenômeno varia de doente para doente, cada um tem de ser tratado de maneira diferente.

É imprescindível o Regime Individual -- Do complicado curso da doença e da diversidade das suas manifestações deduz-se que não se pode aconselhar um tratamento uniforme e sistemático, mas que tem de ser estudado cuidadosamente pelo médico para cada caso. Isto diz respeito especialmente ao regime, que deve, o mais das vezes, ser variado, mantedo-se sempre o propósito de reduzir ao máximo o consumo de hidrocarbonatos. Para isso são de recomendar dias de salada, frutas e legumes, dias de legumes e ovo, dias de aveia, fruta e arroz, dias de soro de manteiga, dias de leite integral, dias de jejum e dias de batata. As mudanças destes dias de regime, assim como a ordem para as efetuar e as quantidades de alimentos, tudo isto deve ser prescrito pelo médico. Os hidrocarbonatos melhor assimilados pelo organismo diabético são os de aveia e os de bananas. O regime de aveia é de salientar de modo especial. Como recordação de von Noorden, que foi o primeiro a experimentá-lo, este tratamento tem o nome dele. Consiste em administrar ao doente entre 150 e 180 g de aveia por dia, na forma de sopa ou de papas, distribuídos em várias refeições. A aveia não deve ter sido branqueada, refinada nem descascada e será preparada sem sal, acrescentando-lhe eventualmente um ovo.

Outros Remédios Para o Diabetes -- As vitaminas presentes nos germens de trigo e na levedura, sobretudo fatores do grupo B e a vitamina E, constituem matérias ativas essenciais no metabolismo do açúcar para as células. Desempenham, portanto, no regime diabético um papel infinitamente mais importante que os medicamentos. Três a cinco colheres grandes de germens de trigo ou 15 a 20 g de levedura na alimentação diária favorecem poderosamente a ação da insulina. O emprego destes meios dietéticos, permite muitas vezes a redução da dose de insulina ou um consumo maior de hidrocarbonatos (pão, batatas, frutas). Como o tratamento muscular influi consideravelmente no metabolismo do açúcar, o diabético deve fazer todo o esforço corporal possível ou sistemáticos exercícios de ginástica, na medida do possível.

Desde há pouco tempo que há vários remédios químicos, às vezes melhor suportados por alguns diabéticos. Dão resultados mais eficazes que a insulina e não é forçoso injetá-los. A denominação química destes produtos apresentados em forma de comprimidos é sulfanilúrea. Atualmente, distinguimos dois tipos principais. O primeiro (BZ 55) figura entre as conhecidas sulfamidas antibacterianas e oferece-se sob diversos nomes. O segundo (D 860) não contém sulfonamidas e só tem pouca ou nenhuma eficácia contra as bactérias.

Estes métodos também não reúnem infelizmente condições para curar o diabetes. Servem, contudo, em determinado doente para substituir grandes quantidades de insulina.

BZ 55 e D 860 atuam tanto melhor quanto mais idoso e mais gordo for o diabético, e tanto pior quanto mais jovem e magro for.

A couve, nas suas variedades, exerce um efeito de redução do teor de açúcar no sangue. Deve ser, portanto, consumida com freqüência pelos diabéticos. O mesmo se pode dizer da couve ácida, crua, ou com suco, que serve de ajuda ao ácido láctico. Entre as plantas medicinais encontram-se matérias ativas do tipo da insulina, especialmente nas vagens secas do feijão, nas urtigas, na arruda. É lógico, por conseguinte, obter delas uma infusão apropriada para os diabéticos. Também se pode adquirir esta mistura nas farmácias e nos ervanários.

Como infusão simples, a mais apropriada é a de vagens de feijão. Cozem-se 200 g das mesmas num litro de água, até ficar reduzido a meio litro. Bebe-se esta infusão repartindo as tomadas durante o dia e por muito tempo. A infusão de arruda faz-se com uma colher pequena cheia de folhas e sementes da planta em 100 ml de água. Bebe-se uma xícara, duas vezes por dia. A semente de linho triturada ou óleo de linho extraído a frio pode também melhorar o metabolismo dos diabéticos. Para isso, toma-se de uma a três vezes por dia uma colherada.

Cumpre insistir repetidamente em que nenhum diabético procure curar-se a si mesmo. Todos os casos devem ser confiados ao médico que, depois de investigar as condições metabólicas do doente, estabelece as pertinentes disposições básicas de todo o regime e dos demais aspectos do tratamento.

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