A hemorragia nas gengivas e a fraqueza dos dentes, cada vez mais pronunciada,
são a introdução da rápida chegada,
sem estorvos, da doença das gengivas que se chama Penodontose.
Entre as causas figuram, com as de efeito puramente local e mecânico,
como os desvios maxilares, com a sua conseqüente mastigação defeituosa e as
sobrecargas de determinadas partes da dentadura, as causas
puramente internas, como a nutrição defeituosa e insuficiente e
as inevitáveis perturbações no metabolismo.
Como no caso da cárie, temos de procurar distinguir na inflamação das
gengivas entre a possível origem externa e a interna. Ou então ficarmos
convencidos de que raramente há uma só causa a originar a periodontose.
Os impressionantes resultados experimentais do investigador russo Speransky e do patólogo alemão Ricker, que dão origem a um novo
conceito da Medicina, levam à conclusão de que também nestas doenças, como em
muitas outras, se trata no fundo de uma transformação no modo
de reação do sistema nervoso central , obedecendo a uma excitação crônica
enfermiça (neurodistrofia). Este sistema nervoso transmite então influências
patológicas aos órgãos e tecidos. Semelhante «neurodisfrofia» pode mesmo ser
provocada por insuficiência de vitamina B, como conseqüência de um transtorno
nutritivo.
Papel das Avitaminoses -- Médicos argentinos observaram numerosas
crianças, tendo comprovado que quase todas apresentavam graves alterações
patológicas na cavidade da boca. A maior parte eram inchaços ou inflamações das
gengivas, nos casos graves até mesmo pus entre a gengiva e os dentes, acabando
estes por enfraquecer e, finalmente, por cair. Considerou-se a enfermidade como
insuficiência de vitamina e seguiu-se depois o processo curativo com diversas
vitaminas em vários grupos de crianças. O primeiro grupo recebeu vitamina A,
conhecida como vitamina de proteção para as células da pele e da mucosa, e
vitamina C, cuja falta é sempre considerada a causa de modificações
características nos dentes e nas mandíbulas. Não houve bons resultados. Mas
desde que se completavam as duas vitaminas com tabletes de levedura de cerveja,
que contém principalmente muitos fatores da vitamina B, conseguia-se rapidamente
uma melhoria.
Um segundo grupo de crianças só recebeu tabletes de levedura de cerveja.
Nestas crianças iniciou-se já uma melhoria passados quatro a seis dias, registrando-se a
cura total num prazo de dois a três meses. Ao demonstrar a eficácia de cada
fator do grupo de vitaminas B, estes fatores separadamente tornavam-se mais
fracos do que em conjunto.
Do que se disse podemos concluir a importância da subministração completa
de vitaminas através da alimentação diária. Entre os fatores isolados do grupo
de vitaminas B ressalta a especial eficácia do ácido pantotênico nos tecidos da
gengiva.
Hoje sabemos que o ácido pantotênico é insubstituível no homem, tanto
para a formação como para a conservação da função normal dos tecidos. A sua
falta leva o homem a transtornos metabólicos que se refletem de modo
especialmente prejudicial na pele e na mucosa, reduzindo a capacidade de
resistência contra as infecções. Por conseguinte, para evitar e curar as doenças
dos dentes, faremos muito bem se só preferirmos aqueles alimentos que contêm em
maior quantidade ácido pantotênico, como o consumo de cereais crus, germens de
trigo e levedura.
Outras experiências afirmam que também o cálcio, a vitamina C e a
vitamina D podem ser úteis nas fases iniciais de doenças de dentes relacionadas
com a hemorragia das gengivas e o enfraquecimento dos dentes. A íntima relação
que existe entre as vitaminas D e C e o metabolismo dos minerais fazem com que consideremos o seu
emprego perfeitamente justificado.
Normas Gerais -- É evidente que só se pode conseguir uma cura
completa
destas afecções mediante medicamentos em casos extraordinários. Mas, em geral,
só é preciso a subministração completa de matérias alimentícias e minerais,
funcionais e ativas, tal como unicamente nos é garantido num consumo natural e
prudente de frutas, saladas, legumes, leite e produtos de cereal integral.
Semelhante alimentação deve praticar-se já nas mulheres grávidas se se
quiser evitar que os seus filhos venham a ter lesões no sistema maxilodentário,
cujo efeito visível se produzirá em idade muito mais adiantada da sua vida.