Assim
como as plantas adquirem o seu vigor das riquezas da terra
com a ajuda do seu sistema radicular, da mesma maneira as
velosidades intestinais se introduzem na massa de substâncias
ingeridas. O intestino são, com a sua abundante velosidade
que aumenta consideravelmente a sua superfície interior,
obtém de um bolo alimentar de composição
natural e normal as energias necessárias para a sã
estruturação dos órgãos e dos
tecidos, para a renovação, do sangue e o desenvolvimento
do organismo.
A base inicial da alteração no funcionamento do intestino reside,
portanto, numa alimentação antinatural e desequilibrada. Influi tanto na função
das bactérias intestinais (colibactérias) e na sua atividade, que podem chegar a
produzir substâncias tóxicas que ameacem a nossa saúde. Em primeiro lugar, as
paredes do intestino não podem permitir por si mesmas a introdução de tóxicos.
Mas, à larga, cedem as células das velosidades à irritação permanente de produtos tóxicos
do metabolismo e tornam-se permeáveis. Fica assim desfeita a primeira barreira
defensiva. Mas também,as restantes barreiras e filtros, constituídos pelos
pulmões e pelo fígado, não podem resistir à persistente sobrecarga da sua
capacidade antitóxica e então essas matérias prejudiciais chegam ao sangue e,
arrastadas por este, a todos os órgãos.
Conseqüências da Auto-intoxicação -- As conseqüências são
inevitáveis. Se a penetração dos tóxicos na circulação do sangue em grandes massas se verifica durante
muito tempo, apresentam-se enfermidades agudas, como urticária, asma, febre do
feno, reumatismo, alterações cutâneas e manifestações tóxicas do sistema nervoso
central, como dores de cabeça, insônia e estados de excitação e transtorno
mental. Todo o sistema de desintoxicação do corpo trabalha então com atividade
febril. Para isso, como se sabe por experiências, é necessária uma grande
quantidade de vitaminas. Mas se estas não forem fornecidas em quantidade
suficiente com os alimentos, a pobreza vitamínica pode motivar, por si mesma,
maior intoxicação. Sabe-se que o consumo insuficiente de vitamina B tem dado
lugar a alterações da absorção, com o que certos tóxicos intestinais se
introduzem no sangue e, por um desequilíbrio do mesmo sistema nervoso, podem
causar inflamações articulares.
Se, apesar de um abundante consumo de alimentação, a vitamina B1 se
apresentar em quantidade insuficiente, ternos uma prova de que a função
intestinal é anormal e de que se abriram as defensivas antitóxicas. Está
cientificamente demonstrado que há uma variedade de colibactérias que destroem
imediatamente a vitamina C.
A influência no «cultivo» bacteriano intestinal de uma nutrição errada
(ou de numerosos medicamentos, entre os quais as sulfamidas e os antibióticos
impede as reações construtivas de uma série de importantes vitaminas, como são as
oito seguintes: biotina, ácido pantotênico, ácido paraminobenzóico, amida do
ácido fólico, lactoflavina, ácido fólico, vitamina B12, e vitamina K2.
É certo
que uma flora bacteriana intestinal normal é essencial para a boa conservação da
saúde.
Sintomas e Tratamento da Auto-intoxicação -- Há sempre que
pensar em auto-intoxicação do intestino quando se apresentam os seguintes
sintomas gerais se não se descobrirem outras razões: rápido cansaço, muitas
vezes já de manhã, dores de cabeça, irritação, depressão, baixo rendimento,
apatia para o trabalho, inapetência, cor amarelada ou amarelo-pálido do rosto e
do corpo.
Tal estado precisa de um tratamento grande e a fundo, se se quiser
recuperar a capacidade de rendimento e a alegria de viver e evitar transtornos
orgânicos incuráveis. De nada serve neste caso o consumo de qualquer dos
inumeráveis laxantes.
Um conhecido médico inglês pôde demonstrar que uma pessoa que sofre de
prisão de ventre crônica alberga no seu corpo 34 tipos distintos de toxinas,
algumas das quais são mais ativas que o pior veneno de serpente.
A cura dietética da prisão de ventre crônica, quer na forma atônica quer
na espasmódica, tem de satisfazer em termos gerais duas exigências:
1. Evitar todo o tóxico intestinal. 2. Mudança para uma alimentação mais
rica possível em celulose.
Segundo o Prof. Becher, todos os venenos do intestino procedem, em
última análise, da alimentação, e sobretudo da albumina na nutrição. Formam-se
da albumina por desdobramento bacteriano.
Por isso, para suprimir essa causa tóxica no intestino doente, deve-se
prescindir dos alimentos cárneos e submeter-se, como nas doenças hepáticas e
biliares, a um regime lactovegetariano.
A noz, nas suas diversas formas de preparação, não só é um complemento
valioso como, sobretudo o doce de noz, é um alimento melhor que a carne.
A segunda exigência, que consiste na mudança para um regime rico em
resíduos, consegue-se melhor mediante o abundante consumo de alimentos frescos,
legumes, saladas e produtos cereais, como papas de cereais frescos e pão
integral.
Como é natural, na preparação deste regime deve-se suprimir completamente
o emprego de gorduras animais, substituindo-as por manteiga ou, melhor ainda,
por óleos prensados a frio (azeite de oliveira, semente de girassol, noz, germe
de cereal, óleo de linho, etc.).
Se quisermos tornar mais eficaz o regime rico em matérias não
digeríveis, sem carne e lactovegetariano, tomar de manhã
em jejum
cinco ou seis ameixas ou figos secos previamente colocados de molho e antes de cada
refeição uma colher grande de óleo de linho fresco. A atonia intestinal e a
prisão de ventre que não sejam resolvidas por estes remédios dietéticos
exigem tratamento clínico, pois devem obedecer a outras enfermidades primárias
ou graves estados secundários.
Exemplo de Dieta Ácida (com 1.500 Calorias, Aproximadamente) -- A
alimentação deve ser constituída principalmente por produtos derivados da
fermentação do ácido láctico, como são os leites azedos ou coalhados, o soro de
leite, couve azeda e o seu suco, queijos com óleo de linho ou de girassol. Este
tipo de alimentação está na atualidade muito facilitado pelos produtos que se
vendem no comércio de regimes dietéticos, de grande valor qualitativo, como
couve fermentada, produtos lácteos de toda a espécie, sucos de tomate, de
cenouras e chucrute. -- De manhã: 100 g de suco de couve fermentada
(como regra, todas as manhãs) ou uma xícara de infusão de malvas com uma
colherinha de suco de limão. - Desjejum: 100 g de frutas ácidas (laranja, groselha preta) ou a sua
correspondente quantidade de suco. -- Almoço: 100 g de frutas
(maçãs ácidas raladas). 200 g de requeijão frito ou qualquer outro assado de
vegetais. 200 g de couve fermentada, salada feita com, nata ácida ou com feijões
ácidos. 50 g de batatas descascadas. 10 g de óleo de girassol.-- Lanche: 150 g de soro de leite, coalhada ou leite de amêndoas e um biscoito de
farinha integral. -- Jantar: 200 g de chá, 50 g de pão integral ou tostado. 100 g de queijo; 10
g de manteiga; 200 g de salada; 100 g de compota com três colheres de sopa de
sementes de linho frescas descascadas, três ameixas secas picadas e um figo.
Preparam-se todos os elementos de manhã, e mantêm-se durante todo o dia numa
xícara de água.