Está hoje demonstrado experimentalmente que o mel contém
algum componente bactericida, embora não tenha sido
possível até hoje conhecê-lo. Todos os
tipos de mel possuem esta característica, por muito
diversas que sejam as flores de que procedam.
Portanto é possível que o tal elemento bactericida não proceda das
flores, mas sim das glândulas das abelhas, mas atuando rapidamente em proporção
reduzida. Sabemos que cada gota de mel contém realmente uma série completa de
minerais, vitaminas, fermentos, oligoelementos e matérias nutritivas, podendo
provar-se estritamente as quantidades de potássio, sódio, fósforo, cobre e
manganês.
É surpreendente como as crianças, por efeito do mel, aproveitam melhor o
cálcio da sua restante nutrição, conseguindo ossos e dentes melhores.
Emprego do Mel Como Edulcorante -- O mel é constituído por
diferentes tipos de açúcar, sobretudo levulose (açúcar de frutas), dextrose (açúcar de uva) e um pouco de açúcar de cana. Até ao século XVI
I era o mel a única matéria doce na nossa cozinha. Foi só com a introdução da
cana e da beterraba que o mel perdeu o seu lugar como substância doce. Muitas
vezes os diabéticos suportam o mel, ao passo que a mesma quantidade de açúcar
branco provoca aumento de açúcar no sangue com o correspondente risco. Até ao presente, ainda não se sabe por que se suporta melhor o mel do que o
açúcar refinado. O desaparecimento do mel da cozinha não implicou vantagens
sanitárias; pelo contrário. O maior consumo de açúcar branco, pobre em vitaminas
e sobretudo em sais minerais, é considerado por alguns bromatólogos perspicazes
a causa principal de toda uma série de graves perturbações metabólicas e
sobretudo da cárie dentária. O açúcar branco necessita para a sua combustão de
consideráveis quantidades de vitamina B1 e de minerais, tais como cálcio e
fósforo. Além disso, o açúcar industrial branco já não tem nada de produto
natural. Foi muito bem -«depurado» e «refinado» mediante uma série de processos
químicos. Para adoçar devíamos utilizar açúcar amarelo de cana ou de beterraba
e, ainda melhor, como antigamente, o mel.
O Mel na Prática Médica -- A acetilcolina é uma matéria ativa,
constituída por colina e ácido acético, que de combinação com um fermento
(estearase) é formada e eliminada pelo corpo. A colina, procedente da
acetilcolina, é conhecida como elemento contrário ao desenvolvimento que um
efeito redutor exerce nas células em for mação protegendo as
células já constituídas. O efeito inibidor geral da colina pode ser suma mente
eficaz sobre as células cancerosas, que representam sempre células sem amadurecer
sobre tudo
se simultaneamente se conta com os fermentos necessários para a cisão e formação de
substâncias, elementos fundamentais da função metabólica, entre os quais figuram
as citadas diástases. Na prática, emprega-se colina e acetilcolina entre os
medicamentos destinados a combater o câncer.
Tem dado bom resultado nos cancerosos o consumo diário de uma solução
recém-preparada de 100 g de mel em 500 ml de água (meio litro), que se vai
tomando aos sorvos, durante todo o dia, ou quando se sentir sede. Esta solução é
pouco doce, de modo que se suporta muito bem. Também se lhe pode juntar um pouco
de suco de limão para modificar o sabor e provocar o desejo de tomá-lo.
As matérias açucaradas, das quais os melhores expoentes são o açúcar de
fruta e portanto o mel, vêm desempenhando desde sempre um papel importante no
tratamento das doenças do fígado. Mas deve-se procurar ao mesmo tempo uma
ministração abundante de vitaminas e o consumo de alimentos portadores de
albulnina de elevado grau (por exemplo, requeijão). Quando um fígado doente já
não está em condições de transformar o açúcar de uva em glicogênio de reserva,
pode conseguir este do açúcar de fruta. Esta elabora-se e retém 29% do
metabolismo hepático para a formação de glicogênio.
No tratamento moderno das doenças da circulação,
o mel dissolvido desempenha um papel importante. Também se conseguem
bons resultados nos casos de nervosismo, excesso de trabalho,
resfriamento (misturado com leite quente), indigestão ou insônia, da mesma
maneira que colabora na mais rápida recuperação de forças nos convalescentes.
O mel natural, puro, exerce considerável influência no que diz respeito
aos bacilos diftéricos. Emprega-se, esfregando com ele três vezes por dia nas
duas amígdalas e fazendo aspirar, também três vezes por dia, mel líquido por
ambas as fossas nasais. Em geral, tem-se conseguido êxito absoluto depois de
duas semanas de tratamento. Mas quando se emprega mel quente fica reduzido
consideravelmente o efeito bactericida e pode até mesmo desaparecer por
completo. O mel natural, conservado frio e com pouca luz, não perde estes
efeitos medicinais durante muito tempo, mas não deve estar diluído. As soluções
de mel perdem em poucos dias a sua capacidade obstruidora contra as bactérias. A
luz solar exerce pouca influência no mel por dissolver. As investigações já
chegaram à importante conclusão de que o mel não só se opõe à multiplicação das
bactérias diftéricas, como também as transforma quanto ao aspecto, coloração e
toxicidade, de modo que ficam semelhantes às chamadas bactérias
pseudodiftéricas, que para os homens não são causa de doença.
O mel natural levanta barreiras contra os germens piógenos, as bactérias
do grupo colitífico, os germens formadores de pigmentos e de esporos, os
vibriões e as bactérias diftéricas no seu desenvolvimento e multiplicação.
Fim do Capítulo 6