Guia completo sobre saúde com descrição e importância dos principais alimentos naturais(frutas, verduras, etc.).

Prevenção e tratamento natural das principais doenças.

Também você terá centenas de receitas vegetarianas.


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Cap. 06 - Alimentos de Origem Animal
1. Carne
0 Homem não é «Naturalmente» Carnívoro -- Quanto à questão de ser possível haver uma alimentação completa prescindindo em absoluto de carne fresca e que realmente se possa classificar como tal, basta expor aqui uma vez mais, e como resumo, que não só é possível mas muito conveniente. As quantidades correntes de carne e de albuminas na nossa alimentação ordinária excedem geralmente a necessidade real. Seria de importância nada desprezível para a própria economia nacional conhecer o fato positivo de que a carne se pode suprimir da nossa alimentação sem prejuízo para a saúde, incluindo a do homem que realiza trabalhos pesados.

Proporciona efetivamente a carne energias extraordinárias? Tem-se pensado freqüentemente e repetido com insistência que a alimentação na base de carne torna os homens extraordinariamente capazes de rendimento e fortes. A tribo hunsa, que vive na região do Himalaia, é sem dúvida um exemplo vivo de que a renúncia à alimentação cárnea não só não prejudica como também traz vantagens que, ao que parece, ainda não conhecemos suficientemente. O Dr. H. Balzli já em 1928 havia exposto as observações do médico inglês McCarrison, que este fizera durante a sua permanência de nove anos na região de Hunsar-Nagar, no Himalaia, estudando as características dos seus habitantes.

Os hunsas não comem nenhuma carne, alimentando-se de vegetais e leite. As suas habitações são primitivas e os meios de aquecimento são muito elementares. E, contudo, os hunsas são um dos povos mais belos, fortes e resistentes da Terra. A sua capacidade de resistência contra as doenças contagiosas é assombrosa. Não há entre eles úlceras do estômago, nem apendicites, dispepsias ou catarros intestinais.

O Dr. Ralph Bircher, que recentemente deu informações minuciosas, sobre a tribo hunsa, compara os hunsas com os esquimós da Groenlândia oriental, cujo modo de vida estudou a expedição Höygaard, em 1936. Escreveu ele:

Mais de 90 % da alimentação destes esquimós consiste em carne,
quase sempre crua. A alimentação é muito natural, mas não corresponde às condições humanas. Não dá lugar a insuficiências consideráveis de vitaminas ou sais minerais, mas dá lugar à ingestão diária de 299 g de albumina animal, em lugar de 60 g, 169 de gordura em lugar de 50 a 80 g e só 122 g de hidrocarbonatos, em lugar de 400 a 500 g. Estes homens parecem sãos, ativos, alegres, amantes do trabalho e inteligentes, quando muito jovens, isto é, entre os vinte e os vinte e cinco anos; mas, quando chegam aos trinta e cinco anos perderam a sua juventude, a sua energia e a sua capacidade e mostram-se cansados, entorpecidos e gravemente arterioscleróticos. A duração média da vida destes homens é só de vinte e sete anos e meio. Compare-se tudo isto com a juventude, o aspecto, a capacidade e a atividade dos hunsas, de idade muito avançada. Isto demonstra, pois, que a alimentação hunsa, crua e vegetal, de cereais integrais com suficiente acréscimo de verduras, é própria para as características naturais do organismo humano, e não o é, pelo contrário, a alimentação dos esquimós.

Prejuízos de uma Alimentação Exclusivamente Cárnea -- Com respeito à questão tantas vezes levantada, se a carne é prejudicial como alimento, só podemos dizer por agora que, como todos os meios de alimentação e cura, constitui um problema de quantidade e de qualidade. Em determinadas manifestações de anemia pode até mesmo ser curativo em alto grau o suco de carne fresca prensada (Czerny).

Se se passar de uma quantidade determinada, que é muito diferente de indivíduo para indivíduo, então o consumo de carne provoca prejuízos, sobretudo se a carne for o alimento principal.

0 Prof. Gänsslen pôs alguns jovens estudantes em regime exclusivo diário de 1.500 g de carne, 30 g de pão branco e limonada. Passados dez dias foi possível verificar, mediante o microscópio capilar, nos vasos capilares, grandes mudanças e lesões. Os vasos, normalmente finos e delgados, em forma de forquilha, tinham-se tornado grossos, enroscados e grandes, tendo inclusive rebentado nalguns pontos, de modo que o sangue de hemorragia tinha invadido os tecidos imediatos. Exteriormente, a pele parecia avermelhada, não num tom encarnado vivo, mas mais azulado, ao passo que as gengivas apresentavam-se inchadas e sangrentas. Foi necessária uma prolongada abstinência de carne para a retificação das alterações naqueles vasos. Já há mais de vinte anos o Dr. Bircher Benner indicava que o que aqui se efetuou a título experimental com exagerado regime de carne durante dez dias, se realiza em milhões de casos com a alimentação baseada no consumo de carne durante dez anos.

O Papel da Carne na Origem de Enfermidades Orgânicas -- O Prof. Gänsslen observou em estudantes sãos, depois de um regime cárneo, um aumento da tensão arterial, prova também efetuada por outros investigadores no caso de alimentação excessiva, sobretudo na base de carne. Sabe-se também que a atividade da tireóide é estimulada pela nutrição com carne. As pessoas que já sofrem de excessiva secreção desta glândula -- doença chamada hipertireoidismo -- podem, por uma alimentação abundante de carne, piorar no seu estado clínico, ou responder insuficientemente a um remédio. O excesso de alimentação, especialmente de carne, é de importância essencial, sobretudo na arteriosclerose, no prejudicial aumento de volume sangüíneo e de glóbulos vermelhos (policitemia), na trombose e embolia, na formação de cálculos biliares, no aparecimento da psoríase, na hipertrofia prostática e no desenvolvimento de miomas na matriz, assim como provavelmente também no câncer. Um papel, cuja importância não podemos menosprezar, é desempenhado pela alimentação cárnea na gota, nos cálculos renais (sobretudo uráticos) e na provocação de reações alérgicas. Pelo contrário, o regime vegetariano dificulta ou elimina a maioria dos estados alérgicos. Ao passo que nos povos que consomem muita carne a apendicite não é precisamente rara, a verdade é que só isoladamente se apresenta nos povos de regime lácteo-vegetariano.

Efeitos Psíquicos do Consumo Excessivo de Carne -- É muito fácil de compreender que o consumo excessivo de carne com a sua influência considerável na condição física não deixa de influir nas funções nervosas, nas reações anímicas e nas forças psíquicas. O Dr. Wildukind Lenz diz que a abundância em gordura e carne na alimentação estimula a atividade da tireóide e incrementa a excitabilidade do sistema nervoso simpático, de modo que os povos de alimentação carnívora são de temperamento violento e agressivo, ao passo que os povos que se alimentam de vegetais são tranqüilos e pacíficos. Os puericultores têm observado que a alimentação sobrecarregada de carne, ovos e leite, isto é, produtos portadores de albumina animal, implica um considerável nervosismo.

Inconvenientes Sanitários -- É fácil citar a opinião de autoridades médicas que não vêem na carne nenhum elemento essencial para a nossa alimentação, e consideram, contudo, que as grandes quantidades consumidas regularmente constituem para os seus usuários um grave prejuízo.

Temos, além disso, de dizer que não se podem passar por alto as condições em que a carne é adquirida. No verão é preferível prescindir totalmente da carne se não dispuser-mos de geladeira, até o momento em que vai ser usada. Cumpre evitar na medida do possível a carne picada, porque às vezes é de origem duvidosa ou está ilegalmente conservada por meios químicos, como o sulfito de sódio, que dá à carne picada, mesmo armazenada durante bastante tempo, um fresco colorido vermelho, mas sem poder impedir que as bactérias da putrefação se multipliquem. Quando se inicia o desenvolvimento das bactérias, na realidade a carne já está podre. Portanto, no consumo da carne picada tem esta de ser preparada fresca. Estreitamente ligada com a questão que estamos tratando, encontra-se a do emprego do sal vulgar, porque o uso de alimentos cárneos sem sal é dificilmente aceito pelo paladar. Também não podemos olvidar que todo o emprego de calor na preparação culinária modifica e prejudica os alimentos proteínicos, ao passo que o consumo a cru faz correr o risco de se receberem parasitas intestinais (tênia).

Os critérios econômicos podem passar-se por alto, embora não faltem motivos graves que nos deviam levar a reduzir consideravelmente o consumo de carnes.

Influência da Dieta Cárnea Sobre o Espírito - Em todos os tempos e por todas as religiões importantes têm sido apresentados argumentos morais baseados em claros e oportunos motivos para nos afastarmos do consumo da carne. É fruto de velhíssima experiência expresso no mundo misterioso do sobrenatural e do metafísico, que quem quiser penetrar nele tem de sacrificar a sua sensualidade, neste caso o prazer da sua nutrição errada. Não nos será possível um aperfeiçoamento autêntico, puro, espiritual e religioso, sem ascetismo, isto é, naquilo que aqui nos interessa, sem nos privarmos de carne e de alimentos semelhantes. Recordo apenas o exemplo de Gandhi, cuja conduta e doutrina contra toda a espécie de violências e cuja grande capacidade de contemplação interior dependia, em última análise, da sua maneira de viver. Usava duas vezes por dia fruta, arroz, nozes e um pouco de leite. É, da mesma sorte, típico da religião budista, dirigida para a vida pacífica, espiritual e de contemplação interior, o proibir o consumo da carne.

Encerra muita verdade a diferenciação já muito divulgada entre o Ocidente extrovertido (dirigido para o mundo exterior), e o Oriente introvertido (dirigido para o mundo interior), cuja explicação se há de encontrar no fato de os povos ocidentais serem de preferência carnívoros, e os orientais serem sobretudo vegetarianos. Encontramos a mesma relação entre a alimentação e a formação físico-espiritual expressa na fórmula de que nos povos carnívoros predominam as reações do sistema simpático, e a atividade da tireóide, o desenvolvimento físico e o temperamento decidido e agressivo, ao passo que nos povos vegetarianos desempenham principal papel os hormônios das glândulas vago-trópicas (insulina, colina) caracterizando-se o seu modo de ser pela tranqüilidade e o pacifismo. Esta mesma verdade já foi exposta, há mais de um século, por Karl Gustav Carus, médico, pintor, psicólogo e contemporâneo de Goethe, que na sua obra «Briefen über Landschaftsmale rei» (Cartas sobre pintura paisagista) escreve que «finalmente, tanto os homens como os animais com uma persistente alimentação com produtos vegetais se tornam suaves e tranqüilos, ao passo que o consumo de carne parece favorecer muito os desejos e os impulsos tormentosos».

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