As raízes são desenterradas na primavera e no outono, separando-se das
folhas e das radículas ainda existentes; lavam-se cuidadosamente e deixam-se
secar depois no chão durante dez ou doze dias. Para as secar depois por
completo, aplica-se-lhes calor artificial. Depois de seca, a folha fica
quebradiça e rangente.
As raízes colhidas no outono produzem um extrato doce com grande teor de
açúcar, ao passo que as que são colhidas na primavera contêm mais elementos amargos e mais
sal.
Tanto as folhas como as raízes guardam-se em sacos. Devem controlar-se
semanalmente.
Composição e propriedades -- Os componentes ativos, conhecidos até
agora, são: 0,5% de taraxina (um elemento amargo), 40 % de inulina, vitamina D,
colina, ácido poxifenilacético, ácido dioxinâmico, ácido tartárico, gordura,
cera e na raiz, um óleo essencial.
As numerosas matérias ativas que pelo seu efeito se complementam e
completam provocam:
1. Um estímulo da musculatura das vias gastrintestinais e das glândulas
salivares, gástricas, intestinais, pâncreas e fígado. Produz-se assim maior
secreção de saliva, bílis e suco gástrico, pancreático e intestinal. O
importante é conseguir assim um melhor funcionamento do fígado e da vesícula.
2. Uma excitação das glândulas das vias respiratórias, facilitando a
expectoração de escarros.
3. Uma excitação dos rins, que expulsam maior quantidade de líquido,
produzindo unia descida da pressão arterial, quando o consumo é prolongado.
Emprego Como Planta Medicinal -- a) doenças hepáticas,
vesiculares, icterícia, hemorróidas, catarros do estômago e dos intestinos,
flatulências e lombrigas.
b) Para depuração do sangue.
c) Para reconstituinte nos catarros
bronquiais crônicos.
d) Para os transtornos circulatórios e renais, sobretudo relacionados com
a hipertensão.
O efeito principal é exercido indubitávelmente sobre o fígado e a
vesícula e através deles sobre o metabolismo na sua totalidade. Por meio destes
efeitos metabólicos gerais obtêm-se também resultados benéficos nos casos de
gota, reumatismo, obesidade, esclerose, doenças do sangue e também, às vezes, da
diabetes. O melhor nestes casos é empregar sumo fresco obtido por pressão das
folhas e das raízes, tomando três vezes por dia uma colher grande durante um
período de três a seis semanas. Se no inverno se obtiverem folhas e raízes
secas, misturam-se estas em partes iguais e prepara-se uma infusão com uma
colherada da mistura num copo de água, bebendo um copo várias vezes por dia.
Emprego Como Salada -- As folhas do dente-de-leão
constituem uma excelente salada pelo seu efeito estimulante
sobre o apetite. Quem se habitua a consumir várias vezes por semana salada de dente-de-leão ou de qualquer
verdura silvestre misturada, não espera com interesse o aparecimento da alface,
pois esta parecer-lhe-á insípida comparada com aquela. Continuará portanto com a
salada dos dentes-de-leão, até que brotem as flores e o sabor se torne mais
forte e amargo. O emprego do dente-de-leão na forma de suco fresco e de salada é
muito de recomendar para a «limpeza» do organismo e deve ser vulgarizado.
Quando se enterram as raízes em areia durante o outono e se mantém um
pouco úmidas, haverá na primavera uma salada um pouco pálida mas de sabor
agradável servindo também estas folhas para condimento de salada de batatas. No
outono, desenterram-se as raízes, cortam-se em pequenas rodelas e preparam-se
com salada de alhos-porros. Produz um grande efeito diurético.
As raízes podem aproveitar-se também para sopas e outros preparados de
verduras.
Obtém-se um substituto do café, cortando em cubos e torrando as raízes
secas. A infusão não é desagradável.