Composição e Propriedades -- Na análise das
substâncias que compõem as cabecinhas, encontrou-se inulina, açúcares, tanino e os
fermentos inulase, invertase e coalho. Entre as vitaminas encontram-se 100 g de
substância fresca: 300 U.I de vitamina A, 120 g de vitamina
B1, 30 g de
B2 e 10 mg
de C. O conteúdo de minerais é muito semelhante ao das outras verduras, embora
seja superior o conteúdo de potássio, cálcio, magnésio e, sobretudo, de
manganês, que atinge 20 mg%, percentagem esta que não e igualada por nenhuma
outra fruta ou legume. O conteúdo em princípios imediatos e em calorias não é
muito alto, especialmente em proteínas (3 %), gorduras (0, 1 %), hidrato de
carbono (11 %), água (82170); 100 g de alcachofras frescas dão umas 50 calorias.
Investigações francesas encontraram em 1934 uma substância ativa
especial, denominada cinarina, que conseguiram isolar e cristalizar.
Posteriormente, Pannizi e Scarpati descobriram a composição
química da cinarina que resultou ser o ácido di-cafeilquínico.
O significado terapêutico das alcachofras é muito antigo. Na idade Média,
já se conhecia a sua influência na formação da bílis. No século XIX
realizaram-se numerosas investigações sistemáticas sobre o extratos de
alcachofra, que deram os seguintes resultados principais: o extrato completo de
alcachofra fresco atua especialmente para regular diversas funções hepáticas,
sobretudo a formação de bílis (colerético) e as funções antitóxicas. Além
disso, também regula e facilita a saída da bílis (colagogo) e ajuda nas
alterações originadas por estases hepáticas, como pressões e dor no ventre, vômitos, enjôos, flatulência, vertigens, alterações intestinais
(diarréia, prisão de ventre, atonia) e prurido retal. Também exerce uma ação
reguladora sobre os rins, devido a maior eliminação da água e das substâncias de
refugo.
Outros ensaios também demonstraram que as alcachofras produzem um aumento
dos ésteres da colesterina no sangue, ao passo que diminuem as colesterinas
livres mobilizando-as dos tecidos e acelerando a sua excreção, e exercendo, como
conseqüência desta ação, um efeito protetor contra a arteriosclerose.
Emprego -- O emprego das alcachofras na dieta é recomendado nas
doenças funcionais ou orgânicas do fígado, vesícula biliar, colédoco e em todas
as doenças dos órgãos do aparelho digestivo. Também são de grande utilidade nas
alterações do metabolismo originadas por enfraquecimento ou insuficiência das
funções renais.
Também o alto teor de manganês nas alcachofras apresenta utilizações
dietéticas. Como conseqüência, as alcachofras podem ser úteis quando for
necessária uma ativação dos fermentos, nas alterações do metabolismo celular e
nos sintomas de deficiência da vitamina B.
As alcachofras podem utilizar-se em suco fresco, como infusão e ainda
preparadas como saladas e legumes.