Os cimos cortam-se à tesoura e colocam-se em cestos, estendendo-se depois
numa só camada, no chão de um desvão ventilado e sombrio para secarem. Isto não
se deve fazer muito devagar, se se quiser evitar o descolorido, sempre
indesejável. Depois de bem secas, as flores apresentam um tom de marfim e
desprendem um forte aroma. Separam-se então dos talos. Deve-se guardar as flores
em recipientes isolados do ar, porque absorvem com facilidade a umidade e
apodrecem.
Cortam-se todos os cimos com as bagas maduras, à tesoura, e separam-se as
bagas em casa com um garfo. Se não se consumirem frescas, deixá-las secar,
durante alguns dias, numa única camada expondo-as depois ao
calor artificial (mas não a um forno muito quente). As bagas secas guardam-se em
saquinhos dependurados ao ar ou em latas fechadas.
Colhem-se as folhinhas dos talos, evitando toda a pressão. Estendem-se
numa única camada para secar, num lugar bem ventilado. Guardam-se em saquinhos.
Deve-se colher só o que for necessário para o consumo.
Composição -- Nas folhas, encontra-se na proporção de até 0, 1 % o
glicósido samburigina-amigdalina (e emulsina), o qual dá lugar a glicose, óleo
de amêndoas amargas (benzaldeído) e ácido cianídrico (HCN). As flores têm, além
disso, pequenas quantidades de amigdalina, saponinas, um óleo essencial e éter.
Na casca encontra-se uma resina de efeito drástico e nas bagas pretas tirosinas
com abundância de vitaminas A, D e C. São mais ricas em vitaminas B do que
qualquer outra variedade. As bagas contêm, além disso, ácidos málico tartárico,
valeriânico, tânico, óleo essencial, simburigrina-amigdalina, solina, resinas,
hidratos de carbono, glicose e um pouco de albumina.
Usos Terapêuticos -- Como planta curativa, já de há muito se sabe
que o sabugueiro fomenta a formação-de urina, suor e leite, o que se deve à
presença do óleo essencial. Também se recomenda para resfriamentos, rouquidão,
tosse, espirros, catarros do peito e bronquial, dores dos molares,nevralgias, dores de ouvidos e de cabeça e inflamação da laringe e da
garganta.
Um cozimento de folhas, raízes e cascas frescas e verdes que se encontram
debaixo da casca exterior, atua energicamente na expulsão de água e melhora
extraordinariamente a secreção de sucos gástricos, embora provoque facilmente,
se se tomar em grandes doses, vômitos, pelo que temos de estar precavidos. Só se
deve consumir uma xícara diária (com uma colher das de sopa cheia de infusão) no
caso de catarro gástrico crônico, doenças de urina e hidropisia.
Pelas suas características depurativas de sangue, hematopoética,
diurética e sudorífera, as bagas tornam-se valiosas e o seu xarope é próprio
para fazer uma cura de limpeza do sangue. Também limpará todos os restantes
órgãos. Por causa do elevado conteúdo de vitamina B, não há que ficar
surpreendido com o êxito dos seus sucos nas inflamações do sistema nervoso.
As bagas secas são um remédio excelente contra a diarréia: mastigar dez
bagas, três vezes por dia.
O efeito sudorífero das flores de sabugueiro fica
reforçado se lhe juntarmos uma metade de flor de tília e se
acrescentarmos à infusão duas colherinhas de suco de limão. Quando se
deseja uma
positiva transpiração, como em casos de gripe, pneumonias incipientes, bronquite,
reumatismo articular febril, etc., tomar a infusão várias vezes por dia.
Usos Alimentares -- Como alimento, o sabugueiro é muito apropriado
para sobremesas e compotas e pode conservar-se como suco, geléia e
seco.