O conteúdo de ácidos da pêra é menor do que
o da maçã, mas é maior o da quantidade
de açúcar. Tem, segundo a classe e o estado
de maturidade, de 6 a 13 %. Mais importante é o conteúdo
em valiosas substâncias minerais básicas, excedendo
nisto a maçã. Na pêra, além do
cálcio e do magnésio, com falta de sódio
e falta de cloro, apresenta-se, antes de mais, um excesso
de potássio. Também é digno de consideração
o conteúdo em ácidos fosfórico e silícico,
em enxofre e em óxido de ferro.
0 conteúdo vitamínico das frutas frescas exagera-se com frequência,
passando-se o mesmo com as pêras. Na realidade, é insignificante. Falta a
vitamina A e o conteúdo em procaroteno é de 0,014 mg o de vitamina Bi é de 0,065
mg; o de vitamina B2 é de 0, 1 mg e o de vitamina C é de 3 mg por cada 100
gramas.
Se do que fica dito parece de-duzir-se que a importância da pera na fisiologia da nutrição se (leve
sobretudo ao seu conteúdo em substâncias minerais, não devemos esquecer que a
pêra, como a maioria das frutas cruas, contém numerosas substâncias em
quantidades muito diversas que escapam por enquanto à análise química. Talvez
sejam os elementos aromáticos, ou os oligoelementos, os fermentos (enzimas), os
hormônios, ou outras substâncias energéticas, ou os compostos até hoje
desconhecidos, as coisas que determinam o verdadeiro valor da fruta crua com
respeito aos alimentos cozidos. Também se menospreza o efeito absorvente e
antiinflamatório dos ácidos tânicos na mucosa da via digestiva. Além disso,
começamos a conhecer agora a importância dos diversos hidratos de carbono, tão
abundantes nas paredes celulares da pêra. Ultimamente conheceu-se melhor a pectina e os seus efeitos na absorção dos tóxicos intestinais (Stepp).
Modo de Ação e Emprego -- Com respeito ao significado médico da
pêra, de acordo com as experiências e análises realizadas até agora, podemos
acrescentar mais alguma coisa. Pelo elevado excesso de potássio e falta de sal,
a pêra torna-se muito apropriada para eliminar os inchaços dematosos nos doentes
do aparelho circulatório e rins. As mesmas propriedades, de combinação com a
falta de proteínas e de gordura, fazem que a pêra se torne eficaz nos
tratamentos de eliminação de gorduras. Para isso deve-se consumir pêras cruas e
cozidas em vez dos alimentos habituais. Tratando-se de cruas mais ligeiras podem
eventualmente ser consumidas de combinação com iogurte e pão integral.
Nas doenças das vias gastrintestinais diz a velha experiência médica que
a pêra crua é pesada, ao passo que cozida se torna muito digerível, não causando
flatulência.
Contudo, em cada caso importa ver se são melhores cruas ou cozidas,
devendo porém as pessoas sãs preferir o consumo das pêras cruas.
Naturalmente, no caso de haver grande sensibilidade de estômago e
intestino, deve-se empregar o suco de pêras cruas ou cozidas para conseguir a
eliminação do sal e com ele a desidratação. Além disso, alternada e
sucessivamente, pode, combinada com outros sucos de frutas e purês, servir de
modo saliente numa cura de sucos de frutas.