Cap. 01 - Substituição
de Alimentos Crus por Cozidos |
Experiências Significativas
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O efeito da substituição de alimentos crus ou frescos por
alimentos cozidos foi muito discutido e levou a
grandes grandes divergências e a normas de
nutrição bastante extremadas e estritas.
Especialmente, causaram notável impressão
os ensaios sobre comida cozida de McCarrison
e de 0. Stiner, dando lugar a numerosas
comprovações.
MacCarrinson alimentou macacos com a sua comida habitual, mas cozida numa panela a vapor.
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A conseqüência foi uma redução na atividade das
glândulas de secreção interna, o aparecimento
de úlcera do estômago ou intestino, a inflamação
do intestino grosso e, finalmente, a caquexia e a morte.
0. Stiner (do Ministério da Saúde da Suíça) alimentou coelhos nas
mesmas condições que o anterior. A conseqüência foi que os animais adoeceram de
cárie, inflamação das glândulas salivares, bócio, anemia, escorbuto e alguns
deles de câncer do pulmão. Se a estes alimentos cozidos se acrescentassem, para
cada animal, dez centímetros cúbicos de leite pasteurizado, também adoeciam de
artrite deformante. Estas e muitas outras experiências parece que vêm demonstrar
o efeito tão prejudicial da arte culinária sobre a saúde. Não faltaram,
portanto, as reações extremistas que exigiam só alimentos crus.
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Efeitos do Oxigênio no Interior do Intestino
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Os fermentos que
os alimentos vegetais consumidos ao vivo contêm são conservados praticamente no
intestino e desempenham serviços especiais no processo digestivo. Assim, por
exemplo, os chamados fermentos oxidantes fixam o oxigênio do ar que é tomado
continuamente com a comida, e depois não pode permanecer como tal no interior do
intestino. As bactérias intestinais realizam na ausência do oxigênio o
metabolismo com 1/25 das calorias de que necessitariam sob os efeitos de maior
oxigenação. Depois de prolongadas investigações, o Prof.
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Kolath chegou à conclusão de que com um regime alimentar em que
predomina a carne e sob os efeitos do oxigênio sumamente abundante, ainda no
reto, as matérias corantes biliares dão aos excrementos o seu corrente colorido
pardo, ao passo que, quando o oxigênio falta no intestino, devido à alimentação
vegetal crua, a deposição apresenta uma cor amarelada clara. Disto se pode
concluir o efeito deste fenômeno no homem, e embora não se tenha investigado,
pode afirmar-se como certo que «uma atmosfera no interior dos intestinos sem
conter oxigênio permite uma considerável redução na quantidade de alimentos sem
que, por isso, o homem fique mal alimentado». Por isso, um regime rico em
alimentos vegetais crus constitui um sistema de nutrição conservador e tônico,
pelo menos no que diz respeito ao intestino.
Por outro lado, é logicamente forçoso que um regime de carne cozida e,
por conseqüência, com um interior intestinal rico em oxigênio, no qual as
bactérias intestinais utilizam 25 vezes mais as energias para as suas próprias
necessidades, se produza o contra-senso de que o homem alimente antes as suas
bactérias intestinais do que se alimente a si mesmo.
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Mas além deste assombroso esbanjamento,
torna-se claramente evidente o prejuízo causado, quando se pensa que não é de modo algum
Indiferente que as bactérias intestinais efetuem o metabolismo com oxigênio (aerobiose) ou sem ele (anaerobiose).
Tanto os produtos originados na digestão dos alimentos como os
procedentes do metabolismo bacteriano são completamente distintos, conforme o
interior do intestino tenha falta ou abundância de oxigênio, dependendo além
disso de que se trate de bactérias intestinais normais (colibactérias) ou
anormais e degeneradas (paracoli e outras). Atualmente sabe-se, depois de
muitas experiências realizadas neste sentido, que desde há muito tempo o homem,
devido a sua alimentação habitual, apresenta no seu intestino uma abundância
anormal de bactérias, o que leva à conclusão de que a sua alimentação é
forçosamente defeituosa. A introdução de bactérias intestinais normais vivas é
um tratamento utilizado desde há muito tempo na medicina prática, porque se
verificaram com ele curas de reumatismo, de eczemas e de anemias.
Como um metabolismo intestinal de desenvolvimento defeituoso se converte
numa causa de intoxicação (e hoje considera-se freqüentemente em medicina que o
intestino grosso pode originar uma infecção focal), só por isso é evidente até
que ponto tudo depende de uma alimentação realmente sã. Sabemos hoje, inclusive,
que uma alimentação conveniente ou determinado regime carecem de efeitos, se o papel que
corresponde às bactérias intestinais não se desenvolver com normalidade.
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Formação de Vitaminas por Bactérias do Intestino
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E muito
notável a este respeito o fato de as bactérias intestinais formarem a vitamina
K, imprescindível para o processo de coagulação do sangue e que quando estão
degeneradas não se encontram em condições de efetuar essa síntese. Se faltar na
nutrição a vitamina K, que se obtém com verduras frescas, como espinafre,
repolho, couve-flor e tomate, não conseguem as bactérias compensar, durante
algum tempo, esta insuficiência, ao passo que com tais bactérias degeneradas se
apresenta uma falta de vitamina K no fígado, e por isso um atraso na coagulação
do sangue ou, inclusive, uma hemofilia.
Sabe-se, além disso, pelas experiências de Kolath e Stahl, que a vitamina K dificulta o desenvolvimento de determinados microrganismos
na corrente sanguínea, que já o Prof. Von B Brehmer descreveu, há vinte anos, e considerou germes cancerosos (Sipho-
polymorpha).
A vitamina B12 apresenta-se, também, como produto do metabolismo das
bactérias intestinais. Depois da absorção pela parede intestinal é introduzida
no fígado para desempenhar o papel de um elemento de maturação das céluIas
sangüíneas. É, só tia presença deste elemento ativo que se efetuam, por exemplo, os
processos mais importantes de produção de proteínas, sobretudo a transformação
de moléculas protéicas de pouco valor noutras de grande riqueza, necessárias
para a formação do núcleo celular. Para isto são necessárias as já classicamente
conhecidas lecitinas, combinações complexas de glicerina e de ácido fosfórico,
que normalmente se recebem com os alimentos, mas que pela cocção sofrem uma
grande redução na sua eficácia biológica. Além da função da vitamina B 12 na síntese
das moléculas protéicas do núcleo celular, ainda intervém contra a formação
excessiva de histamina. A histamina é uma substância que se origina
abundantemente no metabolismo e que provoca reações de hipersensibilidade do
tipo do catarro do feno, asma bronquial, eczemas e outras manifestações.
Finalmente, sabemos hoje que quatro por cento do cobalto contido na vitamina B12
produz efeitos antituberculosos, cujo significado não sabemos apreciar ainda
devidamente. Só podemos pensar nas enormes conseqüências que claramente
implicam.
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A possibilidade de vida nas bactérias
intestinais depende de uma sã alimentação. Como pequenos depósitos, permitem
elas cobrir as insuficiências que ocorram na produção das substâncias mais
importantes do metabolismo químico, durante um grande lapso de tempo. Mas, por fim, também chegam a adoecer pelo aparecimento de
deficiências, dando então lugar exclusivamente a produtos metabólicos tóxicos e
de efeito prejudicial, que depois são absorvidos através do intestino e levados
para a corrente sangüínea e para o fígado, ativando todo o mecanismo defensivo.
Este efetua a desintoxicação e destruição destas substâncias durante um certo
tempo até ficar hipersensibilizado; ou então entorpece-se, enferma, ou
finalmente se deforma, se não receber ajuda no seu devido tempo, mediante
matérias normais e compensadoras, como sejam alimentos sãos ou medicamentos.
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Ordem de Utilização dos Alimentos Crus
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Não só é necessário saber
que devemos utilizar alimentos frescos, como também quando temos de o fazer,
isto é, em que proporção temos de consumir alimentos crus e cozidos. Deduz-se
isto de numerosas experiências sobre produtos olorosos e aromáticos, realizadas
pelo Prof. Kolath.
Quando se prepara uma refeição vulgar composta por um prato de sopa ou
caldo, carne, batatas cozidas e legumes, ou também um desjejum constituído por
uma xícara de café ou de chocolate, pão com manteiga e marmelada, aumenta o
número de leucócitos no sangue, passando num prazo de dez minutos, dos 6000-8000
normais por milímetro cúbico para 10000, e num prazo de 30 minutos para 30000,
voltando no fim de 90 minutos ao normal. Este fenômeno é conhecido desde há
quase um século (Virchow) e qualifica-se como leucocitose prandial
(significando leucocitose o aumento de glóbulos brancos). Tal aumento de
glóbulos brancos no sangue produz-se também em todas as irritações
inflamatórias, especialmente nas enfermidades infecciosas, considerando-se em
tal caso como uma reação defensiva do corpo. Nada significa em contrário, o
conceber a citada leucocitose como medida defensiva do corpo contra algo de
estranho, isto é, como momentânea reação inflamatória (Roessle). Com isto
coincide, evidentemente, uma comprovação de Kuschakoff, que mostra que a
ingestão de alimentos crus, sem cocção, de vegetais, não leva a um aumento dos
glóbulos brancos no sangue, isto é, não se apresenta a reação inflamatória
antigamente considerada normal. Esta reação não se produz, quando a comida
cozida se segue à crua. Kuschakoff também comprovou que uns dez por
cento, pelo menos, dos alimentos devem ser consumidos crus e antes dos
cozidos, se se quiser evitar esta reação inflamatória
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Origem da Leucocitose Defensiva
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Estas observações são hoje tão
evidentes que a alimentação natural, viva e não consumida pela cocção, não é
considerada estranha nem repulsiva, ao passo que os alimentos cozidos supõem um
regime insuficiente para provocar uma reação defensiva do organismo.
A causa desta reação defensiva encontra-se, segundo o Prof. Kollath, na
falta de fermentos e de substâncias aromáticas da comida cozida. Indica-se,
assim, pela vez primeira, o importante significado das substâncias aromáticas
naturais. Estas substâncias sumamente sensíveis ao calor são recebidas nas
mucosas bucal ou faríngica e atuam através do sistema nervoso de modo
inconsciente, provocando também a reação dos glóbulos brancos.
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Substituição de
Alimentos duros por Brandos
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Necessidade de Mastigação A idéia de oferecer ao corpo uma
alimentação mais preparada possível para lhe evitar esforços e melhor
aproveitá-la, levou a uma diminuição dos alimentos duros, substituindo-os pelos
brandos e, deste modo, ao abandono da mastigação Precisamente, porém, esta
atividade mecânica do sistema de mandíbulas e de dentadura não só é necessária
para a conservação de tais órgãos, como o é também para a boa função de todo o
processo digestivo. A boa mastigação de alimentos duros (pão integral, frutas,
nozes, etc.) constitui, em primeiro lugar, uma massagem ideal das gengivas,
criando a disposição para a conservação da capacidade de resistência e da
elasticidade dos tecidos gengivais, evitando a piorréia ou periondontose. E,
inclusive, os próprios dentes só constituirão uma dentadura sã e útil, quando
houver nina incitação natural, para o seu desenvolvimento, que consiste em
mastigar e morder. Se não dermos aos dentes dos adultos o trabalho apropriado,
produz-se a sua queda prematura e a sua cárie. Os dentes têm necessidade de
mastigar, de preferência a, alimentos frescos, naturais e VI vos, isto é,
beterrabas, cenouras, rabanetes, frutas, nozes e, finalmente, pão seco e duro no
autêntico significado da expressão.
Infelizmente, é raro ver nas crianças e nos adultos uma dentadura sã e
bem formada. Por isso, temos de formular a exigência urgente de mastigar mais.
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