Cap. 01 - Insuficiência de
Vitaminas e de Hormônios |
A Necessidade em Vitaminas
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O conhecimento das vitaminas é muito recente e ainda não
chegou a conclusões definitivas. O seu propósito
principal é o de
fixar
a necessidade diária real de cada vitamina.
Essas quantidades servem para cobrir o estado de insuficiência
produzido por uma alimentação
incompleta, desgaste, excesso de trabalho e gravidez.
Em doses normais, constituem todas as vitaminas, juntamente
com as proteínas, os fermentos e outros elementos,
«as substâncias fundamentais» da
vida tão importantes na estrutura e regulação
do metabolismo. |
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Já dissemos que
os chamados processos de refinação e aperfeiçoamento,
entre eles a cocção e a conserva, levam a tinia
perda de vitaminas muitas vezes em proporção
considerável.
Não é necessário pormenorizar os diferentes sintomas de avitaminose, pois
fá-lo-emos no devido lugar. Basta referir aqui a insuficiência da vitamina A,
que, além das conseqüências características para a formação da pele e das
mucosas e da capacidade para aumentar a resistência contra os agentes
infecciosos, toma parte na formação da púrpura retiniana e na adaptação do olho
à escuridão, atuando também na regulação da tireóide e no fígado. Dadas estas
funções, compreendem-se as afecções que a falta ou a insuficiência prolongada da vitamina A podem produzir.
Este exemplo apenas pretende demonstrar as conseqüências da insuficiência
de uma só vitamina, mas pode considerar-se representativo dos outros casos. Os
sintomas típicos descritos que a falta da vitamina A pode provocar não se
apresentam com freqüência na prática, porque na alimentação sempre se inclui
certa quantidade de vitaminas ou de provitaminas, e o nosso corpo sabe e pode
adaptar-se a um estado de insuficiência dentro de limites muito amplos e durante
bastante tempo.
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É Difícil Produzir um Excesso de Vitaminas no Organismo
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Antes
de mais nada, é mister resolver o problema da possibilidade de se produzir
também a absorção excessiva de vitaminas, e neste caso se esta pode causar
danos. À primeira parte do problema proposto pode responder-se que nunca se
produzirá um consumo excessivo de vitaminas, sempre que nos sirvamos de fontes
vitamínicas naturais, como são as dos comestíveis. Uma hipervitaminose pode
produzir-se artificialmente pelo consumo de preparados vitamínicos concentrados.
Utiliza-se a absorção excessiva de vitaminas para regimes curativos, com o que
se prestam atualmente excelentes serviços, embora ainda haja pouca experiência
com respeito ao efeito de doses elevadas de vitaminas, nem seja ainda possível
encontrar explicação para tais efeitos. O seguinte quadro abreviado permite um
rápido olhar para o conceito atual das necessidades diárias de vitaminas e as
quantidades que se empregam para obter esse objetivo com um tratamento médico.
Vitamina |
Quantidades Necessárias para adultos |
Doses
maciças de efeitos fármaco-dinâmicos |
A
B1
B6
C
E |
5.000 - 8.000 U.I
1,23 - 2,5
mg
1 - 2 mg
75 - 150 mg
10 - 25 mg |
100.000 - 600.000 U.I. por dia
100 mg por
dia
100 mg ou mais, por dia
Até 4 g por
dia
300 - 900 mg por dia
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Extraído do Serviço Bibliográfico
ROCHE) |
Assim, por exemplo, mediante a administração de 3.000 a 5.000 U.l.
(Unidades Internacionais) de vitaminas A e 30 a 50 mg de vitamina C por cada
quilo de peso do corpo, pode fazer-se mais lento o desenvolvimento do
câncer. Com 100.000 a 600.000 U.l. de vitamina A, tratam-se as variadíssimas
doenças inflamatórias e degenerativas da pele, das mucosas e dos olhos. A
vitamina B1 em doses diárias de 100 mg e mais influi nas inflamações nervosas graves, ao
passo que a B6 emprega-se com êxito, nos vômitos por
diversas causas (incluindo a gravidez) e noutras lesões de origem radiativa.
Disto deduz-se, naturalmente, que os estados em que influem grandes doses
de vitaminas não se teriam provavelmente produzido, se anteriormente se tivesse
disposto permanentemente das quantidades necessárias de vitaminas na
alimentação.
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Papel dos Hormônios Vegetais no Organismo Animal
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Assim como
conhecemos nas plantas, sob o nome de auxinas, substâncias que excitam a divisão
dos núcleos celulares, causando a multiplicação de células (entre elas figura,
por exemplo, a vitamina B1), também conhecemos agora matérias em animais e
homens com a mesma função, denominadas «auxonas» (entre as quais figura por
exemplo, o ácido pantotênico, um fator do grupo da vitamina B) cuja falta na
alimentação e os seus efeitos na alimentação humana o Prof. Kollath descreveu pormenorizadamente.
Nas suas experiências com ratazanas verificou que, submetidos a uma
alimentação completamente desnaturalizada, os animais conservam a vida, mas só
em estado de saúde mediana, num estado de seminutrição que denomina mesotrofia (hiponutrição). Os animais receberam só alimentos refinados,
sem outros minerais que o zinco e o fosfato de potássio, e entre as vitaminas só
pequenas quantidades de aneurina (vitamina B1). O regime mostrou, pois,
eqüitativamente, as características da comida do homem civilizado. Com esta
dieta, os animais desenvolveram-se e atingiram a idade normal, mas bem depressa
mostraram sintomas de degeneração: queda dos molares, pobreza de minerais nos
ossos, alterações patológicas na flora intestinal e prisão de ventre crônica. Se
se juntarem as vitaminas já conhecidas à alimentação, o estado de saúde não
melhora. A característica mais saliente de tal estado é a insuficiente energia
regenerativa das células. A análise cuidadosa dos animais mortos demonstrou
alterações anatômicas notáveis tios mais diversos órgãos, extraordinariamente
semelhantes às doenças degenerativas dos homens.
E vem agora o mais interessante. Se aos alimentos se acrescentassem
vegetais verdes, pastas de grãos de cereais ou leveduras, impedia-se o estado de
hiponutrição. Num espaço de tempo não muito grande o estado era mais
satisfatório e, inclusive era possível a recuperação da saúde.
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Os Fermentos, Chave Essencial do Metabolismo
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Não nos parece que arrancamos à Natureza, com a investigação
sobre as auxinas, o seu último segredo, acerca dos
efeitos da nutrição. E, por isso, necessária
a investigação daqueles fatores que nos levam
à saúde total. É hoje tão importante
tal
investigação, como a ampliação
dos já tão diferenciados métodos do diagnóstico
e da sua aplicação. Não só é
mais fácil prevenir do que curar, como além
disso se torna mais econômico tanto para o indivíduo
como para a sociedade.
Vamos agora referir-nos de novo e brevemente aos fermentos, maravilhosa
chave no mundo da alimentação, visto a alimentação corrente ser pobre deles,
pelo que já falamos, com razão, da deficiência da civilização no tocante a
fermentos. A bioquímica moderna conseguiu descobrir a sua estreita relação com
os fatores hereditários.
Com a ajuda dos fermentos que o corpo são produz em quantidades
suficientes, pode o organismo desdobrar as substâncias alimentares ingeridas e,
posteriormente, assimilá-las. Mas, da mesma maneira que cada fechadura tem uma
chave, também os diversos e numerosos alimentos precisam, cada um deles, de uma
«chave» especial. Os fermentos só desempenham a sua função de «chave» quando têm
o «modelo» conveniente. Ora, isto é feito pelas vitaminas. É muito provável que
os oligoelementos desempenhem nisso o seu papel. É só quando o fermento está
unido a uma vitamina companheira que se constitui a varinha de condão para o
aproveitamento de determinados alimentos. Assim, conhecemos fermentos que
desdobram o amido (amilases), que degradam as moléculas proteínicas
(proteases), outros que dividem as gorduras ou substâncias semelhantes
às gorduras (lipases) e, finalmente, fermentos que fixam o oxigênio dos
alimentos (oxidases).
É evidente que o metabolismo, tem de ficar incompleto se não
se adicionarem vitaminas aos alimentos, cuja função
é a de formar os fermentos para a sua missão
correspondente. Se, pelo contrário, o organismo não
estiver em condições de formar os fermentos
necessários, o que não pode conseguir-se sem
as valiosas moléculas de proteína, as vitaminas
não produzirão efeitos. Só a proteína
sem se desnaturalizar é que é eficaz para a
formação de fermentos. A insuficiência
de fermentos no organismo pode ser superada pela riqueza da
alimentação em fermentos próprios, já
que o alimento cru e natural está dotado pela Natureza
de fermentos próprios. Os fermentos nos alimentos vegetais
consumidos crus compensam os ácidos clorídricos
do estômago e influem, de modo decisivo, na digestão.
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Os Fermentos são Facilmente Alteráveis
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Deve-se insistir em que,
mediante a cocção, o assado, o fervido, o frito, as conservas e todos os
aditamentos químicos destes processos destroem os fermentos próprios dos
alimentos que atuam no metabolismo. O predomínio de alimentos cárneos e cozidos
tem de levar a um metabolismo incompleto e, finalmente, a desordens neste e à
formação de fermentos.
Ninguém é capaz de imaginar a potência destas substâncias ativas sem
saber que as mudanças químicas que sofre, por exemplo, uma batata devido à
atividade dos fermentos, só seriam efetuadas sem eles num período de quatro
meses à temperatura de 400¤C. Os fermentos desempenham o papel de pequenos
«feiticeiros» bioquímicos. Realizam sem esforço a transformação dos alimentos,
processo este que nós, quimicamente, só podemos efetuar empregando pressão
elevada, temperatura alta ou muito tempo.
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Como Utilizar os Fermentos
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O nosso corpo necessita de todos os
componentes naturais precisos para a renovação contínua de fermentos de toda a
espécie. Basta faltar um fermento com a sua missão totalmente específica para se
interromper uma complicada ca(leia metabólica, ficando incompleta. De onde é que
o organismo obtém a totalidade desses elementos? Só uma alimentação completa, baseada
rio natural e que proceda de um solo são. Quem concluir de tudo isto que a nossa
saúde depende do cultivo da horta encontra-se no bom caminho. É um fato
desconsolador que a maioria dos homens desconheça o potencial alimentar e
curativo de uma horta. Sofre assim de uma «insuficiência de fermentos pela
civilização», fácil de reconhecer pelos seus numerosos sintomas, como peso no
estômago, mau cheiro na boca, sensação de saciedade, ardor no estômago, pele
seca e descorada e as suas numerosas formas de exteriorização, como transtornos
digestivos e doenças do estômago, intestinos, fígado, vesícula biliar e
glândulas salivares. Os sucos e aperitivos crus, as frutas e as verduras são os
meios certos de previsão, cura e recuperação.
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