Cap. 01 - Excesso de Proteínas
Animais |
Necessidade de Proteína
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A chamada «questão proteínica» já excitou
muito os ânimos, mas precisamente neste aspecto
levou a investigação moderna aos mais
assombrosos e importantes conhecimentos e esclarecimentos.
Os ditos estudos servem de base às seguintes
conclusões:
As proteínas são, para nós, matéria vital imprescindível,
da qual -- tanto segundo as antigas doutrinas sobre
nutrição como as modernas -- necessitamos
de uma média de 60 a 90 gramas por dia. Não
é esta a quantidade mínima suficiente,
mas a mais favorável possível.
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Importa ter muito em conta que tanto uma contribuição insuficiente
como uma alimentação excessiva de proteínas
podem originar prejuízos no organismo. A doutrina mantida
por Liebig (1803-1873) de que a proteína é
a fonte única de trabalho muscular e que as gorduras
e os hidratos de carbono só servem para manter o calor
corporal, ja
foi superada por Voit (1831-1908), embora este zltimo
tambim aceitasse uma necessidade de protemnas excessivamente
elevada (118 g). Podemos cobrir a quantidade de protemnas
necessarias com produtos animais ou vegetais, por exemplo,
com carne, peixe, leite, queijo e ovos, ou entco com verduras,
legumes, ervilhas, feijão, soja, nozes, sementes de
linho ou de girassol. Os diferentes tipos de proteinas animais
ou vegetais compuem-se quimicamente de numerosos elementos
muito conhecidos, os chamados aminoacidos, dos quais, segundo
a doutrina da nutrição aceita até agora,
se devem considerar imprescindíveis para o organismo
humano uns doze ou quinze. Segundo esta doutrina, devem consumir-se
necessaria e totalmente com os alimentos, para se evitarem
graves transtornos funcionais. Só quando se dispõe
desses elementos na sua totalidade é que é possível
ao corpo transformar a proteína dos alimentos em proteína
do próprio organismo.
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Aminoacidos
Essenciais e Protemnas Vegetais
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O economista sabe, contudo, muito bem,
que um país frutifero e demograficamente denso não pode estar em condições de
produzir tanta carne, ovos, leite e queijo para que cada habitante possa receber
diariamente a dose considerada necessaria de 23 a 30 g de proteína animal. Deste
modo, teoricamente, tal país encontrar-se-ia perante uma catástrofe alimentícia.
Mas na realidade não é assim que as coisas se passam. o que contradiz a ordem de
valorização dos tipos de proteína acima expostos.
Numerosos estudos e
ensaios tém demonstrado, com segurança, que uma alimentação exclusivamente
vegetariana e, até, exclusivamente crua, pode conservar o organismo forte e
jovem no mais alto nível de capacidade e plenitude corporais e espirituais.
O mais impressionante
é, para ja, a informação apresentada pelo Dr. Brauchle e original de Theodor Hahn, segundo o qual, antes do descobrimento das ilhas dos
Ladrões pelos Espanhóis em 1620 (cujos habitantes se consideravam a si mesmos os
únicos povoadores do mundo), estes estavam privados de quase tudo o que os povos
civilizados consideravam indispensável para viver. Além das aves, que, de resto,
não comiam, não havia nenhum animal na ilha. Aquela gente nunca tinha visto o
fogo, e a princípio não fazia a menor idéia das suas características ou emprego.
A sua alimentação era completamente vegetariana, constituida por frutos e raízes
no seu estado natural. Os indígenas estavam bem constituidos, eram fortes e
ativos, transportando facilmente aos ombros pesos de mais de duzentos quilos. A
doença era quase desconhecida entre eles e chegavam com frequência a uma idade
bastante avançada. Não era raro encontrar homens com cem anos de vida sem nunca
terem estado doentes.
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Exemplos
Sobre a Necessidade de Proteínas Animais
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As observações e os ensaios
frequentemente debatidos e refutados encontraram entretanto a sua explicação
científica. O Prof. Abelin refutou, no «Congresso Internacional de
Investigação Sobre as Proteínas», tanto a teoria de que os aminoácidos são
elementos absolutamente necessários para o nosso organismo, como tambem a idéia
de que certos aminoácidos sejam totalmente indispensáveis por serem
insubstituíveis, quando na realidade os aminoácidos são produzidos, consumidos e
transformados uns nos outros, no nosso próprio corpo. As combinações mais
simples são as realizadas pelos aminoácidos essenciais, cuja presença na
proteína dos alimentos se considera imprescindível, e que se encontram no
organismo em quantidades quase normais, embora hajam faltado durante algum tempo
na alimentação. Salientou que o decisivonão era o tipo de proteína consumida e que, por isso, também não figuram
determinados aminoácidos.
Cuthbertson, do Instituto de Investigação Rowet, em Aberdeen,
expôs que a idéia de que a proteína animal é superior à vegetal perdeu
atualmente todo o sentido, porque se baseia em experiências antiquadas com
proteínas purificadas. As proteínas naturais vivas de igual composição química,
tais como se apresentam nos nossos alimentos, não só têm outras características,
como também, além disso, se comportam de modo diferente.
Também os norte-americanos deixaram de considerar a teoria dos
aminoácidos como fundamento para estabelecer o valor biológico da proteína. Vêem
a superioridade da proteína animal comparada com a vegetal no chamado «fator de
proteína animal» ou estreptogenina (APF = «Animal Protein Factor»), que
hoje já se pode conseguir de matérias-primas vegetais e que, segundo
investigações de Kollath e Ginnäs, só é indispensável na
alimentação, quando faltam os portadores de fatores de crescimento (portadores
de auxinas), como são as verduras e os cereais.
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Primazia das proteínas de Origem Vegetal
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Vemos por estas
investigações, observações e experiências que o problema de uma sã alimentação
proteínica se aproxima, cientificamente, de uma solução, já prevista há dezenas
de anos por médicos notáveis. Demonstram o princípio de que em toda a
alimentação há de se preferir sobre todas as outras coisas produtos vegetais,
naturais e frescos. São os seguintes os produtos da Natureza trocados, o menos
possível, pela técnica humana e, por conseguinte, de maior valor: nozes,
cereais, frutas, legumes, vegetais e verduras. Em segundo lugar figuram os
alimentos procedentes do reino animal: leite, ovos, carne e peixe.
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