Cap. 01 - Excesso de Gorduras Animais |
Gorduras «Refinadas»
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O abandono dos azeites vegetais tem tido, como conseqüência,
graves males, o que nos deve obrigar a prestar maior
atenção a uma sã alimentação
com as gorduras. Os adultos necessitam, diariamente,
de 50 a 80 g de gordura. Esta quantidade preenche-se,
geralmente, com manteiga, gordura de carne, gordura
vegetal consistente (azeite, óleo de coco,
de palma) e margarina. São todas elas gorduras
«consistentes»; sob o ponto de vista químico
muito saturadas e, por isso, difíceis de transformação
nos processos metabólicos. |
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Pressupõem o perigo de se irem depositando, inconvenientemente, nas camadas inferiores da pele, sendo, assim, a origem da obesidade.
Todos os azeites fluidos considerados quimicamente são mais ou menos
insaturados e, por isso, fáceis de serem atacados e transformados pelos sucos
digestivos, sempre que não se hajam desenvolvido atividades químicas
importantes. Neste caso, os azeites comestíveis correntes no mercado não podem
ser considerados produtos naturais, em todo o seu valor. Apresentam, por isso,
uma cor clara, e são insípidos, o que se consegue «refinando-os» apenas, isto é,
desaromatizando-os com vapor de água, branqueando-os com descorantes,
desacidificando-os com lixívia, engrossando-os com oxigênio. Sabemos que tanto
as substâncias vegetais aromáticas como os pigmentos vegetais e, especialmente,
neste caso, os ácidos gordurosos não saturados têm que cumprir importantes e, em
parte, insubstituíveis funções biológicas. Os chamados «processos de refinação»
levam, sob o ponto de vista fisiológico da alimentação, a uma desvalorização ou
desnaturalização. De um meio de nutrição vivo obtém-se um simples e inerte
produtor de calor.
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Necessidades do Organismo
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Estabelecemos outro
fator na alimentação da nossa civilização que largamente tem levado a
enfermidades por insuficiência nutritiva, sobretudo da pele, estômago,
intestinos, fígado, vesícula biliar e circulação. Chegou-se, hoje,
cientificamente, ao conhecimento do efeito prejudicial da alimentação habitual
na base de gorduras. Os azeites e gorduras naturais obtidos por pressão a frio,
sem nenhum emprego de calor nem de matérias extratoras, não só mantêm o seu
valor térmico (calorias), como também são portadores de numerosas substâncias
ativas, solúveis nas gorduras, como a provitamina A (B caroteno), provitamina D
(ergosterina), vitamina E (a + b tocoferol), vitamina F (combinação de ácidos gordurosos não
saturados com a glicerina ou glicérido) e fosfátidos (lecitina), além das
matérias aromáticas e corantes, assim como os oligoelementos. A maioria destas
substâncias ativas, necessárias para a digestão das gorduras, a sua absorção
pelos intestinos e a sua transformação, especialmente rio fígado, perdem-se no
tratamento industrial.
Além da perda de vitaminas (A, D, F), basta citar como amostra que
a lecitina é um componente celular imprescindível, estreitamente relacionado com
os ácidos gordurosos não saturados, que também se encontra nos azeites sem
refinar; conserva o equilíbrio biológico das células nervosas, cumpre as suas
funções nos centros de formação do sangue e desempenha um papel na constituição
das proteínas do núcleo celular.
Mas, não se trata, apenas, da perda de substâncias valiosas nas gorduras
elaboradas industrialmente, mas também do fato de se acrescentarem com freqüência substâncias para a sua conservação,
sobretudo nas margarinas, matérias corantes e outros compostos, para aperfeiçoar
a. sua apresentação e torná-la mais semelhante ao produto natural. E, ao
chegarmos aqui, temos de diferenciar as gorduras alimentares artificiais das
naturais.
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Normas Para a Utilização das Gorduras
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1. Todas as gorduras
consistentes, por isso amplamente saturadas, de origem animal e vegetal (por
exemplo a carne e a manteiga), devem limitar-se, consideravelmente, a favor das
gorduras líquidas. Entre os azeites deve-se dar a preferência aos menos
saturados, isto é, aos azeites vegetais secos, já que, não só se transformam
rapidamente, dentro do corpo, mas também porque contêm glicéridos de ácidos
gordurosos não saturados, ricos em vitaminas, de grande eficácia como
substâncias calóricas no metabolismo das gorduras por parte do fígado (vitamina
F).
2. Cumpre estabelecer, em princípio, uma diferença entre "azeites de
sementes» -- aqueles azeites vegetais procedentes de toda a semente e nestas
acumulados -- e os «azeites de grão» conseguidos da parte seleta dos grãos de
cereais, o germe. Os azeites de sementes são de grande valor, por exemplo, os
das nozes, linho, mas não o azeite da oliveira.
3. Todas as gorduras de origem animal ou vegetal, mais ou menos
saturadas, transformam-se dificilmente no corpo e acumuIam-se facilmente
(obesidade). Por isso nunca devem ser tomadas sozinhas, mas sempre com um
complemento de azeite de linho, girassol, de grão de trigo. Se não se fizer
assim, vai-se dispondo, lenta mas continuamente, o terreno para as enfermidades
hepáticas e biliares, assim como para tumores benignos ou malignos. Os ácidos
gordurosos não saturados atuam, por sua vez, como barreiras contra o câncer.
4. A refinação com lixívia, o tratamento com descorantes e com
desaromatização das gorduras, assim como o seu endurecimento artificial,
transformam-nas em meros portadores de caIorias e fazem perder matérias ativas
necessárias para o metabolismo das mesmas gorduras. No endurecimento de
gorduras, alteram-se, precisamente, ácidos gordos de grande valor biológico e
pouco saturado, ao passo que ficam sinais de ferro e de níquel nas gorduras
alimentícias.
5. Como alimentação sã com gordura só devem contar, portanto, aquelas
gorduras nutritivas depuradas por métodos físicos. Entre os azeites vegetais
estão os azeites de sementes e cereais prensados a frio.
6. Os azeites de mais valor que o reino vegetal nos oferece são os de
grão de cereais, cujo conteúdo em compostos biológicos excede o dos azeites de
semente em quase dez vezes mais. Contêm todas as substâncias ativas
lipossolúveis na mais elevada concentração, sobretudo a vitamina E e a vitamina F, essencial na combustão metabólica
das gorduras.
Vêm de onde a Natureza as criou: as células germinais. Aqui depositou a
Natureza um azeite que pela germinação dá lugar, em poucas horas, a algo de
novo: outra planta. Essa rápida transformação no processo germinativo expressa,
claramente, a rapidez com que esse «azeite vitamínico» se pode converter em
energia. Não provoca obesidade e é a gordura mais sã que existe.
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