Aaron
Burr, soldado americano e líder político, era
talentoso, capaz e bem-apessoado, mas junto com essas admiráveis
qualidades tinha um aspecto odioso de caráter, que
acabou causando a sua queda.
Por ocasião da eleição nacional de 1800,
Thomas Jefferson concorreu para a presidência dos Estados
Unidos como líder do Partido Democrático, tendo
a Burr como o seu candidato para a vice-presidência.
Devido a um erro crasso no processo eleitoral, Burr recebeu
o mesmo número de votos de Jefferson. Como resultado,
a eleição teve de ser decidida no Congresso.
Lá, Burr passou a incentivar os congressistas para que
o elegessem presidente, em lugar de Jefferson. Este, por sua
vez, foi suficientemente sábio para manter-se calado.
Mas Alexander Hamilton, um oponente federalista que odiava
Burr e, aparentemente, percebia mais do que Jefferson os defeitos
de caráter de Burr, persuadiu o Congresso a eleger Jefferson,
e não Burr. Este jamais perdoou a Hamilton.
Em 1804, quando Burr concorreu para o governo de Nova Iorque,
Hamilton mais uma vez jogou sua influência contra ele,
e Burr perdeu de novo. O ressentimento reprimido agora flamejou
como ódio ostensivo. Burr desafiou Hamilton para um
duelo. Hamilton aceitou.
Os dois homens se encontraram em uma área
isolada perto de Weehawken, Estado de Nova Jersey. O tiro da
pistola de Burr matou Hamilton. A vingança pode ter
tido um gostinho doce, mas acabou com a carreira política
de Burr. Muito tempo depois, ele admitiu que teria sido mais
sábio enterrar o ódio. Caso o tivesse feito,
poderia ter conseguido finalmente tornar-se presidente dos
Estados Unidos. Em vez disso, perdeu tudo o que esperava conquistar
e morreu como um velho e amargo homem.
O ódio, no fim
das contas, é autodestrutivo.