Há vários
anos, nossa família participou de uma excursão
na qual os turistas viajavam em carros, estilo caravana.
Visitamos muitos lugares interessantes. No final de cada
dia, reuníamo-nos num hotel para o pernoite. Era até
divertido observar como alguns indivíduos de nosso grupo
faziam manobras para se colocar em posição de
serem atendidos em primeiro lugar no balcão da portaria
do hotel. Quase parecia que desejavam conseguir um quarto que
melhor refletisse o status deles na vida. Felizmente, nem todos
no mundo deixam um exemplo tão "brilhante".
Quando Sammy Morris, um rapaz africano, foi para a América
estudar na Universidade Taylor, não pediu o melhor quarto
do dormitório. Em vez disso, quando o reitor Thaddeus
C. Reade perguntou-lhe que quarto preferia, Sammy respondeu: "Se
houver um quarto que ninguém quer, fico com ele."
Comentando esse fato, o reitor disse: "Em minha experiência
como professor, tive a oportunidade de designar quartos para
mais de mil alunos. Muitos deles eram moças e rapazes
nobres e cristãos; mas Sammy Morris foi o
único que disse: 'Se houver um quarto que ninguém
quer, fico com ele.'"
Freqüentemente acontece isto: quando uma pessoa deixa
de lado seus próprios interesses e humildemente se preocupa
em ajudar os outros, ela chama a atenção dos
seus semelhantes e é honrada por eles. Por quê?
Bem, aparentemente admiramos a humildade - nos outros!
Mas nosso verso não está falando basicamente
de sermos honrados por nossos semelhantes. A ênfase principal
de Jesus era sobre coisas espirituais. A festa de casamento
representa o reino da graça e o reino da glória.
Aqueles que nesta vida entram no reino da graça e aprendem
a lição da verdadeira humildade, serão
honrados pelo anfitrião celestial no reino da glória.
"A entrega do próprio eu é a essência dos ensinos de Cristo." -
O Desejado de Todas as Nações, pág. 500. Isso pode significar
a ocupação de uma posição obscura nesta vida, mas
resultará em ocupar uma posição de honra no reino dos
Céus.
Poupando a Alma Sensível
Olhem para o Meu Servo. Vejam o Meu Escolhido. Ele é o
Meu Amado, em quem a Minha alma se alegra. ... Ele não
esmaga o fraco, nem apagará
a menor esperança que houver. S. Mat. 12:18 e 20 (A
Bíblia Viva).
Criar
quatro filhos e fazer todo o trabalho doméstico é tarefa
desafiadora. Acrescente a isso o atendimento a uma irmã inválida
e a um esposo ocupado demais em ganhar o sustento para poder
ajudar, e você terá a receita para conseguir
um espírito abatido. Assim era a vida de Phoebe Hinsdale
Brown, uma jovem dona-de-casa no início do século
dezenove. Contudo, apesar de sua ocupada rotina, Phoebe decidiu
passar algum tempo a sós com Deus.
Não distante de sua casa, ficava a propriedade de uma
abastada senhora, onde havia um jardim isolado. Ao entardecer,
Phoebe gostava de dar uma escapadinha até àquele
caramanchão para passar alguns momentos em meditação
e prece. Achando que a proprietária não se importaria,
Phoebe não pedia licença. Um dia, o jardineiro
percebeu-lhe a presença e relatou o fato
à patroa. Esta, desconfiada de más intenções,
foi falar com a assustada mulher, exigindo que ela dissesse
o que estava fazendo naquele lugar e insinuando que os "penetras" não
eram bem recebidos!
De alma tímida e sensível, Phoebe sentiu-se esmagada,
pois não tinha nenhuma intenção maldosa.
Na tarde seguinte, escreveu um bilhete pedindo perdão.
O conteúdo do bilhete tomou a forma de um poema. Segurando
no colo o filho caçula, Phoebe escreveu:
"Desculpas
por Minhas Divagações Vespertinas." Aqui estão
duas quadras de seu poema:
Eu
amo aqui em meu viver
A sós com Deus estar,
O meu labor assim deter,
E, em paz, humilde orar.
Eu amo estar a sós e ouvir
A voz da solidão;
E minha voz eu ergo então,
Só Deus a pode ouvir.
Não sei qual foi a reação da senhora rica
ao bilhete, mas sei que o poema de Phoebe foi parar em nosso
hinário Cantai ao Senhor (número 306).
Resposta
Branda
A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita
a ira. Prov. 15:1.
Não
faz muito tempo, li acerca de um pastor que se havia mudado
para um novo distrito e descobriu que um dos membros de sua
igreja parecia decidido a encontrar defeitos em tudo o que
ele fazia. A princípio, o pastor procurou desconhecer
as críticas, mas o homem não ficou contente
em ser ignorado. Um dia, o pastor recebeu uma carta especialmente
cáustica, repleta de acusações. A maioria
delas era falsa e as outras, completamente desproporcionadas
em relação com os fatos.
O pastor não podia mais ignorar seu crítico.
Percebeu diante de si um problema que devia ser resolvido.
Sabia que não podia refutar as injuriosas acusações
uma por uma; no entanto, antes de responder, orou por sabedoria
celestial. Foi impressionado a escrever ao seu crítico
uma carta de cinco palavras: "Por favor, ore por mim."
O efeito daquele simples pedido foi nada menos que miraculoso.
Tocou o coração do crítico e lhe alterou
completamente as atitudes.
Daquele dia em diante, o homem tornou-se
um dos mais leais defensores do pastor.
Vamos considerar por um momento a resposta do pastor. Seu tom é conciliatório,
mas de forma alguma se rende às acusações
do crítico. Reconhece, entretanto, que necessitaria
da ajuda do crítico se as acusações fossem
verdadeiras.
Da parte de alguns homens, essa resposta poderia ser interpretada
como sinal de arrogância, até mesmo de sarcasmo.
Mas evidentemente o crítico sabia no fundo do coração
que seu pastor era diferente. Será que isso se deveu às
pacientes tentativas do pastor no sentido de ignorar as críticas?
Não sei, mas sei que a maioria dos seres humanos se
dispõe a ajudar quando alguém pede um favor.
Quando Salomão disse que a resposta branda desvia o
furor, ele não queria dizer que isso sempre funciona
(especialmente se respondemos aos nossos acusadores com palavras
que suscitam ira).
Voltar a Outra Face
Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir
na face direita, volta-lhe também a outra. S. Mat. 5:39.
Quando
John Selwyn, renomado missionário nas Ilhas dos Mares
do Sul, freqüentava a universidade, era conhecido por
sua destreza como boxeador. Anos mais tarde, enquanto trabalhava
no sul do Pacífico, sentiu ser seu dever censurar
um dos ilhéus por um grave erro. O homem ficou bravo
e golpeou o rosto de Selwyn com o punho cerrado. Selwyn poderia
ter facilmente acabado com a valentia do agressor.
Em vez
disso, cruzou os braços e calmamente voltou a outra
face.
Surpreso pela atitude do missionário, o nativo
fugiu para o mato.
Anos mais tarde, aquele homem dirigiu-se ao sucessor de Selwyn
e pediu para ser batizado. Depois de verificar a genuinidade
daquela conversão, o missionário perguntou ao
nativo como era que ele gostaria de ser conhecido como cristão. "John
Selwyn!", respondeu o ilhéu. "Ele me mostrou como Jesus é." Que
testemunho!
É possível que você já tenha ouvido alguém
dizer: "Em determinadas circunstâncias, tudo bem voltar a outra face;
mas se alguém ameaçar a minha vida, ou da minha esposa e filhos,
vou mutilar o assaltante e, se necessário, matá-lo."
O problema com essa filosofia é que aquilo que decidirmos
fazer antes de uma crise é provavelmente o que faremos
quando a emergência surgir. Assim, se decidimos confiar
no braço de carne (Jer. 17:5), é muito possível
que façamos "as obras da carne" (Gál. 5:19-21);
mas se decidirmos obedecer ao conselho da Palavra de Deus,
Ele promete que "proverá livramento"
para nós (I Cor. 10:13).
Recentemente, ouvi acerca de mãe e filha que passaram
por uma experiência de risco de vida, a qual mostra como
Deus pode atuar, quando permitimos que atue. Certa noite, as
duas foram surpreendidas por um intruso que tencionava estuprar
e matar.
Ambas oraram silenciosamente por proteção
e foram impressionadas a dizer ao homem que ele não
poderia prejudicá-las a menos que Deus o permitisse.
Embora ficasse ameaçando e vociferando, o homem nada
pôde fazer e finalmente deixou as duas mulheres sem molestá-las.