Eu
tinha 20 anos de idade na primavera de 1944, quando Herbie
Swick e Richie Green escaparam de nosso campo de concentração
japonês para unir-se a forças guerrilheiras.
Sempre realista, eu achava que, quando os americanos chegassem
para libertar os prisioneiros, os nossos captores matariam
aqueles entre nós que tivessem idade para serviço
militar, a fim de evitar que nos tornássemos soldados
contra eles. Assim, pouco depois que Swick e Green escaparam,
aproximei-me de Sonny Woodson, que conhecia bem o país
e falava ilocano (a língua falada na ilha) e começamos
a fazer planos para fugir.
Descobrimos que podíamos escapar da prisão arrastando-nos
através da valeta do esgoto atrás das barracas
dos homens. Preparamos secretamente as mochilas e começamos
a guardar porções de nossa ração
de arroz. O grande problema eram as botas. Depois de dois anos
e meio na prisão, nossos sapatos estavam em frangalhos.
Mas Sonny teve uma idéia. Havia homens que, antes da
guerra, tinham trabalhado em minas de ouro. Tinham botas boas,
e Sonny convenceu-os a nos "emprestarem" as botas para uma
peça humorística que nós, os jovens, apresentaríamos.
A hora de nossa fuga foi marcada para as 11 da noite de 10
de setembro de 1944. Até algumas horas antes da partida,
tínhamos mantido segredo absoluto. Nem mesmo Ralph Longway,
meu melhor amigo, sabia de nossos planos. Mas pouco depois
da chamada que era feita todas as noites, fui despedir-me de
minha mãe. Eu achava que ela ficaria chocada. Em vez
disso, ela me olhou dentro dos olhos e disse: "Se você for,
os japoneses matarão seu pai e seu irmão. Não
vá!"
Quando ouvi isso, entendi que não poderia ir. Ter de
contar ao meu amigo que eu não iria mais, foi uma das
coisas mais difíceis que já fiz na vida. E como
eu não iria, Sonny decidiu não fugir também.
Trinta e dois anos mais tarde, encontrei-me com Herbie numa
reunião de ex-internos em São Francisco. Contei-lhe
acerca dos nossos planos de fazer parte de seu grupo guerrilheiro
e perguntei-lhe quais teriam sido nossas chances caso tivéssemos
escapado do campo de concentração.
"Vocês simplesmente não teriam tido chance", respondeu
ele. "Nós teríamos atirado em vocês, porque
vocês não haviam mantido comunicação
prévia com a guerrilha. Vocês poderiam ser espiões
a serviço dos japoneses. Quando Richie e eu escapamos,
nós já havíamos mantido essa comunicação
antecipada e obtido permissão."
Influência
Paterna
Até a criança se dá a conhecer pelas suas
ações, se o que faz é puro e reto. Prov.
20:11.
Uma
das mais lembradas máximas de Jesus é: "Pelos
seus frutos os conhecereis."
S. Mat. 7:20. Estamos acostumados a julgar os adultos por essa
regra, mas o que dizer das crianças e, acima de tudo,
o que pode o bom exemplo delas ensinar aos adultos?
Com a idade impressionantemente precoce de 4 anos, Nicolaus
Ludwig, Conde de Zinzendorf (1700-1760), reformador social
e religioso da Morávia, converteu-se a Cristo. Embora
seu pai tenha morrido enquanto Nicolaus ainda era bebê,
sua mãe lhe contou acerca da devoção que
ele nutria por Cristo. Suas agradáveis conversas causaram
profunda impressão na jovem mente. Um pouco mais tarde,
as palavras de um hino também exerceram influência
profunda sobre a vida dele ("Tu és nosso Pai querido,
pois Jesus é nosso Irmão").
"Aquelas palavras", diz o biógrafo citando Zinzendorf, "me impressionaram
muito quando eu tinha quatro e cinco anos de idade; pensei que, de acordo com
elas, todos nós tínhamos o direito de falar com o Salvador como
com um irmão." A biografia dele também relata como, durante a
infância, ele escrevia cartas para Jesus e as soltava, adejando, pela
janela do segundo piso de sua casa, com plena certeza de que seu Salvador as
receberia e leria. E quem pode dizer que aquelas cartas, ou pelo menos o seu
conteúdo, não chegaram ao Destinatário e foram lidas?
(Ver S. Mat. 18:10 e II Reis 19:14.)
Com apenas 22 anos de idade, Zinzendorf abriu sua propriedade
na Saxônia para os perseguidos irmãos da Morávia
e ajudou-os a fundar a Colônia Herrenhut naquelas terras.
Posteriormente, uniu-se a eles na sua crença. Em 1736,
recebeu a ordem de sair da Saxônia por causa de suas
atividades religiosas. Dali em diante, por muitos anos, andou
viajando e disseminando as crenças da Igreja da Morávia.
Seus postulados teológicos exerceram uma influência
benéfica e marcante sobre o protestantismo do século
dezenove - e quase tudo se originou com a educação
recebida na tenra infância.
Instruir
Crianças
Tua esposa, no interior de tua casa, será como a videira
frutífera; teus filhos como rebentos da oliveira, à roda
da tua mesa. Sal. 128:3.
Samuel
Taylor Coleridge conversava certa vez com uma senhora que
defendia a idéia segundo a qual as crianças
não devem receber instrução religiosa;
devem ser deixadas a crescer "naturalmente". Desse modo,
elas tomariam decisões mais "maduras", mais "racionais",
porque saberiam melhor o que estavam fazendo. Essa filosofia
parece plausível, mas certas coisas podem parecer
plausíveis e ainda assim constituir uma falácia.
Coleridge escutou enquanto aquela mulher falava, e pouco disse.
Depois, convidou-a a dar uma voltinha pelo jardim. Conduziu-a
a um recanto de seu pátio onde cresciam apenas ervas
daninhas.
- O que acha do meu jardim? - perguntou o poeta. - Não é bonito?
- Jardim? O senhor chama isso de jardim? Eu diria que é um
canteiro de ervas daninhas.
- Bem - explicou Coleridge. - Algum tempo atrás, decidi
não interferir no direito que essas plantas tinham de
crescer como bem quisessem, até
atingirem a maturidade.
A visitante entendeu.
Tive alguns familiares que apoiavam essa filosofia laissez
faire. Não foi surpresa o fato de que os filhos deles
não adotaram nenhuma religião depois de adultos.
Os pais se esqueceram de que uma vez defenderam e praticaram
essa filosofia. Hoje lamentam o fato de que seus filhos caçoam
da religião, não têm escrúpulos
morais e se rebelam contra toda autoridade.
Incutir princípios cristãos na mente das crianças
não garante que elas os adotem. Afinal de contas, os
seres humanos foram criados com o poder da escolha e alguns,
infelizmente, fazem a escolha errada (ver Jos. 24:15 e Rom.
14:12). Mas uma criação adequada aumenta as probabilidades.
Se, apesar da orientação cristã no lar,
os filhos ainda tomarem o caminho errado, os pais podem pelo
menos ter a satisfação de saber que fizeram o
melhor ao seu alcance.
O Poder da Influência de um Pai
Tão-somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua
alma, que te não esqueças daquelas coisas que
os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu
coração todos os dias da tua vida, e os farás
saber a teus filhos. Deut. 4:9.
Alguns
anos atrás, cinco rapazes da Pensilvânia saíram
de casa e partiram para o Noroeste dos Estados Unidos para
começarem vida independente. Lá chegando, descobriram
liberdades que nunca tinham conhecido. As tentações
eram abundantes de todo lado. Encontraram emprego, ganharam
dinheiro e depois de alguns anos voltaram para a casa paterna.
Quatro deles, depois dessa experiência, voltaram muito
piores espiritualmente. Mas um era diferente. Voltou física,
mental e espiritualmente mais forte. Quando lhe perguntaram
por que não havia seguido o caminho dos outros, respondeu: "Porque
levei uma fotografia comigo."
Você talvez esteja imaginando que foi a foto da noiva
que ele deixara para trás na Pensilvânia. Mas
não. Contou ele: "Foi a foto de minha
última manhã em casa. Estávamos todos
sentados ao redor da mesa, na hora do desjejum; papai em uma
extremidade, mamãe na outra e nós, os filhos,
em volta. Não conversamos muito naquela manhã.
Todos entendíamos que o círculo familiar estava-se
rompendo.
"Depois do café da manhã, papai tomou a velha Bíblia da
família, como era seu costume, e começou a ler. Não conseguiu
ler muito. Sua voz falhou e ele não pôde continuar. Então
nos ajoelhamos para a oração, e mais uma vez a voz dele falhou.
Foi essa a fotografia mental que me impediu de cair nos maus caminhos. Durante
o tempo em que estive fora, não pude suportar o pensamento de partir
o coração de meu pai.
"O lar onde cresci foi um lar feliz. Embora a influência de minha mãe
tenha sido profunda, a influência mais poderosa sobre minha vida foi
a de meu pai.
Resgate
de um Poço de Perdição
Tirou-me de um poço de perdição, dum tremedal
de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou
os passos. Sal. 40:2.
Alguns
anos atrás, Tommy Stage, um menino de 7 anos de idade,
caiu acidentalmente num poço de 8 metros de profundidade.
Na queda, sofreu fraturas múltiplas nas pernas. Felizmente,
seu pai não estava longe e presenciou o acidente.
Quando viu Tommy cair, o Sr. Stage correu até à boca
do poço e ouviu seu filho gritar:
- Papai, tire-me daqui!
- Não se preocupe, filho - respondeu o pai. - Não
fique com medo. Vou puxá-lo para fora tão rápido
quanto for possível. Agora ouça: vou telefonar
pedindo ajuda e voltarei em seguida. Encoste-se contra os lados
do poço para não afundar ainda mais.
Uma equipe de resgate chegou e baixou uma corda para Tommy.
O pai do garoto deu-lhe instruções específicas
sobre como amarrar a corda sob seus braços e prendê-la
com segurança na frente, com um nó. O menino
obedeceu e foi levado à superfície uns 45 minutos
depois de ter caído.
Mais tarde, os repórteres perguntaram ao Sr. Stage como
era que seu filho seguia suas instruções tão
fielmente, com tão pouca idade. Ele simplesmente respondeu:
- Tommy sempre foi bom no que se refere a cumprir ordens.