Não se esqueçam de ser bondosos com os estranhos, porque alguns que fizeram isso hospedaram anjos sem percebê-lo! Heb. 13:2 (A Bíblia Viva).
Tarde
da noite, muitos anos atrás, um casal de idade encaminhou-se
ao encarregado da portaria no turno da noite, em um hotel
de terceira categoria em Filadélfia.
- O senhor teria um quarto onde pudéssemos passar a
noite? Já andamos por toda a cidade procurando um lugar
onde hospedar-nos, e nada encontramos. Por favor, não
nos diga que não tem um quarto onde possamos pernoitar.
- Bem - respondeu o encarregado. - Não tenho um único
quarto disponível no hotel, mas podem ficar no meu próprio
quarto. Não é tão bom como alguns outros
quartos, mas é limpo e para mim será um prazer
recebê-los como hóspedes.
- Que Deus o abençoe - suspirou a esposa.
Na manhã seguinte, na hora do desjejum, o marido pediu
que um dos garçons chamasse o funcionário da
noite. Queria tratar de um assunto importante com ele. Quando
este chegou, o marido agradeceu-lhe a bondade e pediu que ele
se assentasse.
- Eu sou John Jacob Astor - informou o hóspede. - O
senhor é uma pessoa nobre demais para passar o resto
de sua vida como porteiro noturno de um hotel de terceira categoria.
O que acharia de ser o gerente geral de um grande, belo e luxuoso
hotel na cidade de Nova Iorque?
- Isso é maravilhoso demais! - gaguejou o homem.
E assim a bondade de um obscuro funcionário do período
noturno de um hotelzinho foi recompensada quando ele se tornou
o gerente geral do famoso Hotel Waldorf-Astoria.
Nosso verso faz alusão à hospitalidade demonstrada
por Abraão aos três viajantes que na verdade eram
anjos. Sim, a bondade compensa. Mas o pagamento nem sempre é recebido
nesta vida. Em muitos casos, o dia do pagamento não
chegará antes daquele dia em que Jesus dirá: "Vinde,
benditos de Meu Pai! entrai na posse do reino que vos está preparado
desde a fundação do mundo. Porque tive fome e
Me destes de comer; tive sede e Me destes de beber; era forasteiro
e Me hospedastes; estava nu e Me vestistes; enfermo e Me visitastes;
preso e fostes ver-Me." S. Mat. 25:34-36.
Ação
Não
é Passatempo de Espectadores
Ela [Maria] deu à luz o seu filho primogênito,
enfaixou-O e O deitou numa manjedoura porque não havia
lugar para eles na hospedaria. S. Luc. 2:7.
A
insensibilidade e a indiferença não são
qualidades confinadas aos tempos antigos. Podem ser vistas
em nossos dias também.
No dia 6 de dezembro de 1964, uma jovem senhora deu à luz
uma criança na calçada de uma movimentada esquina
em Oklahoma, Estados Unidos. Uma multidão de curiosos
transeuntes parou para observar, mas ninguém prestou
auxílio. Depois de algum tempo, um turista sentiu pena
e chamou um táxi, mas o motorista recusou-se a levar
a mãe e o bebê ao hospital porque sujariam o veículo.
O prestativo turista chamou a polícia. Esta informou
que estava ocupada demais, com chamados mais urgentes.
A essa altura, Bob Cunningham, ex-deputado federal, passou
ali por acaso e telefonou aos bombeiros para que enviassem
uma ambulância. O pedido não foi atendido. Enquanto
isso, Cunningham pediu que um espectador buscasse um cobertor
no hotel do outro lado da rua, mas também foi em vão.
Finalmente, Cunningham colocou a senhora e o bebê em
seu próprio carro, levando-os para o hospital.
Essa inacreditável história nos faz pensar no
que aconteceu com Jesus e Sua mãe há dois mil
anos. Seria possível que tivéssemos expressado
a mesma indiferença se fôssemos proprietários
de hospedarias em Belém?
Vivemos numa época em que as pessoas são relutantes
para envolver-se, especialmente se o "próximo" for um
estranho ou indigente. Um exemplo disso ocorreu anos atrás
em Nova Iorque. Kitty Genovese retornava ao seu apartamento
tarde da noite, quando foi atacada e esfaqueada várias
vezes. Pelo menos 38 pessoas ouviram os gritos dela por socorro.
Finalmente, alguns levantaram as persianas para ver o que estava
acontecendo. Uns poucos gritaram com o agressor, mas ninguém
chamou a polícia ou prestou ajuda, e a infeliz moça
faleceu.
Quando saímos do caminho para prestar ajuda a alguém
necessitado, na verdade o fazemos para Cristo, pois Ele disse: "Sempre
que o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a
Mim o fizestes." S. Mat. 25:40.
Lance a Corda salva-vidas
Quando estou entre os fracos na fé, eu me torno fraco
também a fim de ganhá-los. Assim eu me torno
tudo para todos a fim de poder, de algum modo, salvar alguns.
I Cor. 9:22 (BLH).
Por
volta do ano de 1875, a traineira Gertrude foi apanhada por
uma tempestade violenta a uns 65 quilômetros de Lowestoft,
na costa da Inglaterra. Cinco homens do mar, bem como tudo
o que se movia no convés, foram jogados ao mar. Somente
um marinheiro e o cozinheiro do barco permaneceram vivos.
A traineira Alfred aventurou-se a chegar perto para ver se
podia ajudar. Repetidas vezes os homens do Alfred jogaram
cordas para Gertrude, mas cada vez que o faziam, ou elas
não alcançavam os sobreviventes, ou estes,
paralisados pelo frio, não conseguiam segurá-las.
Anoiteceu. O Alfred manteve contato com o barco à deriva
por meio de sinais luminosos. Quando amanheceu, Alfred Freeman,
um rapaz de 18 anos e aprendiz de marinheiro, ofereceu-se voluntariamente
para ir até à
embarcação. Sozinho na furiosa tormenta, ele
remou seu barquinho até
ao Gertrude e subiu a bordo. Mas a onda seguinte esfacelou
o seu barquinho a remo contra o lado de Gertrude. Numa tentativa
final e desesperada, a tripulação do Alfred jogou
mais uma corda. Freeman conseguiu apanhá-la e os homens
foram salvos.
Em inglês há um hino com o título "Lance
a Corda Salva-vidas". Alguns acham que o autor comemora, com
a letra desse hino, o incidente do resgate do Gertrude pelo
Alfred.
Paulo, que escreveu as palavras de nosso verso, viajou muito
por mar. A caminho de Roma, seu navio foi apanhado por uma
tempestade e afundou. Mas, com tormenta ou sem tormenta, ele
testemunhava por seu Senhor. Mesmo enquanto rugia a tempestade,
Paulo testificou: "Porque esta mesma noite o anjo de Deus,
de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo,
não temas. ... Deus por Sua graça te deu todos
quantos navegam contigo. Portanto, senhores, tende bom ânimo;
pois eu confio em Deus, que sucederá do modo por que
me foi dito." Atos 27:23-25.
Mão
Ajudadora
Ora, nós que somos fortes, devemos suportar as debilidades
dos fracos, e não agradar-nos a nós mesmos. Rom.
15:1.
Alguns
anos atrás, um amigo meu passou por uma cirurgia em
sua mão esquerda, a fim de corrigir uma condição
conhecida como contratura de Dupuytren. A cirurgia prejudicou
a circulação do sangue naquela mão.
Como resultado, ele descobriu que, quando o tempo esfriava,
sua mão direita parecia procurar automaticamente a
esquerda para aquecê-la.
É esse o tipo de cooperação em nível espiritual
de que Paulo está falando em nosso texto. Em várias de suas epístolas,
o apóstolo compara a igreja de Cristo a um corpo, e suas várias
partes a membros da igreja (ver Rom. 12:4-6; I Cor. 12:13-27 e Efés.
4:11-13).
Aplicando a experiência de meu amigo à analogia
de Paulo, descobrimos que, se observarmos o amor de um membro
começando a esfriar (S. Mat. 24:12), nós que
somos espiritualmente saudáveis faremos tudo o que estiver
ao nosso alcance para "aquecê-lo".
Mão
Amiga
Pedro... ficou cheio de pavor e começou a afundar. "Salve-me,
Senhor!"
gritou ele. No mesmo instante Jesus estendeu-lhe a mão
e o salvou. S. Mat. 14:29 e 30 (A Bíblia Viva).
Muitos
anos atrás, a escuna Tomas M. N. Stone afundou ao
largo da costa oriental dos Estados Unidos. O Comandante
Newcomb e sua tripulação de seis pessoas escaparam
num bote salva-vidas. Foram resgatados alguns dias mais tarde
pela embarcação África, que os levou
a Nova Iorque.
Newcomb registrou uma queixa junto às autoridades da
Marinha, declarando que enquanto se encontravam à deriva,
um barco a vapor de casco preto e uma só chaminé passara
por eles a uns três quilômetros de distância,
sem ter parado para prestar socorro. A tripulação
do barco tinha obviamente visto o internacionalmente conhecido
sinal de perigo (um cobertor preso a um remo), pois o vapor
havia tocado três vezes a sua buzina - mas prosseguira
sem parar. Disse Newcomb: "Se eu soubesse o nome daquele barco
e o de seu capitão, o mundo inteiro ficaria sabendo!"
Acho que nem sempre nos damos conta de que muitos náufragos
no mar da vida são ignorados como aquele comandante
e sua tripulação.
Minha esposa e eu visitamos recentemente o nosso filho Don
e família, na cidade de Paradise, Califórnia.
Eu havia sido aspirante ao ministério 40 anos antes,
naquela mesma cidade. Enquanto andávamos por locais
familiares para mim, mostrei para minha esposa o lugar onde
havia morado uma família de membros da igreja (vou chamá-los
de Clark). Quando os visitei, a Sra. Clark pediu-me que visitasse
o seu filho de 19 anos de idade, que morava numa cabana próxima.
Ela contou que ele não tinha amigos, nunca saía
e estava simplesmente jogando a vida fora.
Quando bati e a porta se abriu, fui recebido pelo rosto mais
triste que me recordo de ter visto na vida. Momentos depois,
o rapaz se desfazia em lágrimas. Devido a minha inexperiência,
eu não sabia o que fazer. Li um versículo das
Escrituras, fiz uma breve oração e fui embora.
Pouco tempo depois, fui transferido para outro distrito e não
dei continuidade
àquela visita inicial, mas isso não era desculpa
realmente para negligenciar o rapaz. Eu poderia pelo menos
ter-lhe escrito uma carta animadora. A inexperiência
não deve ser usada como pretexto para deixar de atender
os que se encontram em necessidade.
Por todos os lados, ao nosso redor, há pessoas como
aquele rapaz. Necessitam de um amigo. De alguém solícito.
De alguém que as leve a Jesus, que nunca deixa de estender
a mão para salvar.