O que o Senhor Jesus disse a respeito do divórcio?
Baseadas nos textos de Mateus 19:3-12; Marcos 10:2-12; Lucas 116:18):
•
Porque os fariseus tinham dúvidas sobre o divórcio
e experimentaram Jesus perguntando se era lícito... se
Moisés permitiu é porque foi Deus quem ordenou
a Moisés. Ou os fariseus não concordavam com Moisés?
• Porque Jesus diz que o que Deus ajuntou não separe
o homem? Quem é esse homem que Jesus se refere? Será
que é o profeta Moisés que permitiu o divórcio?
Com essa resposta Jesus quis dizer que o casamento é
indissolúvel?
• Porque afirma Jesus em Mateus 19:3-12... Se Moisés
permitiu o divórcio, porque Jesus não?
• Em Mateus 19:9 Jesus permite o divórcio em caso de
relações ilícitas. O que são relações
ilícitas? Em outra versão diz que o divórcio
é permitido em caso de fornicação. O que
é fornicação?
• Se a separação foi por outro motivo e se o homem
ou mulher passar a viver juntos com outra pessoa, eles estão
em adultério?
• Se caso um era solteiro e outro casado e passam a viver juntos,
quem está em adultério?
Estas
perguntas são muito interessantes e merecem estudo e
reflexão.
O objetivo dos fariseus ao experimentar Jesus era “arranjar
um motivo pelo qual pudessem acusar a Jesus” para poder matá-lo.
Eles queriam que o Senhor Jesus ‘tropeçasse’ na interpretação
da lei, pois assim, teriam “com o que” acusa-lo. Eles estavam
a um bom tempo tentando fazer isto, mas não conseguiam.
Jesus disse que nunca foi o propósito de Deus que o casal
se separasse. Ele apoiou seu ensino com os versos Bíblicos
de Gênesis 1:27; 5:2 e 2:24.
O detalhe é que os fariseus não aceitavam esta
interpretação, pois não entenderam o verdadeiro
significado da “permissão de Moisés acerca do
divórcio”. Vejamos:
A orientação de Moisés está registrada
em Deuteronômio e é mencionada também em
Mateus:
“Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não
for agradável aos seus olhos, por ter ele achado coisa
indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio,
e lho der na mão, e a despedir de casa; e se ela, saindo
da sua casa, for e se casar com outro homem; e se este a aborrecer,
e lhe lavrar termo de divórcio, e lho der na mão,
e a despedir da sua casa ou se este último homem, que
a tomou para si por mulher, vier a morrer, então, seu
primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar
a desposá-la para que seja sua mulher, depois que foi
contaminada, pois é abominação perante
o SENHOR; assim, não farás pecar a terra que o
SENHOR, teu Deus, te dá por herança”. (Deuteronômio
24:1-4).
“Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe
carta de divórcio”. (Mateus 5:31).
Analisando o contexto externo do texto (histórico, cultural,
etc), iremos ver que Jesus não estava em conflito com
Moisés.
Nunca foi parte do plano original de Deus; ele “foi aprovado
transitoriamente na lei de Moisés devido a “dureza” do
coração dos homens (cap. 19: 7-8)” .
“Deve destacar-se que a lei de Moisés não instruiu
o divórcio. Por ordem divina, Moisés tolerou o
divórcio e o regulamentou a fim de evitar abusos” .
As mulheres não tinham direitos; e, para protegê-las,
Deus permitiu que Moisés criasse esta lei, a fim de que
as mulheres tivessem uma nova chance.
Qual
era a natureza e o propósito da lei de Moisés
no que diz respeito ao divórcio? Texto base: Dt
24:1-4.
Vejamos o que diz o seguinte comentário
bíblico:
*Coisa indecente.
Literalmente, "desnudes"; figuradamente, como aqui:
"algo vergonhoso", "uma desonra". Não
podia tratar-se de adultério, porque isto devia ser castigado
com a morte (Deut. 22: 22; cf. Mat. 19: 9). Devia tratar-se
de alguma maneira de atuar considerada imprópria pelo
marido. Os judeus entendiam que este preceito mosaico permitia
a um homem divorciar-se de sua mulher quase por qualquer motivo
(Mat. 19: 3, 7). Sem obstáculos, Cristo explicou que
não era a vontade de Deus que se obtivesse tão
facilmente o divórcio (Mat. 19: 4-6), e que esta legislação
só havia sido dada por causa da "dureza" dos
corações deles (Mat. 19: 8).
*Carta de divórcio.
Literalmente, "uma nota de separação".
*Lhe entregará.
Isto devia fazer-se formalmente, provavelmente perante testemunhas,
a fim de que tivesse validez legal e fosse incontestável
.
*A despedirá.
Novamente um ato formal. Provavelmente o esposo estava obrigado
a despedi-la provida, pelo menos, com os meios suficientes como
para chegar bem até a casa de seu pai (Gén. 21:
14; cf. Deut. 15: 13).
*Poderá ir.
Sua partida formal era um anúncio público de que
já não era mais a esposa desse homem e que por
tanto estava livre para casar-se de novo. A "nota de separação"
ou "nota de corte" dissolvia por completo o matrimônio.
A consumação do matrimônio com um segundo
marido a tornava "vil" para o primeiro. Se alguma
vez ele tornava a toma-la por mulher, cometia adultério.
Ela lhe era ilícita como esposa (ver Jer. 3: 1).
*Perverter a terra.
...
Se bem que Deus tolerou algumas coisas as quais certamente não
podia dar sua aprovação, havia limites mais além
dos quais o homem não podia passar. Muitas vezes a "terra"
aparece personificada, como si pudesse atuar e sentir (ver Lev.
18: 25; Isa.24:5).
Algumas pessoas hoje se referem a Deut. 24:1-4 como base do
que chamam "divórcio cristão". Porém,
na realidade, estes versículos nos revelam a vida doméstica
dos judeus, na qual ao tomar uma esposa equivalia a adquirir
uma propriedade. A autoridade do esposo sobre sua mulher era
quase absoluta. O propósito da lei aqui enunciada era
melhorar a sorte da mulher hebréia. Esta lei, longe de
estabelecer uma baixa norma moral, ou de aprovar uma norma tal,
representava uma norma muito mais elevada que a reconhecida
pelos cruéis costumes daquele tempo.
A lei garantia à mulher divorciada certos direitos, e
na realidade a protegia de ser considerada adúltera ou
rejeitada pela sociedade. Deixava a casa de seu primeiro marido
como mulher livre e respeitada pela sociedade, apta para contrair
um matrimônio honroso.
A carta de divórcio estabelecia que seu primeiro esposo
já não tinha mais jurisdição legal
sobre ela e que ela não tinha nenhum tipo de obrigação
para com ele, senão que estava livre para ser esposa
de outro homem. Ao voltar a casar, não se fazia culpada
de adultério, nem se violavam os direitos de seu primeiro
marido.
A lei mosaica sobre o divórcio não foi dada para
anular os ideais do matrimônio instituído por Deus
na criação, senão a causa da "dureza"
dos corações humanos (Mat. 19: 8). A sorte de
uma mulher só e desprezada era deplorável. A carta
de divórcio aliviava seu infortúnio. Esta lei
simplesmente reconhecia a situação existente e
buscava melhora-la. Esta era uma lei de permissão, e
não de obrigação. Estas mesmas restrições
tinham por objetivo eliminar o fácil processo de divórcio
que evidentemente os hebreus haviam aprendido em sua associação
com os povos pagãos.
Cristo falou enfaticamente contra o conceito de ter uma esposa
como propriedade (Mat. 5: 27-32; 19: 3-9). Essa prática
havia acarretado muita desgraça e injustiça às
mulheres judias. A escola de Hillel, que sustentava a filosofia
religiosa popular judia nos tempos de Cristo, interpretava como
"coisa indecente" (Deut. 24: 1) qualquer coisa que
lhe resultara desagradável ao marido. A escola de Shammai,
mais estrita e menos popular, definia como "coisa indecente"
algum ato comprovado de falta de pudor ou adultério.
Nos tempos de Cristo, a escola de Hillel permitia o divórcio
por pequenas coisas como a exibição do braço
de uma mulher em público, ou que a esposa queimasse a
comida de seu marido, ou quando o esposo encontrava outra mulher
mais atraente. Desta atitude escreveu Josefo: "O que deseja
divorciar-se de sua mulher por qualquer coisa (e muitas causas
tais se dão entre os homens), que dê por escrito
a certeza de que nunca mais a usará como sua mulher,
porque assim ela estará livre de casar-se com outro marido,
se bem que antes de dar-se esta carta de divorcio, não
deve permitir-se-lhe faze-lo" (Antiguidades, iv. 8. 23).
A lei de Deut. 24: 1-4 não instruiu o divórcio,
senão que o tolerou em vista das imperfeições
da natureza humana e aos baixos conceitos morais do povo de
deus nesse tempo. Para conhecer a opinião de Deus a respeito
do matrimônio é preciso não se deter em
Deut. 24: 1-4, senão, como o fizera Jesus, hoje se remontar
a Gen. 1: 27 e 2: 24 (Mat. 5: 27-32; 19: 3-9). O conselho escrito
por Moisés para a gente de seus dias deve interpretar-se
à luz dos costumes de sua época, e não
da nossa, e sempre tendo em vista o ideal divino. Uma vez mais
Cristo elevou à vista dos homens esse divino ideal ordenado
no Éden. Esse primeiro matrimônio nos proporciona
o modelo dado por Deus para seu povo de hoje.
Em
Mateus 19:9 Jesus permite o divórcio em caso de relações
ilícitas. O que é relações ilícitas?
Em outra versão diz que o divórcio é permitido
em caso de fornicação. O que é fornicação?
Relações sexuais ilícitas é a toda
prática sexual ilícita, ou seja, que não
é conforme o plano de Deus. Neste verso, refere-se especificamente
ao “adultério”.
Na outra versão bíblica, (Versão Figueiredo),
há a expressão “fornicação” ao invés
de “adultério”. Por que?
A palavra grega que aparece em Mateus 19:9 para “adultério” no original é porneia (porneia) Esta palavra pode ser
traduzida por diferentes palavras, tais como:
-
Adultério;
- Fornicação;
- Homossexualismo;
- Lesbianismo;
- Bestialidade.
- Etc.
Tanto uma quanto a outra está correta; mas, de acordo
com o contexto do verso, “porneia” é
melhor traduzida por “adultério”, ou
seja, “relações sexuais ilícitas”.
Fornicação é “o ato sexual praticado
fora do casamento”.
Se
a separação foi por outro motivo e se o homem
ou mulher passar a viver juntos com outra pessoa, eles estão
em adultério?
Sim. A pessoa ao separar-se por qualquer motivo e casar-se com
alguém, comete adultério.
Isto não quer dizer que Deus não possa ajudar
tal casal; Ele tem o desejo de ajudar a todos estes casais que
não estão ainda com sua situação
conjugal acertada.
É importantíssimo que o casal recorra a Deus a
fim de ter solucionado sua situação.
Se
caso um era solteiro e outro casado e passam a viver juntos,
quem está em adultério?
Os dois estão adulterando, pois “ambos estão envolvidos
na prática sexual errada”.
Leandro S. de Quadros.
Instrutor Bíblico – Conselheiro Espiritual