ARMAGEDOM:
A ÚLTIMA GUERRA
Pr. Vanderman
"Armagedom! A simples menção desta palavra
provoca todo tipo de temor e especulação. O que
acontecerá durante a batalha do Armagedom? A Terceira
Guerra Mundial, talvez?
Armagedom,
seja o que for, parece que não estamos preparados para
ele. Mesmo assim, vivemos obcecados para saber tudo sobre a
última crise da Terra. Somente tal curiosidade pode explicar
o sucesso de vendas do livro intitulado: A Agonia do Planeta
Terra. Vamos examinar o plano do Armagedom proposto pelo autor
Hal Lindsey. Ele vê uma dramática seqüência
de eventos envolvendo conspiração, trapaças
e guerras entre as potências mundiais.
Esse plano
começa três anos e meio após o "arrebatamento",
quando anticristo supostamente rompe seu pacto com os judeus.
Então ele prossegue interrompendo os cultos no templo
em Jerusalém e os sacrifícios de animais. Lindsey
chama isso de "abominação da desolação",
que causa uma grande tribulação e prepara o palco
para o Armagedom.
O próximo
passo em direção ao dia da destruição
acontece quando um exército árabe-africano ataca
Israel. De repente, os soviéticos traem seus aliados
árabes e lançam sua própria invasão
do Oriente Médio. Os russos conseguem obter o controle
de toda a área, segundo Lindsey. Então a luta
recrudesce de fato. O anticristo reune rapidamente um grande
exército da confederação do Mercado Comum
Europeu, da China Vermelha, e talvez dos Estados Unidos.
Essa poderosa
hoste permite ao anticristo demolir a ocupação
soviética de Israel. Lindsey afirma que a aniquilação
total dos exércitos árabe-africano e soviético
deixará somente duas potências para lutar pelo
domínio do mundo:
"As
forças combinadas da civilização Ocidental,
sob a liderança do ditador romano, (o anticristo), e
as enormes hordas do Oriente, provavelmente unidas sob a máquina
de guerra da China Vermelha". Finalmente, Lindsey prediz
que estas duas potências remanescentes lutarão
entre si pelo controle do mundo. O campo de batalha será
a Planície de Megido, no norte de Israel.
No clímax
da guerra do Armagedom, Cristo voltará com Seus santos
para destruir os pagãos e estabelecer Seu reino em Jerusalém
para reinar sobre o mundo.
Porém,
o que a Bíblia ensina sobre o Armagedom é o que
realmente importa. Tenho várias dúvidas sinceras
sobre o cenário que Lindsey descreve em A Agonia do Planeta
Terra.
Para começar,
não posso aceitar a predição de que "os
Estados Unidos deixarão de ser o líder do Ocidente
e provavelmente se tornarão, em algum sentido, parte
da nova esfera européia de poder". A profecia bíblica
ensina o contrário. O livro de Apocalipse prediz um papel
poderoso dos Estados Unidos na condução do mundo
para a crise final da Terra. E nada me preocupa mais do que
os ensinos dos arrebatamentistas de que o templo judeu reconstruído
em Jerusalém será o centro do reavivamento espiritual.
Lindsey diz: "Haverá uma reinstituição
do culto judeu segundo a lei de Moisés com sacrifícios
e oblações".
Mas, isto
não seria competir com o Calvário e negar o sacrifício
vicário de Jesus? Quando Ele morreu, o véu do
templo se rasgou, simbolizando o fim dos cultos e sacrifícios
no templo judeu. Restaurar esses sacrifícios de animais,
contradiria o que Cristo realizou como o Cordeiro de Deus. E
qualquer coisa que venha a competir com o sacrifício
consumado de Cristo não é obra de Deus, portanto
o que haveria de tão mau se o anticristo acabasse com
esses sacrifícios profanos de animais? Ele estaria fazendo
um favor à causa de Cristo! Estamos levantando importantes
perguntas aqui. Perguntas que interessam profundamente a todos
os que apreciam o Calvário como o único e completo
sacrifício para o pecado. Lembre-se da profecia predizendo
a obra de Cristo na cruz em Daniel 9:27: "Ele fará
cessar o sacrifício e a oferta..." Os ensinos arrebatamentistas
levam estas lindas palavras para longe de Cristo e as dão
ao anticristo!
Seria inadequado
tirar Jesus de Daniel 9:27 e colocar ali o anticristo; isto
ressuscita a mais questionável doutrina medieval da contra-reforma
e mina por completo a verdadeira fé em Cristo.
Os arrebatamentistas
crêem no sangue de Cristo para sua salvação.
Então, por que esperam e oram para que o templo de Jerusalém
seja reconstruído, antecipando que sacrifícios
de animais serão oferecidos em seu altar? Como eles podem
considerar tal idolatria um reavivamento espiritual?
Se o anticristo
atacasse um templo judeu reconstruído em Jerusalém
e pusesse fim a seus blasfemos sacrifícios, que negam
a morte de nosso Senhor no Calvário, os verdadeiros cristãos
diriam que esta seria a bênção de desolação,
e não a abominação da desolação.
Pense bem nisso. Em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, os
israelenses recapturaram a velha Jerusalém. O general
Moshe Dayan marchou até o Muro das Lamentações
do velho templo e proclamou: "retornamos aos nossos mais
sagrados lugares, para nunca mais deixá-los". Eles
retornaram a seus lugares sagrados, mas infelizmente, não
retornaram ao seu Messias. Eles ainda rejeitam o pacto da graça
de Deus. Assim, como podem eles se considerar o povo escolhido
de Deus? A Bíblia afirma claramente: "E, se sois
de Cristo, então sois descendência de Abraão,
e herdeiros conforme a promessa". Gálatas 3:29.
Esclarecidos
estudiosos da Bíblia sabem que o Antigo Testamento não
está centralizado primariamente em Israel, mas no Messias.
E o Novo Testamento aponta para perto do santuário celeste,
onde Jesus intercede por nós agora. "Ora, a suma
do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal,
que está assentado nos céus à destra do
trono da majestade, ministro do santuário, e do verdadeiro
tabernáculo, o qual o Senhor fundou e não o homem".
Hebreus 8:1,2.
O templo
está no Céu agora. O Senhor o construiu, não
o homem. Qualquer coisa que possamos construir aqui seria um
templo falso. E o que glorifica a obra do homem em construir
esse templo falso deve ser um falso ensinamento. Nada poderia
ser mais claro do que isto: a verdadeira profecia aponta para
o alto, para o templo celeste na Nova Jerusalém, enquanto
a falsa profecia aponta para baixo, para o templo terreno na
velha Jerusalém.
Jesus alertou
sobre falsos profetas com enganosas predições
relativas à Sua vinda. Poderia toda a atenção
colocada sobre Israel ser uma cortina de fumaça do inimigo
para desviar os cristãos sinceros da verdadeira questão
do Armagedom?
É
interessante notar que Jesus alertou a igreja para fugir da
cidade condenada de Jerusalém. Faríamos bem em
aceitar Seu conselho hoje e fugir das falsas profecias sobre
Jerusalém.
O que a
Bíblia quer dizer ao predizer a volta dos judeus para
Jerusalém? A resposta vem facilmente quando fazemos mais
uma pergunta: de onde sairá o povo de Deus quando retornar
a Israel? De Babilônia!
Aqui temos
a chave para o entendimento da profecia bíblica do final
dos tempos: a volta do povo de Deus para Jerusalém deve
estar ligada ao alerta final de Apocalipse 18:2 e 4: "...caiu,
caiu a grande Babilônia... sai dela, povo meu..."
Portanto,
quando os profetas do Antigo Testamento falaram sobre a volta
para Jerusalém, eles se referiram ao povo de Deus cativo
na Babilônia. Os exilados judeus tinham que sair da Babilônia
para retornar a Jerusalém. Ora, o que significa para
nós hoje "sai da Babilônia"? A cidade
nem sequer existe mais! Se você visitar a antiga cidade
no Iraque, só encontrará ruínas. Portanto
a referência de Deus à moderna Babilônia
não pode ser aplicada a uma cidade literal. Existe alguma
aplicação espiritual para a Babilônia hoje?
Eis uma
coisa interessante, algo muito importante: todos os reformadores
ensinaram que a Babilônia, no livro de Apocalipse, representa
a cristandade caída, a igreja que abandonou a fé
de seus fundadores do primeiro século.
Temos que
admitir, com tristeza, que muitas igrejas hoje perderam a fé
profética dos reformadores. Muitos protestantes agora
têm adotado as falsidades da contra-reforma, as quais
seus próprios fundadores condenaram como a crença
da Babilônia.
Para nós,
então, sair da Babilônia significa trocar a falsidade
pela verdade; abandonar qualquer idéia de que o pacto
da graça de Deus está sendo cumprido com a nação
judaica fora do sangue de Jesus. Retornar a Jerusalém
agora significa esperar pela fé a "cidade cujo edificador
é Deus", de acordo com Hebreus 11.
Essa cidade,
é claro, é a Nova Jerusalém no Céu.
O Senhor é o edificador dela, e não um arquiteto
judeu na velha Jerusalém. Nossa esperança está
em: "...Jerusalém que agora existe, pois é
escrava com seus filhos. mas a Jerusalém que é
de cima é livre; a qual é mãe de todos
nós". Gálatas 4:25,26.
Temos que
procurar a Nova Jerusalém acima de nós, onde Jesus
intercede como sumo sacerdote no templo celeste. E dependemos
apenas dEle como Salvador, Senhor e futuro Rei! Com isto tudo
em mente, estamos preparados para entender a batalha do Armagedom.
Somente uma vez a Bíblia menciona essa palavra, no livro
de Apocalipse, no capítulo 16, versículos 14 e
16: "porque são espíritos de demônios,
que fazem prodígios; os quais vão ao encontro
dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha,
naquele grande dia do Deus todo-poderoso. E os congregaram no
lugar que em hebreu se chama Armagedom". Apocalipse 16:14,16.
Essa "batalha
naquele grande dia do Deus todo-poderoso" é o conflito
final da Terra. Mais do que forças humanas estarão
lutando nos exércitos espirituais de Deus e Satanás.
O Armagedom será o clímax do grande conflito entre
o bem e o mal.
Onde será
travada essa batalha? Bem, a história não oferece
registro de qualquer lugar chamado Armagedom, mas a Bíblia
nos dá algumas pistas. O texto diz que a palavra "Armagedom"
vem do hebreu. Nesse idioma, a palavra combina "har"
que significa monte, e "magedon," que muitos conectam
com "megido". Portanto, o nome Armagedom pode ser
entendido como "Monte de Megido". O Monte de Megido
é uma pista com a qual podemos trabalhar.
Na época
do Antigo Testamento, Megido era uma cidade-fortaleza pequena
mas importante, ao norte de Jerusalém, perto da planície
de Esdraelon. Uma vez, nas Escrituras, esta planície
é chamada de Planície de Megido. Pode parecer
um local lógico para a guerra, mas devemos lembrar que
o Armagedom envolve um monte e não uma planície.
Temos que encontrar um Monte de Megido, um monte com algum significado
espiritual para os exércitos celestes.
Bem, destacando-se
acima da paisagem de Megido, está o Monte Carmelo.
Este monte
representa o Monte Megido, o cenário do "Armagedom".
Há
muito tempo, nesse local, Elias comandou um dramático
duelo entre Deus e Seus inimigos. O profeta convocou a nação
para comparecer a esse monte e os desafiou a julgar entre o
culto falso e o verdadeiro. Ouça seu corajoso apelo:
"Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se
o Senhor é Deus, segui-o; se for Baal, segui-o..."
I Reis 28:21.
Deus conquistara
uma grande vitória no Monte Carmelo. Ele derrotou os
inimigos de Seu pacto, e novamente os derrotará, de uma
vez por todas, no Armagedom.
De fato,
o Comentário Internacional Sobre o Novo Testamento explica:
"Har, H-A-R, Har-Magedom é o simbolismo do destronamento
final de todas as forças do mal pela força e poder
de Deus... Deus emergirá vitorioso e levará consigo
todos os que colocaram sua fé nEle".
Portanto,
agora entendemos que o Armagedom é um duelo entre a verdade
e o erro, a lealdade a Deus ou ao poder do mal. Enquanto acontecem,
com certeza, batalhas devastadoras entre os exércitos
da Terra, o tema dominante das Escrituras é que o Armagedom
centraliza-se em torno do conflito espiritual envolve cada ser
humano pessoalmente. Para cada um de nós vem o desafio:
"Até quando coxeareis entre dois pensamentos"?
Obedeceremos
ao pacto da graça de Deus e nos afastaremos das falsidades
da Babilônia? Seremos contados entre os santos que "guardam
os mandamentos de Deus e a fé em Jesus"?
Todos temos
um papel a desempenhar no Armagedom. Quando Deus vencer os poderes
do mal, nós também podemos vencer com Ele! O Apocalipse
nos assegura que os santos triunfalmente "entoavam o cântico
de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro".
Apocalipse 15:3.
O cântico
de Moisés e do Cordeiro! Qual seria ele?
Bem, você
se lembra como Deus livrou Moisés e os israelitas na
batalha com Faraó, durante seu Armagedom, com tribulações
e pragas. Nós também enfrentaremos tribulação
durante a crise final da Terra. A Bíblia diz que haverá
sofrimentos de fato: "Haverá um tempo de angústia,
o qual nunca houve, desde que houve nação até
aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo..."
Daniel 12:1.
Graças
a Deus, Ele nos livrará, assim como salvou Moisés
e os israelitas há muito tempo. Nós venceremos
a tribulação final da Terra através do
sangue do Cordeiro - o sangue de Jesus Cristo na verga da porta
de nosso coração.
Imagine
como será estar no Céu, diante do trono de Deus
com os santos, naquela grande multidão que ninguém
consegue contar. Vestidos com mantos brancos e segurando ramos
de palma da vitória, entoaremos um canto de júbilo:
"... ao nosso Deus... e ao Cordeiro, pertence a salvação".
Apocalipse 7:10.
Pense sobre
o dia que Jesus Cristo atravessará o céu do ocidente.
Medite nisso muitas vezes e deixe que isto lhe dê algo
pelo que viver. Pode haver algo mais emocionante para se contemplar?
Ver primeiro uma pequena nuvem negra. Observá-la aproximar-se
cada vez mais até se tornar branca e gloriosa. Uma nuvem
diferente de todas que você já viu - uma nuvem
de anjos, incontáveis anjos. Ouvir um som como nunca
antes você ouviu: o som de uma trombeta ecoando ao redor
do mundo. Então, uma voz como nenhuma que você
já ouviu: a voz de nosso Senhor chamando os mortos para
a vida. A Terra tremerá; túmulos se abrirão;
anjos em toda parte levarão criancinhas até os
braços ansiosos de seus pais. Entes queridos há
muito separados pela morte se reunirão aos gritos de
alegria. Então, juntos com aqueles que ressuscitaram,
nós que esperamos através da longa noite na Terra,
seremos levados até nosso lar celeste.
Eu
quero estar lá, e sei que você também quer.
Deus nos ajude a estarmos prontos para aquele grande dia. |