| Basta
Apenas Tocar o Seu Manto
Pr.
Stina
O
poder do toque é algo espetacular. É maravilhoso poder tocar
em alguém que amamos. Um filho, uma filha, o pai, a mãe,
a esposa, o marido, o namorado, a namorada, tocar num amigo
querido. . .
Muito
mais maravilhoso é poder tocar em Jesus. Há uma história
na Bíblia que retrata que basta apenas tocar no Seu manto.
Ela está em Marcos 5:24-29 onde lemos o seguinte:
"Grande
multidão o seguia, comprimindo-o. Certa mulher, que havia
doze anos tinha uma hemorragia, e que havia padecido muito
à mão de vários médicos, e despendido tudo o que tinha,
sem contudo nada aproveitar, pelo contrário, indo a pior,
ouvindo falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão,
e tocou na sua veste. Dizia ela: Se tão somente tocar nas
suas vestes, sararei. Imediatamente se lhe estancou a hemorragia,
e sentiu no seu corpo estar curada do flagelo."
Somente
Deus sabia quanto ela estava sofrendo. Vinha vivendo com
essa hemorragia uterina há doze longos anos. Era considerada
imunda pelas leis dos rabinos e sujeita às proibições levíticas:
não podia tocar nas pessoas ou ser tocada por elas.
A
sinagoga a colocara no ostracismo. Para a sociedade ela
não existia. Abandonada também por Deus, assim ela pensava.
Já havia orado. Implorado. E, por longos doze anos, Deus
silenciara.
Durante
esse tempo, fora posta fora da cidade, empurrada escada
abaixo, Desde então, vivia escondida pelos cantos e becos
da cidade, conservando apenas um resto de esperança.
Passando
de médico em médico, havia tentado livrar-se desse mal.
Os doutores haviam-na enchido de esperanças, tinham-na lotado
de remédios, mas a única coisa que dela extraíram foi o
dinheiro.
Agora
porém não tem mais recursos. Como não tem mais dinheiro,
os médicos finalmente admitem que não há cura para ela.
Sua vida está em declínio.
A
perda constante de sangue ao longo desses anos tem o seu
tributo. Está anêmica, pálida e cansada. Muito cansada.
Está cansada da vergonha, do estigma, dos charlatões.
Somente
Deus sabe o quanto ela tem sofrido. Já não tem mais ilusões.
Sem ilusões, desvaneceram-se os sonhos. O sofrimento também
é responsável pela destruição da esperança.
Mas
corriam histórias sobre outro médico que poderia recolher
todas as peças desses sonhos. Um médico que não cobraria
nada por isso. Um médico que não teria nada mais na agenda
a não ser curar um mundo doentio.
Tinha
ouvido falar de um médico, aquele Jesus que vem ao encontro
dos doentes, e não dos cheios de saúde. Que não vem aos
fortes, mas aos oprimidos. Que se dirige não àqueles cuja
vida está em ordem, mas àqueles cuja vida física e moral
está num verdadeiro caos.
Também
ouviu falar do sucesso de Jesus entre os até então incuráveis:
a cura de um descontrolado endemoninhado. . . o ressuscitar
do filho morto de uma viúva. . .a cura de um leproso.
Um
leproso, ela conjectura. Outro intocável. Outro órfão, agarrado
pelo cangote e jogado fora pela porta dos fundos da sociedade.
O
divino médico apenas tocou esse homem destruído pela doença
e imediatamente o tornou limpo e perfeito. Certamente, imagina,
se eu encontrar esse Jesus e apenas tocar em seu manto,
também serei purificada, curada e perfeita.
E,
assim, com aquele débil fio de fé, esta mulher tão frágil
como uma agulha, abre seu caminho, costurando-se através
da multidão.
O
corpo cansado é empurrado por aqueles que se aglomeram ao
redor de Jesus. Eles estão empurrando, acotovelando-se e
esbarrando nEle, curiosos, aflitos, desesperados.
Esta
mulher desesperada ergue a mão vazia por uma fenda aberta
na multidão e, por um rápido momento, agarra uma ponta do
manto dele. Jesus imediatamente se volta. Não tanto pela
pressão da mão dela, mas pela força da sua fé.
Flui
Seu poder para aquela pobre mulher com hemorragia, e no
mesmo instante ela sente voltar o vigor de sua saúde juvenil.
Embebida nesses pensamentos, afrouxa a mão que segurava
o manto e é arrastada pela multidão.
Mas
Jesus não deixa que ela se vá. Apesar dos empurrões provocados
pela turba, aquele toque fora diferente. Ao senti-lo, interrompeu
seu andar. Quão prontamente Jesus responde à mão estendida
em súplica de fé.
Obediente
ao Seu chamado ela vem trêmula, corada de vergonha, cheia
de medo. Mas vem. Entre as palavras da sua confissão, interrompidas
pelo soluçar, Jesus vê a história inteira de tristeza desses
últimos doze anos.
Vê
o isolamento. A introspeção. A insegurança. Somente Deus
sabe o quanto ela tem sofrido.
A
multidão se apaga nos olhos lacrimejantes da mulher. Por
um momento, no seu íntimo ela vê somente a Jesus. E ele
também só a ela vê. Face a face, médico e paciente.
Com
um suave chamar: "filha", Ele dá a esta órfã um novo lar
dentro da família de Deus. Concede-lhe a cura. E devolve-lhe
os sohos perdidos.
E
hoje, Jesus quer lhe oferecer cura. Basta somente ter um
fio de fé, como aquela mulher. Acredite" Acredite, se você
quiser, também pode tocar na orla do manto de Jesus.
Se
os sonhos da vida se foram, não importa as razões, procure
tocar em Seu manto. Ele devolverá a você os sonhos dourados.
E mais que isto: O sonho da vida eterna. |