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SUBA
A MONTANHA
PR.
ALEJANDRO BULLÓN
"A
mensagem de hoje é dedicada especialmente aos jovens.
O texto bíblico encontra-se no livro de Josué
14:12 e 13: "Agora, pois, dá-me este monte de que
o Senhor falou naquele dia; pois naquele dia ouviste que lá
estavam os enaquins e grandes e fortes cidades: Ó Senhor,
porventura, será comigo, para os desapossar, como prometeu.
Josué o abençoou, e deu a Calebe, filho de Jefoné,
Hebrom em herança."
O personagem central deste texto é Calebe. Vejamos um
pouco a história bíblica para saber quem é
Calebe. O nome dele está relacionado com outro grande
líder do povo de Deus, chamado Josué. Josué
e Calebe eram jovens ainda quando Moisés e o povo de
Israel chegaram ao limite da terra prometida. O povo de Deus
tinha sonhado e sonhado com a terra da liberdade. Agora, finalmente,
chegaram à fronteira, era só entrar e conquistar
a terra. Mas, por inspiração divina, Moisés
escolheu doze jovens e os mandou para espiar a terra. Dois deles
eram Josué e Calebe. Os espiões viram uma terra
maravilhosa e extraordinária que manava leite, mel e
produzia frutos enormes. Era a terra dos sonhos, a terra que
eles tinham esperado e que agora tinham alcançado.
Apesar disto, dez espiões chegaram tristes e derrotados,
com um relatório pessimista. Veja o que diz o texto bíblico
em Números 13:32 e 33: "E, diante dos filhos de
Israel, infamaram a terra, que haviam espiado, dizendo: A terra,
pelo meio da qual passamos a espiar, é terra que devora
os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens
de grande estatura. Também vimos ali gigantes (os filhos
de Enaque são descendentes de gigantes), e éramos
aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim também
o éramos aos seus olhos."
Vocês sabem, a covardia nos leva, muitas vezes, a inventarmos
coisas que não existem. Como pode um ser humano ser um
gafanhoto diante de outro? Mentira! Como pode a terra se abrir
e engolir os seus habitantes? Se fosse verdade, como eles retornaram
para dar o relatório? A covardia nos faz inventar mentiras.
Mas dois deles, Josué e Calebe, disseram a Moisés:
"Moisés, a terra é maravilhosa, tudo é
verdade, como Deus prometeu, e o que estes rapazes dizem, também
é verdade, há gigantes, gente muito maior do que
nós. A terra é difícil de ser conquistada,
mas nós podemos conquistá-la. Entremos em nome
de Deus!" Aí, então, aparece pela primeira
vez a figura gigantesca de Calebe.
Passaram-se quarenta anos. Agora, finalmente, Israel entra e
conquista a terra. Moisés já havia morrido. Josué,
o companheiro de Calebe, é o primeiro, Calebe é
o segundo. Ser o primeiro ou o segundo, não é
problema, nunca foi o problema.
Quando chega o momento da distribuição da terra,
todos chegaram como loucos querendo receber a melhor terra,
a mais produtiva, a terra mais fácil de ser conquistada,
qual é a terra mais mole. Todos estavam procurando o
vale, a planície, todo mundo escolhendo a melhor terra.
Calebe, lá atrás, estava quieto. Quando todos
já tinham escolhido as melhores terras e alguns ainda
brigavam por elas; quando a maioria já estava tranqüila,
então veio a vez de Calebe. Josué chegou pra ele
e disse: "E você? Você merece terra boa. Você
e eu fomos os únicos que chegamos a Moisés com
um relatório positivo. Você merece a melhor terra.
Desculpe-me por ter esquecido você." E Calebe disse:
"Não fique preocupado, dá-me a montanha.
Aquela montanha que aparentemente não produz nada. Aquela
montanha aparentemente difícil de ser escalada. Dá-me
a montanha!"
Diz a Bíblia que aquela montanha era habitada pelos enaquins,
os gigantes daquela época, os ancestrais de Golias, aqueles
gigantes guerreiros. A lança de um deles pesava quatro
quilos e meio. Guerreiros, gigantes, cidades fortificadas em
cima da montanha. O povo de Israel tinha conquistado parte da
terra, mas não tinha conquistado a montanha.
Agora, Calebe olha para Josué e diz: "...dá-me
este monte de que o Senhor falou naquele dia;" Josué
14:12
Em outras palavras: "Agora que não sobrou terra
maravilhosa para mim, eu quero a montanha. Eu quero a terra
dos gigantes. O Senhor disse que estará comigo. Eu subirei
a montanha e derrotarei os gigantes." Aí está
a figura maravilhosa de Calebe.
Meu querido, ao longo da vida subimos pequenos montes e quando
chegamos no topo, descobrimos que diante de nós levantam-se
montanhas e mais montanhas. Mas, por favor, não desista
de seu sonho se a montanha parece alta demais. Não vá
pelo caminho mais fácil. Olhe para as montanhas! Não
siga o caminho da mediocridade. Olhe para as montanhas! Saia
do vale do conformismo. Largue as planícies da rotina
e da monotonia. Atreva-se a subir a montanha.
Em 1960, surgiu uma geração de jovens revoltados
com a estrutura podre da sociedade daqueles tempos. Eles diziam:
"A sociedade é uma sociedade hipócrita, mentirosa
e imoral. Por fora, é tudo bonito, cobram muita coisa,
mas por dentro é tudo podridão. Nós vamos
nos revoltar contra essa sociedade." Foi aí que
apareceram "hippies" e o aumento do consumo de drogas,
como a cocaína e a morfina. A sociedade está podre,
é uma sociedade imoral, hipócrita, caindo aos
pedaços. E sendo que a juventude não aceita isso,
não concorda com isso, então, entrega-se às
drogas, aos rítmos alucinantes que despertam instintos
selvagens, à mediocridade, ao abandono. Não tomam
banho, não trocam de roupa, vivem sem horizontes. E tudo
isto para quê? Para mostrar que não concordam com
a sociedade hipócrita em que vivem.
Meu querido jovem, se nós, os mais velhos, criamos uma
sociedade carente, perdoe-nos. Mas, por favor, olhe as montanhas,
onde nós talvez não chegamos. Largue a mediocridade
das planícies. Abandone a filosofia do rio. Quando o
rio encontra uma pedra, não faz nenhum esforço,
desvia-se. O rio só procura terreno mole, o que é
mais fácil, o que não oferece resistência.
É por isso que o rio serpenteia, o rio não tem
coluna vertebral, parece uma cobra, um verme, uma minhoca. Seja
palmeira. Mesmo que os ventos da vida tentem derrubar você,
olhe para as montanhas, aceite o difícil, o impossível,
o que custa, o que demanda sacrifício, esforço.
Sonhe! Olhe para as montanhas, deixe a mediocridade de lado.
O mundo está dividido. A cada doze, dois olham para as
montanhas, dez olham para o vale. Esses dez são as pessoas
que se limitam a sobreviver; os outros dois, são os líderes
que mostram o caminho para a multidão. Atreva-se a estar
entre os dois, olhe para as montanhas. De cada doze, dez estão
correndo para o vale, buscando o mais fácil, buscando
o mais cômodo. E sabem por quê? Porque rolar para
o vale é a coisa mais fácil, é só
rolar, nem precisa esforço. A inércia leva você
para baixo, a lei da gravidade o leva para o fundo. Você
não precisa ser diferente. Olhe para a montanha! Atreva-se
a subir e você descobrirá que os pés muitas
vezes sangram; você vai suar, vai sentir-se cansado. Olhará
para trás e, às vezes, terá a impressão
de que não subiu nada. Olhará para cima e o cume
da montanha ainda estará distante. Às vezes, há
momentos de desânimo. Outras vezes você cai, se
machuca e pode até rolar uns cinco metros, mas levanta-se
e continua olhando para cima.
Subir a montanha não é fácil! Tem que pagar
um preço. Quando chegar o momento de tomar decisões
importantes na vida, por favor, não olhe para o vale,
olhe para a montanha. Não escolha o mais fácil,
escolha o que parece difícil. Desafie a si mesmo, porque,
quando chegar lá em cima da montanha, descobrirá
outras montanhas maiores. A vida é um permanente subir
até que um dia Deus lhe diga: "Filho, chega! Até
aqui."
Meu pai viveu quarenta anos nas montanhas do meu país,
o Perú. Ele passava cinco dias por semana enterrado,
embaixo da terra, trabalhando nas minas. Sábado e domingo
saía. Seu "hobby" quando estava sozinho, era
subir as montanhas. Ele não era um alpinista. Ele não
tinha corda, nem equipamento necessário, mas gostava
de subir montanhas.
Há uma montanha, lá onde meu pai morava, chamada
Puipui, uma montanha de mais ou menos seis mil metros acima
do nível do mar. Ele sonhava conquistar aquela montanha.
Ele queria subir e colocar uma bandeira no topo quando chegasse
lá. Meu pai, quando nós éramos pequenos,
gostava de mostrar as montanhas e dizer: "Eu plantei uma
bandeira naquela montanha. Plantei outra naquela lá."
E ia apontando suas conquistas na cadeia de montanhas que existia
na região das minas onde ele trabalhava. Mas ele nunca
conseguiu subir a montanha de Puipui. Eu devia ter quatorze
anos e meu irmão dezessete quando ele disse: "Desta
vez eu vou subir o Puipui e vou com vocês." Saímos
às quatro da manhã, andamos, andamos, andamos,
andamos até que começamos subir a montanha. À
medida que subíamos, meu irmão e eu víamos
o cansaço do meu pai. Meu pai casou muito tarde, com
cinqüenta anos. Quando eu tinha quatorze e meu irmão
dezessete, ele já tinha bastante idade. Nós podíamos
perceber o cansaço nos olhos, no corpo, no rosto do meu
pai, mas continuávamos subindo, subindo. Nós resistíamos,
mas sentíamos que ele estava perdendo o fôlego.
De repente meu pai parou. Faltavam uns cinqüenta a sessenta
metros para chegarmos ao topo da montanha, mas ele se deitou
cansado perto de uma rocha e disse: "Filhos, eu não
posso mais! Não posso mais!" Meu irmão mais
velho, tentando encorajá-lo, disse: "Pai, descanse.
Descanse o tempo que quiser, mas você vai chegar com a
gente lá em cima." E ele respondeu: "Não
filhos, eu não posso mais." Meu irmão insistiu:
"Mas pai, você sempre sonhou chegar no topo de Puipui,
e faltam só cinqüenta metros! A gente espera. Nós
não vamos sem você." E ele disse uma coisa
que nunca vou esquecer: "Continuem. Cheguem vocês.
Eu vou ficar olhando. Cheguem lá e coloquem a bandeira.
Porque se vocês o fizerem, será como se eu estivesse
fazendo. Eu conquistei muitas montanhas, mas desta vez cheguei
até aqui e não posso mais. Mas vocês são
a prolongação da minha vida, vocês são
a minha vida. Vocês chegarão lá, eu não
posso mais."
Meu querido jovem, olhe para seus pais, eles subiram e conquistaram
montanhas nas diferentes áreas de trabalho que eles têm.
Talvez não cheguem ao topo da última montanha.
É por isso que sempre há um brilho especial nos
olhos deles quando olham para você, porque você
é a prolongação da vida deles. É
como se dissessem: "Filho, eu cheguei até aqui,
não posso mais, mas você, plante a bandeira, conquiste
a montanha. Não se conforme só com esta. Olhe
outra, outra e outra. Eu fiz o que pude e cheguei até
aqui, mas você pode chegar muito mais longe. Vá
em frente, meu filho."
Você, porém, nunca chegará lá escolhendo
o caminho mais fácil, ou pensando que porque o mundo
está de cabeça para baixo, o melhor é se
entregar ao abandono. Todo mundo está errado? Então
mude o mundo! As coisas estão de cabeça para baixo?
Coloque as coisas em ordem. Todo mundo é medíocre,
hipócrita? Seja você autêntico. Olhe a montanha.
Conquiste as alturas. Nós, os mais velhos, fizemos o
que pudemos, chegamos até aqui.
Chego ao fim desta mensagem, falando de alguém que passou
uma noite em oração e lágrimas porque na
manhã seguinte, tinha que subir a montanha e tinha medo.
Ah, querido, se você subir a montanha, não será
fácil, e não será porque em algum momento
da vida você não experimentou o medo. O Senhor
Jesus passou uma noite inteira em oração e lágrimas,
porque na manhã seguinte tinha que subir a montanha.
Não era fácil. Na Sua humanidade, chegou um momento
a cair de joelhos e dizer: "...Pai ...passa de mim este
cálice; contudo, não seja o que eu quero, e, sim,
o que tu queres." Marcos 14:36
Tenho medo de subir a montanha... E sabem por que? Subir a montanha
para Ele, significava sangue; o deboche de todo mundo; uma coroa
de espinhos, mãos e pés cravados numa cruz miserável.
Não é fácil subir a montanha! Mas sabe,
lá em cima da montanha iria pagar o preço de nossa
salvação e nós somos tão importantes
para Ele, nós valemos tanto para Ele que embora a montanha
significasse suor, sangue, desprezo, deboche, Ele esteve disposto
a subir a montanha e a subiu para morrer como um marginal.
Sabe? Você não tem o direito de pensar que não
vale nada; que está muito longe de Deus e não
pode voltar; que você desceu tanto que não pode
sair; que você está tão amarrado a este
mundo que Deus deixou de amar você. Jesus subiu a montanha
e pagou o preço. Ele não teria feito isso se você
não valesse; se não houvesse esperança
para você; se não tivesse acreditado em você.
"Foi por você também que Jesus mostrou amor.
Padeceu sem merecer e sofreu até morrer, foi por você
também que Jesus mostrou amor."
Deixe a planície, deixe o vale da mediocridade. Olhe
para as montanhas. Suba e pague o preço, derrame sangue
e derrame suor. E mesmo que o mundo faça pouco de você,
pague o preço. Porque o preço maior já
foi pago por Jesus na cruz do Calvário, por você.
ORAÇÃO
Suplicamos, querido Pai, uma bênção especial
para cada jovem que decidiu subir a montanha. Que sejam capazes
de olhar para cima. Se no meio da subida sentirem-se cansados,
desanimados, tristes e feridos que olhem para o topo da montanha
do Calvário e vejam o Senhor Jesus pregado. Que vejam
o Senhor Jesus com os braços abertos chamando e mostrando
que o preço da sua salvação já está
pago. Que vejam que o êxito da subida já está
garantido e que eles só têm que acreditar, só
tem que subir em Teu nome e continuar crescendo, crescendo,
porque nossa vida na eternidade continuará sendo uma
vida de crescimento constante. Em nome de Jesus, Amém. |